Bem vindos jovens Game of Thrones maníacos!!! Sim, vocês não estão no podcast errado, esse é o Falha Crítica e não o Covil Geek especial, é que o Rick, achou um bolão sobre Game of Thrones (ou as cronicas de gelo e fogo, como você preferir, sem julgamento aqui) e achou uma ótima ideia convidar o Basso e o Edu, assim como toooodos vocês, nossos queridos ouvintes, para participar dessa aposta que gerará um grande prêmio pro grande campeão!!!
Um alto e sonoro “Parabéns! Continue com o ótimo trabalho!” de todos nós do Covil derrotados (ou não, caso a gente aqui do Covil vença, ai a gente ganha parabéns dos colegas de bancada) logo, já fica subentendido aqui, que retornaremos com esse podcast daqui alguns meses, no final da ultima temporada do seriado! Explicando melhor o bolão, ele basicamente é divido em algumas partes, a primeira é simples, dentre as personagens sugeridas, quem morre, quem vive e quem vira walker? simples e direto, depois seguido por personagens vivos mas que ninguém lembra, se eles reaparecem ou a serie esqueceu, depois a grande questão, quem senta no trono? Quem é o Azor Ahai e quem é a Nissa Nissa(eu juro que isso não é nome de waifu de anime) e por ultimo quem da a o kill no Rei da Noite! cada uma dessas perguntas tem uma pontuação descrita na imagem, que vocês devem baixar e preencher e colocar nos comentários dessa postagem pra participar da brincadeira com os meninos aqui do Covil! A IMAGEM:
E segue aqui as apostas dos nossos garotos marotos(cada cor representa um deles):
Lembrando que em 15 dias sai o novo episódio do Invasão Anime! Abrindo a nova temporada!!!
Atenção!
Para ouvir basta apertar o botão PLAY abaixo ou clique em DOWNLOAD (clique com o botão direito do mouse no link e escolha a opção Salvar Destino Como para salvar o episódio no seu pc). Obrigado por ouvir ao Covil de Livros.
Recorte da capa da Antologia Mitografias Vol 2 - Mitos de Origem, no centro tem um desenho em preto da loba capitolina amamentando dois bebês, seus olhos soltam chamas vermelhas. O desenho simula a estética de um vaso grego antigo. o fundo é uma forma ovalada em tom amarelo-alaranjada com rachaduras.
Após o sucesso de seu primeiro volume, o site Mitografias retorna com Antologia Mitografia Vol. II: Mitos de Origem, reunindo 14 contos de diversos autores nacionais nesse e-book. A proposta desta coletânea é criar histórias que contem a origem das coisas: seja uma ideia, um fenômeno da natureza, a criação do mundo, de um povo, de uma criatura etc.
A Antologia foi organizada, revisada e publicada gratuitamente pelo Mitografias. O site há 10 anos se dedica a produzir conteúdo sobre as mais diversas mitologias e religiões, contando com centenas de textos e episódios de podcasts, sendo uma referência no assunto. Na abertura do edital, foram recebidos dezenas de contos e selecionados 14 para compor a atual Antologia.
No início de tudo
Os Mitos de Origem contidos neste livro são os mais variados. Tem histórias sobre a origem de músicas, sobre o início de cosmologias, sobre criaturas fantásticas, sobre povos novos e antigos. Os escritores fizeram releituras de antigos mitos, recriações de versões antigas, invenções totalmente originais e paródias bem elaboradas. São variadas origens, sendo temas bem diferentes entre si.
Variados também são os formatos e estilos dos contos. Temos uma história policial sobre misteriosos suicídios que ocorrem numa cidade contemporânea e envolve uma antiga lenda japonesa. Um renomado compositor faz uma viagem astral ao antigo reino nórdico em busca de inspiração para sua música. Duas crianças abandonadas na floresta são adotadas por uma criatura sobrenatural e futuramente serão as fundadoras de uma cidade. Um jovem com síndrome do pânico se vê repentinamente responsável por 12 planetas. Entre muitas outras histórias.
A versão e o fato
A maioria dos contos atende à proposta de contar mitos de origem, porém nem todas obtiveram exito, tornando-os um pouco deslocados na antologia. Isso não chega a prejudicar a leitura, mas causa uma certa estranheza.
Em comparação à primeira antologia, a qualidade caiu um pouco, mas ainda sim é melhor que a média da maioria das coletâneas de contos que se encontra por aí. A variedade de temas e de estilos é um ponto muito positivo, tornando a leitura diversificada e fresca. A organização do livro acertou muito na escolha da ordem dos contos, intercalando histórias leves e densas, o que tornou a leitura mais dinâmica.
Destaque para a escritora Isa Próspero, cujo conto finaliza esse livro. Ela participou também da primeira Antologia Mitografias, com o conto de abertura. Muito interessante ver como sua escrita evoluiu e na diversificação do seu estilo. Vale muito a pena a leitura.
Nome: Antologia Mitografias Vol II: Mitos de Origem Autor: Coletânea
Edição: 1ª Editora: Independente Ano: 2018 Páginas: 198 ISBN: Não possui Sinopse: Se os aspectos do mundo podem ser vistos através dos mitos, as origens dos inumeros elementos de nossas vidas também não seriam diferentes.
Esta antologia de contos é a segunda produzida pelo projeto Mitografias, que há mais de 10 anos fomenta discussões sobre mitos, lendas e folclore de todos os povos.
Neste volume, 14 autores – alguns iniciantes, outros já consagrados – apoiam-se em diversos mitos de origem em diferentes culturas para criar seus contos carregados de personalidade passando por diversos generos, simbolismos e mensagens.
Vitrine do podcast Covil de Livros. No primeiro plano, recorte da capa do livro "O Homem Vazio" mostrando a imagem de um jovem negro de frente segurando um celular com as duas mãos, bem próximo do rosto. Tem um risco irregular que divide a capa (e o jovem) bem ao meio, no sentido vertical. Ao fundo, no lado esquerdo temos imagem do interior de um metrô com várias pessoas segurando o celular; no lado direito, a imagem da Avenida Paulista e o MASP. Na lateral direita, faixa vertical escrito "Podcast Covil de Livros" e o número da edição: 113.
Bem-vindas, amigas, ao Covil de Livros! Hoje Basso recebe Samuel e Jess (Boteco dos Versados), além de AJ Oliveira (12 Trabalhos) para falar sobre “O Homem Vazio”. O livro foi escrito pelo Thiago Lee (Curta Ficção) e publicado em 2018, através de um edital da Prefeitura de São Paulo.
Mas, se já leu o O Homem Vazio (ou não se preocupa com os spoilers), então venha ouvir a discussão sobre desaparecimentos misteriosos, realidades paralelas, baladas noturnas na Augusta e muito mais.
Então, mantenha seu celular próximo de você e não esqueça de tecer muito bem suas relações pessoais para que você não seja esquecido neste mundo. O resultado disso pode ser algo bem pior que o simples anonimato…
Atenção!
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Quer ler algo sem spoilers antes de ouvir sobre Outros Jeitos de Usar a Boca?
Vitrine do podcast. Na imagem, Cersei e Dainerys se encarando. Atrás de Cersei (ao fundo) a Grande Muralha, Jaime e o Dragão morto-vivo; atrás de Dani (ao fundo) o dragão Drogon, Tiryon, e os Imaculados.
Voltamos com o Covil Geek Especial para acompanhar a última temporada de Game of Thrones! Hoje será uma retrospectiva da temporada anterior e algumas expectativas para o grande final dessa saga, sendo um esquenta do que está por vir. Se bem que depois de lembrar dos últimos acontecimentos da temporada passada será difícil manter o hype…
Esse podcast segue um esquema diferente dos demais da nossa casa: não tem edição. A conversa é lançada no Feed como ela foi gravada. Isso porque vamos lançar o episódio no dia seguinte a exibição do episódio do GoT. Sim, isso mesmo! O episódio de GoT vai ao ar no domingo à noite e na segunda à noite pinga o CovilGeek Especial no seu Feed.
Não podemos esquecer que esse programa (e muitos outros do Leitor Cabuloso) só é possível graças aos Padrinhos e Madrinhas do Perdidos Na Estante! Sim, ao contribuir com o Padrim do Perdidos você financia TODOS o site, além de ganhar muitas recompensas. Acesse o Padrim e contribua você também!
Ouça nossos outros programas
Você não gosta de série e prefere os livros? Não curtiu a temporada anterior? Sem problemas, temos ótimos episódios sobre TODOS os livros de As Crônicas do Gelo e do Fogo:
Recorte da capa do livro "Cat Person e outros contos". Na imagem, o título do livro em alto relevo na cor rosa em um fundo preto.
Amor nos tempos do “Like”
Kristen Roupenian era uma autora desconhecida quando o conto Cat Person foi publicado em dezembro de 2017 na The New Yorker. Ao abordar assuntos como consensualidade, relacionamentos na era digital e a relação de uma jovem mulher com o sexo, o conto ganhou as redes sociais, tornando-se um viral. Graças a esse sucesso, Roupenian lançou, em 2019, seu primeiro livro intitulado You know you want this: “Cat Person” and others stories, que foi lançado aqui no Brasil com o título de Cat Person e outras histórias pela editora Companhia das Letras, com tradução de Ana Guadalupe. Contendo 12 contos, o livro trata sobre amor (ou o que cada um entende sobre amor), desejo (em suas mais diferentes formas), consentimento (mesmo que obrigatório) e relacionamentos contemporâneos e suas dinâmicas de poder.
Resumo
Margot, 20 anos, conhece Robert, 34, enquanto ela trabalha como atendente em um cinema alternativo. Os dois trocam telefones, o “contatinho” evolui para uma troca intensa de mensagens onde cresce a expectativa até o tão aguardado encontro. Mas o que fazer quando o date não é tão bom quanto esperado?
Análise Crítica
(Contém spoilers sobre o conto “Cat Person”)
Apesar de iniciar como uma história banal (afinal quem nunca esteve em um date ruim?), Cat Person merece a leitura por abordar o papel da mulher dentro do relacionamento. Margot, com base nas expectativas criadas pela troca de mensagens com Robert, deixa claro seu interesse em uma relação sexual, mas ao chegar na casa dele ela muda de ideia, e a questão é: como se livrar dessa situação sem ser deselegante, principalmente por ter sido ela quem manifestou o interesse? Será que a mulher pode perder o tesão e manifestar essa falta de vontade sem parecer fútil ou mimada? E o trabalho de se livrar dessa situação vale mais a pena do que consentir que o sexo, mesmo que com a falta de excitação se torne tenso e insatisfatório, ocorra?
Embora algumas críticas falem da futilidade da Margot em perder o interesse por Robert devido ao corpo dele não se enquadrar nos padrões estéticos de beleza (o que encaro como uma troca de papeis intencional, já que normalmente alguns homens dizem com todas as letras não sentir interesse em mulheres que fogem dos mesmos padrões), podemos observar no texto o quanto o papel da mulher nos relacionamentos contemporâneos tem evoluído, mas se mantendo o mesmo. Se agora a mulher pode manifestar interesse, ela ainda não pode manifestar sua falta de interesse. Margot aceita manter a relação sexual com Robert, não por medo de que ele a obrigue a fazer algo, mas por medo de o que ele vai pensar dela se recusar. E mesmo depois, quando ela deixa claro que não está interessada em novos encontros, a mudança de comportamento de Robert é só mais uma prova que a mulher ainda não tem o direito de dizer não.
E, apesar do spoiler do conto principal (que pode ser lido na internet, em inglês) não é somente dele que é feito o livro. Nos outros 11 contos, alguns com uma boa dose de realismo fantástico, a autora continua abordando o desejo, o amor, os relacionamentos, as perversões e as angústias que nos tornam, e a seus personagens, tão humanos.
Chamo atenção para os contos Não se machuque (porque quando você encontra um livro de bruxaria perdido nas estantes de uma biblioteca você tem a obrigação de realizar os feitiços) e Aquela que morde (porque a agressão física nem sempre é o pior dos problemas).
Sinopse: Nesta reunião de doze contos que tratam de amor, desejo, poder e consentimento, Kristen Roupenian se revela uma das vozes mais originais e provocativas da ficção contemporânea. Kristen Roupenian era uma autora desconhecida até a publicação de “Cat person”, em dezembro de 2017, no site da revista New Yorker. Narrando o encontro de Margot, de vinte anos, com Robert, de 34, a história toma rumos inesperados ao abordar as expectativas frustradas, as questões de gênero e as relações pautadas pelas dinâmicas digitais. O conto ganhou alcance excepcional e se tornou um fenômeno editorial ao retratar, numa prosa surpreendente e eletrizante, o amor em nossos tempos. Ao longo de doze histórias, com tom ora sombrio, ora hilariante, a escritora explora com sensibilidade aguda e imaginação selvagem a realidade contemporânea com tintas por vezes absurdas — e até mesmo assustadoras. Esta reunião de contos apresenta uma galeria de personagens profundamente humanos e, por isso mesmo, estranhamente inquietantes, que buscam se relacionar em dias marcados por angústias, contradições, perversões e uma dificuldade intransponível de comunicação.
Recorte da capa do livro "Rua da Padaria". Na imagem, o título do livro em preto num fundo rosa texturizado.
Quem costuma ler muitos livros de poemas, sabe: o lance dos livros de poemas é você ler uma primeira vez e depois voltar relendo, repensando, sem compromisso. Assim a profundidade de cada poema é redimensionada, cada verso se torna mais polissêmico. Em Rua da padaria, de Bruna Beber, não é diferente. Em uma primeira leitura, diversos textos causam aquele estranhamento típico da poesia (principalmente para leitores não tão acostumados a esse gênero, como eu), contudo, é na releitura que construímos o valor desses poemas.
A carioca Bruna Beber é uma daquelas escritoras da geração oitentista, da qual boa parte dos escritores brasileiros contemporâneos também o são. Seus poemas são, como se esperaria, marcados pela época em que viveu. Eles são permeados por lembranças que não podemos datar como anos oitenta (não há referências claras), apesar percebermos retratar uma infância (sua própria, quem sabe).
Na mesma direção, percebemos como seria difícil mapear a temática que atravessa seus textos (são muitos assuntos, mas diria que minha leitura destaca lembranças da infância e sentimentos amorosos, o que seria um clichê para os poemas não fosse sua simplicidade e pessoalidade, a construção muito própria das imagens e seu verso livre, para alguns contraditoriamente, tão ligado a forma).
De maneira geral, Rua da padaria é uma obra regular (o nível raramente cai) e seus ápices surpreendem. Como por exemplo esquina parábola e romance em doze linhas: ambos mostram uma capacidade imagética impressionante, além de, no segundo caso, ter uma forma cujo conteúdo é tão bem representado na forma.
O livro Rua da Padaria foi publicado em 2013 (Record), depois dele Bruna Beber publicou um livro infantil, Zebrosinha (2013), e mais um de poemas, Ladainha (2017), imagino que nesse último seus ápices sejam mais numerosos (a conferir).
Como disse, a regularidade é constante. Alguns textos são mais acessíveis graças a sua simplicidade, outros me parecem mais herméticos e pedem a uma reflexão mais detida e ponderada. No entanto, essas diferenças entre os textos é construtiva para o leitor, especialmente se for (assim como eu) um leitor não tão experiente com poesia.
Nome: Rua da padaria Autor: Bruna Beber Edição: 1ª Editora: Record Ano: 2013 Páginas: 68 ISBN: 9788501402752 Sinopse: A poeta mais badalada de sua geração faz aqui um comovente retorno às suas raízes, à sua infância, à saudosa rua da padaria — onde, na já longínqua década de 1990, tudo acontecia. Era lá que se pedia informação, que ficava o moço do bicho, que o ônibus passava. Bruna Beber cresceu na Baixada Fluminense numa época sem internet, sem celular, sequer TV a cabo tinha. Para se divertir, as crianças precisam inventar. Aqui está retratado, em verso e prosa, uma doce era na qual se malhava o Judas, as bolinhas de papel causavam alvoroço na aula e mexer na macumba das esquinas do bairro era uma excitante tentação. E no meio de tudo isso, Bruna ainda faz um recorte para nos apresentar um romance em 12 linhas dando uma aula de virtuosismo literário enquanto finca de vez seu lugar entre os grandes escritores brasileiros.
Pobre Maria — eu disse a mim mesma assim que senti o filete de sangue descendo pela coxa. Não sabe que o mundo te engasga com promessas de amor? Não sabe que são poucos que o receberão? Não sabe que a vida é feita de tragédias? Um covarde batendo na mulher, um vagabundo satisfeito com o incesto cometido, um patrão avançando em lençóis emaranhados no meio da noite, o cheiro de sexo incapaz de devolver a insipidez anterior. Não era ingênua. Tentei a todo custo parecer limpa, para não chamar a atenção da patroa. E assexuada, para não chamar a cobiça que já se estampava na face do patrão toda vez que cruzava a sala com balde e escovão. Limpar a sujeira que pairava nos cômodos. Um incômodo. Nem toda sujeira é fácil de sair.
Pobre Maria. Taí o resultado da sua fanfarronice, ecoando no ventre inchado de alguns meses que tentei disfarçar com roupas largas. Tragédia. Era o cheiro de carne mastigada, comida e magoada. Tragédia. Era o olhar que gotejava imundície, pingando em mim seu suor alvoroçado. No mês seguinte, a falta de regras. A desgraça. Se vira, ele disse, com as feições tão endurecidas que nem parecia humano. Um animal que só se importou com a esposa. O que ela poderia fazer comigo? O que poderia tirar de mim que ele já não tivesse tirado? Se ela souber, te manda embora no ato, adeus cama e roupa lavada, ele disse, como se fossem de graça. Dependiam de mim para organizar suas rotinas, trabalho de uns, escolas de outros. Ameacei contar. Então descobri que era o mesmo tipo de homem que meu pai, que grita e estapeia a face. Dinheiro para clínica não havia. Só para beberagens e mandingas. Com sorte.
Pobre Maria. Não sabe que os sonhos são tirados com violência? Que a vida acorda com mãos arrancando botões das calças, mãos de desconhecidos que passeiam por genitais, por cima da roupa, em ônibus, mãos de desocupados atacando na calçada? Elas sempre me alcançam, veem em mim algo que já sei: não tenho poder. Não sou ninguém, menos que ninguém, sou uma mãe em vias de despachar um rebento. A decepção é fácil. O ódio é fácil. É dele que vivo enquanto meu filho escorre pelas pernas, se esvaindo em sangue. Sangue do mesmo sangue, carne da mesma carne, eu e meu filho caminhando em movimentos opostos, um por repulsa e o outro por acolhida. Que não vai acontecer. Uma cólica mal disfarçada no meio das entranhas, tingindo de vermelho o gramado verde do jardim. O pequeno morreu sem abrir os olhos, sem gemer ou chorar, como se já tivesse feito muito na vida, como se tivesse pressa em se desfazer.
Pobre Maria. O desespero maior que o ódio. Encravo as garras afiadas de dor na terra avermelhada, no silêncio feito de ausências. Tantas. A família tinha ido à praia curtir o feriado. Lavar as preocupações, relaxar. A mim, resta a indignação que nunca é pouca em mundo de poderosos. Chora menos quem pode mais. Eu choro. Muito. Fertilizo a terra com meus fluidos, exalo dor em frequência invisível e me prostro, fazendo do chão a cama que nunca é desfeita, cama que é cova. As unhas se embrenham dentro da terra fertilizada, alcançando minhocas. Tristeza maior que o desespero. É quando sinto meu cotovelo estalar feito asa de pomba. Um espasmo que não causa pânico, mas alívio. Posso esticar as penas um pouco mais para cima, como se me preparasse para alçar voo.
Pobre Maria. Alucino. A tristeza tomando conta, infligindo ao corpo o descompasso da mente. De outro estalo, e não sinto mais o peso da cabeça, só o peito avantajado, quase inflado. Orgulho ou coragem, não sei ao certo. É ele que me desequilibra e me tira do eixo. Olho para baixo e vejo penas brancas recobrindo o corpo, imenso em relação ao resto. A boca, agora bico, afunda na terra úmida à procura de minhocas. As que encontro são rasgadas em duas, de imediato, impedindo seu rastejar à superfície para que nunca busquem ar. Ou consolo. A superfície não lhes pertence. O alívio não lhes pertence, só o desespero. Que morram todas. Encolho minha cabeça ao corpo que agora me serve de ombro. Amigo. Aberto. Atávico. Sina sinistra da espécie que se autoconsola. E tudo aceita. Já não arrumo, nem passo. Tudo vai passar. Tudo vai se arrumar. Tudo está no lugar, como tem de ser. Vou repetir muitas vezes até me convencer. Desculpe se sonhei errado. Desculpe se vi bracinhos pequenos ao redor do meu pescoço, mãozinhas tímidas segurando meu dedão à espera de guia. Eu procuro uma guia. De repente, um vento fresco ferindo o ar. Um rufar de asas e uma vastidão de vontades, o sentido de orientação aguçado à procura de novas clareiras para se empoleirar. Harmonia depois do dilúvio. Varrer agora, só se for o horizonte. Rola da paz muitos queriam, mas poucos podiam ter.
Sandra Godinho é nascida a 27 de julho de 1960 em São Paulo. Graduou-se em Letras – Língua Inglesa e tem trabalhos na área de Linguística Aplicada e Sociolinguística, tornando-se Mestre nesse domínio. Em paralelo, ingressou no projeto de extensão da Universidade Federal do Amazonas, intitulado “Clube do Autor”, que já publicou várias coletâneas de contos: Folhas Verdes, Folhas Livres, Folhas Mortas, Folhas Fantásticas, Folhas Eróticas, Amores e Infâncias, apaixonando-se pelas palavras e pela literatura. Teve escolhido o conto “Estorvo” para publicação na edição de setembro/2016 e “A Amante” na edição de dezembro/2016 da revista Germina Literatura, ganhando com ele o Prêmio Incentivo do 34.º Concurso Literário Yoshio Takemoto de 2016. O conto “A Caçada” ganhou o segundo lugar da Academia Mateense de Letras (2016), prêmio Elza Cunha. Participou das antologias Damas do Império (2016); Memórias de um bar pela editora Illuminare (2016); Escritor profissional vol. 3 (2016), Isso também é preconceito (2017) e Tabu (2017), pela Editora Oito e Meio. O poder da fé foi seu romance de estreia e a coletânea de contos O olho da medusa foi lançado em outubro (2017) pela CJA Edições.
Recorte da capa do livro com o título "Bom Vaqueiro, Bom Vaqueiro". A capa é branca e no centro tem a foto de uma casa no estilo colonial
O Sertanejo é antes de tudo um forte! Essas palavras sempre fizeram muito sentido para mim, nascido e criado nos recantos mais áridos e duros do Sertão nordestino. A vida das cidades interioranas dessa peculiar região brasileira se desenrola a partir de uma cultura sólida, com raízes tão robustas e determinadas, que foram capazes de ao longo de séculos de resistência, e contra todas as expectativas, penetrar profundamente nos recantos mais obscuros de uma terra quente e impiedosa, onde só os fortes e valentes são capazes de sobreviver.
A cultura nordestina é única, rica em versos cantados ou escritos, danças libidinosas e sabores fortes e marcantes como seu povo. Ela se manifesta inexoravelmente em todos aqueles que ascenderam dessa terra valente, com raízes que remontam a tantos anos atrás na história desse país, que a sua influência direta pode ser encontrada em qualquer canto do Brasil. E como ela é linda! Com seus sotaques, sabores e ritmos parecem perfeitos aos olhos, ouvidos e pernas.
Dito isso, a literatura nordestina segue a sua tradição secular, e continua lançando excelentes escritores, mesmo em meio a uma situação social que parece dar mais relevância ao que vem de fora do país. Um dos livros recém lançados que chegou a mim, foi o incrível Bom Vaqueiro, Bom Vaqueiro, de autoria de Pablo Rios, natural de Jacobina, interior da Bahia. A obra foi selecionada pelo Edital do Fundo de Cultura da Bahia, editada e publicada pelo Portuário Atelier Editorial.
Livro “Bom Vaqueiro, Bom Vaqueiro” sobre uma mesa com uma caneca grande de café.
Em Bom Vaqueiro, Bom Vaqueiro vamos acompanhar a vida de Venâncio, que no início da sua juventude, na labuta diária com seu pai aprendeu o ofício de vaqueiro, e nele continuou até o fim dos seus dias. Venâncio é um vaqueiro aguerrido, que fugindo de outras paragens por motivos que você precisará ler para descobri, encontrou trabalho em São José do Jacuípe, na Fazenda Égua Parda. Rapidamente, o valor do bom Vaqueiro é reconhecido por seu patrão, o coronel Chiquinho Góis que segue depositando nele cada vez mais confiança e responsabilidades.
Mas como nem tudo são flores, sua vida de “raparigagem” nos bordéis e casas de professorinhas libidinosas sofre uma reviravolta drástica. Venâncio vai acabar caindo nos encantos aparentemente inalcançáveis de Bernardete, filha mais velha de Chiquinho Góis, que vive alardeando aos quatro ventos “que é capaz de arrancar os bagos do engraçadinho que se meter a besta com a menina dos seus olhos…”, e de já tê-lo feito com um caboclo atrevido que ousou procurar gracinhas com a moça.
Enfrentando a solidão tão peculiar à profissão do vaqueiro em sua lida diária com o gado, Venâncio sofre discretamente pela paixão não correspondida, a amargura de uma briga familiar e o medo de uma maldição. Com habilidade e precisão, Pablo Rios consegue nos contar ao longo de apenas 186 páginas, uma história densa e profunda, verossímil nos mínimos detalhes, que consegue dialogar diretamente com a alma do leitor, especialmente se você for nordestino.
A vida de Venâncio é dura. Ele vive em uma sociedade preconceituosa e cruel, onde as relações sociais são quase sempre horizontalizadas e o poder dos “coronéis” é a lei. Ao longo da sua labuta pela sobrevivência, é levado a fazer coisas das quais se arrepende, mas segundo seu raciocínio simples e objetivo, ele fez o que foi necessário para seguir adiante, mesmo que isso o assombre pelo resto dos seus dias.
A narrativa se desenrola principalmente em terceira pessoa, alternando alguns momentos onde “ouvimos” os pensamentos do bom Vaqueiro em sua jornada de redenção. A construção do núcleo central de personagens é incrível, e eles são desenvolvidos com precisão cirúrgica ao longo da narrativa, sendo que a despeito de toda a história se desenrolar ao longo de não mais que 186 páginas, a motivação e o caráter de cada um dos personagens apresentados é clara para o leitor.
O autor consegue ainda introduzir com uma naturalidade impressionante o linguajar, gírias, comidas típicas, além dos costumes e as tradições do povo sertanejo, e para os que não estão familiarizados, o glossário do final do livro pode ser de grande ajuda.
Mais do que um romance, Bom Vaqueiro, Bom Vaqueiro é um registro da cultura nordestina e um louvor literário aos vaqueiros, símbolos sertanejos de resistência.
Trata-se de uma leitura absolutamente obrigatória para todos os nordestinos, que seguramente se sentiram de alguma maneira representados pela história de Venâncio, além de altamente recomendada a todos os que se interessam pela boa literatura.
5 selos cabulosos
Garanta seu exemplar, e boa leitura!
Pilha de livros do “Bom Vaqueiro, Bom Vaqueiro” vista de cima.
Nome: Bom Vaqueiro, Bom Vaqueiro Autor: Pablo Rios Editora: Portuário Atelier Editorial Edição: 1° Ano: 2019 Numero de Páginas: 208 ISBN: 9788566925159
Sinopse: Venâncio é um vaqueiro valente que encontrou emprego nas terras de Chiquinho Góis. logo prova suas qualidades e conquista a confiança do patrão e colegas de trabalho. sua vida muda drasticamente após se apaixonar por Bernadete e ele passa a viver em angustia por este sentimento. enfrentando a solidão tão peculiar a sua profissão, Venâncio sofre por amor a uma mulher, a amargura de uma briga familiar e o medo de uma maldição.
Enquanto o enredo se desenrola, toda uma cultura e apresentada tenho como protagonista os costumes, linguagens e tradições do povo sertanejo do semiárido norte da Bahia. Ambientado em locais realmente existentes, toda essa homenagem ao habitante da caatinga e principalmente aos vaqueiros torna a narrativa mais intima para quem vive no sertão.
Vitrine do podcast Boteco dos Versados. Tem uma coluna lateral à esquerda, com a logo do podcast (uma caneca de chopp e um livro), o nome do podcast, a logo do site Leitor Cabuloso e abaixo o número do episódio 13. Em destaque, a imagem do Pinóquio com o nariz crescido. No topo, o título do episódio "Mentirosos da Literatura".
E aí, chefia, seja bem-vindo ao Boteco dos Versados! Hoje, em homenagem ao primeiro de Abril, falaremos sobre os mentirosos da literatura que nossas mentes etílicas conseguiram lembrar. E dessa vez a Jéssica conta com o retorno do Muca, juntos eles recebem o Rodrigo Hipólito do Não Pod Tocar para um papo mais do que agradável. Então Puxe uma cadeira, peça uma cerveja e venha nos acompanhar em mais um episódio!
Gostaram do nosso episódio sobre Mentirosos da Literatura?
Aliás, se gostou do episódio, então venha falar conosco! Portanto, assine o nosso FEED e siga as redes sociais do Leitor Cabuloso para ficar sabendo de mais noticias do mundo dos leitores.
Primordialmente, não se esqueça de seguir o Boteco nas redes sociais: @botecoversados
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Atenção!
Para ouvir basta apertar o botão PLAY abaixo ou clique em DOWNLOAD (clique com o botão direito do mouse no link e escolha a opção Salvar Destino Como para salvar o episódio no seu pc). Obrigado por ouvir ao Boteco dos Versados.
Seja padrinho, madrinha, patrão, patroa, colega e companhia boa!
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Recorte da capa do livro "Ultimas Palavras", do escritor Christopher Hitchens. Em destaque, o rosto em preto e branco do escritor com um olhar capisbaixo
Antes de falar sobre Últimas Palavras, preciso dizer que tomei conhecimento da existência de Christopher Hitchens no momento em que estava tateando o pensamento ateísta. Através de vídeos de debates upados no YouTube, pude ver o grande orador e debatedor que Hitchens fora um dia e fiquei instantaneamente deslumbrado com tamanha eloquência, sabedoria e qualidade técnica. Assim sendo, no início de 2016 li seu livro Deus Não É Grande – Como a Religião Envenena Tudo, que inclusive já resenhei aqui no site.
Em suas Últimas palavras (no original Mortality; diga-se de passagem, um título bem melhor), Hitchens não perde a franqueza e aspereza que é característica do seu trabalho. Entretanto, como era de se esperar, o livro parece mais um diário do que uma literatura de outra modalidade, revelando como gradualmente o autor sente que está morrendo e deixando para trás amigos, família etc.
Primeiras Palavras
Assim sendo, o livro começa com Hitchens falando um pouco de como se sentiu logo quando descobriu sua doença: um câncer no esôfago em estágio avançado, o qual inclusive já havia se espalhado para outros órgãos. Em vista dessa oportunidade de escrever suas últimas palavras, o autor aproveita o momento para expor seus pensamentos sobre a doença e a mortalidade humana, bem como para criticar e desconstruir axiomas filosóficos. Por exemplo, o nietzschiano “o que não me mata só me deixa mais forte”, além de discorrer um pouco sobre como as pessoas reagem ao doente terminal. Ao mesmo tempo que critica como os hospitais modernos ainda mantém práticas no mínimo duvidosas.
“Em silêncio, estou decidido a resistir corporeamente o melhor possível, mesmo que apenas de modo passivo. e a buscar a ajuda mais avançada. Meu coração, minha pressão sanguínea e muitos outros registros estão novamente fortes. de fato, me ocorre que, se não tivesse uma constituição tão sólida, teria me preocupado antes em levar uma vida mais saudável. Contra mim está um alienígena cego e sem emoções, animado por alguns que há muito me desejam mal. Mas do lado da continuidade de minha vida está um grupo de médicos brilhantes e devotados. mais um número impressionante de grupos de oração. Sobre ambos espero escrever da próxima vez se – como meu pai invariavelmente dizia – eu for poupado” (pág. 13).
Segundas Palavras
Entretanto, quanto mais avançamos no livro, mais nos é aparente o esforço e o sofrimento envolvido na escrita daquelas últimas palavras, revelando a deterioração lenta e gradual do escritor. Ao mesmo tempo, sua mente lutava para permanecer sã e lúcida, sem incorrer em autopiedade ou autocomiseração. Isto é, contrariando principalmente os sádicos e fanáticos que esperavam dele uma demonstração de irracionalidade.
Em determinado momento, Hitchens escreve:
“O cumprimento mais prazeroso que um leitor pode me fazer é dizer que sente que me dirijo a ele. Pense em seus autores preferidos e veja se essa não é uma das coisas que o cativa, sem que você tenha percebido isso, de início” (pág. 24).
Portanto, é exatamente isso que ele consegue fazer, em suas “Últimas Palavras”, o que torna toda a experiência de ler este livro mais singular ainda. Ler suas “Últimas Palavras” é um soco no estômago, pois o escritor consegue, magistralmente, fazer com que você sinta que ele se dirige a você. E imagine ouvir de Hitchens o que eu ouvi…
Capa do livro “Ultimas Palavras”, do escritor Christopher Hitchens. Em destaque, a foto em preto e branco do escritor sentado numa poltrona com um olhar cabisbaixo
Não esqueça de adicionar o livro no Skoob
Nome: Últimas Palavras
Autor: Christopher Hitchens
Tradução: Alexandre Martins
Edição: 1ª
Editora: Globo Livros
Ano: 2012
Páginas: 96
ISBN: 9788525052742
Sinopse:Em 2010, o jornalista e polemista britânico Christopher Hitchens foi obrigado a interromper subitamente a turnê de lançamento de seu livro de memórias Hitch-22. O diagnóstico de um câncer em estado avançado determinava, então, uma guinada radical em sua vida. O intelectual bon vivant movido a nicotina e a álcool cedeu espaço a um estoico paciente em busca de cura – um empreitada frequentemente árdua e desencorajadora, mas que foi encarada com destemor por Hitchens até o fim, em dezembro de 2011.
Imagem de divulgação. Tem um caderno aberto em branco com uma caneta e um tinteiro sobre uma mesa
Lindas pessoas cabulosas leitoras do Leitor Cabuloso, aqui é o Rahmati animado para informar que sexta-feira inicia-se a Temporada 2019 de contos! 😀
Porque aqui tem ficção! (Tem uma boa dose de realidade também indo direto para as linhas dos contos, mas, pensando bem, acaba ficando balanceado, porque nossa realidade tem uma grande dose de coisa que parece ter saído direto da ficção…) Enfim: continuaremos trazendo a vocês conteúdo de qualidade, de novos nomes da literatura nacional, sempre com curadoria e edição/revisão bem feitinhas, e que vão integrar a antologia de fim de ano em formato de livro 😉
Mas, Rahmati… e a antologia do ano passado, a Realidades Cabulosas: Ano 2? Respondo de pronto: está diagramando. Quase pronta. Demorou um pouco porque ano passado foi um ano turbulento, mas agora as coisas estão encontrando a luz. Teremos na antologia, além dos contos publicados no site no ano passado, quatro — sim, quatro! — contistas que aceitaram nosso humilde convite: o Ricardo Santos, que, por exemplo, organizou a ótima coletânea Estranha Bahia; a Evelyn Postali, que publicou um conto divertidíssimo na Realidades Cabulosas: Ano 1; a incrível Anna Martino, da (desnecessário explicar) excelentemente linda editora Dame Blanche; e o infalível Alexey Dodsworth, autor dos romances Dezoito de Escorpião e Esplendor pela editora Draco (dentre outros).
Assim, tudo isso dito, vocês não perdem por esperar — pelo conto de sexta-feira e pela coletânea Realidades Cabulosas: Ano 2 🙂
Enquanto isso…
Vale lembrar que, se vocês quiserem publicar seus contos, é só mandar seguindo essas instruções:
Envie seu conto para o e-mail contos@leitorcabuloso.com.br, com o título do e-mail nesse formato:
[CONTO] Nome do Conto – Nome do Autor
Envie seu nome completo (pode ser o nome artístico), uma minibiografia e uma foto.
Envie também uma imagem de destaque para fazer a postagem do conto (certifique-se de que seja algo que tenha a ver com o tema do conto e que não fira direitos autorais).
O conto deve ser enviado em formato RTF ou DOC.
Recomendamos a formatação com espaçamento 1,5; fonte Times New Roman; tamanho 12; e com os negritos e itálicos necessários já aplicados.
O que publicamos (ou não):
O conto deve ter entre 1.000 e 8.000 palavras.
São aceitos contos de quaisquer temas e gêneros literários.
Não publicaremos fanfics ou obras em versos.
O conto deverá ser uma história única e fechada, não sendo aceitas histórias seriadas.
O conto não precisa ser inédito, mas certifique-se de que você possui os direitos para publicá-lo, caso já tenha sido publicado por alguma editora.
Avaliação e publicação:
Os contos serão lidos e avaliados. Nos reservamos ao direito de rejeitar contos de acordo com critérios internos e absolutos, ou mesmo sugerir modificações e melhorias para que o material atinja seu potencial máximo.
Revise seu conto. Os trabalhos com muitos erros de português serão rejeitados.
A frequência de publicação máxima dos contos será mensal, de abril até outubro.
Apenas um conto por autor será avaliado dentro do mês de recebimento; os demais contos do mesmo autor serão descartados.
Vitrine do podcast Boteco dos Versados. Tem uma coluna lateral à esquerda, com a logo do podcast (uma caneca de chopp e um livro), o nome do podcast, a logo do site Leitor Cabuloso e abaixo o número do episódio 12. Em destaque, 4 mulheres desenhas de maneira estilizada que parecem conversar entre si. No canto, o logo do #OPodcastÉDelas2019
E aí, chefia, seja bem-vindo ao Boteco dos Versados! Antes de mais nada, avisamos que o Samuel foi chutado do programa e no Boteco hoje só tem mulheres produtoras de conteúdo. Afinal, nesse mês o podcast é delas.
Enfim, este programa faz parte da campanha #OPodcastÉDelas2019, uma iniciativa criada para inserir e promover mais mulheres na mídia podcast. Dessa maniera, a campanha ocorre sempre no mês de março e esta é a sua terceira edição. Portanto, para encontrar mais podcasts participantes, procure pelas hashtag #OPodcastÉDelas e #OPodcastÉDelas2019 nas mídias sociais e siga o @opodcastedelas.
Apesar de o podcast ser sobre literatura, hoje o tema é um pouquinho diferente: vamos falar das mulheres que produzem conteúdo, principalmente para a internet. Contudo, podem ficar calmos que o assunto de literatura continua em foco.
Gostaram do nosso episódio sobre Mulheres Produtoras de Conteúdo?
Aliás, se gostou do episódio, então venha falar conosco! Portanto, assine o nosso FEED e siga as redes sociais do Leitor Cabuloso para ficar sabendo de mais noticias do mundo dos leitores.
Primordialmente, não se esqueça de seguir o Boteco nas redes sociais: @botecoversados
Então, deixe seu comentário dizendo o que achou do livro e do podcast. Se puder, ajude o programa ser conhecido por mais pessoas divulgando nas suas redes sociais. Isso não custa nada para você, mas faz uma imensa diferença para nós! Vamos espalhar amizades e livros por aí!
Atenção!
Para ouvir basta apertar o botão PLAY abaixo ou clique em DOWNLOAD (clique com o botão direito do mouse no link e escolha a opção Salvar Destino Como para salvar o episódio no seu pc). Obrigado por ouvir ao Boteco dos Versados.
Seja padrinho, madrinha, patrão, patroa, colega e companhia boa!
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Vitrine do podcast Falha Crítica. Na lateral direita, uma faixa vertical com o logo do podcast e, embaixo o número do episódio: 244. Em destaque, foto da Capitã Marvel (atriz Brie Larson).
Antes de tudo, você precisa ir assistir Capitã Marvel, pois o programa está cheio de SPOILERS! Assim sendo, se quiser seguir em frente sem ter visto, será por sua conta e risco. Avisamos também que existem opiniões polêmicas no podcast, então pedimos a paciência de vocês com os nossos participantes.
Contudo, se você é um daqueles que escreveu na internet “quem lacra não lucra”, foi negativar o filme antes mesmo da estreia dele ou mandou o papinho “ain, por que outro filme com protagonista feminina?”, nós já avisamos que é melhor ir embora daqui. Assim sendo, esse podcast não é pra você, ok?
Aos nossos ouvintes que vieram escutar de peito aberto mais um podcast, agora falando da Capitã Marvel. Muitas cenas de luta icônicas, frases de efeito, nostalgia dos anos 90 e o Nick Fury novo como vocês nunca viram antes!
Gostaram do nosso episódio sobre Capitã Marvel?
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Recorte da capa do livro "O Homem Vazio" escrito por Thiago Lee. Na imagem, um jovem negro segurando um celular na mão. Ao fundo, no lado direito temos o MASP e no lado esquerdo o interior de um vagão de metrô com sombras de pessoas olhando para seus celulares.
“Foi o meu próprio rosto que vi quando olhei para o rapaz vindo em minha direção”.
Assim começa O Homem Vazio, uma fantasia urbana escrita por Thiago Lee e contemplado pelo 1º Edital de Publicação de Livros na Cidade e São Paulo em 2018.
Não existe amor em SP
A história se passa na capital de São Paulo e narra estranhos acontecimentos na vida de Otto, um jovem que, como milhares de outros, tenta sobreviver na grande cidade. Entre a rotina de trabalho, apuros no metrô, almoços no boteco do “Seu Gildo“, preocupações com sua mãe e baladas na Avenida Augusta, Otto tenta ganhar a vida e fazer seu canal no Youtube engrenar.
Em meio a tudo isso, existem estranhos relatos de pessoas que estão desaparecendo em São Paulo. Certamente esse fato passaria desapercebido por muitos. Afinal, numa das maiores cidades do mundo, desaparecimentos são comuns e isso certamente não chamaria a atenção de Otto se ele não recebesse a visita de uma pessoa exatamente igual a ele que o alertasse.
Certamente a visão de um sósia deixaria qualquer um desnorteado, mas o “Outro Otto” não dá tempo para o rapaz: ele explica que veio da São Paulo do Lado de Lá e que os desaparecimentos que estão ocorrendo são causados porque as pessoas estão sendo esquecidas: pouco a pouco, na rotina de todas as coisas que consomem a vida, as pessoas são esquecidas pelos familiares, amigos, colegas de trabalho, paqueras das baladas; quando elas são esquecidas, elas desaparecem.
Assim, se não fizer alguma coisa, Otto será o próximo a desaparecer.
Devolva minha vida e morra
Thiago Lee tem muitos acertos em O Homem Vazio. Primeiramente, ele constrói uma história de fantasia urbana bem diferente do que vemos em outros livros. Inesperadamente, é uma fantasia que não possui magia, seres sobrenaturais ou monstros, sendo mais uma ficção científica ao brincar com realidades paralelas.
Certamente o segundo destaque vai para a cidade de São Paulo. Acima de tudo, a cidade é utilizada de uma maneira primordial para o desenvolvimento da história, sendo muito mais que apenas o cenário onde ela se passa. Isso dá um gostinho a mais pra quem já conhece a capital.
Além disso, O Homem Vazio traz personagens cativantes e de fácil identificação: com dois ou três parágrafos é possível identificar quem é Otto, Otávio, Ana e todos os outros. São típicos jovens, mães, irmãs, colegas de trabalho, personalidades da internet. Enfim, são facilmente reconhecíveis e de assimiláveis, deixando a narrativa fluir muito fácil.
Aqui ninguém vai pro céu
Por fim, temos uma história estruturada por pontos de vista, sendo que cada parte é narrada por um personagem, alternando a narrativa e acrescendo mais histórias paralelas ao plot principal. Portanto, pode esperar algumas surpresas e algumas reviravoltas na história por conta disso.
Nesse sentido, O Homem Vazio traz uma leitura muito fluída e alguns finais que talvez não agradem todos os leitores. Mas certamente vale a pena ler esse livro e acompanhar a jornada desses jovens em busco de não se tornarem vazios e esquecidos. É um livro nacional, então é perfeito para que você #LeiaNovosBR.
Sinopse:Tímido e solitário, Otto divide seu tempo entre o trabalho, o trânsito infernal e os hospitais, que visita frequentemente com a mãe enferma. Em meio a uma onda de sumiços na cidade, ele descobre a São Paulo do Lado de Lá, uma realidade paralela que engole cada um dos desaparecidos.
Em breve um Covil de Livros analisando o livro com spoilers!
Vitrine do podcast Covil de Livros. No primeiro plano, capa do livro onde se lê "Outros Jeitos de usar a boca". No segundo plano, está todo em preto e tem o contorno de metade de um rosto de mulher em linhas brancas. Na lateral direita, faixa vertical escrito "Podcast Covil de Livros" e o número da edição: 111. #OPodcastÉDelas2019
Bem-vindas, amigas, ao Covil de Livros! Mas hoje o Basso foi chutado para escanteio por uma equipe inteiramente feminina para falar sobre “Outros Jeitos de Usar a Boca“, da escritora Rupi Kaur. Afinal, estamos participando da campanha #OPodcastÉDelas2019 e o Covil foi tomado pela mulherada!
Antes de mais nada, nosso agradecimento à host Larissa Siriani (podcast Quarta Parede) que reuniu uma equipe maravilhosa para este episódio: Jess (podcast Boteco dos Versados), Carissa (youtube Canal Carissa), Michele (do Leia Mulheres) e Luciana. Enfim, esse programa está lotado de mulheres incríveis que falam sobre suas experiências com a leitura dos poemas de Outros Jeitos de Usar a Boca.
Acima de tudo, Outros Jeitos de Usar a Boca é um livro de poesia e a poesia deve ser lida em voz alta. Por isso, no último bloco da podcast vocês podem ouvir as convidadas declamando algumas de suas poesias favoritas desse livro. Enfim, é um episódio um pouco diferente dos outros Covil de Livros, mas vocês podem ter certeza que vão gostar. Sobretudo da conversa das participantes, que estão dando um show!
Portanto, sem mais delongas vamos ao ouvir o episódio e se deliciar com a obra da poeta Rupi Kaur.
Atenção!
Para ouvir basta apertar o botão PLAY abaixo ou clique em DOWNLOAD (clique com o botão direito do mouse no link e escolha a opção Salvar Destino Como para salvar o episódio no seu pc). Obrigado por ouvir ao Covil de Livros.
Quer ler algo sem spoilers antes de ouvir sobre Outros Jeitos de Usar a Boca?