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Boteco dos Versados 15 – O Velho e o Mar

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"Vitrine do episódio sobre O Velho e o Mar. A esquerda tem uma coluna, na parte superior o Logo do podcast uma caneca de cerveja e um livro, abaixo o nome Boteco dos Versados Podcast, mais abaixo o logo do leitor cabuloso e o número 15 indicando o episódio. Em destaque, a capa do livro na parte superior escrito "Ernest Hemingway" abaixo está escrito o título do livro "O velho e o mar" atrás a imagem de uma mão fechada, e abaixo a imagem do mar e de um pescador dentro de um barco"

E aí, chefia, seja bem-vindo ao Boteco dos Versados!!

Hoje falaremos do grande clássico da literatura, O Velho e o Mar do Ernest Hemingway, publicado em 1952.

Em O Velho e o Mar, conhecemos um pescador já longe do áuge de suas forças, há 84 dias sem conseguir pescar nada. Porém mesmo com a troça dos outros pescadores, o velho Santiago persiste e mais uma vez vai ao mar.

Nesse curto livro, muita coisa acontece e muito pode ser aprendido, ouça-nos e descubra o que achamos.

Nesse episódio contamos com a presença sempre ilustre do Airechu lá do Multiverso X.

Episódio passado anunciamos o projeto Mesa 44 do Rapha Pinheiro, ele ainda está aberto para novos apoiadores. para saber mais, clique aqui.

 

Aliás, se gostou do episódio, então venha falar conosco! Portanto, assine o nosso FEED e siga as redes sociais do Leitor Cabuloso para ficar sabendo de mais noticias do mundo dos leitores.

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CG Especial: GoT S08 E03 – A Longa Noite

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Finalmente é chegada a hora de enfrentar o exército dos caminhantes brancos! “A Longa Noite” foi anunciada como a maior batalha já filmada para uma série/filme. Todos estão em Winterfell prontos para receber o inimigo e o Rei da Noite. Quem sairá vivo dessa batalha? Quem irá derrotar o Rei da Noite?

Esse podcast segue um esquema diferente dos demais da nossa casa: não tem edição. A conversa é lançada no Feed como ela foi gravada. Isso porque vamos lançar o episódio no dia seguinte a exibição do episódio do GoT. Sim, isso mesmo! O episódio de GoT vai ao ar no domingo à noite e na segunda à noite pinga o CovilGeek Especial no seu Feed.

Quem poderá nos ajudar?

Assim, temos uma equipe selecionada a dedo para tomar conta dessa empreitada: Sr Basso (host do Covil de Livros), Domenica Mendes (host do Perdidos Na Estante), Letícia Dáquer (Pistolando) e Oliver Perez (do extinto e maravilhoso Grande Coisa). Só tem gente gabaritada nos podcasts para discutir essa última temporada de GoT!

Contribua com o Padrim!

Não podemos esquecer que esse programa (e muitos outros do Leitor Cabuloso) só é possível graças aos Padrinhos e Madrinhas do Perdidos Na Estante! Sim, ao contribuir com o Padrim do Perdidos você financia TODOS o site, além de ganhar muitas recompensas. Acesse o Padrim e contribua você também!

 

 

 

 

 

Ouça nossos outros programas

Você não gosta de série e prefere os livros? Não curtiu a temporada anterior? Sem problemas, temos ótimos episódios sobre TODOS os livros de As Crônicas do Gelo e do Fogo:

Tolos e Mortais – Bernard Cornwell

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Bernard Cornwell é um dos escritores britânicos mais relevantes e prolíficos da atualidade, com dezenas de livros publicados em mais de 15 idiomas, o historiador radicado nos Estados Unidos foi capaz de criar um estilo de narrativa único e vibrante. Começar a ler qualquer uma das suas séries de livros é um caminho sem volta.

Suas obras literárias são sempre muito ambiciosas e o ponto em comum entre a maioria das narrativas propostas pelo autor é o uso de grandes batalhas (que viriam a dar novos rumos ou consolidar os interesses políticos da Inglaterra) como pilar fundamental para o plot do enredo. Poucos são os livros que não se utilizam desse benefício histórico. E foi através deles que Cornwell consolidou seu nome no meio literário. As descrições das batalhas são sempre muito vívidas e, além disso ele, consegue construir com muita habilidade os jogos políticos que levariam até aquele desfecho histórico.

“Senhor, como são tolos esses mortais”

Embora os livros centrados em grandes batalhas figurem entre os meus prediletos enquanto leitor, as obras pautadas em acontecimentos “menos sangrentos” não são menos relevantes, e constituem por si só, narrativas excelentes. O romance Tolos e Mortais é um exemplo disso e foi recém lançado e publicado no Brasil pela Editora Record.

Em Tolos e Mortais vamos acompanhar um período de produção cultural ascendente na Inglaterra do século XVI, marcados por intrigas, traições, assassinatos, além de ser o início da consolidação do teatro “moderno” e o surgimento de um dos escritores mais relevantes para a sociedade ocidental até os dias atuais, William Shakespeare.

O contexto histórico daqueles tempos, por si só, já era intrigante. Em meio a drásticas mudanças religiosas, onde a Inglaterra começava a se afastar definitivamente do Vaticano, sob o reinado da Rainha Virgem, Elizabeth.  O clima religioso em Londres era de uma implacável perseguição aos católicos, e parte do cenário político dominado por puritanos (fanáticos) que demonizavam o teatro, tratando-o como uma “obra do satanás”, movimentando diversas perseguições a esses grupos, que só conseguiram prosperar devido ao apoio aberto da Rainha e ao patronato de alguns membros importantes da nobreza.

“Coisas fúteis e vis”

A trama do romance é narrada em primeira pessoa por Richard Shakespeare, irmão mais novo de William, que após algumas confusões em sua cidade natal, com apenas 14 anos de idade foge para a caótica Londres dos anos de 1590. Lá, Richard acaba sendo ajudado a contragosto pelo irmão, que o matricula em um internato “religioso”, onde sob uma fachada falsamente puritana, preparava pequenos garotos para o teatro.

Passados alguns anos esquecido nesse internato, Richard aprende a lidar com o ambiente hostil que era a Londres na época, tornando-se um ator de fato, além de um exímio “batedor de carteiras”. E mais uma vez, com muita resistência é acolhido por William, que acaba por aceitá-lo como ator na companhia de teatro da qual é sócio.

Atuando na companhia de teatro do irmão, Richard predominantemente interpretava papéis femininos (mulheres não podiam atuar na época), e já gozava de algum prestígio e reconhecimento tanto do público quando dos seus colegas de teatro, embora William aparentemente o desprezasse.

Porém, Richard ambicionava papéis de maior protagonismo nas peças escritas pelo irmão, que no livro é tratado como uma figura até certo ponto antagonista, descrita com distanciamento intencional para imprimir uma aura de mistério acerca de Shakespeare. Em diversos momentos do enredo vamos nos pegar odiando-o pelo tratamento dispensado ao irmão.

Em meio a apresentações teatrais descritas de maneira tão intensa e imersiva quanto as batalhas dos livros mais sanguinolentos de Bernard Cornwell, vamos acompanhar os processos de produção de algumas das principais peças escritas por ele: Romeu e Julieta e Sonho de uma noite de verão.

E meus amigos, esses serão os capítulos mais memoráveis de todo o livro, é como se estivéssemos não só fazendo parte do grupo de teatro que as interpreta, como do público que as assiste completamente arrebatado pela habilidade narrativa do dramaturgo.

Cornwell consegue criar uma narrativa sensacional ao redor da icônica figura de William Shakespeare. Utilizando Richard e a Londres do século XVI como personagens centrais da história, ele nos oferece a recriação de um momento histórico marcante, envolvendo as grandes obras de Shakespeare com intrigas, traições e maquinações alucinantes que parecem prontas para uma adaptação para os cinemas.

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Ficha Técnica

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Nome: Tolos e Mortais
Autor: Bernard Cornwell
Editora: Record
Edição: 1°
Ano: 2018
Numero de Páginas: 364
ISBN: 9788501113849

Sinopse: No coração da Inglaterra elisabetana, o jovem e atraente Richard Shakespeare sonha em fazer carreira na cena teatral de Londres, um universo dominado por seu irmão mais velho, o ilustre dramaturgo William Shakespeare. Mas Richard não tem um tostão nem apoio de seu irmão, que, em vez de o acolher, entrega-o aos cuidados de Sir. Godfrey, um clérigo cruel e pervertido que treina meninos para furtar e encenar. Com um rostinho bonito, carisma e talento, Richard ingressa na companhia de teatro de Shakespeare, representando, muito a contragosto, papéis femininos. A relação dos irmãos, no entanto, é marcada por constante tensão, e, cada vez mais distantes, à medida que William alcança a fama, Richard se vê tentado a romper em definitivo a lealdade fraternal. Então, quando um precioso manuscrito desaparece misteriosamente, as suspeitas recaem, evidentemente, sobre o caçula. Preso em um perigoso esquema de traição e desonestidade, Richard, sem saída, com sua carreira e até mesmo a vida de seus colegas em jogo, embarca em uma aventura épica na excitante ― porém traiçoeira ― Londres elisabetana para resgatar os valiosos escritos e reconquistar a confiança da trupe.

Origem, Eventualidade e Inevitabilidade Participações Ltda

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Ajustar dados no Excel é uma arte, tal qual cozinhar   dizia Júlio. A receita é amarrada: uma xícara de y, três colheres de x, vinte e cinco minutos a 180 graus e está pronto. Mas seguir a receita ao pé da letra é certeza de comida insossa, crua ou dura. Então você aumenta um pouco disso, diminui um tanto daquilo, cozinha os dados e voilá: à moda da casa e ao gosto do freguês (no caso, do patrão). Chefe satisfeito e chef Júlio com o emprego a salvo, pelo menos até o próximo mês.

Aquele era um final de mês como outro qualquer e, portanto, Júlio ficou até mais tarde para realizar sua mágica gastronômica nas planilhas. Passava das oito e só o som da dança de uma fitinha presa na saída do ar condicionado quebrava o silêncio absoluto do escritório. Sentindo-se cansado, resolveu dar o expediente por encerrado e rumou para a saída.

Assim que o elevador fechou as portas ele notou um vulto recostado sobre a quinas do vagão vertical. Antes que pudesse reagir à presença inesperada, o elevador empacou entre um andar e outro e as luzes de emergência começaram a piscar, dando um ar epilético para a situação.

—  É chegada a hora, Júlio — disse o vulto, com voz firme mas doce.

—  Já passou, na verdade. Eu estava fazendo hora extra — respondeu o burocrata, ainda tentando decidir se tinha ou não visto a figura no elevador quando ele ali adentrou.

—  Está me chamando de incompetente?

—  Não senhora. Desculpe a confusão, é que estou morto de cansaço.

—  Agora está me dizendo como devo fazer o meu serviço?

—  Minha senhora, sem querer ofender, não estou entendendo nada dessa conversa.

—  Eu sou a Morte, Júlio. Vim por você.

—  Ai meu Deus, ai meu Deus… Socorro! Pelo amor de Deus, me poupe!

—  Solte meus pés. Deus não existe, querido. Quanta inocência, acreditar nesses seres imaginários. Eu até tolerava esse lenga-lenga de deuses lá nos primórdios, quando sobrava um sacrificiozinho para mim. Mas agora… só me dá sono.

—  Mas não posso partir, dona Morte. Preciso cuidar da minha mãe que está doente.

—  Só Morte, Julinho. Não precisa desses formalismos de senhora e dona. Já somos íntimos.

—  Sim senhora, dona Morte. Mas, não senhora, não posso partir… minha mãe…

—  Fala sério! Já levei sua mãe faz tempo, embolia, lembro bem. E além disso, não sou eu quem decide essas coisas. É o Acaso.

—  Ao acaso? Minha morte foi decidida ao acaso?

“O” Acaso. Eu, a Vida e ele trabalhamos em consórcio. A Vida providencia os suprimentos, o Acaso faz o planejamento e o serviço pesado sobra para mim — diz a Morte, tirando do bolso do terninho preto um cartão de visita onde se lê: “Origem, Eventualidade e Inevitabilidade Participações Ltda”.

—  E posso falar com ele? Com certeza tem algo errado, dona Morte.

—  Que chatice. Desse jeito vou perder a novela de novo — disse a Morte, apertando um botão no elevador.

No mesmo instante, uma fumaça tomou conta da caixa de aço, e, ao se dissipar, permitiu que Júlio visse um homenzinho em trajes de gala, porém com o rosto pintado de branco e o nariz de vermelho, e uma lágrima negra escorrendo eternamente do olho direito.

—  Senhor… Acaso? Posso lhe chamar assim?

—  De “Assim”, não. Me chame de senhor Acaso, por favor.

—  Oi?

—  Oi, Júlio.

—  Enfim… Senhor Acaso, tem algum problema com sua lista. Eu não posso partir agora!

—  E por que você me diz isso?

—  Porque preciso criar meu filho. Uma criança não deve crescer sem um pai…

—  Hummm. Por um “eu mesmo” tenho cara de palhaço? Já falei para Morte não me trazer esses pidões. Joguei os dados, conferi na moeda, Júlio Silvestre, deu morte. Fim de papo.

—  Será que pode tirar a prova real, por favor? Só para ter certeza?

—  Olha, não vou incluir a Certeza nessa conversa para não superlotar o elevador, mas vou refazer na sua frente para você não me encher mais o saco. Júlio Silvestre, nome no papel, está vendo? Jogo os dois dados. Se sair 1, 3 ou 6 no primeiro e 2 no segundo você morre.

—  “E” ou “ou”… — disse Júlio, calculando as probabilidades.

—  Está gago, Jú-júlio?

—  Estou tentando entender a lógica, senhor Acaso.

—  Explique para ele, Morte — disse o Acaso enquanto cuspia para cima e tentava desviar do líquido em queda livre.

—  É ao acaso, Julinho.

—  Isso eu já entendi. O senhor Acaso — replicou Júlio, impaciente.

—  Oi? — disse o Acaso, semi-cego, limpando com as costas da mão o olho molhado de cuspe.

—  Deixa para lá. E a moeda?

—  Se der morte nos dados, jogo a moeda. Um duplo check, sabe? Se der cara, morre mesmo. Se der coroa, jogo de novo.

—  Até quando?

—  Até dar cara, claro!

—  Nossa senhora! — disse Júlio, sem esperanças.

—  Ela também não existe — disse a Morte, entediada.

—  Não posso morrer. E meu filho?

—  É a segunda vez que você fala em filho. Você não tem filho!

—  Está encomendado. Juro por D… juro pela senhora, dona Morte!

—  Está mesmo, Vida?

—  Filho? Maior caô! Nunca nem vi — respondeu um pernilongo que zumbia sobre a cabeça deles.

—  Poxa, Júlio, você acha que minha lista é Excel para você acochambrar?

—  Não é isso, dona Morte. Nem doente eu estou. Morrer ao acaso é foda, né?

—  Senhor Acaso, por favor — disse o Acaso, alheio à conversa, tentando equilibrar os dados sobre as orelhas e a moeda sobre o nariz.

—  Senta o dedo nesse prego logo, Morte! Enquanto ele está nesse migué aí eu já coloquei 5 chinesinhos para chorar. E tem a novela… — zumbiu a Vida, enquanto sugava um pouco do sangue da nuca de Júlio, que riu de nervoso, perdido na confusão.

—  Está vendo! Viver é uma merda mesmo! Quem nasce, chora, e o Julinho aqui está partindo com esse sorrisão na cara — disse a Morte, satisfeita por realizar mais um serviço.


Diego Tonin é engenheiro por formação, pecuarista por profissão e escritor por diversão. Escreve contos e outros textos no Medium. Tem predileção inexplicada por textos sobre a morte e por gracejos sem graça. Conta os minutos para criar a maior obra de sua vida: uma vida.

O Tigre na Sombra – Lya Luft

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Recorte da capa do livro. Fundo com um tecido azul brilhante com algumas dobras, no primeiro plano o nome da autora Lya Luft, abaixo o titulo
Recorte da capa do livro. Fundo com um tecido azul brilhante com algumas dobras, no primeiro plano o nome da autora Lya Luft, abaixo o titulo "O tigre na sombra".

A vida de Dolores foi marcada pela presença de um tigre de olhos azuis, que espreita nos espelhos, junto com a sua gêmea tão diferente dela. Nascida com uma deformidade em uma das pernas, que é mais curta que a outra, sempre mancou e teve dores para caminhar. Sua imperfeição foi motivo aparente para conquistar o desprezo de sua mãe, que a repreendia na mesma proporção em que mimava a filha mais velha, Dália.

Juntando as peças

É por meio de uma narrativa não totalmente linear que conhecemos a vida de Dolores e montamos o quebra-cabeça de suas angústias, tristezas, vitórias e decepções. Misturando fatos da vida adulta a memórias infantis, a narradora-personagem nos apresenta seus dramas, tão humanos, tão reais.

Junto com Dolores, nos sentimos ora imperfeitos e pequenos, em outras, vencedores que superaram as adversidades. E essa narração em primeira pessoa é um dos charmes do livro, algo que mantém o leitor preso à história e curioso para saber o que mais acontecerá à personagem.

TODA HISTÓRIA HUMANA É COMPLICADA. NENHUMA TERMINA:
AS ONDAS DO MAR SÃO SEMPRE
AS MESMAS ÁGUAS.

Além disso, a linguagem direta do livro torna a leitura fluída. Apesar de a construção da trama ser bem feita, é rápido lê-la, pois não há saturações. Até nos momentos mais sombrios da narrativa, o ritmo não se perde. Também não se perde a veia poética que acompanha a escrita, com alguns trechos particularmente bonitos e reflexivos.

Vendo o quadro todo

Como boa obra literária, O tigre na sombra expõe diferentes matizes da humanidade. Seus personagens são pessoas comuns, imperfeitas, que falham, mas continuam vivendo, seguindo adiante. Por seus retratos, podemos repensar a natureza humana, a pequenez da nossa vida e também que, se nos sentimos falhos, isso não significa que não iremos alcançar nossos sonhos.

Porém, se a obra pode ser considerada “redondinha” e me agradou pela sua boa construção, não posso negar que ainda assim faltou algo na obra que a tornasse inesquecível. Ainda assim, vale a pena conferi-la. Deixo a vocês o convite para ler essa obra rápida e aparentemente despretensiosa, que a despeito da capa bem pouco chamativa tem o nome de Lya Luft e uma narrativa envolvente e reflexiva.

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Ficha Técnica

Título: Tigre na sombra, o
Autora: Lya Luft
Edição: 1ª
Editora: Record
Ano: 2012
Páginas: 128
ISBN: 8501400963
Sinopse: Neste O tigre na sombra, Lya é fiel ao seu universo de mistério, magia e dramas humanos muito reais que, de uma forma ou de outra, atingem todos nós. Os difíceis relacionamentos amorosos e familiares são o chão sobre o qual suas personagens caminham. O duelo entre vida e morte subjaz a todos os outros temas. O elemento enigmático permanece em muitas figuras, como a singular Vovinha, que ninguém sabe de onde veio e teria sido antes uma sereia, trazida a terra pelo amor do avô marinheiro, o bebê ciclope, o pai de família atormentado que dorme com revólver debaixo do travesseiro.

O romance todo é surpreendente, mas o final deste surpreende ainda mais. E ficamos, como sempre, encantados e enredados nessa ficção que a cada livro mais se aperfeiçoa e seduz.

FC Invasão Anime S03E01 – Dragon Ball Super Broly

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Vitrine do podcast Falha Crítica. Na lateral direita, uma faixa vertical com o logo do podcast e, embaixo o número do episódio: 246. Invasão anime, Em destaque, Goku, Vegeta e Brolly de Dragon Ball
Vitrine do podcast Falha Crítica. Na lateral direita, uma faixa vertical com o logo do podcast e, embaixo o número do episódio: 246. Invasão anime, Em destaque, Goku, Vegeta e Brolly de Dragon Ball

Estamos invadindo mais um FC pra falar sobre o mais novo filme da saga de Dragon Ball Super!!! Sim meus pequenos Sayajins, hoje, Edu e Rick se juntam pra falar de Dragon Ball Super: Broly, então se preparem pra… bem… algo um pouco inesperado… mas divertido!!!

E lembrando que pro próxima Invasão falaremos de “Mob Psycho 100” indicação do Rick e mantemos no final da temporada Neon Genesis Evangelion!!!

Oi pessoal aqui quem escreve é o Edu! Tudo bem? Eu to escrevendo esse texto para justificar a ausência e certas mudanças no calendário do Invasão Anime! Bom, primeiro gostaria de pedir mil desculpas pra vocês ouvintes do Falha Critica, a desaparecida no final do ano passado foi culpa minha, eu não estava bem, e não tinha condições emocionais de gravar nada(tanto que sumi do Covil de Livros pra quem escuta a gente por lá, isso serve como explicação extra) muito menos, assistir animes, ver filmes ou ler livros, isso causou um grande problema aqui no invasão pois os convidados não receberam a noticia, e não gravamos com eles, e, o anime do final do ano Neon Genesis Evangelion, não teve o episódio dedicado a ele como prometido, por isso, pra manter essa promessa, trouxemos ele pra essa terceira temporada, espero de coração que entendam e nos perdoem e não deixem de ouvir esse podcast que amamos tanto fazer, bom é isso, eu fico aqui com as explicações e até o próximo episódio!!!

E não esqueçam que daqui quinze dias sai o novo episódio do Falha Critica normal sem invasão falando de cultura pop!!!

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Entrevista com o Vampiro – Anne Rice

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Recorte da capa do livro, em um fundo quase todo escuro parte do braço de uma pessoa de pele clara usando roupas levemente brilhante e avermelhada. Em primeiro plano, o texto:
Recorte da capa do livro, em um fundo quase todo escuro parte do braço de uma pessoa de pele clara usando roupas levemente brilhante e avermelhada. Em primeiro plano, o texto: "As Crônicas Vampirescas", na linha de baixo, em amarelo: "Anne Rice", e por fim, o título: "Entrevista com o Vampiro"

Entrevista com o Vampiro é, talvez, junto ao Drácula, uma das maiores ficções sobre vampiros já escritas. Não somente por toda a construção narrativa e de universo, mas por tudo que causou após sua publicação. As influências de Entrevista com o Vampiro desde que foi publicado é imensa, e pode-se dizer que ela alterou, de certo modo, a forma como os vampiros passaram a ser vistos, principalmente após o filme.

Um vampiro entra num bar e…

O livro conta a história de Louis, um vampiro que já viveu alguns séculos e, certo dia, encontra um jornalista em um bar. Poderia ser o começo de alguma piada ruim, mas é assim mesmo que Anne Rice começa a narrativa sobre a jornada de um vampiro, desde o momento em que foi transformado, passando por toda a sua desgraça e descrença com a humanidade, até o momento em que se cansou tanto que quer revelar seu segredo para alguém, quer conversar, quer expor o que é, como chegou até ali. A personalidade de Louis é um ponto interessante de ser observado, e algo que várias outras produções procurariam inspiração nos anos seguintes. Louis é melancólico, triste, ser vampiro para ele é um fardo maior que para os outros vampiros que conhece. Ele ama a cultura, seus livros, o teatro. De alguma forma, ele acaba se ligando ao mundo que deixou pra trás procurando coisas ao que se apegar. Evita, ao máximo, se alimentar de humanos, e prefere se alimentar dos animais. Louis não é, de forma alguma, o vampiro assassino e sanguinário que costumava fazer parte do imaginário.

Louis passou por muita coisa em sua (semi) vida de vampiro. Quem o transformou foi Lestat, talvez o maior personagem de Anne Rice.  A autora é realmente apegada ao personagem, visto que muitos dos livros seguintes contam com (pelo menos) a menção ao vampiro . Quase como um Lestatverse, onde ele já aprontou de tudo.

“Família” pouco convencional

E, sobre aprontar de tudo, em Entrevista com o Vampiro temos um pequeno vislumbre dessa personalidade problemática de Lestat. Louis passa uma boa parte do livro falando ao jornalista das atitudes impensadas e terríveis daquele que o transformou. Lestat, ao contrário do Louis, está muito mais próximo ao vampiro sem coração de que estamos acostumados. Ele realmente não se importa com matar humanos, as vezes até torturando suas presas ao máximo antes de se alimentar delas. Inclusive, Lestat não se importa quem são suas vítimas, se vão suspeitar de algo, se algo vai dar errado. Tudo que ele quer, quando encontra Louis, é poder manter uma vida que lhe garanta certas facilidades: Louis é dono de terras, tem dinheiro, e Lestat precisa de um local para manter seu pai a salvo, um senhor já cego e com a idade avançada (no livro, no filme não há menção ao pai de Lestat, e tudo que ele procura em Louis é seu dinheiro e sua fazenda).

Após um ataque mal sucedido de Lestat na fazenda, chamando a atenção dos escravos, que perceberam que algo errado acontecia na casa, Louis e Lestat se mudam para a cidade. Vão para Nova Orleans e, após um tempo, acabam transformando uma garotinha chamada Claudia para ser vampira também. Claudia logo encontra uma figura fraterna em Louis e Lestat, mas conforme cresce percebe que nunca será uma mulher completa, permanecendo com o corpo de criança, e isso gera um grande conflito, principalmente entre Lestat e Claudia. Claudia desenvolve uma personalidade difícil, e não gosta que mandem nela, fazendo com que Claudia logo se rebele contra Lestat e faça um plano para matá-lo. Ao fazer isso, foge com Louis para a Europa.

Claudia é uma criança em sua aparência, mas viveu muitos anos como vampira. Apesar de sua amizade com Louis, pensando nele como uma figura familiar, sua personalidade se afasta bastante da do vampiro mais velho.

Outros como Eu

Ao irem para a Europa, Louis realiza algo que queria a muito tempo: conhecer outros vampiros, que não fossem o Lestat, saber que existem outros como eles. Porém algo ameaça a tranquilidade dos dois, quando descobrem que Claudia e Louis assassinaram outro vampiro, uma das grandes regras dos vampiros, além do grande problema de Claudia ser uma vampira criança.

Claudia acaba morta pelos companheiros vampiros em Paris, e Louis se vinga de todos eles. Armand, um dos vampiros que Louis conheceu em seu tempo na cidade, acaba se tornando companheiro de Louis. Ambos voltam para os Estados Unidos, mas algo foi perdido em Louis após a morte de Claudia.

Louis se tornou um vampiro taciturno e quieto após a morte de Claudia. Perdeu o gosto pela vida. Apesar de perceber que a criança já era um problema, que estava se tornando um monstro (e não só poder ser um vampiro, mas por perder aqueles resquícios de humanidade que eram tão importantes para ele), Louis acabou ficando ressentido. Armand, ao notar, percebe que não pode continuar com ele.

Louis, ao final de sua narrativa, se reencontra com seu antigo amigo Lestat, que sobreviveu e ainda vive na cidade, meio decadente, não sendo metade do vampiro que foi um dia.

Análise e opiniões

O livro de Anne Rice dá início a um universo que passa a ser construído com calma e paciência, sobre vampiros e humanos, sobre dificuldades que seres mortais encontram ao se tornarem imortais, abandonarem um lado que estavam tão acostumados. Acordar certo dia com todos os sentidos aguçados, mas não reconhecendo o próprio espaço em que estão. Apesar de todas as questões que envolvem essa produção, a todas as críticas a alguns personagens e algumas escolhas da autora, é notável a preocupação que teve com alguns deles. Ao distanciá-los da humanidade, acabou trazendo alguns deles para mais perto ainda de sentimentos humanos muito comuns: egoísmo, raiva, ódio, tristeza, melancolia.

Louis é o retrato e o modelo de um personagem que se tornou bastante comum em narrativas de vampiros posteriores, como Only Lovers Left Alive, onde o vampiro é quieto e pensativo, filosófico, reflete sobre sua existência antes de colocá-la ao mundo.

Entrevista com o Vampiro pode ser vista como uma enorme reflexão de Louis sobre sua própria vida, sobre tudo que fez e tudo que passou, com seus comentários, percebendo que não adiantou tudo que passou, ainda é demasiadamente humano, e sente como os humanos, tanto a perda quanto a morte.


Resenha escrita por Jéssica Reinaldo (@capirojesca)

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Ficha Técnica

Entrevista com o Vampiro

Nome: Entrevista com o Vampiro
Autor: Anne Rice
Tradução: Clarice Lispector
Edição: 10ª
Editora: Rocco
Ano: 2009
Páginas: 334
ISBN: 8532501028
Sinopse:Uma história que começa com a ousadia de um jovem repórter ao entrevistar Louis de Pointe du Lac nascido em 1766 e transformado em vampiro pelo próprio Lestat figura apaixonante que terminará ao longo da série arrebatando multidões como cantor de rock.´— Quer dizer que ele sugou o seu sangue? – perguntou o rapaz.— Sim o vampiro sorriu. É assim que se faz.´Louis esse vampiro que se recusa a livrar-se das características humanas e aceitar a crueldade e a frieza que marcam os vampiros continua a contar a história desde o início:

´— Escute mantenha os olhos abertos – murmurou Lestat com os lábios encostados em meu pescoço.— Lembro-me que o movimento de seus lábios arrepiou todos os cabelos de meu corpo enviando uma corrente de sensações através de meu corpo que não me pareceu muito diferente do prazer da paixão…´É um mundo de uma fantasia impressionante um mundo gótico romântico esse criado por Anne Rice e traduzido por Clarice Lispector. O texto da autora americana não poderia ter melhor intérprete talvez mesmo cúmplice.

Covil de Livros 114 – Antologia Mitografias Vol II: Mitos de Origem

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Vitrine do podcast Covil de Livros. Na esquerda, desenho da loba capitolina com olhos flamejantes amamentando duas crianças, que se encontram num fundo oval amarelado, e cantos escuros simulando a estética de vasos antigos com rachaduras. Na lateral direita, faixa vertical escrito
Vitrine do podcast Covil de Livros. Na esquerda, desenho da loba capitolina com olhos flamejantes amamentando duas crianças, que se encontram num fundo oval amarelado, e cantos escuros simulando a estética de vasos antigos com rachaduras. Na lateral direita, faixa vertical escrito "Podcast Covil de Livros" e o número da edição: 114.

Bem-vindas, amigas, ao Covil de Livros! Hoje Basso e Edu recebem Soraya Coelho, Hamilton Kabuna e Paulo Vinícius para falar sobre “Antologia Mitografias Vol II: Mitos de Origem. A antologia foi realizada pelo site Mitografias e publicado em 2018, após uma enorme seleção em edital aberto.

Aos desavisados, o programa está recheado de SPOILERS! Caso ainda não tenha lido o livro e quer um material sem spoilers, veja nossa resenha sobre o livro. E, é claro, tem também podcast sobre o primeiro volume da Antologia, escute aqui!

Mas, se já leu a Antologia (ou não se preocupa com os spoilers), então venha ouvir a discussão sobre diversas releituras e criações de mitos de origem, desde o surgimento de mundos até músicas e cidades.

Então, pegue seu velocino de ouro (ou sua omeletes intergaláticas), crie novos universos, inaugure cidades e seja engando por muitos deuses. Como o mestre Gaiman já disse uma vez, se alguém algum dia acredito em algo, esse algo existe.

Atenção!

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CG Especial: GoT S08 E02 – A Cavaleira dos Sete Reinos

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Uma grande batalha se aproxima! Quase todos os homens e mulheres (e A Cavaleira dos Sete Reinos) importantes de Westeros se reúnem em Winterfell para se preparar para a maior batalha de suas vidas. No dia anterior à chegada do Rei da Noite, as pessoas se conversam e relembram suas alianças e rixas passadas. O clima é de camaradagem e um último suspiro do que está por vir…

Esse podcast segue um esquema diferente dos demais da nossa casa: não tem edição. A conversa é lançada no Feed como ela foi gravada. Isso porque vamos lançar o episódio no dia seguinte a exibição do episódio do GoT. Sim, isso mesmo! O episódio de GoT vai ao ar no domingo à noite e na segunda à noite pinga o CovilGeek Especial no seu Feed.

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A Vida Compartilhada em uma Admirável Órbita Fechada – Becky Chambers

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Recorte da capa do livro. Silhueta escura de duas pessoas no topo de um terreno não identificavel. No fundo um céu estrelado, sua cor é preta no lado esquerdo indo para o vermelho no lado direito. As estrelas deixam um rastro branco simulando a passagem de tempo e rotação. No canto superior direito existe uma luz forte no céu. No centro o nome da autora: Becky Chambers, e o título:
Recorte da capa do livro. Silhueta escura de duas pessoas no topo de um terreno não identificavel. No fundo um céu estrelado, sua cor é preta no lado esquerdo indo para o vermelho no lado direito. As estrelas deixam um rastro branco simulando a passagem de tempo e rotação. No canto superior direito existe uma luz forte no céu. No centro o nome da autora: Becky Chambers, e o título: "a vida compartilhada em uma admirável órbita fechada"

Os acontecimentos finais de A longa viagem a um pequeno planeta hostil apresentam um desfecho sensacional, que levaram a autora a escrever uma continuação direta para o romance, denominado: A Vida Compartilhada em uma Admirável Órbita Fechada . Dessa vez tendo como protagonistas centrais três dos tripulantes mais queridos da Nave Andarilha: a engenheira Sálvia, seu companheiro Azul e a inteligência artificial Lovelance, que agora habita um “kit” que emula um corpo humano feminino.

Em A Vida Compartilhada em uma Admirável Órbita Fechada vamos acompanhar a jornada de aceitação de Lovelance, que passa a se chamar Sidra, e agora vive limitada a um corpo humanoide. Em sua nova condição existencial, Sidra precisa aprender a lidar com dilemas existenciais típicos da nossa espécie, além da sua condição única. Ao longo dessa jornada ela vai poder contar com o apoio absoluto de Sálvia e Azul, além de improváveis amizades feitas ao longo do caminho.

Uma admirável órbita fechada

O enredo tem um desenvolvimento delicioso. Em capítulos focados ora em Sidra, ora em Sálvia, o leitor vai perceber que entre eles há mais coisas em comum do que se poderia imaginar. Se você não teve a oportunidade de ler A longa viagem a um pequeno planeta hostil (LEIA), Sálvia e Azul escaparam de um dos planetas que existem à margem da Comunidade Galáctica, Aganom.

Isolado da Comunidade Galáctica, geravam a própria população (humana) em câmaras gestacionais, onde os genes eram modificados de maneira radical, baseando o seu genótipo em cálculos sobre o que deveria ser a sociedade quando alcançasse a maturidade. As modificações incluíam melhorias físicas, intelectuais e habilidades sociais, ou o que fosse necessário para os empregos que as pessoas estivessem “destinadas” a ocupar.

Porém, em meio a essas modificações genéticas, com o objetivo de ocupar posições que eles consideravam de menor importância, foram criadas pessoas com apenas duas modificações: calvície e infertilidade. Sálvia e Azul pertenciam a esse grupo.

Uma vida artificial

Nesse livro, os primeiros anos da vida de Sálvia se confundem com a nova existência de Sidra. Para Sálvia, na época conhecida como “Jane 23” e seu grupo de irmãs, as “Janes”, não existia absolutamente nada além da fábrica e sua função de desmontar e reciclar os objetos descartados pelos privilegiados de Aganom. Elas eram “cuidadas” por robôs (mães).

Até que um acidente destrói uma das paredes, matando diversas “Janes”, e é então a pequena “Jane 23” percebe que existe um mundo aparentemente infinito do lado de fora. Movida por uma curiosidade irresistível ela consegue escapar. Em meio a exploração do que parece ser uma imensidão de sucatas, “Jane 23” encontra os restos de uma nave parcialmente funcional, e é acolhida pela inteligência artificial que passa a chamar de “Coruja”, que a guia em uma missão que poderá durar anos, consertar a nave e fugir de Aganom.

Início brilhante

Becky Chambers já chegou deixando sua marca em meio aos apaixonados pela boa literatura de ficção científica. O seu livro de estréia (A longa viagem a um pequeno planeta hostil) foi publicado em 2014 no EUA (e em 2017 numa excelente edição pela Dark Side), tornando-se um enorme sucesso, que agradou tanto aos leitores comuns quanto à crítica especializada. Não por acaso recebeu diversas indicações as principais premiações do meio, a exemplo do Arthur C. Clarck Award e o Hugo Award.

Em A Vida Compartilhada em uma Admirável Órbita Fechada, a autora consegue ir além do senso comum, não só trazendo uma história deliciosamente imaginativa com tecnologias incríveis, raças e planetas diversos, como também abordando temas relevantes, estabelecendo pontos de reflexão para os parâmetros que norteiam a sociedade moderna.

Talvez a maior qualidade demonstrada pela escritora tenha sido a capacidade de abordar com incrível suavidade e delicadeza temas espinhosos, que são um reflexo de tabus no meio em que vivemos. E isso é feito com tanta habilidade que a sensação que temos ao longo da leitura é de uma completa imersão nos dilemas que giram em torno dos personagens da história.

Mesmo após a leitura, os questionamentos levantados não nos abandonarão facilmente. A autora consegue despertar emoções diversas no leitor, forçando-o a olhar por intermédio de outros olhos, quase sempre despertando um sentimento de empatia e aceitação.

Acompanhar a jornada de autoconhecimento da nova existência de Sidra, além da evolução da sua relação de amizade e respeito com Sálvia em meio a um futuro fantástico é incrivelmente prazeroso. Definitivamente é uma experiência de literatura que transcende o gênero, altamente indicada para todos os aficionados por ficção científica.

4 SELOS CABULOSOS

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Ficha Técnica

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Nome: A Vida Compartilhada em uma Admirável Órbita Fechada
Autor: Becky Chambers
Editora: Dark Side
Edição: 1°
Ano: 2018
Numero de Páginas: 320
ISBN: 9788594541215
Sinopse: Lovelace já foi a Inteligência Artificial responsável pelo funcionamento da nave espacial Andarilha no passado. Após uma reinicialização completa, ela acorda em um novo corpo e sem nenhuma memória do que veio antes. Enquanto descobre sua essência e aprende a se virar em um universo repleto de artimanhas e novidades, ela faz amizade com Sálvia uma engenheira empolgada com os desafios que se colocam à sua frente. Juntas, Sálvia e Lovelace vão descobrir que não importa qual seja o tamanho do espaço, duas pessoas podem preenchê-lo.

A Vida Compartilhada em Uma Admirável Órbita Fechada é uma sequência independente do aclamado romance de estreia de Becky Chambers, A Longa Viagem a Um Pequeno Planeta Hostil. Com a criatividade e visão inovadora já conhecida entre seus leitores, a autora fala sobre amizade, humanidade, força feminina e também debate as teorias e limites do que é possível realizar com a Inteligência Artificial. Tudo com o apuro exigido pelos fãs de ficção científica, que agora encontram uma nova casa na linha DarkLove, da DarkSide® Books.

Moby Dick – Christophe Chabouté

Recorte da capa. Em primeiro plano, no centro um quadrado vazado com borda, dentro está escrito
Recorte da capa. Em primeiro plano, no centro um quadrado vazado com borda, dentro está escrito "Herman Melville's Moby Dick", tudo em amarelo. No fundo, desenho quase irreconhecivel de uma parte da baleia, em tons de cinza escuro para o preto.

Moby Dick sempre me assustou. Era só eu ficar animado para ler que já ouvia: “Muito denso!” “Cheio de detalhes”. “Não é um livro fácil”. “Você vai demorar para ler”. “É uma obra que combina com a sua época, não com hoje em dia”.

Hoje em dia é possível encontrar alguém que nunca tenha ido ao mar?
E é possível se deparar com alguém que não conhece Moby Dick?

Namorei por muito tempo aquela edição definitiva da Cosac&Naify. Namorei, me apaixonei, só que a leitura não aconteceu. Pois é, será que o navio simplesmente passou?
Um tempo atrás, um grande amigo me emprestou a HQ Moby Dick, do grande artista Chabouté publicada pelo Pipoca e Nanquim. Leio quadrinhos e mangás, mas nunca pesquisei essa arte a fundo. Entretanto, ao virar da última página da HQ em questão, constatei: Chabouté sabe usufruir ao máximo da mídia quadrinho.

Um quadro vale mais que mil palavras

É apresentado como protagonista Ismael. E no traço, principalmente os que desenham os seus olhos, é possível ver uma tentativa do garoto esconder o seu medo em relação ao que pode acontecer em uma embarcação cujo o objetivo é perseguir a Baleia Branca. Aproveito para dizer que toda a trama não está fundamentada na “aventura” de perseguir a baleia e sim na obsessão do capitão Ahab. No prosseguir da obra, vemos a loucura do capitão aumentar. Ela evolui, cresce e você não consegue imaginar qual será o seu próximo ato para demonstrar o seu ódio pela baleia ou a sua vontade de caçá-la.

Não conhecemos a fundo todos os personagens do navio nessa adaptação. Porém, vemos o medo deles ganhando formar na arte de Chabouté. Até mesmo no contraído Ismael vemos evolução. Antes o seu medo era caracterizado por “O que vai acontecer?”. Depois, ele pode ser resumido em “O que está acontecendo precisa parar”. Nos traços temos identidade e através deles vemos um cenário sempre desgastado, homens sérios, brutos e presos em suas próprias crenças. Fui tão impactado pelo arte sequencial, que em um momento pude sentir o movimentar do navio. E o artista só precisou de quadrinhos, um cômodo, personagens e uma lamparina para transmitir essa sensação.

Indo muito além da própria mídia

É fácil só elogiar o traço. A HQ não vive só de desenho, ela possui literatura. Vemos a literatura nos excelentes diálogos que transmitem personalidade e impacto, nas frases escolhidas a dedo em cada começo de capítulo e na narrativa, onde o autor conduz com maestria o crescer da loucura de Ahab com a sensação de proximidade com a Baleia.
Confesso que a vontade de ler a edição da Cosac & Naify retornou. Voltou porque quero ler novamente a HQ depois de viver a experiência do livro.

Se essa obra um dia cair em suas mãos, não leia com pressa e aproveite cada uma das páginas. Todos os clássicos devem ser tratados da mesma forma que Chabouté trata Moby Dick.

NOTA

5 selos cabulosos

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Ficha Técnica

Moby DickNome: Moby Dick
Autor: Christophe Chabouté
Tradução: Pedro Bouça
Edição: 1º
Editora: Pipoca & Nanquim
Ano: 2017
Páginas: 256
ISBN: 9788593695025
Sinopse: Moby Dick é um verdadeiro triunfo do premiado artista francês Christophe Chabouté, aclamada como a mais impressionante adaptação desse clássico da literatura para os quadrinhos. A epopeia do obcecado capitão Ahab em busca do cachalote branco é recontada de forma magistral pelas mãos de um mestre, que optou por conservar o texto original de Herman Melville, transformando-o numa primorosa narrativa gráfica. Prepare-se para a emocionante caçada à maior das criaturas do mar, ao lado do narrador Ismael, do misterioso aborígene Queequeg e de uma tripulação que oferece o próprio sangue para seu capitão em troca da promessa de glória e ouro, sem saber que, na verdade, o que os aguarda é a desgraça e o infortúnio!

O Rei Adulto: Oeste (Volume 1) – Hélio Jacques

No fundo tem um mapa de cor bege. No primeiro plano tem o titulo do livro
No fundo tem um mapa de cor bege. No primeiro plano tem o titulo do livro "O Rei Adulto" em vermelho, com fonte estilizada. Abaixo do titulo está sete brasões coloridos, e no centro deles o nome do autor "Helio Jaques" e Volume 1, ambos em vermelho.

Êisdur Árland, um menino que quer encontrar o seu irmão Eisdras, o qual abandonou o mundo das crianças. Saber como será essa procura, os motivos dela acontecer, os seus obstáculos que formam um universo único e todas as metáforas sobre crescimento marcam O Rei Adulto, uma obra do autor nacional Hélio Jaques.

Originalidade

Sou um fã de fantasia. Sistemas de magia, seres místicos ou mitológicos e grandes reinos me fazem voltar a ser criança. Em muitas obras, encontro cenários com elfos, trolls, dragões e missões por cavernas ocultas ou grandes guerras. E o que mais me surpreende, tornando O  Rei Adulto ser uma ótima leitura, é que Helio vai além desses trolls e elfos que são bem comuns nas obras do gênero. A ambientação é diferente e enche os olhos. É possível vê-la em nomes, na caracterização de reinos, em florestas e até mesmo em uma casa bem peculiar. Nos detalhes que formam o universo fantástico é possível ver um capricho e um esmero sem igual por parte do autor. Sim, temos uma base que conversa com a era medieval. Porém, temos outros cenários que conversam com o nosso folclore.

Personagens

E o que dizer sobre os personagens? Eles são crianças. Êisdur e seus companheiros se comportam como crianças. Há brincadeiras, inocência e um certo encantamento só visto em quem é pequeno. Não temos aquelas crianças bobas e muito menos aquelas super espertas que sabem de tudo e parecem ser apenas um alívio cômico. Essa pegada lúdica é levada para a linguagem e para a narrativa. O épico as vezes é substituído pelo brincar e isso é muito bom. E também vale a pena mencionar a forma como o autor introduziu um elemento de risco para todo o universo. Algo que funciona bem como metáfora e é uma ótima ferramenta para a criatividade.

Uma escolha que deve ser feita

Todas essas características fornecem originalidade para a obra e a transformam em algo diferente. Só que é preciso fazer uma grande ressalva. Hoje em dia, devido a enorme influencia do cinema, temos livros em que todos os acontecimentos têm como propósito fazer a narrativa avançar. Em o Rei Adulto não é bem assim. Vemos fábulas e histórias paralelas que não contribuem para a trama principal, mas que são bem escritas e possuem toda a magia da obra. Isso é um defeito? Cada um tem a sua resposta. E algo que oscila é ação. Em alguns trechos ela é mostrada pelo autor e em outros fica restrita ao contar.

Se você quer uma identidade enorme esse livro é perfeito para você. Agora, se você gosta e sempre procura o que é comum hoje em dia (algo próximo do cinema) esse livro pode gerar um pouco de frustração. Escolhi a primeira opção e não me arrependi.

Basta você escolher.

NOTA

4 selos cabulosos

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Ficha Técnica

O Rei Adulto

Nome: O Rei Adulto (Parte 1 de duas)
Autor: Helio Jaques
Edição: 1º
Editora: AZO – Agência Literária
Ano: 2016
Páginas: 387
ISBN: B01N57NVMU
Sinopse: “O Rei Adulto” é uma fábula sobre as dificuldades que envolvem a passagem da criança à vida adulta. Ambientado dentro do mundo imaginário e fantasioso das próprias crianças, o livro narra a epopéia de Êisdur Árland, um menino que decide descobrir o paradeiro de seu irmão mais velho Eisdras, o qual, tendo chegado à adolescência, abandonou o mundo das crianças. Êisdur acredita que pode localizá-lo com a ajuda do Rei Adulto, personagem lendário de seu mundo, reputado como a única pessoa a ter crescido sem deixar de ser criança.

À sua busca, gradativamente unem-se outras crianças, que são nomeadas Suprapátrias, título raro dado somente àqueles cuja missão seja considerada tão importante para o mundo infantil que seu resultado estaria acima de qualquer questão regional ou nacional. Mas sua missão não é tão simples. Problemas crônicos vêm ameaçando o mundo infantil, o qual, com o passar dos anos, vem sendo cada vez mais descaracterizado pelo advento de plantas miraculosas chamadas plantas de imaginar, que são usadas como substitutos instantâneos para a faculdade inerente às crianças: a imaginação. Êisdur e seus amigos cedo percebem que terão também que buscar uma solução para o mal das plantas de imaginar, para que ainda tenham um mundo em que viver, após estarem com o rei.

Boteco dos Versados 14 – A Jóia da Alma

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Vitrine do Podcast Boteco dos Versados, tem uma coluna vertical a esquerda com a logo do Podcast, uma caneca de Chopp brindando com um livro, no meio a logo do Leitor Cabuloso e abaixo o número do episódio, 14.
Vitrine do Podcast Boteco dos Versados, tem uma coluna vertical a esquerda com a logo do Podcast, uma caneca de Chopp brindando com um livro, no meio a logo do Leitor Cabuloso e abaixo o número do episódio, 14. Em destaque a capa do livro A Jóia da Alma, em primeiro plano um guerreiro de armadura com espada e escudo, em segundo plano uma medusa segurando uma tocha.

E aí, chefia, seja bem-vindo ao Boteco dos Versados!

Hoje, em homenagem aos vinte anos de Tormenta RPG, comemorados na última quarta(10/04/2019), falaremos do livro A Jóia da Alma da talentosíssima Karen Soarele.

Nesta obra de fantasia situada no universo de Tormenta, você vai conhecer os dramas de Christian Pride que estava tentando se aposentar da sua vida de aventureiro, quando uma série de acontecimentos o desvia de sua finalidade e o põe em uma missão épica.

Para falar sobre esse ótimo livro, O Muca e a Jéssica recebem:

O Lord Torresminho do Podcast Mileniados.

O senhor Airechu e o Julio Barcellos do Multiverso X.

Para conhecer mais sobre ou apoiar  o projeto Mesa 44 do Rapha Pinheiro clique aqui.

Gostou do nosso episódio sobre A Jóia da Alma da Karen Soarele? Acesse o site da Jambô para conteúdos tão bons quanto!

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CG Especial: GoT S08 E01 – Winterfell

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Agora começou o Jogo dos Tronos pra valer! E não poderia começar de maneira melhor, com uma volta às origens com Winterfell. Finalmente temos todos os Starks reunidos num só local e os preparativos para a guerra estão sendo realizados. Nos extremos, temos Cersei em Porto Real recebendo a Companhia Dourada e a Patrulha da Noite avistando o exército dos “Outros”. O fim está próximo…

Esse podcast segue um esquema diferente dos demais da nossa casa: não tem edição. A conversa é lançada no Feed como ela foi gravada. Isso porque vamos lançar o episódio no dia seguinte a exibição do episódio do GoT. Sim, isso mesmo! O episódio de GoT vai ao ar no domingo à noite e na segunda à noite pinga o CovilGeek Especial no seu Feed.

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Os Olhos do Dragão – Stephen King

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Recorte da capa do livro Os olhos do Dragão, em branco com letras grandes na parte superior o nome do autor
Recorte da capa do livro Os olhos do Dragão, em branco com letras grandes na parte superior o nome do autor "Stephen King" e logo abaixo em amarelo o titulo do livro "Os Olhos do Dragão"

Em  Os Olhos do Dragão, temos talvez o único livro escrito por Stephen King que se enquadra no gênero de fantasia. Escrito para sua filha Naomi (quem tinha 13 anos na época), nessa fábula conhecemos o reino de Delain, governado pelo rei viúvo Roland que vive com seus dois filhos, os príncipes Peter e Thomas.

Peter está destinado a ser rei, afinal é o filho mais velho, um ótimo garoto e já visto por muitos do reino como um futuro rei promissor. Já Thomas não é tão aplicado quanto seu irmão e sente um pouco de inveja de Peter, além de carregar nas costas o culpa por sua mãe Sasha ter morrido ao dar a luz (de uma forma muito suspeita, diga-se de passagem), o que causa certo desprezo da parte de seu pai. Mas isso não passa despercebido por Flagg, o feiticeiro do reino, que não é lá muito querido e muito menos confiável.

Flagg e seu plano 

Flagg nunca gostou da falecida rainha, pois sua bondade e boa administração conquistaram o povo de Delain, alimentando assim o ódio do mago. Ele quer dominar o reino e transformá-lo em um verdadeiro caos, mas para isso precisa eliminar o Rei Roland, o príncipe Peter e levar o pequeno, esquecido e invejoso Thomas ao trono, já que Flagg a credita que pode utilizar de suas fraquezas para chegar onde precisa.

King prova mais uma vez que sabe contar uma boa história

Com direito a príncipes, maldições e magia, Stephen King consegue mais uma vez provar que sabe contar uma boa história de tirar o fôlego. Apesar de ser um livro mais “infantil” se comparado às suas obras, Os Olhos do Dragão é dessas histórias gostosas de se ler. O narrador aqui conversa com a gente, traz aquela sensação de que uma história realmente está sendo contada, além de temos aqui a típica batalha do bem contra o mal e o destino de todo um reino se mostra nas mãos de dois jovens príncipes.

Nota

4 selos cabulosos e meio

 

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Amazon – ebook Kindle e físico

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Após a suspeita morte da rainha, Flagg ainda não se dava por satisfeito. Tinha planos de dominar Delain e, para isso, precisava afastar os que se encontravam em seu caminho. Era preciso livrar-se do tolo Roland, afastar o jovem Peter e levar ao trono o pequeno Thomas – que Flagg tinha a certeza de conseguir controlar.
Com sua fértil imaginação, King cria um encantador conto de fadas em que a coragem de um jovem príncipe é duramente testada.

Vidas Secas – Graciliano Ramos

Recorte da capa do livro, com título
Recorte da capa do livro, com título "Vidas Secas" em vermelho escuro, o nome do autor Graciliano Ramos em branco, em fundo vermelho

Este livro aborda, principalmente, como um contexto social pode influenciar (arriscaria até dizer determinar, distorcer e, aqui, mais especificamente, animalizar) as pessoas. A história desse romance é a de retirantes sertanejos migrando durante o período de seca. Apesar da aparente simplicidade, Vidas Secas, de Graciliano Ramos, é notadamente único. Por quê? Tratemos por partes.

História Plural e Cíclica

O título, por exemplo, reflete muito do que se passa durante a narrativa. O retrato de diferentes “vidas” (atente-se ao plural). Entramos, através do narrador onisciente e do uso do discurso indireto livre, na cabeça de cada uma das personagens principais. Assim, ainda que pareçam estereotipadas, a narração constrói sua singularidade, individualidade. Quanto ao “secas” refere-se não apenas à situação climática, mas também pode ser relacionada com os elementos formais do texto, como a prosa enxuta, que raramente lança mão de adjetivos ou figuras de linguagem. Essa crueza acaba até mesmo suprimindo os diálogos – artifício que se justifica pelo (não) repertório vocabular, verbal ou linguístico das personagens -, predominando assim as descrições.

Visto que tratamos do clima, nos voltemos ao espaço – o sertão nordestino – que também se constituí enquanto personagem ao longo da narrativa. Pode-se dizer isso porque o espaço não apenas influencia, mas chega a determinar as ações das personagens durante toda história. A seca é o principal conflito de Vidas Secas. Como é mais perceptível no final do livro, apesar de ser uma característica presente ao longo de toda narrativa, há uma ciclicidade de acontecimentos. Aquela não parece ser a primeira (tampouco a última) vez que aquela família vivencia a seca. Isso nos é sugerido, entre outros, pelo título do primeiro e do derradeiro capítulo. Respectivamente: “Mudança” e “Fuga”. Ambas etapas que se sucedem/antecedem. Os retirantes fogem da seca buscando a mudança durante a vida inteira. Na transição entre um capítulo e outro, através da indeterminação do tempo passado entre cada um deles, é também um sintoma desse ciclo inescapável, parece.

Agentes de seu tempo e lugar

Os personagens, como já dito, sujeitos tão comuns, tão típicos quando pensamos sua situação social – o que facilmente os tornaria estereotipados, não fosse Graciliano -, são especialmente singulares em suas dores e desejos.

As contradições entre ações e pensamentos. A forma “bruta” de agir de Fabiano (pai) em contraposição a visão terna de sua família – como, na miséria em que é jogado, consegue ainda manter a dignidade paternal. O mesmo, Sinha Vitória (mãe), que vivência essa mesma situação desesperado imposta pela seca, e, apesar da não perspectiva de mudança (para melhor), continua tendo esperanças, sonhos e desejos (ainda que muitos simples, básicos, como uma cama mais  confortável, no entanto, devemos dizer completamente autênticos, próprios).

A anteriormente citada situação de animalização imposta aos personagens, tem como uma das implicações a deficiência vocabular dessa família. Isso nos é mostrado pela quase ausência de diálogos, como dissemos; ou melhor ilustrado pela situação de desconhecimento de uma das personagens (filho de Fabiano) da palavra “inferno”, em dada medida tão comum ao linguajar sertanejo. Através desses exemplos temos uma real noção da profundidade dos problemas dessas personagens, do quanto sua situação é limite, do que os é imposto. E é quando o narrador de Graciliano retrata seus pensamentos (inclusive, ressalto, da cachorra da família Baleia) que faz essa família mexer com nossas angústias e preocupações mais profunda, especialmente para nordestinos, como eu.

O bicho humano e o humano bicho

Finalizo retomando a situação de animalização imposta aos personagens. Baleia, a cachorra da família, tem seus pensamentos expostos em uma intensidade maior do que a dos filhos de Fabiano ao longo de todo o livro, por exemplo. Assim é que o narrador reitera o quão drástica é essa situação. Os retirantes retratados nesse livro estão em pé de igualdade com uma cachorra, um animal – e não de forma depreciativa, necessariamente, afinal não há julgamentos senão acerca dessa situação. Como na cena em que Sinha Vitória beija o focinho da cadela, no início do livro, logo após ter sua vida salva por ela. Naquele momento, as duas criaturas são iguais, são apenas bichos tentando sobreviver.

E o quantas situações como essa ainda existem hoje em dia? Talvez o grande valor de Vidas Secas seja nos fazer refletir um pouco sobre o que/como não deveria ser.

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Nome: Vidas Secas

Autor: Graciliano Ramos
Edição: 120ª
Editora: Record
Ano: 2013
Páginas: 176
ISBN: 9788501114785
Sinopse: O que impulsiona os personagens é a seca, áspera e cruel, e paradoxalmente a ligação telúrica, afetiva, que expõe naqueles seres em retirada, à procura de meios de sobrevivência e um futuro. Apesar desse sentimento de transbordante solidariedade e compaixão com que a narrativa acompanha a miúda saga do vaqueiro Fabiano e sua gente, o autor contou: “Procurei auscultar a alma do ser rude e quase primitivo que mora na zona mais recuada do sertão… os meus personagens são quase selvagens… pesquisa que os escritores regionalistas não fazem e nem mesmo podem fazer …porque comumente não são familiares com o ambiente que descrevem…Fiz o livrinho sem paisagens, sem diálogos. E sem amor. A minha gente, quase muda, vive numa casa velha de fazenda. As pessoas adultas, preocupadas com o estômago, não tem tempo de abraçar-se. Até a cachorra [Baleia] é uma criatura decente, porque na vizinhança não existem galãs caninos”. VIDAS SECAS é o livro em que Graciliano, visto como antipoético e anti-sonhador por excelência, consegue atingir, com o rigor do texto que tanto prezava, um estado maior de poesia.