Vitrine do Podcast Boteco dos Versados. Na esquerda tem uma coluna com a logo do Podcast no topo, a logo do Leitor Cabuloso no centro e o número do episódio na base, 24. Em destaque um fundo amarelo com um balão de fala preto, no centro, no alto com o desenho de uma fita amarela dentro. Abaixo dele, em letras pretas grandes, as palavras Setembro Amarelo, e abaixo delas, em letras menores, a frase Falar é a Melhor Solução.
E aí, chefia, seja bem-vindo ao Boteco dos Versados!
Hoje com nossos convidados, viemos falar de um tema muito importante, aproveitando a campanha realizada no mês de Setembro. O Setembro Amarelo, mês de prevenção do suicídio e valorização da vida, mais precisamente no dia 10/09, dia mundial de prevenção do suicídio.
ATENÇÃO, CUIDADO COM OS POSSÍVEIS GATILHOS!
A nossa intenção é ajudar a diminuir o tabu que ainda envolve esse tema, ouça nosso episódio até o final, mas por favor, cuidado com os possíveis gatilhos.
E nesse episódio, tivemos a honra de receber o psicólogo do Scicast, Marcelo Rigoli, junto com ele tiramos tiramos dúvidas enviadas por vocês, ouvintes, e nossas próprias dúvidas também.
No fim, também indicamos alguns livros relativos ao tema, então não se esqueça de ouvir até o final.
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Recorte da capa do livro. Em primeiro plano o nome do autor: Robert Galbraith. Logo abaixo o título do livro, em branco: "Branco Letal". De fundo, um gramado verde, no fundo do horizonte o Palácio de Westminster. À direita da imagem, duas pessoas, sob uma iluminação esverdeada caminham em direção ao horizonte.
O prólogo de Branco Letal, quarto livro protagonizado pelo detetive Cormoran Strike, se passa imediatamente após a cena final de Vocação para o mal. Eu estava muito ansiosa para saber como a cerimônia de casamento prosseguiria após a chegada intempestiva de Strike e o modo como Robin disse “sim”. Robert Galbraith não me decepcionou e escreveu um final muito satisfatório para essa passagem da vida de Robin.
A trama de Branco letal começa um ano após os eventos de Vocação para o mal. Strike está pagando o preço da fama após ter descoberto o estripador de Shacklewell, enquanto Robin está lidando com problemas psicológicos derivados do ataque sofrido.
Aviso: esta resenha contém pequenos spoilers do livro Vocação para o mal.
O caso
Strike recebe a visita de Billy, um rapaz que aparenta estar sofrendo um surto psicótico. Billy afirma ter presenciado o assassinato de um garoto quando ele criança e pede ajuda de Strike para encontrar o corpo contudo, acaba indo embora sem dar mais informações.
Enquanto procura o rapaz para esclarecer o caso, Strike é contratado por um ministro para investigar algumas pessoas que o estão chantageando. Porém, o cliente não quer revelar o motivo chantagem, dizendo apenas que se trata de algo que não era ilegal na época em que foi feito.
Enquanto Londres se prepara para a Olimpíada de 2012, Strike e Robin começam a investigação e aos poucos vão descobrindo que o caso de chantagem e as afirmações de Billy podem ter alguma relação.
A evolução de Robin Ellacott
Eu adoro Robin Ellacott. Acompanhar a evolução desta personagem tem sido um dos melhores aspectos desta série de livros. Inicialmente contratada como secretária temporária por uma semana, agora ela é sócia na agência de detetives. Mesmo não contando com o apoio do marido ou da família para exercer um trabalho desafiador, Robin não desistiu do que ela queria, aprendeu com os erros e superou problemas passados. Adorei vê-la trabalhando disfarçada, descobrindo pistas vitais para a investigação, mesmo lidando com o casamento conturbado e crises de pânico.
Vale a pena?
Sim, vale muito a pena ler Branco Letal. Recomendo a leitura de toda a série pois a qualidade da mesma cresce a cada livro. Embora cada um deles trate de um caso fechado é gratificante acompanhar a evolução dos protagonistas, principalmente Robin, assim como do relacionamento entre os dois. Apesar da grande quantidade de páginas o enredo flui muito bem, mesclando a investigação e passagens da vida pessoal dos personagens, sem nunca apresentar trechos enfadonhos.
Nota
5 selos cabulosos
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Nome: Branco Letal Autor: Robert Galbraith (J. K. Rowling) Tradução: Ryta Vinagre Edição: 1ª Editora: Rocco Ano: 2019 Páginas: 656 ISBN: 9788532531360 Sinopse: Quando Billy, um jovem problemático, vai à agência do detetive particular Cormoran Strike procurando sua ajuda na investigação de um crime que ele pensa ter testemunhado quando criança, Strike fica profundamente aflito. Embora tenha problemas mentais evidentes e não consiga se lembrar de muitos detalhes concretos, há algo de sincero nele e na história que conta. Mas antes que Strike consiga interrogá-lo melhor, Billy foge de seu escritório em pânico.
Tentando chegar ao fundo da história de Billy, Strike e Robin Ellacott — antes sua secretária, agora uma sócia na agência — partem seguindo um rastro tortuoso que os leva pelas ruas do submundo de Londres, até um refúgio secreto dentro do Parlamento e a uma mansão bela, porém sinistra, no interior do país.
E durante esta investigação labiríntica, a própria vida de Strike não está nada fácil: graças à fama recente como detetive particular, ele não consegue mais agir nos bastidores, como antigamente. Além disso, sua relação com a antiga secretária carrega mais tensão do que no passado — Robin agora é inestimável para Strike nos negócios, mas a relação pessoal dos dois é muito mais espinhosa.
Recorte da capa do livro. Sobre um fundo esverdeado, um desenho de um homem de perfil, com barba a fazer, e uma mancha rosa que sai da altura de seu pescoço até a extremidade da capa. O desenho é em traço rosa, fino, extremamente simples e sem preenchimento, apenas o contorno. No canto inferior esquerdo, o título, em amarelo: "O filho de mil homens"
O Filho de Mil Homens é um romance escrito por Valter Hugo Mãe, premiado autor português. O livro conta a história de Crisóstomo, um pescador que não teve sucesso no amor e deseja muito um filho. Ele acaba encontrando Camilo, um rapaz órfão que perdeu recentemente o avô, com quem vivia. Em seguida, Camilo sugere que ele encontre uma esposa, para completar sua felicidade… Assim, aos poucos, o livro constrói uma teia entre personagens ímpares, todos eles enjeitados, de alguma forma, e que acabam entrelaçados numa espécie de família.
Enredo simples
A trama central da história não envolve muitas reviravoltas e é relativamente simples. O brilho do livro está em como a narração é feita, retomando as trajetórias dos personagens e fazendo com que se conectem ao longo da história.
Por isso, muitos capítulos fazem saltos para falar sobre a vida de um personagem em especial, antes que sejam retomados os acontecimentos “atuais” da história. O que dá força à narrativa é justamente a construção desses personagens.
Protagonistas humanos
A narrativa apresenta protagonistas inusitados. Os personagens são excluídos socialmente por diversos motivos, como nanismo e homossexualidade, por exemplo.
A trama apresenta o interior deles, suas angústias e desejos. Comum em todos é a vontade de pertencer a algum lugar, de ser aceito e amado.
Eles também sofrem com situações de humilhação e segregação por suas características e, por isso, passam por muitos momentos de questionamento. Porém, no final das contas, encontram uma forma de serem felizes sendo exatamente quem são.
O fato é que por terem essas características, suas emoções e inseguranças apresentadas na história (e, no caso de alguns deles, até preconceitos e desconfortos) os personagens de O Filho de Mil Homens são extremamente humanos, pessoas muito verossímeis, que parece ser possível encontrar na rua.
Linguagem poética
Não só os protagonistas são inusitados nessa obra, mas também a linguagem. Valter Hugo Mãe consegue construir um livro inteiramente poético, carregado de belas frases e o faz sem rebuscamentos: é possível compreender com alguma facilidade as metáforas e construções do texto. Ao mesmo tempo, a beleza simples e concisa da escrita deixa o leitor maravilhado.
Também chama a atenção o fato de o autor não construir diálogos, mas incorporá-los ao texto. Isso contribui para a leitura fluir mais rápido, pois parece não haver pausas entre ações, pensamentos e falas, o que compõe um ritmo único para a narrativa.
“Perguntou-lhe: que é esse ar desconfiado. O rapaz respondeu: sono. Um sono desconfiado, perguntou outra vez o pescador. Ando cá a pensar, disse o Camilo. Em quê. Nas pessoas. No que dizem. No que dizem e no que é verdade. Por vezes é diferente. Pode não ser mentira, mas apenas uma maneira diferente de acreditar” (P. 117).
Emoções que transbordam da página
Valter Hugo Mãe tem um talento absurdo para criar narrativas que fazem o leitor se colocar na pele dos personagens e não é diferente com O filho de mil homens.
A união da linguagem poética às personalidades cativantes dos protagonistas torna muito fácil criar empatia. Por isso, o leitor sente junto com os personagens.
“O Crisóstomo explicava que o amor era uma atitude. Uma predisposição natural para se ser a favor de outrem. É isso o amor. Uma predisposição natural para se favorecer alguém. Ser, sem sequer se pensar, por outra pessoa. Isso dava também para as variações estranhas do amor. O miúdo perguntava se havia quem amasse por crime, por maldade. Alguém amar por maldade, repetia. O pai achava que talvez não. A maldade tinha de ser o contrário de amar” (P. 122).
Leitura transformadora
Ler O Filho de Mil Homens é fazer uma pequena jornada emocional e reflexiva por caminhos poéticos. O livro mostra, de uma forma quase bela, as dificuldades da vida e como podemos achar caminhos para ultrapassá-las.
Não é possível sair dessa leitura sem alguma modificação – no olhar, sentir ou pensar o mundo. Então, esse é o tipo de obra que todo mundo deveria ler, principalmente nos nossos dias de tanta ignorância e mesquinharia. São livros transformadores que nos constroem enquanto seres humanos empáticos e sensíveis aos problemas dos outros. Por isso, vale a pena investir nessa leitura e se deliciar com a poesia e com essa história simples, mas repleta de significados!
Nota
5 selos cabulosos
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Título: O filho de mil homens Autor: Valter Hugo Mãe Edição: 1 Editora: Biblioteca Azul ISBN: 9788525062536 Ano: 2016 Páginas: 224 Sinopse: A edição de O filho de mil homens traz novo projeto gráfico e prefácio de Alberto Manguel. Quinto romance do escritor no Brasil, o livro reflete sobre o prazer do amor incondicional, que o ser humano parece buscar para preencher o que lhe falta.
Pescador que vive em um vilarejo litorâneo, Crisóstomo, ao chegar aos 40 anos, sofre com o fato de não ter tido um filho e sai em sua busca. Desejava um herdeiro que pudesse, além de lhe aplacar a solidão, ser testemunha do que ele próprio se tornou, com as alegrias e tristezas de sua trajetória. A todas as fantasias patriarcais contidas na obra, Mãe contrapõe, segundo Manguel no prefácio, “outra mais nobre e concretizável: a fantasia de um filho de mil seres humanos, tanto homens como mulheres. A essa definição correspondemos todos”.
Quando tinha por volta dos onze, doze anos de idade, recebi uma atividade da professora de Inglês para ler O Pequeno Príncipe (“preferencialmente em inglês” disse ela e, confesso, não sei o que ela estava pensando, pois éramos jovens de diferentes partes periféricas da cidade e que, sequer, conseguiríamos ler direito em nossa primeira língua). Bem, na época li um resumo na internet, apesar de ter impresso o livro inteiro e, de fato, como ela tinha pedido (a respeito da língua) e, anos depois, ter usado para acender uma fogueira de São João, considerando que nunca leria me Inglês na vida. A atividade foi respondida com sucesso e nunca li o livro…
Talvez, esse texto seja escrito para pagar a dívida com essa professora que não lembro do nome, nem do rosto, tampouco o que ela me ensinou naquele semestre, mas foi ela quem me fez conhecer esse livro, suas imagens (aquelas desenhadas pelo próprio autor) e, enfim, lembrar de que valia a pena o ler.
O livro
Escrito e ilustrado durante a segunda guerra mundial, O Pequeno Príncipe é um livro (supostamente) infantil considerado um dos clássicos desse sub-gênero. A história, contada a partir do olhar do narrador personagem (um homem – ou criança crescida – que se tornou piloto de aviões após sofrer uma decepção com os adultos), começa após o problema no avião e sua queda no deserto do Saara. Lá, onde tenta consertar o avião para poder voltar para casa, o narrador conhece aquele estranho garoto, curiosamente perguntador. O garoto lhe conta ser de outro planeta e, a partir daí, também conta diversos outros episódios desde de sua partida do pequenino planeta onde vivia.
É, basicamente, nos relatos desse garoto, O (tal) pequeno príncipe, em que consiste o livro. Enquanto um leitor adulto, pude perceber como esses episódios retratados pelo garoto eram críticos a certas atitudes humanas (ou, melhor, adultas). Baseado em um humor fino e sutil, que funciona, me parece, para todos os públicos, o autor constrói não apenas o característico estranhamento literário, como formulado pelos formalistas russos, que tem o tal poder de nos encantar. As diferentes visões de mundo do narrador e do garoto são contrastadas em alguns momentos, talvez para sugerir como certas coisas nos passam completamente despercebidas quando nos tornamos adultos.
O clichê clássico sobre leituras d’O pequeno príncipe é que um livros de camadas e isso é um truísmo. Mais do que isso, considerando o que argumenta Umberto Eco em Obra Aberta, o livro é poderoso enquanto obra de arte por sua polissemia, que, em diversos sentidos, o faz não só um livro profundo e atemporal, como também relevante para praticamente todos os leitores (aqui faço uma afirmação perigosa, mas vale a pena correr o risco por esse livro).
A leitura de O Pequeno Príncipe
Entre as diversas sugestões que o livro propõe, duas que me tocam profundamente (enquanto leitor e professor em formação inicial) são a capacidade de perguntar e imaginar.
A primeira é essencial para educação, pois tem o poder não apenas de te prover com respostas significativas mas também de fazer você repensar a si mesmo a partir do autoquestionamento. A segunda é essencial para o que a educação tem como objetivo (ou deveria ter, ou tem na minha opinião, ou qualquer coisa do tipo), que é a capacidade de transformação do mundo. O professor Vladimir Safatle, um articulista que costumo assistir, ouvir e ler muito, sempre fala dessa capacidade de imaginar um mundo diferente e, quem sabe, até melhor (ver aqui).
Tentando como quase sempre propor uma ponte com nossa atual realidade, O pequeno príncipe parece relevante por pôr em jogo essas duas importantíssimas (e necessárias) questões.
Quando voltaremos a perguntar? Quando relembraremos o poder de uma pergunta? Principalmente: quando nossas perguntas terão a perspicácia das perguntas da infância?
Quando voltaremos a imagina? Quando relembraremos o quão poderosa é essa faculdade tão intrinsecamente humana? Principalmente: quando iremos imaginar mundos tão diferentes quanto imaginamos na infância?
Se eu pudesse propor um exercício de imaginação aqui, começaria não respondendo essas perguntas, mas propondo que cada leitor pudesse refletir sobre essas por dez, onze segundos, que pudessem, cada um, escrever suas próprias perguntas em um pedaço de papel e lê-las sempre que possível, quem sabe não pensando em uma resposta, mas imaginando as diversas possibilidades.
Nota
5 selos cabulosos
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Editora: Zahar Edição: 1ª Tradução: André Telles & Rodrigo Lacerda Ano:2015 Páginas: 144 ISBN: 9788537814666 Sinopse: Com seu olhar sempre curioso, o Pequeno Príncipe de cachecol dourado leva o leitor a repensar as ligações entre sua infância e a vida adulta, entre o sentimento e a consciência, entre a razão e a realidade. A raposa, a rosa, os baobás, os planetas, entre outros elementos do livro, são símbolos nunca inteiramente explicados – e por isso mesmo muito fortes. Essa bela edição de luxo homenageia o aniversário de setenta anos da morte de Saint-Exupéry. Seguindo o padrão de qualidade da coleção Clássicos Zahar, traz o texto integral vertido para o português por tradutores premiados e todas as ilustrações clássicas do autor, em cores, além de cronologia de vida e obra de Saint-Exupéry e um posfácio do escritor Rodrigo Lacerda, resgatando as circunstâncias da produção do livro e analisando alguns de seus temas principais.
Jo Nesbø é um escritor e músico norueguês mundialmente conhecido pela série de thrillers policiais protagonizada pelo detetive Harry Hole. Além desta série, Nesbø escreveu outros livros na temática policial como Sangue na neve e Headhunters. O Sol da Meia-Noite se distancia bastante do padrão de livros deste autor.
Ulf trabalha como vendedor para o maior traficante de drogas de Oslo. Quando se vê precisando de muito dinheiro urgentemente, ele aceita ser promovido para cobrador/assassino. Porém, Ulf não é bom em matar, então acaba traindo seu chefe e se tornando um alvo do mesmo. Fugindo de seus assassinos, Ulf se esconde numa pequena vila no condado de Finnmark, tão próxima do pólo norte que o sol não se põe.
Apesar de estar fugindo, ele não tem muita esperança de conseguir escapar. Ao receber a ajuda de Lea e seu filho Knut, ele acaba encontrando uma razão para tentar sobreviver apesar da situação desesperadora.
Quebra de expectativas
Esse era o único livro do Nesbø que eu ainda não tinha lido, então eu tinha certa expectativa do que encontrar. Porém, o livro não foi nada do que eu esperava. Ao invés de uma narrativa frenética com muitas reviravoltas e violência, esse livro é inesperadamente introspectivo. Acompanhamos Ulf repensando todas as suas decisões de vida enquanto espera a morte que ele acha que virá logo e o vemos começar a ter esperança novamente. O protagonista está pagando o preço de suas decisões ruins, enquanto Lea sofre pelo que foi imposto a ela pela sociedade em que vive.
Avaliação
O Sol da Meia-Noite é um bom livro sobre segundas chances quando tudo parece perdido. Apesar de ser um livro lento, algumas cenas são bem marcantes. Conseguimos simpatizar com Ulf e torcer por ele. Acredito que o leitor ficará satisfeito desde que não espere um típico livro policial como o Nesbø costuma publicar.
Nota
3 selos cabulosos e meio
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Nome: O sol da meia-noite Autor: Jo Nesbø Tradução: Liliana Negrello e Christian Schwartz Edição: 1ª Editora: Record Ano: 2018 Páginas: 224 ISBN: 8501113794 Sinopse: Jon Hansen (Ulf) está com os dias contados. E precisa fugir. Ele traiu a confiança de seu ex-chefe, o traficante mais poderoso de Oslo, que quer vê-lo morto. Uma dívida de sangue depois de um trabalho malfeito, ou, mais precisamente, não feito. Agora Jon, ou melhor, Ulf precisa se esconder. E é em um pequeno condado no extremo norte da Noruega que ele encontra refúgio. Em meio à comunidade local, ele se sente relativamente seguro e incrivelmente atraído por uma viúva cujo filho conquistou seu coração. Seus improváveis aliados o abrigam em uma cabana de caça na floresta. A companhia deles desperta no fugitivo algo que ele pensava que estivesse morto havia muito tempo… mas os dias intermináveis sob o sol da meia-noite, a solidão, a paisagem plana, monótona e desoladora vão, aos poucos, levando embora o que lhe resta de sanidade. Até o dia em que recebe a temida notícia de que os homens de seu caçador estão a caminho.
Recorte da capa do livro. Em primeiro plano, no centro, em cinza e com efeito de alto relevo, o título: "Leviatã A Missão Secreta". No fundo um vermelho texturizado com alguns ornamentos abstratos em cinza, e abaixo, parte de uma engrenagem.
Darwinismo usado sem rédeas e Mechas ao melhor estilo SteamPunk em um cenário Pré-Segunda Guerra Mundial. Os dois primeiros elementos contrastam entre si; parecem água e óleo. Eles podem viver juntos sem parecer algo forçado? Scott Westerfeld com a sua obra Leviatã: A Missão Secreta, o primeiro volume de uma trilogia, mostra que darwinismo e engenharia não só podem coexistir como também são capazes de despertar uma paixão.
Um problema a ser resolvido
Como mostrar esse mundo com quimeras puxando carroças e ciclopes de metal sendo usado como tanques? Através de olhos juvenis. O leitor acompanha Alek, um príncipe de gênio forte que não conhece o mundo e precisa abandonar o seu lar. Ele tem ao seu lado Kloop (excelente representação de figura paterna). O outro núcleo é protagonizado por Sharp, uma garota apaixonado por voar, dona de uma coragem cativante. E não se trata daquela coragem cega de alguém que não teme nada. Trata-se de superar os temores. A personagem engole os seus medos, procura uma alternativa e segue em frente. Esse fator especial combinado com o contexto em que está inserida, com a personalidade mais mundana e suas realizações me fizeram torcer pela protagonista.
Natureza versus Maquinas! Para que um vencedor?
Cada um dos núcleos escolhe uma das grandes ideias. Alek é usado para demonstrar os mekanistas (máquinas gigantescas movidas a vapor) e Sharp os darwinistas (espécies animais criadas a partir de experimento genético). A escrita do autor brilha ao mostrar como máquinas e animais modificados funcionam ou vivem. Você vê paixão nas descrições de cada passo do gigante de ferro, as suas armas, as suas engrenagens e os seus inimigos com a mesma tecnologia. Essa empolgação não diminuiu ao explicar como um animal surgiu, como se alimenta e que função possui em todo um micro ecossistema.
O interessante é que o conflito dessas duas formas de conduzir uma sociedade não é só estético. As duas ideias são importantes para a narrativa, guiam a vida dos personagens e até moldam parte das suas personalidades (mekanistas mais individualista, darwinista mais coletivistas). Scott Westerfeld coloca as duas visões em conflito e nunca toma partido. Dá gosto ver como o autor ama essas ideias e de como ele entende cada parafuso ou célula do seu universo. Com o decorrer da trama imaginei até onde um lado ou outro pode ir. E confesso que uma criatura criada de maneira tão magistral e usada de um jeito bem criativo quase me fez escolher um lado.
O alternar de núcleos, o tom juvenil e o ritmo acelerado auxiliados por uma linguagem simples tornam a obra rápida. Ela entretém de modo satisfatório e é fundamental fazer umas pontuações em relação aos personagens.
Alek tem um arco que envolve sair de uma zona de proteção e ser jogado no mundo, em uma realidade que sempre foi ocultada da sua vida privilegiada. Sharp também precisar lidar com algo totalmente incomum, e, para conseguir, altera todo o seu modo de vida. Se não alterar o seu sonho deixará de ser realizado. Scott Westerfeld criou uma personagem forte, entretanto, ela já é completa. Sabe o que deseja, sabe como conseguir e parece conhecer o seu lugar no mundo. É comum eu acompanhar personagens incompletos. Vi uma personagem completa e acabei estranhando (bom estranhamento).
Um alerta precisa ser dado!
Na maior parte do livro os dois jovens estão em risco. O autor sabe inserir esse elemento de maneira orgânica, gerando preocupação e tensão. Dessa forma Leviatã: A Missão Secreta é conduzido, só que, sem sensação de perda. Em nenhum momento o leitor sente que um dos dois protagonistas perdeu algo. Temos uma perda que move a história de Alek, mas não a senti porque não há envolvimento emocional. As narrativas avançam, o sinal de alerta sempre está presente e não há nenhuma perda significativa para nenhum dos personagens. Novamente cito Alek, que tem a perda de algo simbólico em um momento de grande importância na obra. O leitor não viu um verdadeiro envolvimento ou apego a isso que foi perdido. Sendo assim, a obra perde peso. No caso de Sharp, pensei que a perda iria ocorrer, estava agarrado ao livro, mas ela não ocorre.
Risco atrás de rico sem perda torna tudo menos marcante. E, temos como cenário, um mundo pré-guerra. Ter um pouco mais de peso, de perda, de “preço da guerra” seria uma camada a mais para o livro. O autor tem amplo conhecimento sobre o assunto, sendo que, ele cita personalidades e acontecimentos históricos em sua obra. Acredito que isso possa mudar no segundo volume.
Se você embarcou nas ideias e quer ver a paixão do autor em relação a elas a obra será um grande achado. Se você quer uma aventura para se sentir bem esse livro será perfeito. Agora, se você quer algo diferente, uma obra juvenil que se arrisca em relação a personagens e resoluções esse livro não vai te satisfazer. Saber o que deseja é o primeiro passo para uma ótima leitura.
Nota
4 selos cabulosos
Garanta seu Leviatã: A Missão Secreta no link abaixo e boa leitura!
Nome: Leviatã: A Missão Secreta – Volume 1 Autor: Scott Westerfeld Tradução: André Gordirro Edição: 1º Editora: Galera Record Ano: 2012 Páginas: 368 ISBN: 9788501097583 Sinopse: Scott Westerfeld, autor da série Feios, reinventa aqui a Primeira Guerra Mundial em uma narrativa steampunk. Em lados opostos, mekanistas lutam com aparatos mecânicos movidos à combustível e darwinistas usam imensos animais geneticamente fabricados, e adaptados para a batalha. Alek Ferdinand, príncipe do império austro-húngaro, está sem saída. Perdeu seu título e o apoio do povo, restando apenas um imenso ciclope Stormwalker e um grupo leal de homens. Por outro lado, Deryn Sharp é uma jovem plebeia que se disfarça de homem para ingressar na Força Aérea Britânica. Os caminhos dela e de Alek se cruzarão de maneira inesperada, levando-os a bordo do Leviatã para uma viagem que mudará suas vidas.
Vitrine do episódio 23 do Podcast Boteco dos Versados. Na esquerda, uma coluna com a logo do do Podcast no topo, a logo do Leitor Cabuloso no centro e abaixo o número do episódio, 23. Em destaque, uma montagem com a capa do livro. Ao centro, a figura de uma mulher de cabelos esvoaçantes olhando para cima e, em seus cabelos, uma representação da galáxia. Ao lado direito dela, o texto: "Quando a escuridão encontra a pintura". E ao lado esquerdo o titulo do livro e o nome da autora.
E aí, chefia, seja bem-vindo ao Boteco dos Versados!
Hoje falaremos de um livro que nos encantou, e veja só, de romance. Sim, romance romântico mesmo, saímos da nossa zona de conforto e exploramos outros gêneros.
E qual é esse livro, você me pergunta. Bem, falaremos de Sorrisos Quebrados da Sofia Silva, escritora portuguesa que foi sucesso de vendas e é publicada aqui no Brasil pela Editora Valentina.
Sorrisos Quebrados é um romance sobre pessoas que sofreram relacionamentos abusivos no passado e hoje, de certa forma, estão “quebradas”. A Sofia toca em temas bastante tensos com uma prosa poética e muita delicadeza que tornam a experiência bem tocante.
Prepare-se para derramar lágrimas, pois nenhum dos participantes saiu ileso dessa leitura, mas todos saíram com uma ótima sensação e por isso resolvemos trazer essa obra a vocês.
Para este episódio, o Muca e a Jéssica receberam os convidados:
A propósito, se gostou do episódio, então venha falar conosco! Portanto, assine o nosso FEED e siga as redes sociais do Leitor Cabuloso para ficar sabendo de mais notícias do mundo dos leitores.
Primordialmente, não se esqueça de seguir o Boteco nas redes sociais: @botecoversados
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Recorte da capa do livro. Em um fundo azul, ilustração apenas em traço, de um castelo flutuando. Uma faixa branca da a volta em algumas torres do castelo, contém o título do livro: "Os Noivos do Inverno", e o texto: "Livro 1"
No mundo de Noivos do Inverno, há muito tempo atrás o planeta foi dividido em Arcas – estruturas que flutuam no céu e abrigam diferentes famílias. Ophélie vem da Arca de Anima, um lugar onde os objetos têm movimentos próprios ou podem ser manipulados pelos habitante da Arca. A própria Ophélie tem o poder de “ler” o passado das pessoas que tocaram um objeto quando ela própria o toca.
As Arcas são muito fechadas em si e suas famílias se casam entre elas mesmas, formando um verdadeiro clã. Ophélie já rejeitou três pretendentes de sua Arca e acaba sendo coagida a casar com um nobre da Arca Pólo, sob a pena de ser expulsa de sua família. Assim, a garota não tem muita escolha a não ser ir embora para esta nova Arca, completamente diferente de tudo que conheceu e um verdadeiro templo de ilusões.
Apesar do título, não é um romance
Ao ver essa premissa já imaginamos um livro de romance sobre um casamento de conveniência (aliás, um dos meus tropes favoritos), mas não é disso que esse livro se trata. O romance aqui é basicamente nulo e Thorn, o noivo, não tem uma participação tão grande. Mas então, do que se trata essa história?
Durante boa parte da leitura me perguntei isso. Estava amando desde o começo, mas não vislumbrava onde essa história queria chegar, então o que posso falar é que vamos acompanhar Ophélie, praticamente sozinha, na Arca Pólo, descobrindo os segredos e ilusões do local, enquanto tenta ajudar a si mesma e sua nova família. O lugar é quase uma corte de Versailles onde todos preocupam-se com o próprio prazer e ocorre um envenenamento aqui outro acolá.
Mas tudo isso é contato com uma narrativa gostosa, que prende desde a primeira página, apesar do ritmo bastante lento dos acontecimentos. É também muito divertido e engraçado, sem ter cenas de comédia explícita. São pequenas frases e situações que vão dando esse tom mais leve. Gente, eu tive uma crise de riso em determinada cena, e pior, no meio do expediente de trabalho.
A Passa-Espelhos
Gostei muito de Ophélie como protagonista, mas não sei se ela vai conquistar todo mundo. Ela me lembrou muito a Fanny de Mansfield Park da Jane Austen: quietinha, só ouvindo e julgando as tretas ao seu redor. Mas isso foi mais no início, com o passar da trama, Ophélie vai parando de esperar os acontecimentos e começa a ir atrás de respostas por ela mesma. Eu simplesmente a adorei.
Thorn, como disse antes, não está tão presente na história e ele tem todo o clichê de cara mal humorado e misterioso, mas ainda assim, foi meu personagem favorito depois da própria Ophélie. Mas os personagens secundários também se destacam e temos muitos, afinal estamos em uma Corte. Então eles trazem aquela mistura de amor e ódio, ao mesmo tempo em que são egoístas e infantis, entendemos seus motivos para agir assim.
Mas Noivos do Inverno é bom?
É fantástico! Como disse, fiquei presa desde a primeira página, apesar do ritmo mais lento. Esse é, aliás, um ponto que pode afastar alguns leitores que preferem o ritmo e a forma de narrativa da maioria dos livros a que estamos acostumados. Mas se você gosta de tramas com intrigas, uma construção de mundo complexa e uma história divertida e gostosa de acompanhar, dê uma chance.
A série A Passa-Espelhos terá quatro volumes, os dois primeiros já foram lançados no Brasil e o último está para sair na França. Sim, este é um livro francês, provavelmente um dos motivos de ser meio diferentão para o nosso gosto mais acostumado com fantasia americana e inglesa.
Nota
5 selos cabulosos
Garanta seu exemplar no link abaixo e boa leitura!
Título: Os Noivos do Inverno Autora: Christelle Dabos Tradução: Sofia Soter Editora: Morro Branco Ano: 2018 Páginas: 416 ISBN: 9788592795382 Sinopse: Vencedor do Grand Prix de l’Imaginaire.
Honesta e cabeça-dura, Ophélie não se importa com as aparências. Mas, por baixo de seus óculos de aros largos e cachecol desgastado, a garota esconde poderes únicos: ela pode ler o passado dos objetos e atravessar espelhos. A vida tranquila que leva em Anima se transforma quando Ophélie é prometida em casamento à Thorn, herdeiro de um distante e poderoso clã.
Agora, ela terá que deixar para trás tudo o que conhece e seguir seu noivo até Cidade Celeste, a capital flutuante de uma gelada arca conhecida como Polo. Ali, o perigo espreita em cada esquina, e não se pode confiar em ninguém. Sem se dar conta, Ophélie torna-se um peão em um jogo político mortal, capaz de mudar tudo para sempre.
Recorte da capa do livro. Ao fundo, algumas dunas e uma construção no estilo árabe. Em primeiro plano, o nome da autora em vermelho em letra de mão. Abaixo, o titulo do livro.
Publicado em 1964, A Paixão Segundo G.H. anuncia desde o título que se aproxima do contexto bíblico. Portanto, vai revelar algo sagrado, por meio de um Visão de algo maior, algo incompreensível aos olhos comuns. Algo como a vida cotidiana, o seu eu interior e quem realmente somos.
A Paixão Segundo G.H.
G.H. é uma mulher de valores morais fortes, porém cansada da mesmice. É assim que somos apresentados à personagem principal (e que também dá nome ao livro).
O questionamento do que ela é ou não encontra-se muito presente nas diversas comparações com lugares sagrados, como o minarete, e com citações da Bíblia, como quando ela fala que limpará a casa por 6 dias e descansará no sétimo. Isso dá à trama um ar de místico, como se G.H. a todo momento tentasse explicar a vida e suas coisas através de comparações sagradas, transformando cada momento em réplicas de acontecimentos passados.
Logo no começo somos transportados para o quarto da empregada Janair, uma mulher negra que, segundo G.H., era bela e sua beleza e presença a lembravam uma rainha africana. Ao entrar no quarto de Janair, a personagem principal encontra quase um mundo paralelo ao seu: um quarto simples e branco, que destoava completamente de sua casa delicada e minuciosamente decorada. Ela, logo ao entrar, sente que aquele cômodo não faz parte de sua casa, e isso a sufoca. O fato de não ter tido controle daquele lugar a sufoca, pois G.H. não suporta que o mundo destoe daquilo que ela acredita.
Para a sua surpresa, ela encontra em uma das paredes três figuras desenhadas: a de um homem, de uma mulher e de um cachorro, e após passar minutos analisando aquele enorme desenho feito com carvão pela antiga empregada, chega à conclusão que a mesma retratou-a ali, como um modo de expressar o quanto odiava a patroa. Um ódio, segundo ela, sendo o pior de todos: o da indiferença, como se ela desprezasse tudo o que G.H. fosse e acreditasse.
Visto isso, ela chega à conclusão de que a solução seria lavar aquele quarto de cima a baixo, incluindo a cama empoeirada e o guarda-roupa desgastado. Porém, ao abrir o guarda-roupa, ela tem uma surpresa desagradável que será crucial para o desenrolar do resto da história. Algo que, por mais banal que pareça, tem o poder de mudar o interior da personagem: uma barata.
Do inseto à reflexão
Para ela, aquela não é simplesmente uma barata: é o estopim para uma reflexão sobre o que é ser humano e qual é o nosso papel aqui. Contudo, esta parte da história só se inicia após o fatídico acontecimento: a morte da barata, e até este momento, G.H. permanece estarrecida com o desconforto que aquele cômoda causa nela.
Com isto, G.H. começa a refletir, numa sincronia que por muitas vezes nos remete à paixão de Cristo, sobre até onde iria sua humanidade e a partir de qual momento ela acabava, dando uma visão quase que sagrada aos acontecimentos de sua vida e de tudo ao seu redor. A morte da barata, portanto, se torna a chave mestra para reflexões profundas sobre o nosso papel na nossa vida e na vida de todos ao nosso redor. Inclusive o papel de G.H. na decisão de cessar a vida do inseto em questão.
Mas, qual seria o ponto crucial onde G.H. definitivamente se dá conta de que abandonou toda a sua humanidade e a construção que a fez uma mulher?
O ponto crucial vem logo após a morte do inseto. É a parte mais desesperadora e inumana da história: quando a personagem consome do interior da barata que está escorrendo pela porta do guarda-roupa.
A partir deste acontecimento, G.H. transcende, transmuta o que é ser humano e o que nos faz reais, e ela começa a se questionar sobre o que é moral e o que é estar próximo a Deus, criando um paralelo entre a sua vida e a vida daquilo que é considerado divino, enquanto ao mesmo tempo conversa com o leitor para também colocá-lo em reflexão sobre o seu papel no mundo.
Mas, afinal, o que é A Paixão Segundo G.H.?
Este livro é, acima de tudo, interpretativo. Seu significado e importância se darão unicamente através da experiência de vida do leitor. Você pode compreender tudo, parte, ou simplesmente nada, e, mesmo assim, mesmo se for nada, terá entendido aquilo que G.H. entendeu: que a vida se me é, e eu não entendo o que digo.
Sobre a autora
Clarice Lispector, nascida Chaya Pinkhasovna Lispector (Chechelnyk, 10 de dezembro de 1920 — Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1977) foi uma escritora brasileira, nascida na Ucrânia. Autora de linha introspectiva, buscava exprimir, através de seus textos, as agruras e antinomias do ser. Suas obras caracterizam-se pela exacerbação do momento interior e intensa ruptura com o enredo factual, a ponto de a própria subjetividade entrar em crise.
De origem judaica, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector, a família de Clarice sofreu perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa de 1918 a 1921. Seu nascimento ocorreu em Chechelnyk, enquanto percorriam várias aldeias da Ucrânia antes da viagem de emigração ao continente americano. Chegou no Brasil quando tinha dois anos de idade.
A família chegou a Maceió em março de 1922, sendo recebida por Zaina, irmã de Mania, e seu marido e primo José Rabin. Por iniciativa de seu pai, à exceção de Tania – irmã, todos mudaram de nome: o pai passou a se chamar Pedro; Mania, Marieta; Leia – irmã, Elisa; e Chaya, Clarice. Pedro passou a trabalhar com Rabin, já um próspero comerciante.
Clarice Lispector começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade do Recife, onde passou parte da infância. Falava vários idiomas, entre eles o francês e inglês. Cresceu ouvindo no âmbito domiciliar o idioma materno, o iídiche.
Foi hospitalizada pouco tempo depois da publicação do romance A Hora da Estrela com câncer inoperável no ovário, diagnóstico desconhecido por ela. Faleceu no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes de seu 57° aniversário. Foi sepultada no Cemitério Israelita do Caju, no Rio de Janeiro, em 11 de dezembro de 1977.
Nota
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Nome: A Paixão Segundo G.H. Autor: Clarice Lispector Editora: Rocco Ano: 2009 Páginas: 180 ISBN: 9788532508096 Sinopse: Considerado por muitos o grande livro de Clarice Lispector, A paixão segundo G.H. tem um enredo banal. Depois de despedir a empregada, uma mulher vai fazer uma faxina no quarto de serviço. Mal começa a limpeza, depara com uma barata. Tomada pelo nojo, ela esmaga o inseto contra a porta de um armário.
Depois, numa espécie bárbara de ascese, decide provar da barata morta. Ao esmagar a barata, e depois degustar seu interior branco, operou-se em G.H. uma revelação. O inseto a apanhou em meio a sua rotina “civilizada”, entre os filhos, afazeres domésticos e contas a pagar, e a lançou para fora do humano, deixando-a na borda do coração selvagem da vida. Esse desejo de encontrar o que resta do homem quando a linguagem se esgota move, desde o início, a literatura de Clarice.
Mesmo sem ser um livro de inspiração religiosa, G.H. tem, ainda, um aspecto epifânico. Ao degustar a pasta branca que escorre da barata morta, a protagonista comunga com o real e ali o divino – a força impessoal que nos move – se manifesta. E só depois desse ato, que desarruma toda a visão civilizada, G.H. pode enfim se reconstruir. O escritor argentino Ricardo Piglia disse certa vez que toda a literatura pode ser reduzida a dois gêneros fundamentais: as narrativas de amor e as narrativas de mistério.
Em G.H., essas duas claves básicas da ficção se entrelaçam. Pois é justamente a mistura letal de amor e mistério que chamamos de paixão (José Castello – jornalista, escritor e mestre em Comunicação).
Vitrine do podcast Covil de Livros. No primeiro plano, montagem com a capa dos 5 livros da saga, em colunas um do lado do outro, com o texto "Percy Jackson" no topo. Na lateral direita, faixa vertical escrito "Podcast Covil de Livros" e o número da edição: 121.
Bem-vindos, amigos, ao Covil de Livros! Hoje Basso foi chutado para o tártaro e nosso programa será comandado por Edu e Ricardo Branco do Falha Crítica! Aproveitando que o chato do nosso host não está aqui, o programa será sobre a Saga Percy Jackson!
Num programa diferente, o Covil de Livros fala sobre todos os livros da saga do Percy Jackson e os Olimpianos, trazendo as opiniões e impressões de nossos participantes. Sabemos que essa foi uma saga que conquistou milhares de fãs, por isso tratamos dela com muito carinho.
Claro, mantendo a tradição, este é um episódio cheio de SPOILERS! Recomendamos fortemente que tenha lido o livro para ouvir, pois boa parte da trama é revelada. Agora, se não liga pra isso, então pode apertar o botão do play sem medo de ser feliz!
Não seja apenas alguém que ouve o programa, comente também! Diga pra gente: o que achou da saga? A temática de mitologia grega é algo que lhe agrada (para os saudosos de cavaleiros do zodíaco)? Você acha que Percy Jackson é um substituto de Harry Potter ou isso não tem nada a ver? Viu as continuações? Gostou o prefere o inicial? Conta pra gente!
Atenção!
Para ouvir basta apertar o botão PLAY abaixo ou clique em DOWNLOAD (clique com o botão direito do mouse no link e escolha a opção Salvar Destino Como para salvar o episódio no seu pc). Obrigado por ouvir ao Covil de Livros.
Apadrinha a gente!
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Montagem com a capa do livro. Ao fundo uma imagem de uma área urbana destruida pela guerra, em vista aérea. No centro, um fundo de um céu roxo estrelado, com o título: "Matadouro" no topo, em vermelho e letras grandes, e abaixo, no mesmo aspecto a palavra "Cinco". No centro da capa, silhueta de três aviões se destacam sobre circulos brancos.
Os livros são capazes de nos impactar de maneiras diversas, nos proporcionando uma viagem que pode (em diversos aspectos) ser tanto engrandecedora quando terrivelmente devastadora, deixando cicatrizes profundas na nossa mente. As emoções proporcionadas por narrativas habilidosamente tecidas podem ser tão chocantes quanto uma interação física direta, e é essa a sensação que você vai experimentar ao ler Matadouro Cinco.
Com um estilo simples e direto, ao narrar um dos episódios mais cruéis e (até que se prove o contrário) desnecessários da Segunda Grande Guerra Mundial, Kurt Vonnegut foi capaz de enfiar uma faca no coração dos leitores, e essa é uma ferida que vai demorar a cicatrizar.
A Florença do Elba
Em meados de 1945, nos momentos finais da Segunda Guerra Mundial, Vonnegut era um soldado raso de infantaria do exército americano e, em uma das suas missões foi feito prisioneiro pelo já combalido exército alemão. Em seguida, foi conduzido ao lado de diversos outros compatriotas ao cativeiro na cidade de Dresden, na época conhecida como “A Florença do Elba”. Devido principalmente ao seu patrimônio arquitetônico histórico com diversos museus, igrejas e edificações do Período Barroco, Dresden era uma considerada um dos polos culturais da Europa, e não tinha importância militar para o exército aliado.
Pouco tempo após o seu “encarceramento” em Dresden, Vonnegut presenciou e sobreviveu a um dos ataques mais brutais da Guerra, quando entre 13 e 15 de fevereiro de 1945 a Força Aérea dos Estados Unidos e a Força Aérea Real do exército Inglês lançaram, em quatro ataques surpresas, mais de 3.900 toneladas de dispositivos incendiárias e bombas altamente explosivas na cidade alemã. A devastação causada por esse bombardeio destruiu completamente mais de 39 quilômetros quadrados do centro da cidade, matando dezenas de milhares de civis (as estimativas variam entre 25 mil e 250 mil civis mortos).
A alegoria da estupidez
Matadouro Cinco foi originalmente publicado em meados de 1969 nos EUA, projetando a carreira literária de Vonnegut em direção ao sucesso. O que vamos encontrar ao longo dessas 284 páginas é uma das alegorias mais inventivas, de certa forma esquizofrênicas e caóticas que já tive a oportunidade de ler. Trata-se essencialmente de uma narrativa em terceira pessoa, onde o autor assume um papel ativo na narrativa, aparecendo na história de maneira nada sutil.
Situações vivenciadas pelo próprio autor são mescladas com elementos fantásticos que envolvem desde abduções alienígenas e viagens interplanetárias até uma raça extraterrestre superdesenvolvida cujo o conceito de tempo e vida é diametralmente diferente do nosso. E tudo isso é contato de uma forma tão casual e despretensiosa, que em diversos momentos do livro você vai começar a confundir o que pode ser real ou inventado.
É assim mesmo
Billy Pilgrim, protagonista de Matadouro Cinco, é um homem simples que após ser abduzido pelos Traufamadoreanos vive saltando no tempo, viu desde o momento do seu nascimento até o momento da sua morte. Ele é o elemento central do enredo, sendo sua participação nada relevante no último ano da Segunda Guerra Mundial, onde é aprisionado pela reserva “improvisada” do exercito Alemão, indo parar em Dresden onde é obrigado a realizar trabalhos forçados com outros prisioneiros de guerra.
O livro segue uma sequência temporal complexa, saltado para momentos diversos da vida de Pilgrim e, dessa forma, Vonnegut segue pintando com ironia, sarcasmo e um realismo brutal os momentos que vivenciou durante o bombardeio de Dresden.
Fantasiado de ficção Científica, Matadouro Cinco é um relato visceral de um dos (muitos) momentos mais abjetos da Segunda Guerra Mundial, definitivamente uma leitura obrigatória que vai deixar uma marca permanente na sua vida.
Nota
4 selos cabulosos
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Nome: Matadouro Cinco Autor: Kurt Vannegut Editora: Intríseca Edição: 1° Ano: 2019 Numero de Páginas: 288 ISBN: 9788551004593
Sinopse: Edição comemora os 50 anos de um clássico moderno, o mais importante da obra de Kurt Vonnegut.
O humor e estilo únicos e originais de Kurt Vonnegut o fizeram um dos escritores mais importantes da literatura norte-americana. Sarcástico, ele foi capaz de escrever sobre a brutal destruição da cidade de Dresden, na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial — sem apelar para descrições sensacionalistas. Em vez disso, criou uma história imaginativa, muitas vezes engraçada e quase psicodélica, estrategicamente situada entre uma introdução e um epílogo autobiográficos.
Assim como Billy Pilgrim, o protagonista de Matadouro-Cinco, Vonnegut testemunhou como prisioneiro de guerra, em 1945, a morte de milhares de civis, a maior parte deles por queimaduras e asfixia, no bombardeio que destruiu a cidade alemã. Billy tinha sido capturado e destacado para fazer suplementos vitamínicos em um depósito de carnes subterrâneo, onde os prisioneiros se refugiaram do ataque dos Aliados. Salvo pelo trabalho, depois de ter visto toda sorte de mortes e crueldades arbitrárias e absurdas, Billy volta à vida de consumo norte-americana e relata sua pacata biografia, intercalando sua trajetória aparentemente comum com episódios fantásticos de viagens no tempo e no espaço.
Ao capturar o espírito de seu tempo e a imaginação de uma geração — afinal, o livro foi publicado originalmente em 1969, em plena guerra do Vietnã e de intensos protestos e movimentos culturais —, o livro logo virou um fenômeno e sua história e estrutura inovadoras se tornaram metáforas para uma nova era que se aproximava. Ao combinar uma escrita cotidiana, ficção científica, piadas e filosofia, o autor também falou das banalidades da cultura do consumismo, da maldade humana e da nossa capacidade de nos acostumarmos com tudo. Qualquer semelhança com a atualidade não é mera coincidência.
A IndieVisivel Press é um estudio indie nacional com um ano de existência. Em 1 ano a Indie produziu 3 artbooks, 4 revistas em quadrinhos , foram selecionados para Bienal em Curitiba, para o Anime Friends, para a fabulosa Poc Con, duas vezes para a CCXP e receberam um prêmio no Japão.
Por isso eles precisam de seu apoio. Para fazer uma parceria inédita entre um estúdio Indie nacional e uma empresa de rpg internacional acontecer. Para contar a história de um jovem que quer ajudar sua mãe solteira a pagar as contas, mas não quer desistir de seus sonhos. Para falar sobre a vida de um aspirante a rockstar e de uma analista financeira que não tem nada em comum, mas que podem dar muito certo. Para trazer o glamour de volta a Lapa pela abertura da casa noturna Calcinha da Geni e sua equipe deslumbrante de drag queens. Para visitar um mundo fantástico onde os ursos são aventureiros em busca de glória, riqueza e amor. Para ver um grupo de gatos atentados nos ensinando sobre nós mesmos.
A Indie precisa de vocês. Por que afinal…Somos IndieVisivel!
Para Toda a Eternidadeé o segundo livro de Caitlin Doughty, uma agente funerária que vem buscando mudar a forma como a morte é tratada. Neste livro, acompanhamos as viagens de Caitlin por diversos países com o objetivo de conhecer a forma como as pessoas lidam com seus mortos. Conhecemos rituais dos mais diversos, como a convivência com corpos mumificados na Indonésia até o recolhimento de fragmentos de ossos nas cremações japonesas. Por mais diferentes que sejam, percebemos que esses ritos tem em comum o benefício de facilitar o enfrentamento da morte.
Lições
“Consideramos os rituais de morte selvagens apenas quando eles não são como os nossos.”
Alguns dos rituais descritos no livro podem parecer muito bárbaros para nós. Porém, lendo os depoimentos das pessoas que os realizam, vemos como os rituais fazem sentido para eles e como ajudam a lidar com o inevitável, sendo até mesmo mais saudável do que a cultura de não conversar sobre a morte. Por exemplo, no livro conhecemos uma estadunidense descendente de mexicanos que sentia que deveria passar pelo seu luto com “dignidade”, ou seja, em silêncio, mas que encontrou conforto nos rituais mexicanos e uma forma de sentir orgulho do filho que se foi.
O papel feminino
Antes da indústria funerária se tornar um negócio muito rentável, era comum as mulheres preparem os corpos em casa. Hoje muitas empresas usam técnicas caras e desnecessárias para ter mais lucro, privando os parentes de uma experiência que poderia ajudá-los a superar a perda. Ao longo de suas viagens, Caitlin percebeu que eram as mulheres as mais ligadas aos projetos de mudança na forma de tratar os corpos, como as pesquisadoras que estudam como fazer compostagem com cadáveres.
“Os corpos das mulheres estão com frequência sob o escopo dos homens, seja nossos órgãos reprodutores, nossa sexualidade, nosso peso ou nossa forma de vestir. Existe uma liberdade encontrada na decomposição, um corpo bagunçado, caótico e descontrolado.”
Avaliação
Apesar da premissa aparentemente macabra, Para Toda a Eternidade é uma leitura muito agradável devido ao estilo descontraído de Caitlin. Além de apresentar várias culturas muito diferentes da nossa, o livro proporciona uma reflexão sobre como encarar o fim da vida.
Nota
5 selos cabulosos
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Nome: Para toda a eternidade – Conhecendo o mundo de mãos dadas com a morte Autor: Caitlin Doughty Tradução: Regiane Winarski Edição: 1ª Editora: Darkside Books Ano: 2019 Páginas: 224 ISBN: 8594541708 Sinopse: Para Toda a Eternidade é o fruto de uma jornada global para conhecer o mundo de mãos dadas com a morte. Através das palavras poderosas de Caitlin Doughty e das ilustrações deslumbrantes do artista Landis Blair, vemos como outras culturas lidam com o fim da vida enquanto entendemos a nossa relação com o assunto.
Narrando cada ritual de maneira respeitosa ao mesmo tempo em que insere contornos históricos e também pessoais ao texto, Caitlin investiga a história funerária no mundo, apresentando soluções inusitadas, e inicia a discussão: existe jeito certo de se despedir das pessoas que você ama? O que parece um tabu para nós pode ser transformador para quem fica. Acima de tudo, Para Toda a Eternidade é uma lição de empatia, acolhimento e solidariedade. Uma volta ao mundo de uma perspectiva inusitada ― mas enriquecedora na mesma medida. Temos muito a aprender com a morte.
No lado direito, uma coluna de fundo preto com o texto: Podcast Falha Critica, abaixo em fundo vermelho, o número 251, com o Seiya de pégasus encarando o Ikky de fênix rodeado pelos cavaleiros negros
Exatamente, hoje, nós invadimos o Invasão, pra falar desse novo “anime” feito pela netflix, colocando os Cavaleiros dos Zodíaco na atualidade, Edu e Rick, aproveitam esse momento pra falar sobre essa animação que tem ódio e gente de boa por todos os lados, então, se preparem pra se divertir com nossos meninos falando mais de CDZ!!!
E lembrando que pro próximo Invasão falaremos de “Barakamon” indicação do Rick e manteremos no final da temporada Neon Gênesis Evangelion!!!
Oi pessoal aqui quem escreve é o Edu! Tudo bem?
Eu to escrevendo esse texto para justificar a ausência e certas mudanças no calendário do Invasão Anime! Bom, primeiro gostaria de pedir mil desculpas pra vocês ouvintes do Falha Critica, a desaparecida no final do ano passado foi culpa minha, eu não estava bem, e não tinha condições emocionais de gravar nada (tanto que sumi do Covil de Livros pra quem escuta a gente por lá, isso serve como explicação extra) muito menos, assistir animes, ver filmes ou ler livros, isso causou um grande problema aqui no invasão pois os convidados não receberam a noticia, e não gravamos com eles, e, o anime do final do ano Neon Genesis Evangelion, não teve o episódio dedicado a ele como prometido, por isso, pra manter essa promessa, trouxemos ele pra essa terceira temporada, espero de coração que entendam e nos perdoem e não deixem de ouvir esse podcast que amamos tanto fazer, bom é isso, eu fico aqui com as explicações e até o próximo episódio!!!
E não esqueçam que daqui quinze dias sai o novo episódio do Falha Critica normal sem invasão falando de cultura pop!!!
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Todos nós gostaríamos de saber os detalhes da vida de uma celebridade, não é mesmo? Evelyn Hugo foi uma das grandes divas de Hollywood dos anos 50 e 60, fez um sucesso estrondoso por vários anos, mas já se encontra longe dos holofotes. Repentinamente, a atriz resolve romper com esse silêncio e escolhe a jornalista iniciante Monique Grant para escrever sua biografia. Finalmente o público terá acesso a detalhes sobre Os Sete Maridos de Evelyn Hugo.
Os bastidores
A vida de um ator de Hollywood é sempre cercada de glamour e luxo, correto? Mas e o que acontece quando ninguém está filmando? Evelyn compartilha sua vida com detalhes e a narrativa que ela faz a Monique é extremamente envolvente e emocionante.
Desde de sua origem pobre, filha de imigrantes cubanos em Nova York, até o sucesso mundial de seus filmes ela conta tudo, mesmo os piores lados de sua personalidade. Afinal, a atriz construiu sua carreira através de muito esforço, inteligência e bastante falta de escrúpulos.
Através das histórias de seus casamentos, acompanhamos como ela consegue manipular as pessoas próximas e o público com muita habilidade. E seus maridos, na maior parte das vezes, eram peças importantes no jogo para manter seu sucesso.
Os amores de Evelyn
Para finalmente entender quem foi Evelyn Hugo, a grande pergunta a ser respondida é: quem foi o grande amor da atriz? Quando descobrimos esse mistério muitas coisas ficam mais claras, mas ao mesmo tempo tudo fica bem mais complicado.
Em diversos momentos a atriz age impulsivamente ou executa planos de moralidade questionável em nome desse grande amor. E esse é um dos motivos que a tornam uma personagem tão fascinante. Pois, ela não esconde seus erros, porém não se arrepende deles. Essa dualidade está presente ao longo de toda a narrativa, o que nos leva do amor ao ódio com relação a Evelyn a cada capítulo.
Uma mulher ambiciosa
Um dos maiores conflitos na história é a escolha entre a vida pessoal e amorosa e a manutenção da carreira. Evelyn não esconde que é ambiciosa e que seu sonho é ser uma atriz muito bem sucedida desde de adolescente.
Quebrando os padrões para as mulheres de sua época, ela vai em busca de seu sonho e faz tudo que acha necessário para alcançá-lo. Além disso, seus sete casamentos chamam a atenção. Afinal uma mulher com tantos casamentos “que deram errado” deve ter algum problema, não é mesmo?
Ou seja, Taylor Jenkins Reid coloca ao longo do livro discussões que ainda hoje estão presentes na vida de muitas mulheres. Temas como sexualidade, prazer feminino, violência doméstica, padrão de beleza, entre outros são muito bem trabalhados por ela.
Uma história memorável
Essa é uma daquelas leituras que fica com a gente muito tempo depois do fim do livro. Sabe quando a gente se pega pensando naquele personagem frequentemente? É difícil acreditar que Evelyn não existiu de verdade.
A narrativa e a construção dos personagens, principais e secundários, é incrível e por si só sustentam todo o livro. Mas existe também um mistério a ser resolvido: o porquê Evelyn ter escolhido Monique para escrever sua biografia. Além disso, há o arco de desenvolvimento da Monique, que está passando por um divórcio. Mas sendo bem sincera, essa parte me pareceu meio apagada em vista da história da Evelyn.
É uma leitura extraordinária, um livro que a gente não quer parar de ler. Com certeza é um dos livros que já faz parte dos meus favoritos do ano, e quem sabe, da vida!
Os sete maridos de Evelyn Hugo foi enviado pela TAG Inéditos em Abril e é publicado pela Editora Paralela. Ainda não está a venda ao público geral, mas deve lançado em breve pela editora.
Nota
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Nome: Os sete maridos de Evelyn Hugo Autora: Taylor Jenkins Reid Tradução: Alexandre Boide Edição: 1ª Editora: Paralela/TAG Inéditos Ano: 2019 Páginas: 412 ISBN: 9788584391325 Sinopse: Lendária estrela de Hollywood, Evelyn Hugo sempre esteve sob os holofotes – seja estrelando uma produção vencedora do Oscar, protagonizando algum escândalo ou aparecendo com um novo marido… pela sétima vez.
Agora, prestes a completar oitenta anos e reclusa em seu apartamento no Upper East Side, a famigerada atriz decide contar a própria história – ou sua “verdadeira história” –, mas com uma condição: que Monique Grant, jornalista iniciante e até então desconhecida, seja a entrevistadora.
Ao embarcar nessa misteriosa empreitada, a jovem repórter começa a se dar conta de que nada é por acaso – e que suas trajetórias podem estar profunda e irreversivelmente conectadas. De autoria de Taylor Reid, este livro é publicação inédita no Brasil, feita pela Tag – Experiências Literárias em parceria com a Editora Paralela.
Vitrine do episódio 22 do Boteco dos Versados. Tem uma coluna na esquerda, no topo a logo do podcast, um livro brindando com uma caneca de cerveja; no centro a logo do Leitor Cabuloso; e en baixo o número do podcast, 22. Em destaque, um recorte da capa do livro Mitologia Nórdica do Neil Gaiman, o martelo de Thor, Mjolnir, está a esquerda, e no do centro para a direita o título do livro e o nome do autor.
E aí, chefia, seja bem-vindo ao Boteco dos Versados!
Hoje, O Muca e a Jéssica têm a honra de lhes apresentar Mitologia Nórdica do aclamado escritor, Neil Gaiman.
Um livro escrito por um dos maiores entusiastas da mitologia nórdica, com todo o cuidado e zelo para que toda e qualquer pessoa possa ler, independente da idade.
Em Mitologia Nórdica, Gaiman nos conta, ao seu modo, desde a criação até o Ragnarok, o fim dos tempos. Passando pelos mais fantásticos mitos, apresentando os deuses e suas facetas e feitos, sempre com a fluidez maravilhosa de sua escrita.
Por favor, acompanhe-nos nesse bate papo que ficou delicioso.
Convidados:
O Navegador da Interlúdio, O Sabichão do Pão-de-Queijo, O Ratatosk da Podosfera, Airechu, lá do Multiverso X.
Nesse episódio citamos o novo projeto do Multiverso X, As Aventuras no Multiverso, ontem foi lançado um episódio introdutório, confiram lá!
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