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Quem é Sakamoto? Eu sou Sakamoto, você sabe – Volume 1

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Pensa em um cara foda, super legal e tudo o que ele faz é incrível. Com certeza o cara que você pensou nem chega aos pés do Sakamoto. Vou tentar mostrar o porquê com essa resenha e com imagens do mangá para reforçar o que quero dizer.

Sabe aqueles animes e mangás, normalmente na categoria shoujo, onde tem um cara que é bom nos estudos, nos esportes e ainda é lindo de morrer? Que tudo o que ele faz é maravilhoso? É daí que surge o Sakamoto de “Quem é Sakamoto?”, mangá publicado no mês de fevereiro pela editora Panini. “Quem é Sakamoto?” é uma sátira com os caras perfeitos dos mangás e ele não poderia ser mais perfeito. Tudo o que ele faz é legal e isso vai desde tomar água a fugir do bullying. Pode parecer que assim Sakamoto seja um cara chato que não é nada modesto, mas muito pelo contrário, ele acaba conquistando até aqueles que de princípio não foram com a cara dele com seu jeito super legal. Até as leis da física perdem pera ele.

O mangá mostra o dia a dia de Sakamoto na escola onde em cada capítulo ele consegue ser mais legal que o anterior em umas situações completamente absurdas. E assim ele vai levando as mulheres à loucura e deixando os homens embargados!

“Quem é Sakamoto?” ou Sakamoto desu ga? fez sucesso com sua adaptação para anime com 12 episódios lançados na temporada de primavera de 2016. Pra quem já viu o anime, o mangá praticamente não traz surpresas, já que o anime foi adaptado fielmente.

Considerações Técnicas

A edição da Panini de “Quem é Sakamoto?” é no padrão simples, com papel jornal e sem páginas coloridas. A capa que trouxe algumas controversas, pois está muito poluída como você pode ver abaixo.

A capa brasileira seguiu o padrão da capa japonesa que também é bastante poluída, mesmo que normalmente as capas japonesas nos pareçam seguir um padrão, talvez pelo modo de leitura oriental.

Acredito que seja inegável que a capa poderia ser melhor: entendo o motivo da Panini de trazer a capa o mais fiel possível da original, mas o produto final não me agradou.

Considerações Finais

Quem é Sakamoto?” é o tipo de mangá ideal para você que gosta de comédias, principalmente sátiras. Vale muito a pena conhecer Sakamoto e aprender com ele a como ser um cara super legal. 😉

Nota:

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Nome: Quem é Sakamoto? Eu sou Sakamoto, você sabe, Sakamoto desu ga?, Haven’t You Heard? I’m Sakamoto, I’m Sakamoto, you know., Katahaba Hiroshi, Broad Shoulders Hiroshi, 坂本ですが?
Valor: R$ 13,90 (Total de 4 volumes)
Páginas: 172
Publicado (no Japão): 2011 ~ 2015
Autora: Nami Sano
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Sinopse: Sakamoto é um estudante colegial fora do comum que inicia um novo ano letivo em uma nova escola. Mas ninguém facilita para ele, que logo se torna alvo de bullying! Não se deixando abater, o garoto tem o seu próprio jeito de lidar com todos os problemas, às vezes de maneiras absurdas e sem nunca perder a pose!

 

Para Educar Crianças Feministas – Chimamanda Ngozi Adichie – Cia. da Letras

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Depois de “Sejamos Todos Feministas“, Chimamanda nos presenteia com Para Educar Crianças Feministas que é, na verdade, uma carta enviada para sua amiga que acabou de ter uma filha e questionou Chimamanda sobre como criá-la como feminista.

O livro é dividido em quinze dicas tanto para a criança quanto para a mãe. Chimamanda pede à sua amiga para abandonar alguns costumes de sua cultura, costumes esses que são bem parecidos com os da nossa própria cultura.

“Ensine a ela que ‘papéis de gênero’ são totalmente absurdos. Nunca lhe diga para fazer ou deixar de fazer alguma coisa ‘porque você é menina’. ‘Porque você é menina’ nunca é razão para nada. Jamais.”

Você pode estar pensando: “Mas sou mãe/pai de um menino, então esse livro não serve” e está enganado(a)! O título do livro já revela que é uma obra para criar CRIANÇAS feministas, não necessariamente uma menina. Você deve criar seu filho para que ele pense que papéis de gênero são absurdo, para fazer as tarefas domésticas juntos, independente do gênero e todas as demais dicas do pequeno manifesto. Assim como em “Sejamos Todos Feministas”, Chimamanda não restringe a luta pela equidade de direitos a um gênero somente.

Em Para Educar Crianças Feministas, Chimamanda nos lembra que uma das formas de termos um mundo melhor, começa na educação das nossas crianças. Em não propagar os nossos erros e mudar gradualmente o nosso modo de tratar não só as mulheres, mas o que é considerado diferente.

“Ensine-lhe sobre a diferença. Torne a diferença algo comum. Torne a diferença normal. Ensine-a a não atribuir valor a diferença. E isso não para ser boazinha, mas simplesmente para ser humana e prática. E, ao ensinar-lhe sobre a diferença, você a prepara para sobreviver num mundo diversificado.

Para Educar Crianças Feministas tem o total de 96 páginas e dá pra ler em uma sentada. Por isso, ele é perfeito para presentear mamães e papais que desejam uma formação igualitária dos futuros adultos.

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Nome:
 Para Educar Crianças Feministas
Autor: Chimamanda Ngozi Adiche
Edição: 1ª
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2017
Páginas: 96
Sinopse: Após o enorme sucesso de Sejamos todos feministas, Chimamanda Ngozi Adichie retoma o tema da igualdade de gêneros neste manifesto com quinze sugestões de como criar filhos dentro de uma perspectiva feminista. Escrito no formato de uma carta da autora a uma amiga que acaba de se tornar mãe de uma menina, Para educar crianças feministas traz conselhos simples e precisos de como oferecer uma formação igualitária a todas as crianças, o que se inicia pela justa distribuição de tarefas entre pais e mães. E é por isso que este breve manifesto pode ser lido igualmente por homens e mulheres, pais de meninas e meninos. Partindo de sua experiência pessoal para mostrar o longo caminho que ainda temos a percorrer, Adichie oferece uma leitura essencial para quem deseja preparar seus filhos para o mundo contemporâneo e contribuir para uma sociedade mais justa.

Mob Psycho 100

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Do mesmo autor de One Punch Man e tão sem noção quanto!

Os Meninos da Rua Paulo – Ferenc Molnár – Cia. das Letras

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Os Meninos da Rua Paulo é um clássico húngaro publicado pela primeira vez em 1907, se tornando o livro húngaro mais conhecido mundialmente. Foi publicado no Brasil pela primeira vez em 1952 e já ganhou diversas adaptações tanto no teatro como no cinema.

Escultura dos Meninos da Rua Paulo em Budapeste, de Szanyi Péter

Admito que, apesar desse repertório, não conhecia a obra de Ferenc Molnár e acredito que muita gente não conhece. Os Meninos da Rua Paulo conta a história de um bando de garotos, uma espécie de clube e sociedade secreta, que usam um local para brincar, o grund, a base dos meninos. O foco da história é uma batalha pelo grund entre os Meninos da Rua Paulo e os Camisas Vermelhas.

“Assim, decidiram a luta por motivo semelhante ao que desencadeia as guerras de verdade. Os russos precisavam de mar, por isso atacaram os japoneses. Os camisas-vermelhas precisavam de um terreno para jogar pela, e, como não havia outro jeito, iam recorrer à guerra.”

O livro resgata os dias da infância do autor que revela, não se sabe se de propósito ou não, que era parte dos Meninos da Rua Paulo. A questão de honra entre amigos e inimigos, a lealdade ao próprio bando, a relação com os adultos que praticamente viviam em outro mundo, a aventura e o amor pelo grund, pelo pedaço de terra onde todos se encontravam diariamente para brincar e participar de incríveis aventuras.

Pode parecer que esse resgate não aconteça no leitor contemporâneo, visto que a infância de hoje é muito diferente da infância do passado. Porém, no meu caso, esse resgate funcionou. Morei toda a vida em grandes centros, mas nas férias ia para casa da minha avó no interior de Minas e Os Meninos da Rua Paulo me lembrou das brincadeiras com meus primos, onde o meu grund era um pé de manga que escalávamos e usávamos como base.

Além de lembranças da infância, a leitura nos traz paixão pelos personagens, principalmente por Ernesto Nemecsek, o loirinho, único soldado em um bando de tenentes, coronéis e que se prova o mais corajoso dos meninos.

Não sei como funcionou para quem leu o livro na infância, mas ao realizar a leitura me pareceu que seria uma leitura difícil para uma criança devido a muitas palavras que não se usa normalmente e pelo próprio estilo da época. Porém essa edição da Companhia das Letras traz um relato do jornalista e escritor Michel Laub que leu o livro na infância e conheço amigos que fizeram o mesmo. Para quem se sente perdido durante a leitura com algumas palavras e até brincadeiras, a edição traz um glossário que pode ajudar bastante.

Os Meninos da Rua Paulo me trouxe nostalgia, diversão e emoção. Ele pode ser lido como metáfora para a chegada da vida adulta e a perda das coisas infantis e pode ser simplesmente para lembrar a sua infância, mesmo que um grund não tenha feito parte dela.

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Nome:
 Os Meninos da Rua Paulo
Autor: Ferenc Molnár
Edição: 1ª
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2017
Páginas: 280
Sinopse: Publicada em 1907, a história dos meninos que travam batalhas pela posse do “grund” da rua Paulo, um pedaço de terra cercado onde se brinca à vontade, é conhecida por leitores de todo o mundo. A luta pelo “grund” vai além da vontade de comandar o local: ali, infância e fantasia prevalecem sobre as imposições do mundo adulto. O espírito de aventura, amizade e heroísmo presente nesta obra é capaz de transpor qualquer barreira de tempo, espaço ou idade. Esta nova edição conta com, além dos textos presentes na anterior, uma orelha assinada por Luiz Schwarcz, um posfácio de Michel Laub e um glossário.

Wolverine: Arma X de Marc Gerasini

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Não posso fazer esta resenha sem spoilers. Para poder explorar os problemas que encontrei, necessito não apenas falar sobre o livro como também do quadrinho, sintam-se avisados…

Wolverine: Arma X é a romantização da clássica HQ homônima, escrita e desenhada por Barry Windsor-Smith, que conta a história de como Wolverine conseguiu o esqueleto de adamantium.

Após ler o livro de Guerra Civil, o qual já fiz resenha (e você pode lê-la clicando aqui), decidi que leria essas versões em formato de romance de todos os quadrinhos que eu possuía. Guerra Civil fora uma excelente leitura e atingiu minhas expectativas ao dar profundidade e, na minha humilde impressão, corpo a ideia que Mark Millar construiu na HQ. Porém, o trabalho feito por Marc Gerasini, em Arma X, está muito longe disto.

O romance tem dois graves problemas. Foram duas decisões do escritor que me fizeram desgostar de cada página que lida: a primeira diz respeito a humanização dos torturadores de Logan. Em ambas as narrativas (livro/quadrinho), Logan é sequestrado e usado como cobaia para o experimento Arma X. É desumano o que fazem com ele. Fica claro que a equipe desconhecia o fato dele ser um mutante o que acabou por ser sua benesse, mas também sua maldição, já que se por um lado, devido ao fator de cura, um dos seus principais poderes mutantes, ele consegue sobreviver, por outro conseguir se regenerar o torna praticamente o único capaz de suportar a dor que é possuir um esqueleto todo feito de adamantium.

Há uma HQ da coleção da Salvat de capa vermelha intitulada Procura-se Mística. Na qual Wolverine está caçando Mística após trair os X-Men. Uma das passagens mais interessantes deste quadrinho é quando ele acaba nos revelando quais as consequências do adamantium no seu corpo. Segundo, Logan:

“Engraçado… as pessoas pensam que, só porque tenho fator de cura, não sinto dor. […] Senti cada tiro, facada, soco e queimadura que me detonaram ao longo dos anos. Mas pior ainda é a sensação quando meu corpo começa a se remendar… quando os músculos e nervos voltam a crescer. Tu não imagina a agonia. Além da dor constante de ter um esqueleto coberto por adamantium…”

Eu também achava que o fator de cura era um alento para ele, mas através desta passagem é evidente a dor terrível que Logan teve que suportar durante a injeção do metal em seu corpo. No momento que está próximo de não suportar mais, seu fator de cura começa a agir e o faz permanecer vivo. Mesmo que durante o experimento, o MER, programa de computador controlado pela ex-cientista da NASA Carol Hines, mantivesse o cérebro dele inconsciente, a luta do corpo de Wolverine para mantê-lo vivo acaba por lhe causar mais dor ainda.

Há uma cena, que ocorre após a descoberta das garras de Wolverine, na qual por meio de um raio-x os cientistas percebem que as garras possuem alguns filamentos que provocam mais dor quando as garras são extraídas. Então, os responsáveis decidem fazer uma cirurgia para cortar estes filamentos. As mãos são abertas cirurgicamente em quanto Logan está em um estado de semi-consciência. Aqui, tem-se o seguinte diálogo:

“Deus! Ele está voltando a si! […] ele… está consciente?

Sim, doutor.

E pode sentir o que estamos fazendo?

Quase tudo. Ele está imerso em dor.”

É importante frisar que essa humanização só ocorre no livro. O autor escolheu diante de diversas possibilidades narrativas para preencher os espaços do quadrinho a humanização dos participantes do experimento X. Passar páginas e páginas lendo sobre os dramas pessoais de pessoas capazes de um ato tão desumano foi enfadonho e até certo ponto irritante.

Eu tinha uma expectativa sobre a leitura de Arma X acreditando que seria um romance onde nós mergulharíamos na mente de Logan e em toda a agonia e sofrimento que ele passara. Até mesmo, talvez, nos aprofundarmos na confusão que essa experiência traumática causara na mente dele. O autor desejou transformar uma história de terror em uma narrativa aventuresca.

E aqui exploro o segundo ponto que me desagradou nesta romantização. Durante o período de inconsciência, no qual a mente de Logan estava dominada pelo MER, Gerasini decidiu contar uma aventura em paralelo na qual Logan, agente do governo canadense, invade, no período da Guerra Fria, uma instalação coreana para resgatar algo ou alguém (não fica claro objetivo da missão dele).

Novamente temos páginas e mais páginas de uma história sem nenhuma relevância para trama (talvez a cena final seja relevante, mas é um fato tão previsível que ao chegarmos nela, talvez, outro leitor possa ter a mesma impressão que eu: “Ah… então quer dizer que me levou até aqui para mostrar isso?”). Se retirarmos essa aventura, percebe-se não fazer falta ao todo da história.

Existem pontos positivos na leitura? Claro que sim. Em uma passagem próxima do final onde é mostrado o momento no qual Logan desperta e começa a massacrar toda a equipe do laboratório, militares, faxineiros… somos mergulhados na agonia da mente dele. Percebi que o escritor tinha competência para fazer uma trama mais subjetiva, mais psicológica… Destaco também as informações que nos são passadas a respeito do próprio experimento. Informações estas, vale ressaltar, não presentes na HQ.

Outro ponto positivo é quanto a edição em si. Li em formato ebook e não tenho do que me queixar: diagramação e revisão são impecáveis. As folhas que separam os capítulos possuem, algumas, claro, uns rasgões como se garras houvessem destruído as páginas.

Avaliação:

Wolverine: Arma X é um livro que deseja transformar em aventura uma clara narrativa de terror. Faz péssimas escolhas para preencher os espaços presentes na trama do quadrinho e pouco acrescenta de informação a cerca do personagem Wolverine e do próprio experimento X. Traz profundidade onde não se faz necessário e deixa rala questões importantes levantadas na HQ. Recomendo para fãs do carcaju.

Deixo claro, sempre, que as informações expressas nesta resenha evidenciam as minhas impressões pessoais como leitor de Wolverine: Arma X. Cada leitor, a partir de sua própria leitura, deve construir a sua opinião. Caso tenha se interessa em ler, não deixe de fazê-lo por causa deste texto e adquira clicando no link abaixo.

Dados da obra

Título: Wolverine: Arma-X

Autor: Marc Gerasini

Capa comum: 352 páginas

Editora: Novo Século; Edição: 1ª (1 de julho de 2016)

Idioma: Português

Dimensões do produto: 22,8 x 16 x 2 cm

Peso do produto: 499 g

Compre: Wolverine: Arma-X de Marc Gerasini

Sinopse:

Um violento andarilho com um passado misterioso torna-se cobaia de um experimento biotecnológico ultrassecreto. Logan, ex-membro das Forças Especiais do Canadá, é capturado por um grupo de cientistas e levado a um complexo de pesquisa nas Montanhas Rochosas Canadenses. Lá, sob direção do brilhante, inescrupuloso e enigmático Professor, Logan é submetido a um agonizante processo que visa despertar seus poderes mutantes e transformá-lo em Arma X – um incessante e indestrutível gerador de caos com garras de adamantium retráteis e a habilidade de se regenerar de qualquer lesão. O Professor deseja possuir e controlar sua máquina mortífera. Para atingir seus objetivos, alia-se a cientistas brilhantes, e Dr. Abraham B. Cornelius, inovador imunologista procurado pelo assassinato de sua esposa e filho. Os três invadem e torturam a mente e o corpo de Logan. Com o ímpeto de metamorfosear homem em monstro, os cientistas subestimam a força inabalável de Logan. E os resultados podem ser catastróficos. Para todos os envolvidos, a vida torna-se mais preciosa, e a morte, iminente. Nasce um Frankenstein moderno.

Ninho do Corvo

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De onde estava, a parte alta do vale, ele vira ao longe nuvens negras se formando — sinal de que a tempestade não estava longe. Sentia no vento em seu rosto que ela trazia consigo algo mais que chuva.

O Vale de Sangue era o lugar de onde observava parte do Ninho do Corvo, suas terras. Ele não se lembrava mais o porquê daquele nome. Seu pai havia contado o motivo na sua juventude, mas agora, com a idade mais avançada, sua memória já não era tão boa. Seria, talvez, pelos canteiros de flores crista-de-galo, espalhados ao longo do terreno, vermelhas como sangue… ou talvez por alguma batalha que ocorrera lá. Mas isso já não importava; logo ele travaria sua própria batalha.

— Senhor, eles estão descendo o Vale — disse Félix, seu escudeiro. O lorde tinha grande apreço pelo escudeiro, sem saber ao certo o porquê de tanta estima. — Devem ter viajado durante a noite. Os batedores disseram que eles só chegariam amanhã.

Viu um exército se movendo em sua direção, tão grande quanto o seu. Homens bem armados, com armaduras verdes de um tom quase vivo, elmos de um dourado da cor do sol, descendo o Vale em marcha, liderados por Lorde Argos do Sol Negro, conquistador dos Pântanos de Fogo e da Torre da Neblina, e que agora mirava o seu Ninho do Corvo.

Ao lado dele vinha Ivan, um velho gigante, de uns três metros de altura, servo do lorde há vários anos, persuadido não se sabe como por ele. E um gigante, mesmo velho, é de se temer, quando se está no lado oposto ao seu em uma batalha.

— Avise a todos para se prepararem — disse Lorde Frederico do Ninho do Corvo, o Lorde de Sangue, em sua armadura vermelha, feita dessa cor para esconder seus ferimentos em batalha. Portava sua espada Sangue de Corvo, feita de ouro vermelho.

Viu algo se mover do outro lado do campo de batalha. Era uma pequena comitiva que se aproximava. Carregavam uma bandeira dourada com o sol negro no centro. Algo em torno de quinze cavaleiros. Quando se aproximaram pôde vê-los melhor. Era a guarda pessoal de Lorde Argos, que vinha escoltado no centro deles.

— Salve, Lorde de Sangue, Senhor do Ninho do Corvo! — disse um dos cavaleiros, possivelmente um jovem escudeiro recém-promovido, a julgar pelo porte físico. — Lorde Argos deseja falar com o senhor.

— Mande seu lorde sair das minhas terras e dar meia volta, ou farei minha Sangue de Corvo provar seu gosto.

— E por que eu deveria sair das terras que logo serão minhas? — perguntou uma voz vinda do meio do círculo de cavaleiros. Era o Lorde do Sol Negro, que fez seu cavalo sair do círculo de escudos que o cercavam, se pondo à frente deles. Era alto, forte e carregava um sorriso malicioso no rosto.

— Então você retornou — disse Frederico com sua voz firme. — Eu lhe disse na batalha no Riacho de Prata que, se você voltasse, eu faria você provar o aço da minha espada.

— Velho tolo! Você não aguentaria um combate singular em um torneio; o que dirá dessa batalha que está por vir. Renda-se, ou vou tomar todas suas terras, e empalá-lo com minha Espinho de Dragão, e fazer jus ao nome desse vale.

— Jamais! Não serei facilmente conquistado — respondeu Frederico.

— Veremos — respondeu Argos. Dizendo isso, deu meia volta com sua pequena comitiva e retornou para o seu exército.

Lorde Frederico deu ordens a Félix para que todos se preparassem. A batalha haveria de começar. Olhou para céu e viu as nuvens negras se posicionando sobre eles, como uma plateia ansiosa pela batalha. Elas começaram a retumbar como tambores de guerra, com fortes estrondos que faziam o chão tremer. Ou seria a marcha de ambas as tropas que causava aquele efeito?

Os homens de Lorde Frederico se posicionaram em filas de cinquenta soldados cada uma, com elmos e armaduras de um amarelo opaco, com espadas numa mão e escudos em outra, trazendo no centro a bandeira do corvo vermelho num fundo negro. Alinhados e prontos para a batalha, esperando suas ordens. Ele não tinha um discurso para dizer antes de tudo começar. Conhecia bem seus guerreiros e sabia que todos estavam dispostos a lutar por ele; que morreriam para defender aquela terra; que seriam ferozes e tenazes no campo de batalha.

— Homens, não tenham piedade deles, pois eles não terão de vocês! Tomem tudo deles, e não se entreguem sem lutar.

Então gritou:

— Ataquem, cavaleiros do Ninho do Corvo!

E tudo começou. Os exércitos chocaram-se, espadas colidiram, homens tombavam de ambos os lados, gritos de ataque e de dor se misturavam aos sons da batalha. Seus guerreiros atiravam flechas, tentavam acertar o gigante, enquanto sua infantaria atacava com força máxima. Félix, seu fiel escudeiro, estava ao seu lado atacando com uma ferocidade incrível. As espadas retumbavam umas nas outras. Num encontro de aço contra aço, ele acertou um oponente na barriga, e outro no punho, decepando a mão do adversário, fazendo-a voar pelos ares. A chuva começou a cair forte, como que para se misturar à batalha. O vento era intenso e frio; no ar, o cheiro de sangue e lama se misturavam.

Frederico atacava como um leão ataca sua presa. Queria chegar onde Lorde Argos estava, para pôr suas espadas à prova, mas ele ainda estava a uma pequena distância.

Ivan, no entanto, estava próximo a ele. Seus homens o atacavam, mas era o mesmo que atacar um paredão de pedra; não conseguiam ferir o gigante. O enorme guerreiro abriu caminho entre os corpos no chão em sua direção. Frederico sabia que não teria forças para tal adversário, mesmo estando Ivan em idade avançada.

Contudo, como que por alguma feitiçaria, quando o gigante e ele estavam frente a frente, e já se preparavam para atacar com todas as forças, ouviram um poderoso estrondo e um clarão. Quando Frederico olhou novamente viu Ivan tombando aos seus pés. E, olhando com mais atenção, viu um enorme buraco em sua cabeça, com fumaça saindo de lá. Um raio diretamente no cérebro foi o que houve. Frederico teve sorte pelo gigante não ter caído em cima de si; se estivesse um passo à frente teria sido esmagado.

Agora Lorde de Sangue se dirigia para onde estava o Lorde do Sol Negro. Dois cavaleiros bloquearam seu caminho. Ele partiu para cima deles. Com a Sangue de Corvo em sua mão, desferiu um golpe contra o primeiro, mas esse defendeu-se muito bem contra sua espada. Frederico atacou novamente e o cavaleiro bloqueou outra vez, mas dessa vez foi mais rápido e, ao sentir o bloqueio, sacou sua adaga escondida e a fez atravessar o oponente na barriga. Ele caiu de joelhos aos seus pés. Estava morto. Ao virar-se, deu de cara com a espada do segundo oponente passando rente ao seu peito, mas ele estava com uma expressão de dor e tombou para o lado. Foi quando pôde ver que Félix tinha golpeado seu adversário pelo flanco direito, salvando sua vida. Olhou ainda com mais apreço para o rapaz e disse:

— Mande o exército avançar pelos flancos.

O rapaz saiu correndo, sem questionar suas ordens.

Finalmente ele pôde encarar Lorde Argos frente a frente. Eles não disseram uma palavra; apenas se lançaram um contra o outro. O Lorde do Sol Negro era rápido e forte; seus golpes eram como um martelo de um ferreiro moldando o aço em cima de uma bigorna. Frederico, no entanto, também era um duro adversário, e atacava com fúria. Sangue de Corvo e Espinho de Dragão colidiram. Argos faz um movimento giratório, e por pouco não decepou a cabeça de Frederico, que por instinto se abaixou no momento certo. Quando se levantou, devolveu o golpe e pensou “acertei”, mas se enganou. Argos era mais rápido; conseguiu se desvencilhar do golpe e o derrubou no chão, fazendo seu tronco e, logo em seguida, sua cabeça baterem fortemente contra uma pedra.

Sentindo uma forte dor na parte de trás da cabeça, ele sabia que precisava levantar rápido, precisava revidar, mas não havia força. Tentou fazer um movimento brusco para se levantar, mas estava zonzo por causa da pancada, e caiu novamente. Sentiu uma forte dor na barriga. Não era a primeira vez que sentira aquilo. Com certeza havia quebrado uma ou duas costelas. Tentou se levantar novamente, mas as forças não vinham, seu corpo estava velho. Não poderia ser derrotado por uma pedra, não quando estava defendendo suas terras. Foi quando olhou para o lado em direção à batalha. A chuva caindo em seu rosto, o gosto de sangue na boca, e não acreditou no que via: Félix estava cercado por muitos soldados lutando e gritando. Era bravo, mas logo seria derrotado. Seus homens tombavam um a um no choque dos exércitos, como se fossem uma plantação de milho seco tombando durante uma forte da tempestade.

Tentou se levantar mais uma vez, mas foi em vão. O corpo não reagia, a pancada havia sido forte. Ele olhou para cima: a tempestade começava a diminuir para uma leve garoa. Viu as pesadas nuvens o encarando, olhando sua derrota. Ouviu passos se aproximando. Sentia que sua hora havia chegado, e que no fim os papéis se inverteriam, e seria ele a provar o aço de Lorde Argos, para depois ser empalado como prometera ferozmente a seu oponente. Fechou os olhos e aguardou o golpe final.

Mas esse golpe jamais veio. Ele apenas ouviu uma voz:

— Consegui encontrá-lo! Ele está aqui — disse uma voz. — Até que enfim o achamos! O senhor está bem? — perguntou a voz.

Frederico não respondeu. Virou-se e abriu os olhos para ver quem seria. Era um jovem que estava em pé ao seu lado, de braços fortes, e rosto familiar. Mas não o reconhecia.

— Se consigo levá-lo até a sede? Claro que consigo — dizia o jovem a uma pequena caixa mágica próxima ao seu rosto. “Será ele algum mago?”, pensava o Lorde de Sangue. Até que perguntou:

— Quem é você? Eu o conheço?

— Claro que conhece. Sou eu, Carlos! — o jovem respondeu.

— Você é algum mago? — indagou o Lorde.

— Mago? Não vovô, sou seu neto. Não se lembra? — disse Carlos.

— Neto? — Frederico perguntou confuso.

— Sim. E pelo visto o senhor esqueceu de tomar o remédio hoje de manhã, não foi? O que estava fazendo nessa tempestade?

Frederico não compreendia o que estava acontecendo, mas respondeu.

— Defendendo o Ninho do Corvo.

— Vovô, Ninho do Corvo é sua fazenda. E defendia ela de quem?

— Contra Lorde Argos — e apontou o dedo para o seu oponente, que ainda o encarava a uma pequena distância. Mas já não tinha a mesma aparência. Parecia diferente.

— Vovô, aquele é o espantalho da plantação de girassóis do vizinho. E pelo visto o senhor acabou com uma boa parte deles. Por pouco não acabou com o espantalho.

— Mas e o gigante caído…? Você pode vê-lo, não pode?

— O que vejo é aquela velha árvore de cedro, que caiu durante a tempestade. E por sinal, bem próxima ao senhor.

— Mas… e meu exército? Vários tombavam perante o inimigo…

— Exército, vovô? O que vejo tombado é nossa plantação de milho, que já está passando da hora de colher. Com esse vento forte durante a tempestade eles tombaram aos montes. Agora vamos para casa. Vovó está preocupada com o senhor.

— Não consigo levantar, estou sem forças. E acho que com uma ou duas costelas quebradas.

— Fique calmo, eu o carrego até em casa. Vovó já deve ter ligado para o médico. Ele saberá o que fazer.  

— Félix. Onde está Félix?

— Quem é Félix, vovô?

— Meu escudeiro.  

— Vovô, não tem nenhum escudeiro aqui. Quando cheguei, apenas Sam estava aqui, perto do senhor. E foi graças aos latidos dele que pude te achar.

— Sam?

— Sim, seu cachorro. Está nos acompanhando, veja!

Olhou e viu um forte cão branco, abanando o rabo, ao lado deles.

— E minha espada? Não podemos deixá-la aqui.

— A única coisa que estava com o senhor era sua bengala. E a estou levando também. Gigantes, cavaleiros, espadas e escudeiros. Parece que o senhor andou participando de uma grande batalha — disse Carlos. — Ao chegar à sede, a primeira coisa que fará será tomar seu remédio da esquizofrenia.

— Esquizofrenia — o velho repetiu, ainda perplexo, tentando entender que magia era aquela, que mudara o destino da batalha.

— Sim, vovô, esquizofrenia. Logo o senhor estará bom. Agora vamos. Sua donzela nos aguarda, cavaleiro do Ninho do Corvo — dizendo isso, Carlos sorriu, ergueu o velho nos braços, que não pesava muito, e pôs-se a caminhar em direção à sede da fazenda.



Luís Henrique da Cunha
 é um nerd assumido,  muito fã de Tolkien e apaixonado pela sua obra. Começou a escrever esse ano, e a cada dia toma mais gosto pela escrita. Seus contos são de ficção e fantasia, gêneros que aprecia.

Saiu o trailer de Star Wars: The Last Jedi!

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Antes de tudo, assista:

Há alguns meses ficamos sabendo do título do mais novo filme da saga Star Wars “The Last Jedi que estréia em dezembro deste ano e agora finalmente temos o primeiro trailer com Luke dizendo: It’s time for the Jedi… to End” (É hora dos Jedi… acabarem)

(Vou deitar aqui um pouquinho)

Star Wars: The Last Jedi tem no elenco Daisy Ridley, John Boyega, Adam Driver, Carrie Fisher, Mark Hamill, Oscar Isaac, Domhnall Gleason, Gwendoline Christie, Kelly Marie Tran, Lupita N’Yongo, Anthony Daniels e Laura Dern.

Também saiu esse cartaz maravilhoso:

O hype bateu, sim ou com certeza?

 

Jude Law é o novo Alvo Dumbledore na continuação de Animais Fantásticos e Onde Habitam

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Com estreia prevista para novembro de 2018, o segundo filme da franquia “Animais Fantásticos e Onde Habitam” já tem seu novo Alvo Dumbledore: o ator Jude Law foi o escolhido para o papel.

Jude Law começou com a sua carreira em filmes como “Círculo de Fogo” e  “Closer – Perto Demais“, se tornando mais conhecido entre os jovens por suas participações em “Sherlock Holmes” e “Rei Arthur – A Lenda da Espada“.

Da sequência de “Animais Fantásticos e Onde Habitam” já foi anunciado que se passará nos Estados Unidos, para que conheçamos a magia na América, além de envolver o período da Grande Guerra, nos mostrando o papel dos bruxos nesse episódio. Enquanto o mundo está em guerra, Dumbledore enfrenta a sua grande guerra contra uma pessoa importante do seu passado, o mago Grindewald, interpretado por Johnny Deep.

91 Days

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Se você gosta de filmes da máfia, esse é o anime!

Agora você pode vender seus livros novos e usados na Amazon!

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Sabe aqueles livros que você não pretende ler e que gostaria de vender? A Amazon pode te ajudar! A empresa lança hoje seu marketplace para a venda de livros.

Você pode pensar que isso irá prejudicar os sebos, mas muito pelo contrário: pessoas físicas e jurídicas poderão vender livros novos e usados no site da Amazon. Ou seja, o sebo poderá colocar seu estoque a venda, assim como o leitor e colecionador.

Para a Amazon o resultado promete ser satisfatório. Com alguns parceiros iniciais o site ganhou a adição de 100 mil novos títulos, sendo exemplares novos, usados, raros, esgotados, dentre outros. Para o consumidor, pouco muda. Ao comprar pelo site o comprador poderá ver se o livro é vendido pela Amazon ou por terceiros, além de poder conferir taxa de entrega e estado do livro (no caso dos livros usados).

Amei! Quero colocar meus livros a venda a-go-ra! Como funciona?

A Amazon oferece dois tipos de cadastro de vendedores: o profissional e o não profissional. Para o profissional há uma mensalidade de R$ 19,00 (isenta nos primeiros três meses) e traz alguns benefícios, como possibilidade de venda para o exterior (Estados Unidos, Canadá e México) atualização por API, criação de políticas de fretes diferenciadas por região do país, cadastro de múltiplos livros por tabela, entre outros.

Para o não profissional, não há limite de venda, mas é bom calcular para ver qual perfil se enquadra melhor baseado na quantidade que você pretende vender no site. Isso porque a cada livro vendido a Amazon cobra uma taxa de R$ 2,00 e a empresa também fica com 10% do valor da transação, incluindo o preço do produto somado ao frete. Por isso, se você pretende vender mais de 10 livros por mês (10 x R$ 2 = R$ 20, número maior do que os 19 reais da assinatura) melhor assinar o perfil profissional.

Mas e os espertinhos de plantão? Será que não vai ter calote?

Essa é uma preocupação da Amazon e a empresa vai ficar de olho nos vendedores. Os que recebem reclamações constantes e são muito mal avaliados, com vários problemas não resolvidos, serão avaliados e podem ser proibidos de vender no site.

Isso porque o comprador fica coberto pela Garantia de A a Z da Amazon, ao efetuar uma compra no marketplace, seja a Amazon ou não o vendedor em questão. Isso garante que o produto será entregue no estado de conservação cadastrado no site. Caso o vendedor não deixe o consumidor satisfeito, a Amazon entra em campo. A empresa poderá devolver o dinheiro integral do consumidor que se sentir lesado.

Já começou a fazer sua listinha do desapego?

Fonte

NewPop anuncia novel de Re:Zero e outros títulos!

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No primeiro vídeo da editora NewPop — o NewPop Now —, o diretor-presidente Junior Fonseca anunciou três novos títulos, sendo o total de três novels e um mangá. São eles:

Toradora (novel) – completa em 10 volumes

Shakugan no Shana (novel e mangá) – completa em 26 volumes

Re:Zero (novel) – atualmente com 8 volumes

Veja o vídeo com os anúncios:

E aí? Algum entra para a sua coleção?

Jantar Secreto – Raphael Montes

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“Jantar Secreto” é o novo livro do renomado autor nacional Raphael Montes. O livro é narrado por Dante, que conta todos os acontecimentos que o levaram a adentrar uma delegacia vestindo um smoking manchado de sangue.

Dante e mais três amigos de infância saem de uma cidade no interior do Paraná para estudar no Rio de Janeiro. Eles alugam um apartamento em Copacabana e vão para a capital com grandes sonhos de se tornarem alguém e serem bem sucedidos nas suas profissões, porém, como a maioria dos brasileiros, ele e seus amigos, Leitão, Miguel e Hugo se formam, mas a vida não é como eles imaginaram, a crise brasileira está cobrando o seu preço dos jovens.

Em meio a uma vida corrida à procura de um bom emprego, Dante recebe a ligação do corretor da imobiliária que diz que tem algo errado com o aluguel do apartamento. Ele não acredita que algo possa estar errado, já que a parte de cada um do valor do aluguel é sempre passada para Leitão, que sempre pagou religiosamente. Mas, para a surpresa e desespero de todos, Leitão realmente não vem fazendo o pagamento do aluguel durante seis longos meses, deixando uma dívida de mais de 25 mil reais.

Desesperados, já pensando que teriam de voltar para a terra natal e desistir do antigo sonho, Hugo aparece com uma ideia que parece milagrosa: ele diz conhecer um site — jantarsecreto.com, que inclusive é real — onde as pessoas organizam um jantar em casa e cobram um devido valor por pessoa. Como Hugo é formado em gastronomia, ele se dispõe a fazer o jantar e com os devidos cálculos fica acertado que se der tudo certo em breve eles conseguirão pagar a dívida.

Leitão fica responsável por colocar no site o convite com o cardápio para o jantar, mas ele faz algumas pequenas alterações: em vez de cobrar R$ 500,00 por pessoa como o combinado, Leitão cobra R$ 3,000,00 e o prato principal do cardápio passa a ser carne humana. Para a surpresa de todos, dez pessoas se interessam: 30 mil na conta, dívida paga. Agora os rapazes saem a procura de um corpo para servirem. Esse é o início do grupo Carne de Gaivota e o fim da vida como eles a conhecem.

Experiência de leitura

Acho que já dá pra supor que a história de jantares secretos tendo carne humana no cardápio tinha tudo pra dar errado e a cada página do livro de Raphael Montes, que tem uma escrita muito fácil e rápida, desmorona um pouco da vida dos rapazes.

Além do livro ser praticamente impossível de largar, a certeza de Raphael com os detalhes da carne humana me assustaram um pouco.  As partes do corpo humano que correspondem ao filé mignon, a picanha, o fato da carne “de gaivota” ser extremamente deliciosa que chega até a ser viciante, algo que alguém nunca esquece… Espero que tenha sido tudo suposição.

Fora a pesquisa assustadora, Raphael retrata fielmente a vida no Brasil, sem os esteriótipos que estamos acostumados e cansados. Os jovens, suas ambições, rotinas e até alguns pensamentos são comuns em muitos brasileiros. Tudo é muito real e do jeito como estamos acostumados, como por exemplo, um capítulo inteiro é uma conversa no grupo do whatsapp com direito a memes. O Brasil é retratado tão fielmente que ficamos tristes e assustados com algumas passagens que poderiam não ser ficção.

“Outro casal de gaivotas que vai curtir férias em Ilha Grande – disse entrando em nossa sala – mas esses são pretos, estão num Corsa velho e, considerando o que estavam escutando no rádio, são dois fodidos. Ninguém vai sentir falta.”

Do Raphael Montes eu só tinha lido O Vilarejo que não me chamou muita a atenção, porém com Jantar Secreto, é impossível não querer ler outras obras do autor. Uma das melhores leituras desse ano, com certeza.

Nota:

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Nome:
 Jantar Secreto
Autor: Raphael Montes
Edição: 1ª
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2016
Páginas: 360
Sinopse: Um grupo de jovens deixa uma pequena cidade no Paraná para viver no Rio de Janeiro. Eles alugam um apartamento em Copacabana e fazem o possível para pagar a faculdade e manter vivos seus sonhos de sucesso na capital fluminense. Mas o dinheiro está curto e o aluguel está vencido. Para sair do buraco e manter o apartamento, os amigos adotam uma estratégia heterodoxa: arrecadar fundos por meio de jantares secretos, divulgados pela internet para uma clientela exclusiva da elite carioca. No cardápio: carne humana. A partir daí, eles se envolvem numa espiral de crimes, descobrem uma rede de contrabando de corpos, matadouros clandestinos, grã-finos excêntricos e levam ao limite uma índole perversa que jamais imaginaram existir em cada um deles.

Guanabara Real – A Alcova da Morte | Enéias Tavares, Nikelen Witter e A. Z. Cordenonsi

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Biblioteca Cabulosa, 31 de março de 2017 – Edição Extra

EXTRA! EXTRA! COQUETEL DE INAUGURAÇÃO ACABA EM SANGUE NO CORCOVADO!

Os convidados da festa buscavam uma noite tranquila, mas o crime não dá trégua na “Cidade Maravilhosa”

Rio de Janeiro. No último dia 15 de julho de 1892, todos voltavam seus olhos para o alto do Rio de Janeiro: era chegada a tão esperada festa de inauguração do monumento do Barão do Desterro. A noite planejada para ser inesquecível cumpriu seu papel, mas por motivos alheios aos dos seus organizadores; além do júbilo e euforia, o mistério e violência presentes naquela noite ficarão gravadas na mente e coração dos cariocas e pessoas que estimam o Barão pelos próximos dias.

Enquanto todos os olhos se voltavam ao céu e a alta elite brasileira brindava sob o Corcovado, acontecimentos sinistros e sanguinolentos movimentavam a mente da polícia sob seus pés, nas camadas inferiores de terra. O LC Diário traz em primeira mão a notícia de algo terrível: ocorrera um assassinato nas terras do Barão e fora descoberta a Alcova da Morte!!!

“O corpo estava mutilado pelo que parecia serem dardos envenenados! Terei pesadelos por dias com aquela imagem grotesca”, relatou uma testemunha cuja identidade não podemos revelar. Segundo relatos dos presentes, o crime foi cometido dentro de uma área isolada, inacessível aos convidados. Como resultado, a morte não poderia ser outra a não ser de um trabalhador do Barão.

Segundo nosso amigo Dr.  Annibal L. Ecter, também presente no local, tal crime apenas pôde ser concebido por uma mente com conhecimentos admiráveis de engenharia e a existência de tal casulo para abrigar o fim da vida da vítima trazia pontos doces de mistério ao caso. Ainda  acrescenta que “tal acontecimento não seria possível nem mesmo nos sonhos mais escuros das mentes doentias!”.

O que intrigou (e alarmou) a polícia é que a morte foi causada por engenhoca que disparou os dardos assim que a vítima desinformada adentrou o recinto. E deixou a pergunta: a armadilha era para o trabalhador ou o pobre morreu por engano? Se a máquina mortal não era destinada a ele, então quem era seu alvo?

Como se já não houvesse mistério o suficiente entorno da morte, a trama se complicou ainda mais quando presenciamos desabafos melindrosos pelos cantos da serventia que trouxeram algo de mais terrível à tona: as paredes da Alcova da Morte estavam repletas de símbolos ocultistas escritos à sangue!!!

Felizmente, os associados da agência Guanabara Real aceitaram se envolver no caso. Essa que vos relata, sentiu-se confiante ao saber do interesse desta prestigiada agência no caso e agora espera uma solução de todos os envolvidos. Acredita-se que a coragem de Maria Tereza Floresta, a inteligência do senhor Firmino Boaventura e conexões espiritualizadas do senhor Remy Rudá são fundamentais para dar continuidade no desenrolar dos fatos.

A pedido dos investigadores, a reportagem deste jornal não pode divulgar mais dados sobre este caso. Para acompanhar toda a investigação, leia o informativo “Guanabara Real – A Alcova da Morte” lançado pela editora Avec e escrito por Enéias Tavares, Nikelen Witter e A. Z. Cordenonsi.

Por hora, apenas aconselhamos que se evite adentrar recintos sem a devida atenção e convite.

Análise Crítica

Tal obra é de valor inestimável para a nossa literatura, apresentando os melhores elementos de um romance policial e universo steampunk.

Na edição impressa, as páginas amareladas apresentam as letras em boas fontes, parágrafos bem colocados e editados. O processo criativo é de louvável admiração, proporcionando aos leitores e leitoras a oportunidade de tentar traçar a identificação dos autores por trás dos personagens. Tal qualidade se estende às obras digitais, cabendo ao leitor definir a melhor forma de adentrar esse universo e se surpreender com tais relatos assustadores e engenhosos.

Ao final da leitura, a esperança de que haja continuidade nos toca. De outra forma, o que será de nós, nesse Rio de Janeiro que nunca existiu?

Nota: 

Autoria

Enéias Tavares é escritor, tradutor e professor na UFSM. Autor do universo “Brasiliana Steampunk”, é responsável pela escrita de “A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison“, primeiro volume da série, vencedor do concurso Fantasy! em 2014 (Editora Casa da Palavra/LeYa) e finalista do Prêmio Argos em 2015. Para “Guanabara Real”, Enéias traz a mitologia de seus personagens favoritos aliados à sua mente apaixonante, além de dar um jeitinho de trazer seu escudeiro Adamastor para a trama (além de suas felinas, é claro!).

Nikelen Witter é escritora, historiadora, professora e pesquisadora. Desde 2011 publica contos em antologias diversas. “Territórios Invisíveis”, lançado em 2012 é seu primeiro romance e foi publicado pelo Selo Fantas, da Editora Estronho. O livro é finalista do Prêmio Argos — concedido pelo Clube de Leitores de Ficção Científica — de 2013. Nikelen é a mente por trás da narrativa e fatos centrais de “Guanabara Real – A Alcova da Morte”, além de criadora da personagem feminina mais surpreendente que você terá o prazer de conhecer nessas páginas.

A.Z. Cordenonsi é escritor, roteirista e professor na Universidade Federal de Santa Maria (RS). Em seu escopo de trabalhos já publicou vários contos de ficção científica, fantasia e terror. Em 2014, foi finalista do prêmio Argos e atualmente se dedica ao projeto Le Chevalier, que, segundo a Editora Avec, mistura personalidades reais e da literatura para recriar a França do final do século XIX em um universo retrofuturista recheado de intrigas, espionagem e muita aventura. Por falar em Avec, o primeiro romance de Cordenonsi, “Le Chevalier e a Exposição Universal”, além da HQ “Le Chevalier: Arquivos Secretos” (trabalho em parceria com Fred Rubim) também constam no catálogo. Em Guanabara Real, Cordenonsi dá vida a um personagem intelectualmente viciante e que chama a atenção por seu raciocínio lógico, além de força moral por ser um sobrevivente a uma das piores coisas que humanos fazem ao longo do tempo: o racismo.

A Editora Avec possui um foco na literatura Fantástica (Terror, Fantasia e Ficção Cientifica) e quadrinhos e iniciou suas atividades em 2014. Incentivando literatura brasileira, a editora traz novas obras ao mercado, apostando alto em nossos jovens autores. Seu novo lançamento “Guanaraba Real” é o primeiro volume de uma possível nova série.

Booktrailer

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Amazon (livro físico)

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Nome:
Guanabara Real: A Alcova da Morte
Autores: Eneias Tavares, A.Z. Cordenonsi, Nikelen Witter
Edição: 1ª
Editora: AVEC
Ano: 2017
Páginas: 240
Sinopse: Brasil, 1892. Durante a noite de inauguração da estátua do Corcovado, um horrendo crime toma de assalto a alta sociedade carioca. Para resolver o mistério, a investigadora particular Maria Tereza Floresta, o engenheiro positivista Firmino Boaventura e o dândi místico Remy Rudá terão de se embrenhar numa perigosa trama de poder e corrupção. O que parece mais um caso, aos poucos se revela um plano que põe em risco o futuro de todo país e para impedi-lo, a agência de detetives Guanabara Real terá de usar toda a sua perícia para solucionar os enigmas tecnológicos e os mistérios arcanos da sangrenta Alcova da Morte!
Uma trama de investigação policial. Um enredo de ficção científica. Um crime de horror sobrenatural. Três autores, Três heróis, em um Rio de Janeiro que nunca existiu!

 

 

 

The God’s Lie

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Natsuru é um garoto de onze anos que ama futebol, mas não se dá muito bem com garotas. Uma delas até tentou dar um chocolate a ele no dia dos namorados, mas ele ficou tão nervoso que recusou e saiu correndo. Desde então, as garotas o ignoram completamente. Mas uma garota é diferente, a Suzumura.

Depois de pedir ajuda a Suzumura com um gato abandonado, Natsuru percebe que ela é muito mais responsável do que uma menina de onze anos precisa ser. Não demora muito para que ele descubra que ela mora sozinha com o irmão mais novo, Yuuta, enquanto o pai trabalha viajando. Ela pede que Natsuru não conte a ninguém sobre isso e ele concorda, iniciando assim a grande aventura das férias de verão.

Experiência de Leitura

Quando já estava na metade da leitura de The God’s Lie estava gostando da história, porém já pensava que seria só uma história bonitinha sem muita profundidade, quando de repente aparece um plot twist que me deixou até tonta e dá uma outra cara pra história e coloca toda a profundidade que faltou na primeira parte do mangá.

Achei algumas coisas estranhas como o Natsuro pegar nos peitos da mãe para se acalmar. Eu pensei bastante, mas não consegui entender o motivo de acrescentar isso na história. Porém essa cena logo do começo do mangá é bem isolada e não abala a leitura.

Considerações Técnicas

The God’s Lie vem no formato de luxo da editora Panini, com orelhas e um papel de maior qualidade que o padrão jornal. O traço da autora lembra shoujo e por isso pode haver confusão com relação ao tipo de história que The God’s Lie trás, mas isso é porque a autora escrevia shoujo e manteve o traço nesse belo mangá seinen.

Considerações Finais

Depois da revelação por volta da metade do mangá, a história fugiu do que eu esperava pro restante da história e ganhou um novo peso. Ainda assim, não deixou de ser uma história bonitinha sobre uma aventura no verão e o primeiro amor. The God’s Lie é compra obrigatória para amantes de grandes e incríveis aventuras.

Nota:

Nome: The God’s Lie, Kamisama ga Uso wo Tsuku, Gods Tell Lies, 神様がうそをつく。
Valor: R$ 15,90 (Volume único)
Páginas: 216
Publicado (no Japão): 2013
Autora: Kaori Ozaki
Myanimelist
Skoob
Sinopse: Na escola para a qual Natsuru Nanao foi transferido, as garotas o ignoram. Certo dia, ele descobre o segredo de Rio Suzumura, uma colega de sala… Tardes de verão, um festival, um gato branco chamado “Tofu”. O último verão do primário. A aventura secreta dos dois vai começar.

Saiu o trailer da adaptação de It – A Coisa

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Foi liberado o primeiro trailer da nova adaptação de It – A Coisa de Stephen King, confira:

O livro publicado em 1986 se passa em Derry uma cidade onde acontecem coisas macabras e estranhas. Sete crianças descobrem que o motivo disso é uma criatura que apelidam de A Coisa e se reúnem para detê-la.

O longa será dirigido por Andrés Muschietti (Mama) e terá no elenco Bill Skarsgard (Hemlock Grove), Finn Wolfhard (Stranger Things), Jaeden Lieberher (Masters of Sex), Jack Grazer (Tales of Halloween), Wyatt Oleff (Guardiões da Galáxia), Chosen Jacobs (Hawaii Five-0) e Jeremy Ray Taylor (The History Of Us).

Essa é a segunda adaptação de It – A Coisa para a tela. A primeira foi em 1990 em uma mini-série. A nova adaptação tem data de lançamento prevista para 7 de setembro.

O Cabuloso Cast tem um episódio dedicado a essa grande obra — seja em tamanho, seja em fama — de Stephen King que você pode ouvir aqui.

Ficaram ansiosos?

Panini anuncia Owari no Seraph

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Depois de várias dicas para o anúncio do novo título com palavras como Cem Noites, Família e Profecia a Panini confirmou (porque já era praticamente certeza) que o novo título é Owari no Seraph ou Seraph of the End como será publicado por aqui.

Além disso a editora já confirmou o formato — padrão com capas internas coloridas e capa não espelhada — e para a surpresa e falência de muita gente, o título já sai em abril.

Owari no Seraph está sendo publicado no Japão desde 2012 e conta com 13 volumes atualmente. O título fez sucesso depois do anime que já possui duas temporadas com 12 episódios cada. Você pode ver a minha opinião sobre a primeira temporada aqui.

E aí? Seraph of the End entra para a sua coleção?