Resenha| O Martelo de Thor – Rick Riordan

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Capa do livro. Ilustração com o protagonista, um rapaz visto pelas costas, usando uma jaqueta e calças azuis. Ele segura uma espada brilhante e amarela. E está em uma superficie de gelo, azulada. No fundo, no topo, raizes. Logo abaixo, em tom esverdeado, o rosto de dois homens, um de cada lado, entre ambos o martelo de Thor virado para baixo, soltando faíscas. Em primeiro plano o nome do autor, e abaixo
Capa do livro. Ilustração com o protagonista, um rapaz visto pelas costas, usando uma jaqueta e calças azuis. Ele segura uma espada brilhante e amarela. E está em uma superficie de gelo, azulada. No fundo, no topo, raizes. Logo abaixo, em tom esverdeado, o rosto de dois homens, um de cada lado, entre ambos o martelo de Thor virado para baixo, soltando faíscas. Em primeiro plano o nome do autor, e abaixo "Magnus Chase e os Deuses de Asgard", na base o título "O Martelo de Thor".

Essa resenha de O Martelo de Thor pode conter spoilers do livro anterior. Se você quiser conhecer mais sobre essa série confira a resenha de A Espada do Verão aqui no site.

Depois dos acontecimentos do primeiro livro, era de se esperar que Magnus Chase pudesse viver sua morte em paz enquanto treina para o Ragnarok, correto? Mas óbvio que as coisas não podem ser assim. Loki tem um novo plano que envolve sua filha Samirah, a valkíria que levou Magnus para Valhala e sua amiga. Enquanto isso, o martelo de Thor segue desaparecido, aumentando o risco de uma invasão dos Gigantes na Terra.

O segundo livro da série Magnus Chase e os Deuses de Asgard mantém a qualidade do anterior, enquanto traz novas discussões, mais importantes em nosso mundo do que em qualquer outro.

Uma nova velha missão

Em A Espada do Verão, já havíamos sido informados de que o martelo de Thor estava desaparecido, mas ninguém deu muita importância, acreditando que essa situação logo se resolveria. Uma vez que o martelo ainda não foi encontrado, os gigantes estão confiantes e ameaçando invadir Midgard, ou seja, a terra. Por isso Magnus e seus amigos colocam essa missão na lista de afazeres enquanto tentam frustrar um novo plano de Loki.

Sinceramente, esse foi um livro em que o plot ficou mais em segundo plano e o foco vai para o desenvolvimento dos personagens, especialmente os coadjuvantes.

Sam ganha mais destaque nesse volume. A valkíria está tentando ser honesta com seus familiares e as pessoas que ama e quer parar de mentir sobre sua vida paralela com os deuses nórdicos.

Assim, através dela e de seu noivo, Amir (um fofo por sinal) aprendemos mais sobre a cultura muçulmana. Eu adorei os momentos em que a Sam explica sobre sua fé e como concilia a ideia de outros deuses. Tudo é eito de forma respeitosa e saudável.

Mas Sam não é a única criança de Loki a ter destaque. Abram caminho para a estrela desse livro: Alex Fierro.

Alex se torna einherji e imediatamente sentimos o impacto que é essa pessoa assim que ela chega em Valhala. Alex é gênero fluido, se identifica a maior parte do tempo como uma garota, mas obviamente, isso varia. Porém, sua identidade queer está longe de ser a única característica importante.

Alex é fantástica. Já sofreu bastante na vida e temos apenas vislumbres disso, mas entendemos o porquê de ela ser uma pessoa tão desconfiada e até mesmo agressiva. Ao mesmo tempo é orgulhosa de seus poderes e não tem medo de usá-los, não importa se vieram de Loki. Toda essa acidez faz com que Alex tenha tiradas ótimas. Eu amei tanto essa personagem. Fiquei extremamente feliz ao ver o espaço que Alex ganhou na história toda.

Outra coisa que me deixou feliz foi como Magnus é encantado por Alex e nem se dá conta do que está acontecendo. Não tivemos nada de romance no primeiro livro e as coisas nesse segundo ainda estão bem sutis, mas toda a interação entre os dois é bem fofa e é possível notar a química.

Mais dos Nove Mundos

Como já comentei, os personagens são a parte importante nessa história e outro destaque que temos é Hearth. Enquanto no livro passado conhecemos mais do Blizen e dos anões, agora é a hora de conhecer os elfos e a família de Hearth que o despreza por ser surdo. Hearth sempre foi meu favorito dentre os amigos do Magnus e foi ótimo aprender mais do seu passado, ainda que de partir o coração. Além disso, gosto muito de como a questão da surdez é trabalhada, incentivando os leitores a aprender a língua de sinais.

Dito tudo isso, enquanto lia, eu realmente esperava que todas as missões seriam apenas um pano de fundo, sem grande impacto para a história da série. Mas o final garante que não seja assim e traz uma nova dinâmica para o livro que vem.

Mas é bom?

Sim! Se você gostou do primeiro, muito provavelmente seguirá curtindo. Só senti uma falta de melhor aproveitamento do nosso protagonista. Com tantos coadjuvantes evoluindo, Magnus aqui parece mais um telespectador.

Mesmo assim, foi um livro super divertido (Thor e Ortis, melhor non sense ever) e com questões super importantes sendo abordadas de forma respeitosa.

Nota

Quatro selos cabulosos. A nota mais alta são 5 selos cabulosos.
Quatro selos cabulosos. A nota mais alta são 5 selos cabulosos.

Garanta a sua cópia de “O Martelo de Thor”!

Ficha Técnica

Título: O Martelo de Thor (Magnus Chase e os Deuses de Asgard 02)
Autora: Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Tradução: Regiane Winarski
Ano: 2016
Páginas: 400
ISBN: 9788551000700
Sinopse: Em A Espada do Verão, primeiro livro da série, os leitores são apresentados a Magnus Chase, um herói boa-pinta que é a cara do astro de rock Kurt Cobain. Morador de rua, sua vida muda completamente quando ele é morto por um gigante do fogo. Por sorte, na mitologia nórdica os heróis mortos vão parar em Valhala, o paraíso pós-vida dos guerreiros vikings. Lá, Magnus descobre que é filho de Frey, o deus do verão, da fertilidade e da medicina.
Desde então, seis semanas se passaram, e nesse meio-tempo o garoto começou a se acostumar ao dia a dia no Hotel Valhala. Quer dizer, pelo menos o máximo que um ex-morador de rua e ex-mortal poderia se acostumar. Magnus não é tão popular quanto os filhos dos deuses da guerra, como Thor e Tyr, mas fez bons amigos e está treinando para o dia do Juízo Final com os soldados de Odin — tudo segue na mais completa paz sanguinolenta do mundo viking.
Mas Magnus deveria imaginar que não seria assim por muito tempo. O martelo de Thor ainda está desaparecido. E os inimigos do deus do trovão farão de tudo para aproveitar esse momento de fraqueza e invadir o mundo humano.