Teoricamente Princesa, escrito por Alyssa Cole, com tradução de Fernanda Cosenza e publicado pela editora Essência conta a história de Naledi Smith, mulher negra, moradora de Nova York, que divide sua vida entre o trabalho de garçonete, a pós-graduação, o laboratório onde atua como epidemiologista, o estágio que ainda não foi confirmado (e que é indispensável para a continuação dos estudos), os colegas de trabalho a sobrecarregam, os débitos do financiamento estudantil, a grana curta, os relacionamentos supérfluos e a amiga alcoólatra.
Com se não bastasse tudo isso, agora ela está sendo vítima de um golpe. Ficar recebendo e-mails de alguém que diz que ela é a noiva prometida de um príncipe de uma pequena nação africana não é a ideia de diversão na internet, e quanto mais insistente eles são, mas Naledi tem certeza de que não vai cair nessa.
Depois de passar por vários lares temporários antes da vida adulta, ela sabe que só pode contar com ela mesma e com os estudos. Mas, depois de conhecer Jamal, o novo funcionário do restaurante, ela começa a achar que pode confiar em mais alguém.
O que ela não sabe, é que Jamal na verdade é o Príncipe Thabiso, único herdeiro do trono de Thesolo e, vejam só que coincidência, o noivo à quem Naledi foi prometida quando criança.
Thabiso aproveita a liberdade de experimentar uma interação onde Naledi vê o homem e não a coroa, mas será que a atração entre os dois pode sobreviver à verdade ou essa mentira vai custar o felizes para sempre dos dois.
Levanta a cabeça princesa, senão a coroa cai.
Toda garotinha sonhou um dia em ser princesa. Um vestido bonito, um baile, um príncipe encantado e um felizes para sempre, certo? Quando você é uma garotinha negra você descobre que se meninas brancas vão ter um final feliz, você vai ser no máximo a pessoa que vai limpar o salão de baile depois.
Isso porque em todas as representações que se tinha de princesas até 2009, com o lançamento de “A princesa e o sapo” (Tiana, sua linda), essa princesas eram mulheres não negras (Obrigada, Disney!). E por sinal os príncipes também. (Tenho sérias ressalvas quanto à falta de representatividade nessas realezas fictícias. Não temos princesas gordas, ou deficientes, mas essa é uma discussão pra outra hora).
Então essa garotinha cresce, e ela deixa de ser uma princesinha pra ser uma mulher. Nessa hora o príncipe encantado vira sapo e a princesa se depara com uma hipersexualização do corpo negro. Ela é uma mulher desejável, mas não é a pessoa que vão apresentar pro pais. Consequentemente, aquela garotinha começa a acreditar que o final feliz não é pra ela, nem pra outras iguais a ela.
“Todo mundo quer alguma coisa de você, mas, às vezes, existe uma pessoa para quem você que dar alguma coisa. Às vezes, o fato de se doar a essa pessoa torna você melhor. E aí não parece tão ruim o que você tem que dar para todos os outros.”
Teoricamente Princesa, eu?
Teoricamente Princesa é um lembrete às mulheres pretas que todas somos princesas e que não precisamos de um príncipe encantado pra nos salvar. Contudo, quando ele aparecer a gente merece todo amor, olhares apaixonados e nível de breguice que as mulheres brancas recebem.
Além de ser uma história de amor contemporânea, é um texto sobre a importância da ancestralidade, de como as nossas raízes nos tornam quem somos, independente de onde elas estão fincadas.
E é uma salva de palmas à todas as mulheres, que estudam, trabalham, vivem. Um aviso de que sua cor não te limita e que você pode ser o que quiser, seja uma garçonete, uma estudante, uma princesa ou tudo isso e ainda mais.
Nota
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Ficha Técnica
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Título: Teoricamente Princesa
Autora: Alyssa Cole
Editora: Essência
Tradução: Fernanda Cosenza
Ano: 2000
Páginas: 302
ISBN: 9786555351095
Sinopse: Da aclamada autora Alyssa Cole, a história de uma Cinderela da cidade grande e seu príncipe encantado disfarçado de plebeu.
Dividida entre a pós-graduação e os vários empregos, Naledi Smith não tem tempo para contos de fadas… Ou paciência para os e-mails constantes alegando que ela está noiva de um príncipe africano. Certo. Ok. Excluir! Filha adotiva, ela aprendeu que as únicas coisas em que pode confiar são ela mesma e o método científico, e um e-mail idiota não a convencerá do contrário.
O príncipe Thabiso é o único herdeiro do trono de Thesolo, concentrando as expectativas de seus pais e seu povo. Seu casamento está no topo da lista de prioridades do reino. Sempre obediente, ele localiza sua noiva desaparecida. Quando Naledi confunde o príncipe com um plebeu qualquer, Thabiso não resiste à chance de experimentar a vida – e o amor – sem o peso de sua coroa.
A química entre eles é instantânea e irresistível, e a amizade sedutora rapidamente se transforma em noites apaixonadas. Mas quando a verdade é revelada, uma suposta princesa pode se tornar uma princesa para sempre?