O livro Maze Runner: O Código da Febre é o último volume da série. Lançado no Brasil pela Plataforma 21, é um spin-off da trilogia principal de James Dashner e conta o passado dos protagonistas enquanto eles ainda eram crianças e viviam sob as instalações laboratoriais do CRUEL.
Mas, vale a pena ler O Código da Febre?
Se levarmos em conta a história de Teresa e da Dr. Paige, sim, o livro O Código da Febre foi relevante para a saga. Mas, quando ele conta o passado das crianças, já não há muito com o que nos surpreender, visto que já sabemos que todas serão enviadas para o labirinto e muitas morrerão ali – ou depois, nos próximos livros.
E, cuidado, há spoilers nessa resenha, mesmo para os que já leram a trilogia principal. Não esqueça de deixar nos comentários o que você achou do livro!
O Código da Febre é mais relevante que Ordem de Extermínio
Ordem de Extermínio (livro anterior da série) tem um começo muito bom, um meio imenso de história tediosa e um final obrigatoriamente esperado, mas que é bom em si. Além disso, seu epílogo o torna frustrante. Esses fatores o caracterizam como mal roteirizado porque vende uma proposta e entrega outra, portanto, não muito relevante para a saga.
Maze Runner: O Código da Febre é diferente, pois não se trata de uma história contínua página por página, mas sim de uma reunião de trechos de histórias que dão saltos de dias, ou até meses, entre um capítulo e outro. Isso torna sua pegada mais interessante, não surpreendente, mas nos apresenta fatos relevantes.
A história começa com um Thomas criança, antes de seus oito anos, separado pelo CRUEL como mais importante do que os outros do grupo que futuramente se tornarão os Clareanos. Sua infância se passa em testes de aptidão, desafios intelectuais e sem contato algum com outra criança.
A vida de Thomas só muda quando os superiores do CRUEL decidem que chegou o momento dele conhecer a garota que habita o quarto em frente ao seu: Teresa. A amizade dos dois começa a se desenvolver de modo verdadeiro para eles, mas para o CRUEL é somente mais uma parte dos infinitos testes.
No decorrer do livro, eles conseguem escapar da supervisão e fazem reuniões escondidas com os outros garotos de seu grupo.
Entre testes, reuniões e o fortalecimento da relação entre as crianças que se tornarão Clareanas, o tempo passa – um tanto arrastado devido a quantidade de informações não tão interessantes – até a chegada de um momento esperado desde as primeiras páginas: o início da construção dos dois labirintos.
Quando O Código da Febre nos surpreende
Atenção! Só avance a partir daqui se você já sabe o final da trilogia principal de Maze Runner, certo?
Já que sabemos esse final, como, então, O Código da Febre poderia nos surpreender? Trazendo dois fatos, um de maior peso que o outro, em seu final. Em seu final mesmo, na última página!
É claro que não os vou revelar aqui, mas eles – definitivamente – acabam com qualquer dúvida que o leitor tenha sobre alguns personagens de conduta duvidosa. E esse é o fato de maior peso para ler esse livro.
A única parte de ação no livro
O Código da Febre é muito mais um livro de drama/trama do que ação.
Enquanto os primeiros Clareanos já habitam o labirinto, há uma contaminação do complexo do CRUEL onde Thomas vive. Membros importantes da liderança da corporação são infectados pelo Fulgor e, numa vital decisão fria para conter a ameaça de uma contaminação geral que seria um golpe mortal no CRUEL, a Dr. Paige decide isolar os contaminados numa ala e fechá-la.
Ela sabe que essa é uma medida provisória e que ações drásticas precisarão ser tomadas, caso ela não queira ver todo o complexo tomado pelo Fulgor. A solução se encontra em um gás sedativo, armas e jovens imunes ao Fulgor. A tensão narrada nessas cenas conseguem nos arremeter à intensidade de Correr ou Morrer.
Existiam caminhos melhores para O Código da Febre?
James Dashner se propôs a contar o passado de seus personagens, assumindo o risco de contar uma história da qual todo mundo já sabe o final. Como ainda conseguir surpreender os leitores? Com informações chocantes que tem influências diretas na história principal, capazes de mudar a opinião dos leitores mais fiéis. Ele conseguiu fazer isso.
Entretanto, o leitor é bombardeado com um miolo não tão empolgante. O Código da Febre seria muito melhor se fosse unida a ele parte da história de Ordem de Extermínio. E este último livro, descartado.
No geral, O Código da Febre é uma indicação para os fãs de carteirinha de Maze Runner, mas não para leitores medianos da saga.
Gostou da resenha? Temos mais sobre isso aqui no Leitor Cabuloso:
- [RESENHA] Maze Runner: A Cura Mortal (Maze Runner: Death Cure, 2018)
- [RESENHA] Maze Runner: Correr ou Morrer do James Dashner
- [PODCAST] CabulosoCast #99 – Maze Runner: Correr ou Morrer

Garanta seu exemplar no link abaixo e boa leitura!


Ficha Técnica

Nome: Maze Runner – O Código da Febre
Autor: James Dashner
Tradução: Edmundo Barreiros
Edição: 1ª
Editora: Plataforma 21
Ano: 2016
Páginas: 370
ISBN: 8592783054
Sinopse: Era uma vez o fim do mundo! Florestas foram queimadas, lagos e rios secaram, oceanos transbordaram. Uma peste febril se espalhou pela Terra, dizimando famílias inteiras. Homem matou homem. A violência reinou. Não havia mais lugares seguros. Então, surgiu o CRUEL. Pesquisa após pesquisa, essa organização não mediu esforços para encontrar respostas… para encontrar a cura. O CRUEL fez testes em crianças.
Algumas delas, além de imunes, eram especiais… como Thomas e Teresa. Juntos eles foram designados a trabalhar em um experimento: o Labirinto. Mas, ao que parece, nem tudo foi dito. Segredos e mentiras irão perturbar Thomas. Quais relações de lealdade são realmente verdadeiras? O código da febre é a aguardada prequel da saga Maze Runner. Prepare-se, porque nada será como antes. Todas as respostas serão reveladas.

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