The Ghost in the Shell – Shirow Masamune

1


The Ghost in the Shell
é um mangá de ficção científica do subgênero ciberpunk, escrito e desenhado por Shirow Masamune, lançado originalmente no japão entre 1989 e 1990. Publicado no Brasil, pela primeira vez na integra pela editora JBC no final de 2016.

Em um futuro próximo, o misterioso Daisuke Aramaki (conhecido como Cara de Macaco) funda uma tropa de elite de segurança pública do Japão, a Seção 9, cujo principal objetivo é investigar crimes ligados a tecnologia. Nesse esquadrão, quase todos os membros são ciborgues, pessoas que tiveram partes de seus corpos subsistidas por implantes cibernéticos que lhe conferem capacidades sobre-humanas. Com destaque para a líder de campo, Motoko Kusanagi. A “Major”, como ela é chamada, possui o corpo inteiramente robótico, tendo apenas mantido seu cérebro humano. O mangá tem 12 capítulos, reunidos nesse único volume pela JBC.

Cada um dos capítulos mostra uma missão da Seção 9. Estas são focadas em política, espionagem e contra-terrorismo. Variando os personagens que compõem a equipe, com exceção de Aramaki e Kusanagi que são constantes. Apesar de serem histórias independentes, existe um fio condutor que relaciona todas elas, que é o vilão Mestre dos Fantoches. Devido a essa dinâmica de histórias independentes, os capítulos variam bastante de tom, como uma serie de TV procedural, tendo algumas mais centradas em investigação, enquanto outras na ação.

Mesmo com todos esses elementos de espionagem e ação, o que chama a atenção em The Ghost in the Shell e o destaca de outras produções similares, além do pioneirismo do tema, é a filosofia por trás de cada história. Massamune criou um mundo em que a tecnologia está tão, literalmente, entranhada na vida humana que gerou mudanças irreversíveis na sociedade. Abordando questionamentos como, até que ponto humano pode se unir a maquina e ainda se considerar humano? Ou, em um mundo em que seu cérebro pode ser hackeado, ainda existe livre arbítrio? Será que as decisões que você tomou na sua vida foram realmente suas, ou foram implantadas por um agente externo? Isso é Ghost in the Shell e não é a toa que ele influenciou tantas produções que vieram depois, sendo a mais famosa delas Matrix.

Vamos dar um pouco de destaque a qualidade dessa edição da JBC. Além do cuidado de ter trazido a obra completa em um só volume, o acabamento está de uma qualidade bastante superior ao das outras publicações da editora. Com destaque para o tamanho, bem maior que os mangás tradicional, as páginas coloridas e a sobrecapa mostram o capricho que foi dedicado a esse material, e que eu espero que se repita em outros materiais no futuro (coff, Evangelion, coff, coff). Uma dica, deixem de lado os textos adicionais explicativos do autor, que ficam nas margens dos quadrinhos, pois eles podem atrapalhar o fluxo da história. É melhor deixá-los para uma segunda leitura.

Apesar de ser um lançamento, praticamente todo fã de anime/mangá já teve algum contato com The Ghost in the Shell, por se tratar de um clássico da cultura pop, e possuir uma famosíssima adaptação em longa metragem da década de noventa. Sabendo disso, é bom fazer um disclaimer. Existem muitas diferenças entre o mangá e suas adaptações, a principal delas é a protagonista. Aqui, a Major é retratada como uma bom-vivam, bem-humorada e tem uma aparência mais juvenil. Ao contrario da versão séria e introspectiva que vemos nas animações. Outra questão é o peso da época. Por se tratar de um Mangá de 1098, ele é carregado de marcas desse período, como o design dos personagens e a sexualização das personagens femininas. Mantenha isso em mente quando vir algumas enfermeiras usando cinta-liga.

Outra questão que eu vejo, e que não posso deixar de comparar com as adaptações, é a pressa de algumas histórias, que ao ler você sente que elas poderiam ser melhor desenvolvidas se fossem mais longas. Essa é provavelmente uma marca da época em que a série saía dentro da revista Young Magazine e que possuía uma limitação de páginas. Enquanto que nos filmes e series de TV, essas histórias possuem muito mais tempo para serem exploradas e aprofundadas.

São por esses e outros motivo que eu considero que as adaptações, principalmente a série Stand Alone Complex, superiores ao mangá. Mas não, não vou tirar pontos por isso, principalmente porque elas tiveram quase trinta anos para refinar tudo o que havia de bom no original.

Nota:

Ficou interessado(a)? Então compre o mangá nos links abaixo:

Amazon
Submarino


Nome:
 Koukaku Kidoutai: The Ghost in the Shell, The Ghost in the Shell, 攻殻機動隊 THE GHOST IN THE SHELL
Valor: R$ 64,90 (volume único)
Páginas: 352
Distribuição: Nacional (Somente em livrarias)
Publicado (no Japão): 1989 ~ 1991
Autor: Shirow Masamune
Myanimelist
Skoob
Sinopse: Influenciado por obras “cyberpunk” do final dos anos 1980 como Akira e por filmes como Blade Runner – O Caçador de Androides, o cenário escolhido por Shirow para The Ghost in the Shell foi o futuro distópico de 2029, onde a alta tecnologia se mistura a uma sociedade decadente e desigual.
É nesse mundo à beira do colapso que a Major Motoko Kusanagi encabeça a Seção 9 da Segurança Pública. Motoko é uma ciborgue altamente treinada incumbida de desmantelar uma série de crimes cibernéticos realizados por um hacker conhecido como o Mestre dos Fantoches.
Em meio à caça ao criminoso virtual, Masamune Shirow insere na trama questionamentos existencialistas, ponderando até mesmo se alguém provido meramente de Inteligência Artificial é, de fato, um ser vivo. E foi exatamente essa mistura de ficção científica, ação e temas filosóficos que fizeram do mangá The Ghost in the Shell uma leitura obrigatória.