[Resenha] A Torre – Daniel O’Malley

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O livro que vou apresentar para vocês hoje é um dos primeiros lançamentos do ano de 2016 da Editora LeYa. Escolhi esse livro, pois para começar, ele tem uma sinopse bastante audaciosa: ao falar sobre a protagonista da história, a própria sinopse a define como “uma heroína capaz de deixar Katniss Everdeen, de Jogos Vorazes, no mínimo intimidada”. Dá para imaginar isso? Olha, eu tenho uma certa dificuldade, confesso!

A propósito, a sinopse continua apresentando o estopim da história e é pra dar água na boca dos leitores que curtem suspense com ação: uma garota abre os olhos em meio a uma chuva, totalmente encharcada e machucada, sem saber onde está ou quem é. Por impulso, coloca a mão no bolso do casaco e lá encontra uma carta que começa com: “Querida Você, o corpo que está usando costumava ser meu.”. Quer mais? Ao seu redor, vários cadáveres de pessoas com luvas de látex das quais ela não tem a mínima ideia de quem sejam. É… melhor descobrir rapidinho o que está acontecendo!

Que se inicie o jogo de xadrez

A garota da chuva não tem alternativa alguma a não ser seguir as orientações que são apresentadas a ela de forma tão clara na primeira carta. Uma carta que levará à outra carta e que lhe apresentará que vida aquele corpo que ela está usando tinha até seu despertar.

Seu nome é Myfanwy Thomas e sua profissão é, no mínimo, surpreendente: ela é uma agente secreta de alto escalão do governo britânico cuja função é lidar com eventos sobrenaturais no país. Ao conhecer esse mundo, ela descobre que essa organização, chamada Checquy, é composta por humanos comuns e humanos dotados de poderes ou características sobrenaturais. Os poderes são os mais divergentes e curiosos possíveis, mas só tem um problema: ela não sabe qual o seu poder, não conhece as pessoas com as quais convive e não sabe exatamente onde está se metendo – sabe apenas que alguém na organização a quer morta. O porquê? Talvez apenas a Torre Thomas saberia lhe dizer.

Análise Crítica

Analisar o livro “A Torre” não é uma tarefa tão fácil quanto parece por um motivo absurdamente simples: o gênero fantasia sempre é um gênero que ou agrada ou desagrada, dificilmente tem meio termo. Particularmente, aprecio universos onde os personagens conseguem se desenvolver no decorrer das páginas e onde eles consigam flutuar em uma dança maior, que faça com que o embalo da história não se perca. E, Daniel O’Malley não se perde, depois que a gente se encontra.

O começo do livro é bem confuso, como deve parecer. Como acompanhamos a história sob a ótica de Myfanwy, não temos a mínima ideia de quem ela seja ou de onde ela esteja. Conforme as peças começam a ser apresentadas e a fazer sentido para ela, começam a fazer sentido para a gente também. Ponto para o autor, mas desafio para os leitores que preferem universos onde se sintam mais seguros.

O livro tem momentos de humor e muitos momentos de ação. Essas características possibilitam que o ritmo da história evolua de forma agradável para o leitor. Mas ali, o que mais se tem são reviravoltas e, próximo ao final, quando tudo parece permitir que você respire, algo além está presente para acontecer. O livro é o primeiro volume de uma saga ou possível trilogia. Após uma pequena pesquisa, vi que o segundo livro já foi lançado no exterior, contudo, não sei quantos livros complementam essa história. Mas garanto uma coisa: não ficam ganchos no primeiro livro e dá pra ler apenas ele, sem ficar com um buraco em aberto nesse mundo.

A escrita de Daniel também possui um bom tom. Para um livro de fantasia, ela é bem simples, porém os elementos surpresa acabam trazendo certa confusão se o leitor insistir em não se entregar ao mundo criado. O escritor conseguiu, de forma natural e bem interessante, criar uma personagem feminina que nada mais é do que um ser humano do gênero feminino e, olha, isso faz muito sentido e é delicioso de se observar!

Por fim, sobre a diagramação do livro… me restam dúvidas. Recebi a versão digital do livro e a li no aplicativo Aldiko (o único app que abre esse tipo de livro no smartphone). O que notei é que, ao menos no celular, muitas vezes durante a mudança na história, onde caberia um espaçamento não havia nada, apenas um parágrafo após o outro. Isso dificultou a leitura em alguns momentos, pois eu estava embalada em um cenário e na linha debaixo, era outra coisa. Agora, a dúvida é: a versão física também é assim?

O meu conselho é simples: ao ler “A Torre” tenha em mente que o mundo de Myfanwy Thomas é um mundo cheio do sobrenatural, similar a mutantes. Assim, fica mais fácil de se achar no meio da loucura que as aventuras dela acontecem.

Nota

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A_TORREAutor: Daniel O’Malley
Edição:

Editora:
LeYa
ISBN: 9788544102541
Ano: 2016
Páginas: 432
Sinopse: A Torre

Misterioso e hilariante, “A Torre” é uma fantasia que promete fisgar os fãs de fantasia do princípio ao fim.
Muito suspense, certa dose de humor, uma heroína capaz de deixar Katniss Everdeen, de Jogos Vorazes, no mínimo intimidada e uma carta encontrada no bolso que começa assim:

Querida Você,
O corpo que está usando costumava ser meu.

Encharcada pela tempestade que cai sobre o parque, ela ainda não sabe por que está cercada de cadáveres. Muito menos por que todos usam luvas de látex. Sem escolha, ela decide seguir as orientações deixadas nessa carta e encontra outras duas. Uma carta leva a outra e mais outra, e assim ela descobre seu nome: Myfanwy Thomas. E ainda que é uma Torre – uma agente secreta de alto escalão que trabalha para uma organização do Império Britânico responsável por combater eventos sobrenaturais.
Mas há um traidor nessa organização. Um traidor que a quer ver morta. E que logo perceberá que Myfanwy ainda está viva. E sem memória.
Enquanto luta para salvar sua vida, Myfanwy conhece pessoas misteriosas: um homem com quatro corpos, uma aristocrata que pode entrar em seus sonhos, crianças que se transformam em guerreiros mortais e uma conspiração que vai muito além do que poderia imaginar.

Com uma protagonista feminina forte e apaixonante, A Torre é um livro que vai envolver os leitores de fantasia em uma narrativa cativante e, ao mesmo tempo, diferente de tudo o que já foi publicado no gênero.