[Resenha] Star Wars: Marcas da Guerra do Chuck Wendig | Editora Aleph

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Caro leitor,

Antes que se pergunte se este post possui ou não spoilers sobre o episódio VII – Star Wars: O Despertar da força, saiba que mesmo com todo o alarde feito sobre o lançamento do livro e seu vínculo o novo filme da franquia não é justo. Daí, especulo eu, o episódio do CabulosoCast que fala do livro ter tido poucos comentários, pois muitos acreditaram/acreditam que ao ler este livro irão compreender mistérios e segredos não revelados no filme. Mero engano. Mas acreditem, isto é bom e vou lhes provar o porquê.

É necessário também esclarecer o motivo desta resenha. Muitos leitores que acompanham o site são ouvintes do CabulosoCast, logo porque gerar dois conteúdos de um mesmo livro? Quando fiz a gravação eu ainda estava me aproximando da metade da obra e me mantive um tanto que passivo diante das críticas que os demais participantes lançaram sobre Marcas da Guerra. Agora, com a leitura concluída posso me expressar melhor.

A trama do livro, principalmente neste primeiro volume, é quase decorativa. Os personagens apresentados são bem desenvolvidos. Existem arcos dramáticos muito mais explorados, claro, como da personagem principal Norra e seu filho Temmin. Mãe e filho vivem um drama até certo ponto impensado para a trilogia clássica. Norra é uma piloto. E abandonou o filho com uma tia para lutar ao lado dos rebeldes na tentativa de encontrar seu marido que fora capturado pelo Império. Agora, após a batalha de Endor, ela retorna para reencontrar o filho e dar-lhe uma vida melhor, uma vida ao lado de uma mãe. A relutância de Temmin – que foi obrigado a viver praticamente sozinho – em deixar o plante Akiva é real. Da mesma forma que a dor da mãe tentando reatar laços com o filho é tocante e nos faz torcer para que tudo dê certo ao término da aventura.

Star Wars possui um universo amplo, repleto de aliens, sistemas solares e planetas, além de possuir personagens e ambientes familiares. Chuck Wendig trabalha com maestria todos esses elementos sem deixar o leitor desorientado ou sentindo a necessidade de consultar um dicionário de Star Wars constantemente. Claro que o leitor pode fazê-lo quando estiver querendo visualizar aquela raça específica, mas a aventura contada não necessita deste tipo de pesquisa é este o ponto. Um exemplo muito claro é quanto a outra personagem chave, a caçadora de recompensa Jas Emari, uma Zabrak, mesma raça de outro personagem icônico: o sombrio padawan de Palpatine no episódio I, Dath Maul. Saber que Jas possui os aspectos físicos semelhantes a Darth Maul trazem um conforto imaginativo, mas não interfere em nenhum ponto no desenvolvimento do enredo.

Mas é necessário que o leitor tenha conhecimento dos filmes, principalmente da trilogia clássica, os episódios IV, V e VI. Pois o ponto de partida é a batalha de Endor que acontece no último filme, O Retorno de Jedi. Citado constantemente, serve como desenvolvimento da maior parte dos personagens, como por exemplo, Rae Sloane, almirante imperial do último Super-Stardestróier: Vigilância que tenta reerguer o Império Galático reunindo vários outros imperiais no planeta Akiva. Para Sloane, reestruturar o império é necessário, mas não a partir de um único braço forte, como fora o reinado de Palpatine, mas criar um conselho para compartilhar as decisões e responsabilidades do novo Império. Outro imperial de destaque é Sinjir Rath Velus, um agente de lealdade, que após a batalha de Endor questiona a sua própria lealdade ao Império e deserta. O peso que Sinjir dá sobre a guerra e ao ver seus companheiros mortos só possui sentido se você já viu essas cenas através dos filmes.

O livro é narrado em 3ª pessoa, um ponto de vista imparcial, utilizado por Wendig a favor de sua escrita e da história que deseja contar, já que o ponto alto de Marcas da Guerra é o panorama oferecido sobre este universo que acaba de passar por uma mudança de regime governamental. Quem possui a versão remasterizada do Episódio VI pôde perceber um dos poucos acréscimos que George Lucas fez com competência. Outros mundos comemorando a queda do Império são mostrados. Entretanto, tudo são flores? Será que depois que o Imperador morreu, todos ficaram felizes? Por meio dos Interlúdios, que são capítulos passados em vários planetas diferentes, ficamos sabendo que nem todos comemoraram a ascensão da Nova República, da mesma forma que nem todos dentro da Aliança Rebelde concordam sobre como ela deve ser governada. Uns acham que é necessário uma mão de ferro, outros acreditam que a restauração do senado Galático é um grande avanço e este é – sem sombra de dúvida – o trunfo deste livro. A maneira como cada sistema, cada planeta, cada pessoa lida com a situação de uma mudança política tão abrupta. Wendig consegue nos fazer crer que esse mundo é muito mais complexo do que “o bem” vencendo “o mal”. Por isso, considero o contexto sócio-político-econômico de Marcas da Guerra muito mais verossímil do que o de O Despertar da força como mostro no vídeo abaixo:

Devido a uma construção de mundo muito mais crível com o panorama criado no episódio VI, este livro subiu um ponto e ganha minha nota máxima. Pode não ser um livro perfeito para muitos leitores, mas traz uma história que respeita o legado dos filmes clássicos e expande o universo criado por George Lucas. Além de conhecer o planeta Akiva, também vemos um Império que acredita poder trazer ordem para o caus. Fato que por sinal, está na fala de um dos personagens de O Despertar da Força.

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Nota

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91wnlqh9oplNome: Star Wars – Marcas da Guerra

Autor: Chuck Wendig

Capa comum: 464 páginas

Editora: Aleph; Edição: 1 (16 de novembro de 2015)

Idioma: Português

ISBN-10: 8576572788

Dimensões do produto: 22,8 x 16 x 2,4 cm

Peso do produto: 680 g

Sinopse: O que aconteceu depois da destruição da segunda Estrela da Morte? Qual o destino dos remanescentes do Império Galáctico e dos antigos Rebeldes, agora responsáveis pela fundação da Nova República? Marcas da guerra é o primeiro livro do cânone oficial a mostrar o que acontece depois do clássico Episódio VI: O retorno de Jedi, dando pistas sobre o que podemos esperar da nova trilogia que se inicia com o O despertar da Força, a ser lançado nos cinemas em dezembro.

Nesse novo panorama galáctico, vamos descobrir que a guerra ainda não chegou ao fim… e que os traumas deixados por ela ainda serão sentidos por muitos e muitos ciclos. Capitão Wedge Antilles, almirante Ackbar, almirante Sloane, o garoto Temmin e a mãe, Norra Wexley, a caçadora de recompensas Jas Emari, o antigo agente imperial Sinjir: novos personagens e velhos conhecidos dos amantes da saga, que sempre estiveram envolvidos na luta, agora devem escolher o lado a que deverão jurar lealdade. Deverão colocar-se ao lado da Nova República, procurando estabelecer um novo governo democrático na galáxia? Ou juntar-se às fileiras imperiais, na tentativa de voltar ao poder absoluto depois das mortes dos lordes Sith Palpatine e Darth Vader?