Todo mundo já parou em determinado momento da vida sob a luz do luar ou diante de uma taça de vinho (sim, essa é a forma mais comum de eu fazer isso) e pensou com a força da alma “O que eu faria se pudesse mudar o jogo? Como seriam as coisas se eu tivesse a chance de mudar tudo isso?”
Honestamente, eu não faria nada. Ou melhor: faria. Faria tudo exatamente da mesma forma, portanto não busco soluções assim por motivos um tanto quanto óbvios. Mas o pensamento é livre e a imaginação rola à solta e não pensar nisso tudo é impossível em alguns momentos.
“Mas eu vim aqui atrás de uma resenha, não de sua filosofia!” Pois bem, caro cabuloso e cara cabulosa, nada aqui é a toa, pois essa mudança de vida repentina, virada de jogo, segunda chance, vida nova, é justamente a premissa do livro de estreia de Dani Atkins, “Uma Curva no Tempo“, que chegou ao Brasil pela Editora Arqueiro há alguns meses atrás, agora mesmo em 2015.
Uma curva na minha meta de leitura
Li esse livro por minha conta em risco, ninguém me indicou. O que me chamou a atenção de imediato foi o nome, a capa singela, delicada… No fundo, eu esperava uma espécie de chick-lit, algo leve para me desintoxicar de livros mais densos e preparar minha mente para novas leituras. Mas, é natural que eu queria ser surpreendida, do contrário não arriscaria.
O motivo de tal julgamento? História com personagem feminina, um grande desastre, segunda chance, recomeço, tome as rédeas da sua vida, surpreenda a Do como leitora, vai pro Cabuloso, etc etc etc. Sabe como é!
A sinopse me chamou a atenção bem superficialmente e sentei e comi (sim, comi!) o livro.
Ele realmente passa rápido, Dani Atkins criou a ideia perfeita, mas não atingiu às minhas expectativas.
Mas, vamos deixar bem claro uma coisa: as minhas expectativas foram aniquiladas beeeeem ao final da leitura, naquele ponto do clímax que é tudo ou nada, onde a história e os personagens se enrolaram a um ponto que nada mais pode salvá-los, nesse caso, nem mesmo uma terceira chance.
Quem acompanha minhas redes sociais viu alguns suspiros e confissões do tipo “Aaaaaah, que medo de ver que é tudo ilusão e que na verdade a segunda chance não existe e tudo é mentirinha…. pooooor favoooooor, me apeguei!”. (Okay, não chegou a tanto, mas foi essa a ideia!) E no fim… óbvio que eu adivinhei o final, mas eu torcia a cada palavra lida para eu estar enganada. É, não estava!
A história de Rachel
Há poucos dias de entrar para a faculdade, Rachel e seus amigos vão comemorar a nova fase se reunindo para uma pequena refeição. Tudo está uma maravilha, seguindo o ritmo normal até que um carro roubado desgovernado altera o rumo de suas vidas.
Rachel ia morrer. Para salva-la, o seu melhor amigo Jimmy interfere no momento e acaba falecendo em seu lugar. Do acidente, resta em Rachel uma marca em seu rosto, o coração ferido pela ausência de seu amigo, o fim de seu relacionamento e o afastamento de seus colegas.
Passados cinco anos, ela deve voltar para a sua cidade natal para o casamento de sua amiga e prepara-se para lidar com todas as emoções que surgirão. A questão aqui é que toda a carreira e vida de Rachel virou do avesso: ela não alcançou nada do que queria, seu pai está com câncer, sua carreira é uma droga e para fechar com chave de ouro ela está fugindo dos médicos para realizar tratamento para suas dores de cabeça constantes (e provavelmente relacionadas ao acidente).
É nesse cenário e no meio dessa depressão, que a vida dá uma nova chance a Rachel e ela literalmente desperta em uma nova vida: uma vida onde seus planos deram certo, ela está noiva, Jimmy está vivo, seus amigos estão bem, seu pai está saudável e sua carreira vai muito bem, obrigada! O problema? Ela insiste que nada disso faz sentido, que sua vida não é assim, não se lembra de nada e busca descobrir o que está acontecendo, enquanto vai percebendo fatos e fatores que antes não via.
Façam suas apostas, o que vocês acham que está acontecendo?!
Análise crítica
O livro é leve. Li uma versão digital, portanto não tenho informações relativas à versão física e diagramação, etc.
Para um romance de estreia, Dani Atkins foi audaciosa. Ela escolheu a dedo uma história e desenvolveu personagens que a gente se relaciona, mesmo de maneira superficial. Eu torci, torci mesmo por eles, talvez por isso acabei me decepcionando.
Ao conversar com um amigo sobre isso, Paulo Teixeira aqui do Leitor Cabuloso, ele me mostrou o óbvio: ela fez um bom trabalho, embora eu não aceite a lógica. Se ela escrever novos livros, darei nova chance, mas esse doeu!
No fim, acredito que minha curiosidade venceu: eu esperei mais do que um bom plot e um livro direcionado ao romance, por isso me decepcionei. Mas, não me arrependo da leitura. Como um filme, feitos ajustes aqui e ali, ia vender como água: é a receita perfeita.
Nota
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Nome: Uma Curva no Tempo
Autor: Dani Atkins
Edição: 1ª
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414134
Ano: 2015
Páginas: 256
Sinopse: Uma Curva no Tempo
A noite do acidente mudou tudo… Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel está desmoronando. Ela mora sozinha em Londres, num apartamento minúsculo, tem um emprego sem nenhuma perspectiva e vive culpada pela morte de seu melhor amigo. Ela daria tudo para voltar no tempo. Mas a vida não funciona assim… Ou funciona?
A noite do acidente foi uma grande sorte… Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel é perfeita. Ela tem um noivo maravilhoso, pai e amigos adoráveis e a carreira com que sempre sonhou. Mas por que será que ela não consegue afastar as lembranças de uma vida muito diferente?