Hoje estou aqui para fazer um apelo para que leiam com profundidade!
Exatamente! Para que mergulhem e não nadem apenas na superfície!
Vocês sabiam que todos os textos carregam uma carga de outros textos dentro deles? Sim! Para uma boa leitura e interpretação temos que saber identificá-los e, para isso, fazer com que os textos dialoguem através da nossa bagagem literária!
Por isso, é tão importante ler, e sempre digo que quem escreve, também lê (e não é pouco)!
Na maior parte das vezes essas influências são importantes e não podem passar despercebidas, pois auxiliam na composição e interpretação do texto como um todo.
Esse diálogo existente entre mais de um texto (e aqui falando de texto como qualquer coisa que transmita uma mensagem — lembrando meu outro texto —–) chama-se Intertextualidade.  (Acabei de fazer isso agora!).
Intertex… o que?
A intertextualidade é um conceito existente nos estudos literários que aborda uma maneira interpretativa para que enxerguemos dentro dos textos suas influências ou diálogos. Usando as palavras de José Luiz Fiorin “o encontro de duas materialidades linguísticas de dois textos”. Ou seja, quando existe um diálogo entre dois textos, (independente da forma desses textos) acontece a intertextualidade.
Esse fenômeno pode ser interno, quando o autor refere-se à própria obra ou outras obras de sua autoria, ou externo, quando faz referência a outras obras e outros autores.
A maior parte dos grandes autores do Cânone literário busca inspiração e base nos autores mais antigos…
Explica direito isso aê!
Usarei como exemplo inicial o Mito Romano da morte de Píramo e Tisbe. (Se você não conhece olha aqui). A tragédia dos amantes que não podem ficar juntos é recontada por Ovídio no livro “Metamorfoses”. Mais tarde, é retomada por Shakespeare em Romeu e Julieta, e não feliz, ele ainda insere o mito na peça “Sonho de uma noite de Verão”- trazendo o efeito de peças dentro da peça… (O que também não deixa de ser um diálogo intertextual).
E Shakespeare, por sua vez, terá uma influência enorme sobre Machado de Assis que, mais tarde, retomará esse mito de amor e tragédia tanto em Brás Cubas quanto em Dom Casmurro, (Bentinho e Capitu) de Machado de Assis.
Essas relações intertextuais criam uma cadeia de leituras, pois quem lê Machado sem conhecer Shakespeare, faz a leitura superficial, assim como quem lê Shakespeare sem conhecer os antigos… Para entender um é necessário que conheçamos os outros.
Coloquem seus livros para tomarem chá!
Atendendo a pedidos de leitores:

A tela é desse artista aqui Pierre-Claude Gautherot e chama-se Píramo y Tisbe.

Essa tela é de Frank Dicksee retrata a cena do terraço no quadro Romeu e Julieta, 1884.

Cena da Capitu – minissérie da Globo.
Eu disse que nada surge do nada!
Entendeu agora? Ou nada?!
Beijinhos,
Giul Cavasin

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![[Coluna] Diga o seu nome Montagem com uma pelicula de filme na horizontal, mostrando dois frames, o da esquerda mostra um recorte do postêr do filme "Candyman" que mostra o personagem do título, um homem negro de costas com um casaco escuro e um ganho no lugar da mão e uma abelha pousada no gancho, e o título do filme em amarelo. No frame da direita está a capa do livro "Candyman" da Dark Side Books, onde mostra uma colméia de abelhas no fundo e em primeiro plano o nome do autor Clive Barker e o título do livro.](https://leitorcabuloso.com.br/wp-content/uploads/2022/01/Candyman_Vitrine-Coluna-Filme-Livro-Site-696-390-ok-218x150.jpg)


