[Resenha] Eu, Robô – Isaac Asimov

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Sinopse:unnamed

Sensíveis, divertidos e instigantes, os contos de Eu, robô são um marco na história da ficção científica, seja pela introdução das célebres Leis da Robótica, pelos personagens inesquecíveis ou por seu olhar completamente novo a respeito das máquinas. Vivam eles na Terra ou no espaço sideral; sejam domésticos ou especializados, submissos ou rebeldes, meramente mecânicos ou humanizados, os robôs de Asimov conquistaram a cabeça e a alma de gerações de escritores, cineastas e cientistas, sendo até hoje fonte de inspiração de tudo o que lemos e assistimos sobre essas criaturas mecânicas.
Verdadeiro marco na história da ficção científica, Eu, robô reúne os primeiros textos de Isaac Asimov sobre robôs, publicados entre 1940 e 1950. São nove contos que relatam a evolução dos autômatos através do tempo, e que contêm em suas páginas, pela primeira vez, as célebres Três Leis da Robótica: os princípios que regem o comportamento dos robôs e que mudaram definitivamente a percepção que se tem sobre eles na literatura e na própria ciência.

  • 1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
  • 2ª Lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.
  • 3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.

IMG_20150222_193712695Essas são as três famosas leis da robótica criadas por Isaac Asimov em seus contos e histórias de robôs, e é em torno delas que giram as histórias de Eu, Robô. Esse clássico da ficção científica trata-se de um romance fix-up com diversos contos sobre robôs, em diferentes períodos da história da humanidade, indo de um simples robô de tarefas domésticas a máquinas que governam o mundo.

Como todo romance fix-up, ele tem altos e baixos, na forma de contos excelentes e contos mais fracos. A estrutura básica dos contos é brincar com as três leis, com as brechas existentes nelas e como elas podem levar robôs a se comportarem de maneiras inesperadas. Essa é a ideia central do livro, e deu origem a algumas pérolas e a outros contos que acabam ficando apenas na dedução lógica e nos métodos que os humanos envolvidos usam para retomar o controle sobre os robôs.

Os pontos altos do livro para mim são os contos Mentiroso e Evasão. Não vou entrar em detalhes sobre os contos para não estragar a experiência de leitura de ninguém, mas Mentiroso me chamou a atenção por ser o conto mais humano, o que mais mexe com as relações pessoais dos personagens e que vai mais longe na psique humana. Já Evasão lida com conceitos científicos interessantes, e apresenta uma experiência transcendental para dois personagens envolvidas que foi contada magistralmente.

IMG_20150222_193735714Não considero que o livro tenha contos ruins, apenas alguns que achei mais fracos, como Andando em Círculos, justamente por não trazer uma abordagem mais complexa ou diferenciada, e se ater à brincadeira com as leis da robótica. É muito importante notar que um conto desse, escrito hoje, seria algo até ingênuo, mas temos que levar em conta o contexto histórico no qual o livro foi escrito. Asimov é o pai dos robôs na ficção científica, e o criador das leis da robótica, que influenciaram muita gente. Esses contos são experimentações desses conceitos, e divertidos, se lidos de forma despretensiosa.

No final da edição, a Aleph adicionou o capítulo A História por Trás dos Romance de Robôs, uma leitura muito interessante, na qual Asimov conta toda sua trajetória escrevendo contos de robôs e como nasceu o livro dessa resenha. Os contos foram escritos em épocas diferentes e lançados em diversas revistas, e quando criou-se o formato de livro, ele amarrou tudo em volta da Dra. Susan Calvin, a personagem que conta as histórias apresentadas no volume.

Nesse texto Asimov diz que não se sente atraído por futuros distópicos ou esse tipo de coisa. Esse é um dado interessante, pois o livro termina num futuro onde grandes computadores governam suas regiões, mas não há aquele clima de Matrix ou Exterminador do Futuro, com revolta das máquinas e domínio da espécie humana. Me passou a impressão de ser um futuro bom, quase um utopia robótica. Algo me chamou atenção, entretanto. Em certa parte alguém diz que as máquinas decidem o que é melhor para a humanidade, independente do que a própria acredite ser melhor. Um tanto inquietante, não?

A edição da Aleph  é muito bonita, capa branca com letras metálicas e uma bela gravura de robô, e trás, no final,o material extra que citei acima. Uma ótima aquisição para você que é fã de ficção científica ou para você que quer conhecer mais do estilo, começando por seus grandes clássicos.

Ficou interessado(a)? Então compre o livro nos links abaixo:

 

logolucas_vectorized (1)Editora: Aleph
Autor: Isaac Asimov
Origem: Estrangeira
Título original: I, Robot
Ano: 2014
Número de páginas: 320
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