E então marcaram o lançamento do segundo livro de uma série de zumbis, mas o assunto “zumbis” tem se desgastado rápido. É verdade que é difícil achar uma história criativa, inovadora… mas o autor dessa é brasileiro, da minha cidade… melhor, ela se passa, em grande parte, aqui. Imagina ler sobre a Via Dutra, caminho de todo dia para o trabalho, devastada. Carros virados, pequenos incêndios e zumbis andando pela beira da rodovia? O conceito era bom o suficiente para me seduzir e comecei a tentar ajudar na divulgação. Convidei alguns amigos, compartilhei em mídias sociais quando, bem próximo ao evento, o autor compartilha o link da editora divulgando a liberação do primeiro capítulo do segundo livro. Mal sabia que isso era o de menos… compartilhei mesmo assim.
Navegando pelo site percebo que existe algo além dos dois livros. O conto Elevador 16, em formato PDF, passado no mesmo universo e disponível apenas em formato digital. Imediatamente espalhei o conto entre os amigos para tentarmos ler antes do evento de lançamento. Faltavam apenas dois dias.
O formato PDF não é dos mais interessantes. Bem travado exigiu que eu lesse no Kindle (poderia ter usado o tablet também). Depois de terminar vem a surpresa… existe uma versão epub cujo link está disponível no Skoob, mas só vi depois de já ter lido, quando fui marcá-lo. Por que esse formato não pode estar disponível no site da Faro Editorial? Por que não disponibilizar o formato Mobi (compatível com o kindle da Amazon)? Acabei partindo para uma rápida e bem sucedida conversão do epub para o Mobi usando o Calibre e essa versão é a que está guardada na minha biblioteca. A editora optou por privilegiar a Saraiva no formato digital, sendo a primeira plataforma onde estes livros se encontram disponíveis. O conto é gratuito.
Com relação ao conto o formato é ágil e não se percebe o passar do tempo em suas mais de 50 páginas. Apesar de o conto apontar sua localização como a Berrini, famoso endereço comercial de São Paulo, eu imaginei tudo ocorrendo em um conhecido edifício de escritórios aqui na minha cidade, sabendo que o autor vive aqui também. Os detalhes são vagos o suficiente para te permitir se colocar, e colocar o seu cotidiano, na história. Alguns detalhes nos diálogos ou na reação de alguns personagens me tiraram um pouco da imersão na história, mas sem comprometer o resultado como um todo. Esse resultado é excitante e cria uma mitologia que promete ser usada na série mais a frente segundo o autor. O mais importante, o conto é bom o suficiente para me convencer a comprar quatro livros naquela tarde (dois para mim e outros dois para um sobrinho) e fomos para a fila com mais uns amigos pegar autógrafos e marcadores de livro em couro “ensanguentado”.
Conversando com o autor rapidamente, pessoas na fila devem ter me odiado profundamente, este me esclareceu que, diferente da minha primeira hipótese com relação ao conto, ele não era uma estratégia de marketing/amostra. Esse conto é uma encomenda de uma produtora de vídeo que se interessou pelo material, mas achou inviável os cenários grandiosos dos livros com destruição generalizada, espaços abertos, tanques e afins. Torço para ver esse material disponível em vídeo, em breve. Em tempo, o material do conto é realmente bem adequado para uma gravação com limitações técnicas e orçamentárias e a história bem amarrada dando o gancho para algo que vai ocorrer na série, mas satisfazendo o leitor que ler apenas o conto.
Desejo sucesso ao autor e diversão a todos que resolverem se aventurar nessa excelente seleção de fim do mundo.
PS: Essa primeira coluna veio seguidinha da coluna de apresentação. A partir de agora, mais dicas curtinhas de quinze em quinze dias. Vejo vocês em 2 semanas.
Rodrigo Fernandes