No dia seguinte ninguém morreu… É assim que começa mais essa incrível obra de Saramago.
E se em um país as pessoas parassem de morrer? Esse é o grande desejo do ser humano: viver para sempre. Mas será que a imortalidade é mesmo vantajosa? Saramago aborda todos os pontos positivos e negativos em sua obra e posso afirmar que existe mais pontos ruins do que os bons, como por exemplo: ninguém morre, até aquele que sofre um acidente gravíssimo. O indivíduo fica a sofrer e não consegue morrer. Alguns idosos que a hora já era próxima simplesmente dormem e não acordam mais, porém, continuam respirando. E a crise em setores comerciais, como os seguros, as funerárias, as casas de repouso e até a igreja tudo isso Saramago acrescenta e o livro tem o poder de fazer com que nós gostemos da morte…
E não é exagero, porque na segunda parte a morte vem em forma de personagem e nos cativa. Ela, que resolveu entrar em greve e agora resolve mudar um pouco o modo como mata os humanos. Ela que também é humana de sentimentos se depara com um caso inédito, algo que nunca aconteceu ou ouviu falar acontecer com as outras mortes encarregadas de acabar com as outras formas de vida ou aquelas em outro setor.
Saramago conta sobre a morte, tanto a que esperamos no fim da vida e tanto aquela que é uma caveira vestida de preto com uma foice de forma espetacular e claro, não poderia deixar de ser, irônica.
O final deixa aquele gostinho de quero mais e temos a impressão de que o livro poderia continuar, ele até deixa algumas dúvidas e mistérios a resolver, o que nos deixa pensando sobre o livro mesmo após ele terminar e os livros que fazem isso são os melhores.
Recomendadíssimo para os usuais leitores de Saramago e claro para aqueles que ainda não o conhecem.
NOTA:
Ficou interessado(a)? Então compre o livro:
Ficha Técnica:
Editora: Companhia das Letras
Autor: José Saramago
Origem: Portuguesa
Ano: 2005
Número de páginas: 208
Skoob