Abertura
Hoje em dia existem mangás de tudo quanto é tema. Que tal um mangá que fala de mangakás, os escritores de mangás? É isso que você irá encontrar em Bakuman (que significa “Homem apostador” ou algo parecido, na minha opinião).
O ANIME
A história começa nos mostrando a vida de Moritaka Mashiro, um garoto do 9º ano que não tem a mínima ideia do que fazer da vida. Ele é o típico adolescente que está “empurrando a vida com a barriga”. Estuda por que seus pais dizem que deve estudar, mas não tem nenhum plano grandioso para o futuro. Ate que Takagi Akito o faz um pedido inesperado: criar um mangá.
A proposta de Takagi é que Mashiro desenhe e ele crie as histórias. Mashiro não aceita logo de cara. Apesar de gostar de desenhar – e não ter nada melhor pra fazer – ele havia desistido dessa ideia. O tio de Mashiro era mangaká e não acabou muito bem…Takagi não desiste e pra convencer Mashiro inclui na história a menina de que ele gosta secretamente: Azuki. Takagi diz para Mashiro que irá até a casa da Azuki para se declarar e é claro que Mashiro não iria deixar isso acontecer e vai junto. Porém a ideia de Takagi é outro tipo de declaração. Ele diz para Azuki que sabe de seu sonho de ser dubladora e revela que vai começar a criar mangás. Mashiro então diz que ele irá desenhar e quando o mangá deles se tornar um anime, ela dublará a heroína.
Azuki fica suuuper feliz com a ideia e aqui temos a confirmação de que ela também gosta de Mashiro. Tudo está muito bem, Mashiro está nas nuvens por conversar com a Azuki e então solta uma bomba: ele a pede em casamento. Isso mesmo, ele pergunta se ela pode casar com ele quando seus sonhos se realizarem. E o mais incrível: Azuki aceita! Mas com uma condição: eles não podem se ver até que alcancem seus objetivos.
A partir daqui vemos a jornada da dupla, que passa a se chamar Ashirogi Muto para conseguir um anime e o esforço da Azuki para ser uma dubladora de sucesso. O anime/mangá nos mostra como é todo o processo para a criação de um mangá. O storyboard (ou name) que é o rascunho, a criação dos desenhos, quadros e cenários e claro, a apresentação a uma editora – nesse caso a Shueisha, responsável pela Shounen Jump.
Vemos também a grande dificuldade de fazer um mangá de sucesso sem que esse inclua lutas, como os grandes nomes da Jump: Naruto, Bleach, One Piece, Dragon Ball aos quais Bakuman faz diversas referências. Além desses muitos outros mangás são citados – inclusive Death Note.
E pra coisa ficar ainda mais empolgante, não poderia faltar um rival que no caso é Niizuma Eiji, um ano mais velho do que a dupla e que já ganhou vários prêmios. Definem Niizuma como objetivo, como um rival a ser superado e a “luta” entre eles é bem empolgante. Claro que aparecem outros mangakás rivais e grandes dificuldades. A primeira temporada termina com a serialização de um mangá da dupla, onde o verdadeiro trabalho começa.
Personagens:
Segue um breve resumo dos principais personagens dessa primeira temporada. Divulgarei agora somente os principais mesmo, para evitar reclamações de spoilers. Para ver uma imagem do personagem, clique em seu nome.
Moritaka Mashiro: É o protagonista em Bakuman. Também conhecido como Saiko (uma outra forma de ler o seu nome) pelos seus amigos. É um mangaká dedicado que deseja ter uma série de sucesso para que ela se torne anime e assim possa se casar com a Miho Azuki.
Akito Takagi: É um dos personagens principais de Bakuman. É o que propôs ao Mashiro para que criassem um mangá. Apesar das boas notas, vai para escolas de baixa classificação só para que possa ter mais tempo para o mangá. É namorado de uma amiga da Azuki por um mal entendido.
Ashirogi Muto: É o pseudônimo de Mashiro e Tagaki. O nome vem das palavras “sonho” e “realizar-se” (Muto) junto com Azuki (A), Mashiro (Shiro) e Tagaki (Gi). O nome foi criado pela namorada de Takagi.
Niizuma Eiji: É considerado um mangaká gênio que desenha desde pequeno. Saiu do interior do Japão e foi morar em Tóquio quando uma de suas obras foi serializada. Ele aceitou se mudar com a condição de poder cancelar uma série de que ele não goste quando for o número 1 da Jump. É ao mesmo tempo fã e rival de Ashirogi Muto.
Miho Azuki: Sonha em ser dubladora e assim casar-se com Mashiro. Ela propôs que só se veriam quando seus sonhos se realizassem e desde então a comunicação entre os dois somente é feita via mensagens de texto.
Encerramento:
O MANGÁ
A primeira temporada de Bakuman engloba os seguintes volumes do mangá:
São bem poucos, considerando o total de volumes: vinte. No Brasil o mangá foi publicado pela Editora JBC.
As diferenças entre uma mídia e outra nessa primeira temporada são bem poucas. Existem somente aquelas que eles acrescentam informações no anime para enrolar mesmo.
O traço é bonito e bem feito desde o começo, não causando tanta diferença com os volumes seguintes – embora elas existam. O traço é realista conforme o autor mostrou grande talento em Death Note. Alguns personagens até se parecem um pouco.
Uma coisa que gostaria de ter visto no mangá foram mais detalhes sobre obra x autor. Mangás como One Piece e Dragon Ball tem cartas dos fãs que acabam nos dando muita informação sobre o criador de cada obra. Rurouni Kenshin tem a “Palavra do Autor” onde o Watsuki diz um pouco sobre novidades e também nos revela algo sobre ele.
Em Bakuman entre os capítulos nos são mostrados os storyboards somente. É interessante vê-los – ver como o Ohba desenha mal e como o Obata foi ficando preguiçoso com o tempo – mas o que eu gostaria mesmo de saber é até onde Bakuman se baseia na vida dos próprios autores. Ou não se baseia? Gostaria de saber se as dificuldades encontradas, os editores ou rivais tem alguma relação real. Acho que vou ficar na curiosidade >:
Então, aproveitando, vamos falar um pouquinho sobre…
OS AUTORES
Com certeza você já ouviu falar de Tsugumi Ohba e Takeshi Obata. Se não, tenho certeza de que ouviram falar de Death Note. Foi a obra em que fizeram grande sucesso. Como em Bakuman, são uma dupla onde um cria o roteiro e outro desenha. Falaremos primeiramente do desenhista:
Takeshi Obata: É um mangaka nascido em 11 de fevereiro de 1969, em Niigata. Ele é mais conhecido pelo seu trabalho dos mangás Hikaru no Go e Death Note. Foi mentor de vários mangakas famosos como Kentaro Yabuki, autor de Black Cat, Nobuhiro Watsuki, de Rurouni Kenshin e Busou Renkin, e Yusuke Murata de Eyeshield 21.
Obras:
- 500 Kounen no Shinwa (1985)
- Cyborg Jiichan G (1989, sob o pseudônimo de Ken Kobatake)
- Arabian Majin Bōkentan Lamp Lamp (1991–1992, roteiros de SendoSusumu)
- Mugen Dōshi – Dream Master
- Rikijin Densetsu – Oni wo Tsugu mono (1992–1993, roteiros de Masaru Miyazaki)
- Ningyō Sōshi Ayatsuri Sakon (1995–1996,roteiros de Sharakumaro)
- Hikaru no Go (1998–2003, roteiros de Yumi Hotta)
- Hajime (2003, roteiros de Otsuichi)
- Death Note (2003-2006, roteiros de Tsugumi Ōba)
- Lust For Life e Adidas Manga Fever (roteiros de Sho-u Tajima e Hiroyuki Asada)
- Blue Dragon – RalΩGrado (2006)
- Hello Baby (2007, roteiro de Masanori Morita)
- Bakuman (2008- 2013, roteiro de Tsugumi Ōba)
Segue um pequeno vídeo do artista desenhando (sem mostrar o rosto hahaah):
Tsugumi Ohba: Ohba ou Ooba é conhecido por não ser conhecido, isso acontece pois quase nada se sabe sobre este misterioso e talentoso mangaká. Só possui duas obras, os já citados Death Note e Bakuman, ambos feitos, também como já foi citado com Obata. Ohba revela que nunca havia visto Obata durante o processo de produção de Death Note, se conheceram por acaso em uma espécie de convenção na editora, mas após já estarem fazendo o mangá juntos. Além disso, Ohba descaradamente revela que muitas vezes mudou a história por causa dos desenhos de Obata, causou uma briga, por exemplo, só para ver ela desenhada pelo amigo, mudou frases e deu rumo a história muitas vezes apenas influenciado pela arte do amigo. O que pode parecer estranho não passa de um estilo diferente dos tradicionais, apesar da distância e da falta de conversa sobre o rumo do mangá (Obata assim como todos os leitores não sabia o que iria acontecer na história, sendo surpreendido a cada novo storyboard entregue por Ohba) o resultado sempre foi de qualidade excepcional e até hoje Death Note é considerado referencial de roteiro original e inteligente, sem falar da arte de Obata muito admirada por público e crítica. Mas é claro que os fãs e paranoicos da teoria da conspiração não deixariam isso barato, pelo menos não sem especular! Hiroshi Gamou é o candidato a verdadeiro Ohba. Dizem que este autor usa o Pen-name (pseudônimo em Pt) de Ohba pois sua obra anterior a Death Note era muito diferente e uma mudança tãooooo brusca de estilo tornou isto necessário.
Considerações Finais
Em primeiro lugar, espero que você tenha chegado até aqui hahaha. Não sei vocês, mas eu considero Bakuman um mangá muito empolgante. Diferente de Death Note ele possui também um toque de humor. Ok, em Death Note tinha um pouco de humor, mas como Bakuman é um manga mais “light” (ai que piada tosca) o humor é mais presente.
Muitas vezes, tanto lendo o mangá quanto vendo o anime ficava super empolgada com a disputa entre dois personagens, o que é legal acontecer em um mangá em que lutas corporais não são presentes.
A primeira temporada acaba em um momento crítico e assim que rever a segunda, volto aqui com outra resenha (dessa vez menor, espero).