Edição: 1
Editora: L&PM
ISBN: 9788525426680
Ano: 2012
Páginas: 64
Skoob
Sinopse
Na solidão do seu apartamento, uma mulher escreve sobre a sua história numa noite de insônia. Uma história plena de relacionamentos marcados por frustrações, dor e prazer. Encorajada pelo champanhe, sem nenhuma censura, ela vai contando sua vida enquanto chove lá fora. O livro só terminará com o último pingo de chuva. Martha Medeiros, a poeta de Cartas extraviadas, a cronista de Feliz por nada, a romancista de Divã está inteira nesta novela visceral que é um verdadeiro convite à reflexão.
“Estou sozinha com meu cálice de champanhe, o primeiro. Comi uma barra de chocolate só pra fingir que nada me importa, mas tudo me importa como nunca me importou nesta noite em que estou sozinha, tentando ficar bêbada, prestes a ser gorda, infernizada por recordações do passado e impaciente para inventar um futuro.” Martha Medeiros.
E assim começa essa obra de Martha Medeiros, uma das autoras brasileiras mais conhecidas da atualidade. De cara se percebe a leveza [e pesar] do texto que vem pela frente… Martha, ‘embriagada’ [ou prestes a isso] ‘conversa’ com o leitor, enquanto a chuva cai lá fora… Sua “Noite em Claro” será longa… ou até quando a chuva parar de cair… O texto fala sobre memórias da narradora, que se encontra sozinha em sua residência, numa longa noite chuvosa. Triste, melancólica e solitária, ela solta seus pensamentos no papel, escrevendo até que a chuva cesse lá fora… mas e quanto à chuva que cai por dentro? Por dentro, ela continua gotejando, tempestuosa…
O livro traz muitas passagens profundas, e tem apenas 64 páginas… é um conto denso, carregado de solidão existencial em tons de cinza… a escrita de Medeiros é de fácil compreensão… ela não precisa de palavras difíceis pra expressar sentimentos complicados… mas nem por isso cai no lugar-comum… costumo compará-la a Caio F. Abreu, ela sabe [assim como ele] escrever sobre coisas doloridas de forma poética, bonita… Uma história repleta de amores confusos, de finais [in]felizes, com pitadas de delírio, prazer e nostalgia… Conversa regada a chuva e champanhe… “Mulheres infelizes costumam ter uma vida interessante.”, já diz Martha em Noite em Claro… Quem sou eu pra discordar ou duvidar disso???
Por Maria Valéria
Nota: