Olá, Alfer, essa já é a terceira vez que o entrevisto – a primeira foi sobre “Livraria Limítrofe” e a segunda sobre Robert Louis Stevenson -, mas aqui estou mais uma vez graças ao maravilhoso mundo dos livros, contudo dessa vez para falar sobre o seu primeiro romance “Fúria Lupina: Brasil”…vamos às perguntas, sinta-se à vontade.
1 – Como surgiu a ideia para este livro?
A.M: Sou um grande fã do tema lobisomem desde a infância (quando o filme Um Lobisomem Americano em Londres era exibido com muita frequência na televisão). Desde essa época, tenho acompanhado de perto o assunto, seja em filmes ou em publicações em português – na sua maioria histórias em quadrinhos. Acabei me deparando com tanta ruindade cinematográfica, que decidi contar minha própria história de lobisomens, afinal não poderia sair algo pior do que bombas como A Presa ou a maioria das sequências de Grito de Horror.
2 – Como foi o processo de escrita?
A.M: Minha escrita com licantropos surgiu inicialmente em uma letra de música, composta para uma banda de horror punk onde eu tocava junto com meu irmão e alguns amigos. Surgiram muitas ideias a partir dessa letra e elas serviram de premissas para o Fúria Lupina Brasil. A partir daí, pesquisei sobre os mitos do lobisomem ao redor do mundo e desenvolvi uma trama usando diversos desses elementos, misturados com um pouco do folclore brasileiro e da cultura pop. Assim surgiu meu primeiro livro.
3 – Uma vez que este foi o seu primeiro romance, qual foi a sensação de lançar-se na carreira, mesmo que não integralmente, de escritor?
A.M: Foi algo completamente novo e desconhecido. A euforia inicial foi logo arrefecida por diversas “bordoadas” (umas válidas, outras nem tanto), que me forçaram a um amadurecimento precoce como escritor. Mesmo hoje, com outras obras lançadas, tenho consciência de que ainda sou um aprendiz, que o caminho é longo e tortuoso.
4 – Como você avalia o retorno que os leitores lhe dão para este livro?
A.M: É a coisa mais valiosa que um autor pode ter. Os elogios sinceros são o combustível para seguir adiante; as críticas bem fundamentadas são passos valorosos de aprendizado. Mesmo as críticas destrutivas absurdas têm a sua importância: ensinam a lidar com atitudes mesquinhas e gratuitas, a ter paciência e desapego com pessoas mal intencionadas – afinal, a única garantia que o autor iniciante tem ao iniciar suas atividades é a de que vai receber muita pedrada por aí.
5 – Sei que há o “Fúria Lupina: América Central”, uma continuação de “Fúria Lupina: Brasil”, e gostaria de saber se você pretende dar continuidade a esta saga.
A.M: No universo de Fúria Lupina ainda há muito a ser explorado. No ano que vem será lançado o Fúria Lupina Austrália, e outros projetos derivados vão ganhando vida, como as antologias Green Death e as histórias em quadrinhos Peeiras. Isso, apenas referente às tramas contemporâneas. Há planos para lobisomens em outras épocas históricas, mas isso fica para o futuro, depois que eu conseguir tocar outros projetos que tenho em mente.
6 – Como você mesmo percebe este seu “filho literário”? Você avalia que conseguiu tudo o que almeja com este trabalho? Qual a mensagem que você queria passar?
A.M: O Fúria Lupina Brasil reflete exatamente quem eu era como escritor na época do seu lançamento. O retorno do público é maravilhoso, as pessoas conseguem enxergar muito além das garras, presas e sangue na história. Apenas pelo fato de se disponibilizar um texto, tê-lo lido e compreendido, já é uma vitória. Todo o ciclo de autoaprendizado e relação com o ambiente de Fúria Lupina Brasil foi plenamente reconhecido pelo público, com reações positivas e negativas. O que importa é que essa camada do texto foi assimilada.
Como já sabe, ao final da entrevista cedo espaço para o entrevistado falar o que queira, recado, anúncio… a palavra é sua.
A.M: Sou muito grato a todos que dedicaram parte de seu tempo para me dar algum tipo de retorno sobre os meus trabalhos literários, pois, como dito anteriormente, esse tipo de atitude vale ouro para um autor. Espero poder aperfeiçoar sempre minha escrita e desenvolver cada vez mais a criatividade, para oferecer o meu melhor a vocês pelo máximo de tempo que eu conseguir. Se me virem em algum evento por aí, venham conversar comigo (sou feio, mas não mordo). Ler impressões de leitores é legal, mas ouvi-las ao vivo é melhor ainda!
Agradeço a entrevista em nome de toda a equipe do Leitor Cabuloso e, mais uma vez, reafirmo o laço de amizade e apoio ao seu trabalho, a casa sempre terá um lugar para você quando for necessário! Abraços e muito sucesso, amigo!
A.M: Muito obrigado e até breve!
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