Sinopse: No romance Os Reis do Rio, de Rafael Lima, descubra uma distopia 100% carioca. O ano é 2189. Décadas após um holocausto nuclear,nada de maravilhoso restou na cidade de São Sebastião. A monocromia substituiu a exuberância natural. A insipidez, o charme das ruas. A apatia, a vivacidade dos cariocas. Mas ainda há esperança. Ao menos para William Costa. Quando seu irmão Edu é sequestrado pela Radius, organização soberana da cidade, o mulato deixa seu bairro-caverna para resgatá-lo. Em sua companhia segue Lia, namorada de Edu, e Ulysses, um tiziu implacável. Seu destino: a cidadela de Iraputã, coração da Radius. Lá, respostas que vão além do paradeiro de Edu os aguardam, revelações sobre o passado e o futuro do Rio de Janeiro e até mesmo do terrível mundo que habitam. Samba-dumps, robôs esquizofrênicos, rifles plasmáticos, harpias, caveiras, rádios clandestinas e uma batalha iminente pelas ruínas de um dos cartões-postais mais famosos de todos os tempos. Está preparado? Então seja bem-vindo ao novo Rio.
Um livro que deveria ser maior. Não para alongar uma leitura boa, mas para que o autor conseguisse desenvolvê-la.
Os Reis do Rio se passa em 2189 onde o Rio de Janeiro foi atingido por mísseis nucleares e perdeu quase todo o seu brilho. Digo quase todo porque algum brilho restou nos cariocas.
O Rio é governado pela Radius com fogo e ferro e um programa chamado “Purificação”, mas que podia ser “lavagem cerebral” e os Libertos tentam lutar contra isso.
Como todo o cenário foi destruído, algumas pessoas moram embaixo da terra, em antigos abrigos nucleares agora chamados de Grotas.
Na Grota IV há uma presença estranha: Os Sombras, a elite da Radius. Eles estão lá para pegar um adolescente, Edu, e o levam. Mas por quê? Para quê? Will, irmão de Edu quer essa resposta e decide ir atrás do irmão, decide viajar para Iraputã a sede da Radius, uma missão suicida. Lia, namorada de Edu, decide seguir Will apesar do rapaz não gostar da idéia. Na saída da Grota encontram Ulysses um rapaz calado e quieto, mas que guarda uma sede de sangue enorme. Por ter essa sede, sair da Grota naquele momento foi muito útil.
E assim começa a viagem dos três adolescentes em direção a um destino desconhecido em um mundo destruído.
A idéia do livro é muito boa e o começo nos prende completamente. O autor nos joga vários mistérios de uma vez o que nos deixa ávidos para a leitura.
Mas infelizmente isso muda. Acho que já comentei, mas uma coisa que prezo bastante em um livro são seus personagens e como são desenvolvidos. Reis do Rio peca nisso. Eu não consegui gostar de nenhum personagem – Ulysses me interessou bastante no começo, mas nem ele, um personagem que tinha tudo para ser foda, não o foi. E quando você não gosta dos personagens, fica alheio aos acontecimentos.
Outra coisa que me incomodou foi a conveniência de certas cenas. Logo no começo um personagem apareceu e ajudou os rapazes, mas de repente… sumiu. Fiquei esperando ele aparecer e ser o salvador, mas não aconteceu. Parece que o autor simplesmente o deixou de lado. Em outras ocasiões, os acontecimentos que envolvem os adolescentes são totalmente alheios com o cenário ao redor. O autor deixa de lado as pessoas que estavam ali e que poderiam interferir, para que as coisas dessem certo.
Mas calma, o livro não é de todo ruim. O cenário no Rio de Janeiro foi bem construído. Se você conhece a cidade maravilhosa, vai se identificar com os adolescentes passando por certos lugares e mesmo se não conhecer, vai gostar.
Outra passagem interessante é onde os Lobos aparecem. Criaturas metade orgânicas, metade máquinas: quimeras. A cena que elas tomam conta é eletrizante.
Bem, acho que vocês entenderam o porquê do “Um livro que deveria ser maior”. Acho que se o autor tivesse desenvolvido mais a história e principalmente os personagens, seria um livro 10x melhor. As coisas acontecem muito rápido, infelizmente.
Por esse motivo, o livro leva 3 selos cabulosos. Como sempre dizemos por aqui, essa é minha opinião. Você pode ler o livro e se identificar com os personagens, gostar do desenvolvimento. Não me arrependi de ter feito a leitura de Reis do Rio, só achei que ela poderia ser mais desenvolvida.
NOTA:
Ficha Técnica:
Editora: Draco
Autor: Rafael Lima
Origem: Brasileira
Ano: 2012
Número de páginas: 304
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