Autora: Barbara Freethy
Editora: Novo Conceito
Origem: Americana
Ano: 2012
Edição: 1ª
Número de páginas: 320
Skoob
Sinopse: Ela era a melhor amiga delas, ou assim elas pensavam — até anos mais tarde, quando seus segredos as levam a uma perigosa busca pela verdade sobre quem ela realmente fora e por que morreu. Dez anos atrás, em uma festa louca, a linda e estonteante Emily caminhava para sua morte, deixando suas três melhores amigas e “irmãs” — Natalie, Laura e Madison — devastadas. Nenhuma delas esquecera aquela noite — ou o papel que cada uma teve na morte de Emily, a culpa que as persegue e a perda que ainda sofrem. Agora, um escritor desconhecido entra na lista dos livros mais vendidos com um romance similar à história delas. Quem é ele? Como ele sabe os detalhes íntimos de suas vidas? E por que ele está acusando uma delas de assassinato?
Onde comprar? Livraria Saraiva, Livraria Cultura.
Book trailer:
Análise:
“Apenas os jornais são preto e branco […] O resto da vida é mais complicado, principalmente os relacionamentos.”
—Pág. 245.
Saudações, caros leitores! Suspense é um dos gêneros que mais adoro, leio de tudo, mas tenho uma afeição especial ao estilo, pois desde pequeno, como já devo ter lhes contado alguma vez, a minha mente fica fascinada, como um pintor diante de um quadro belo, com tramas cheias de mistérios e uma tensão quase palpável entre os personagens. Posso adiantar-lhes a informação de que “Tudo o que ela sempre quis”, surpreendeu-me, mas como foi essa surpresa? Positiva ou negativa? Vou lhes elucidar isto.
O estopim da trama não tarda a entrar em ignição, ou seja, a história não se perde em toda uma elaboração de questões desnecessárias que afastem o leitor do foco do livro, mesmo quando você achar que o enredo foge um pouco de sua linha central, mais a frente vê que tudo vai somando-se para proporcionar um texto cativante, reforçando a relevância do cerne da obra, nesse caso a relação de amizade entre Emily (falecida), Natalie, Laura e Madison e os segredos que cada uma guarda. Além das amigas, há outros personagens que tem uma participação significativa, mas são um complemento às peças principais, um recurso para dar uma “afinação” na narração, deixando os capítulos mais dinâmicos.
A maioria dos leitores, ao ouvir a palavra suspense, provavelmente deve pensar em situações de adrenalina, risco de vida, perseguição, um assassino frio e calculista, mas o livro de Barbara Freethy não segue esses moldes, entretanto conseguiu deixar-me fixado em suas páginas como alguns dos melhores suspenses que já li. Realmente ela sabe comunicar-se com o leitor extremamente bem e os seus personagens são carismáticos, cada um dotado com mistérios em diferentes escalas e com um jeito singular. O que não nos deixa entediados, apesar do livro não possuir injeções de adrenalina, mas sim um ritmo até bem calmo que dá uma leve oscilação quando alguma nova pista sobre a morte de Emily é encontrada. Porém ficamos nos questionando o que é fruto de uma dedução bem estruturada e o que é fruto da paranoia que cresce entre os personagens que vez em quando desconfiam uns dos outros.
Como comentei um pouco atrás na resenha, o texto pode parecer que às vezes foge de seu assunto principal, e é nesses trechos que se desenvolve a parte romântica da obra; mas não pense que as cenas são de uma ternura exacerbada, cansativa. Afinal estamos em companhia de mulheres na faixa dos trinta anos e, apesar de alguns problemas em suas vidas, sejam eles originários do presente ou passado, são maduras o suficiente para lidar com os seus sentimentos sem lamentações ou divagações que querem tornar os seus umbigos o centro do universo. O reencontro das amigas, devido ao retorno de um “fantasma” que julgavam estar repousando no passado, serviu para reviver também algumas relações mal resolvidas e forçar as amigas (Natalie, Laura e Madison) a tomarem uma decisão quanto a elas.
Com o desfecho, pude concluir que o livro é sobre como o poder da amizade pode determinar o rumo de nossas vidas, como todos possuímos segredos, cabendo-nos aprender como administra-los. E como tentar fugir daquilo que está dentro de nós mesmos é um empreendimento que nunca terá êxito por razões que são óbvias. O que devemos nos esforçar para fazer é enfrentar aquilo que nos incomoda, uma vez que o tempo passa e um sentimento ou pensamento, quando está represado, jamais vai ser curado simplesmente fazendo nada. O final não chega a surpreender muito, porém todo o desenvolvimento do livro é excelente, dificilmente você não será cativado.
Quanto ao trabalho físico no livro (revisão, diagramação, capa etc), não tenho o que criticar, está em sintonia com a qualidade do texto. Dou parabéns à Novo Conceito por manter um nível de qualidade nas publicações muito bom. Concluindo a resenha, dou quatro selos cabulosos.
Nota:
P.S: Gostei muito da resenha feita pela minha amiga e blogueira Tatiana e, como o livro trata de amizades, resolvi deixar aqui linkada a resenha dela: acessem.