Editora: Editora Tradicional MODO
Origem: Brasileira
Ano: 2012
Edição: 1ª
Número de páginas: 287
Skoob
Sinopse: Um pacto quebrado entre amigos e muita confusão, abrange o cenário apresentado. Gustavo e Daniel, amigos desde o ensino fundamental, prometem um ao outro que jamais se relacionariam com as irmãs, primas, namorada e afins um do outro, evitando que nada atinja a amizade entre eles. O que poderá acontecer quando o cupido resolver flechar sem olhar a direção? E mais… Até que ponto esta amizade poderia resistir, se… De repente… Ambos acabassem se interessando, sem saber um do outro, pela mesma garota? Beijos e Batom promete prender a atenção do princípio ao fim.
Onde comprar? Editora Modo.
“[…] não precisou terminar a música, porque ela o interrompeu se jogando em cima dele […]”.
—Pág. 281.
Saudações, caros leitores! A adolescência é uma fase de muitas descobertas, tanto acerca de si mesmo, quanto do mundo. Normalmente é neste período que vislumbramos o amor, visto que é difícil percebermos com clareza coisas que agitam ainda mais o caldeirão de hormônios que abrigamos em nossos corpos. Lágrimas, beijos, sorrisos, incertezas, isso e muito mais é a adolescência. Agora, farei algumas considerações.
O enredo tem uma base simples, mas que a autora consegue ramificar, proporcionando uma leitura divertida, algo na medida para quem busca relaxar com um texto suave. A linguagem foi um dos aspectos que chamou a minha atenção aliás, pois a Mariana “permitiu” que os seus personagens principais fossem eles mesmos, ou seja, mantivessem um vocabulário próprio da faixa etária, Achei isto perfeito, uma vez que desta forma o que é ficção se situa mais perto do real e os leitores podem se ver no contexto, seja quando eram mais jovens ou atualmente.
Alguns dos personagens iniciais são: os amigos Daniel e Gustavo, Bia, irmã de Daniel, Larissa, melhor amiga de Bia e ex-namorada de Gustavo, e Sabrina, namorada de Daniel que tem alguns segredos que sacodem a história conforme são revelados. Outros personagens surgem e acrescentam mais tempero às páginas. Acontecem vários pontos de viradas, passando longe dos clichês dos filmes americanos sobre adolescentes ou novelas globais. Essas mudanças de rumo frequentes retratam a inconstância dos espíritos que ainda almejam encaixarem-se no mundo e para tal finalidade percorrem os mais distintos tons emocionais.
Cada capítulo, que é divido em várias partes, tem um nome, porém eles não entregam demais sobre os eventos futuros e em alguns casos servem para nos surpreender, pois nos induzem a enxergar por um ponto que mais adiante se desdobra além do que podemos imaginar.
A capa do livro é um reflexo do fulgor de sentimentos em cada linha, o batom de cor vermelha, associado à paixão, em contraste com a alvura de uma pele feminina é encantador, uma coisa que se devora com os olhos, e pode ser interpretada como um simbolismo para uma das questões abordadas: a perda da virgindade. O assunto é tratado com delicadeza, entretanto sem falso puritanismo.
A única crítica negativa que faço é em relação à revisão. Erros às vezes passam pelos olhos dos revisores, quanto maior o livro, maiores são as chances, mas o livro não chega às trezentas páginas e a quantidade de erros causou-me incomodo. A questão aqui não é a qualidade do trabalho dos revisores, mas como as falhas que encontrei atrapalharam na linha imersão do leitor na história que a autora foi construindo e que foi bruscamente interrompida em alguns pontos. Constatando-se este inconveniente e o que mencionei nos parágrafos anteriores, darei três selos cabulosos.
Nota:
Entrevista:
Olá, Mariana! Quero dizer que fico muito agradecido por você ceder uma entrevista ao Leitor Cabuloso e espero que você goste das perguntas, não sou nenhum repórter, mas tento fazer algo bom. Vamos às perguntas…
1 – Nos diga como foi o processo de criação para “Beijos & Batom”.
Legal essa pergunta, porque na verdade foi bem diferente do que os autores costumam fazer quando escrevem um livro! Eu fiz uma bagunça! Foi muito desestruturado!
Como eu queria dar ao livro um clima de série de TV bem cheia de confusão, deixei as coisas bem malucas e criei personagens que possuíam mais defeitos do que qualidades como pessoas. Normalmente em livros você tem uma introdução aos personagens, para depois vir o conflito e só após isso o clímax de resolução… é assim que todo mundo ensina um autor a escrever… mas eu já quis jogar os personagens no meio do conflito e depois que fiz as apresentações, no meio do clímax… ou seja, bem do avesso do que manda a regra.
2 – O livro é basicamente uma obra que fala sobre desventuras amorosas adolescentes, então gostaria de saber como o público da idade dos próprios personagens está recebendo o seu mais recente trabalho lançado?
Todo mundo que tem lido gosta do que escrevi. Até quem não curte muito literatura juvenil tende a dizer “não gostei do livro, mas porque eu não gosto desse tema” e acaba elogiando muito a escrita despojada e os acontecimentos do livro. Uma coisa que notei é que as pessoas tem uma reação de muita raiva com os personagens, pois eles fazem muitas burradas… mas a intenção era mesmo essa e me sinto satisfeita quando alguém diz “ai que raiva da Bia” ou “mas esse Daniel faz tudo errado, que ódio!”. Os acontecimentos mais “chocantes” do livro servem como alerta, o leitor mais crítico vai perceber isso. No mais, é um livro de puro entretenimento, uma leitura descompromissada e todos que leram pareceram gostar disso.
3 – Antes de escrever este trabalho, que se tornou um impresso, você escreveu “Lembre-se de Morrer”, um romance sobrenatural, disponibilizado para leitura on line, gostaria de saber como é o feedback nestes dois casos, você sente uma diferença muito drástica?
A diferença que sinto é mais no interesse que o público tem quando procura uma ou outra obra. Quem lê Lembre-se de Morrer se apega mais à fantasia, às referências místicas na criação dos mundos… o romance dos personagens e seus conflitos pessoais acaba ficando em segundo plano. Já os leitores de Beijos & Batom ficam mais ligados no “quem fica com quem” e entram em torcidas (contra ou a favor) dos personagens. São dois livros com propostas bem diferentes, então é de se esperar que causem reações diferentes a quem lê!
4 – Ainda pegando carona na pergunta anterior, como é a experiência de ter o seu primeiro livro impresso participando de eventos? Você sente que as suas expectativas foram atendidas?
Posso dizer que é uma realização muito mais “pessoal” do que no papel de “escritora”. Sempre defendi a auto publicação e continuo defendendo, um autor não precisa de uma editora para ser lido ou se sentir autor… mas como pessoa, compreendo que a partir do momento que uma entidade comercial – no caso uma editora – assina sua obra, é como se ela fosse um selo que dissesse “olha, vale a pena!” e você fica com aquela sensação de “uau, fiz certo!”. Quando na verdade, do ponto de vista comercial, não há diferença alguma ter uma editora ou se auto publicar.
Minhas expectativas foram bem atendidas, a Editora Tradicional Modo é bem nova, seus primeiros títulos saíram em 2012, mas ela fez tudo muito certo e com muito respeito com seus autores, o que eu acho importantíssimo. Muitas editoras se esquecem de que o relacionamento autor-editora é algo importante para que o livro dê certo do ponto de vista comercial… e com certeza a Modo soube investir nessa relação!
5 – Você pode nos falar sobre projetos futuros? Já há outros livros a caminho?
Tenho muita coisa em vista! Eu não consigo me aquietar ou parar de escrever, mas lançar um livro comercialmente é um trabalho muito árduo e requer muito tempo de você, antes e depois do lançamento.
Há dois títulos no forno, com outra editora, para serem lançados comercialmente em 2013. Surpresa, surpresa! Apesar de serem dois livros bem diferentes, ambos vão tratar de temas da juventude. Queria poder falar muito deles para vocês, mas ainda não dá… logo mais posso vir com mais detalhes!
6 – Agora, mudando um pouco o rumo da entrevista, pergunto se você pode compartilhar conosco o seu gosto literário. Quais autores (as) você adora ler?
Eu lia muito (muito mesmo) Anne Rice, André Vianco e Marion Zimmer-Bradley, que são autores bem longe do meu campo de escrita, são romancistas fantásticos, mas eu era uma rata de biblioteca e sebos, vivia neles e acabava escolhendo livros de autores desconhecidos, mas que tinham roteiros magníficos. Atualmente eu leio muito romance Juvenil/YA, meu favorito é Nevermore da Kelly Creagh e fico louca de ver que as editoras daqui ainda não trouxeram essa preciosidade para nosso mercado nacional. Ela é minha autora favorita atualmente, sua escrita é diferencial de muito YA que lemos por aí. Fico esperando e contando os dias para seus lançamentos!
7 – Quando surgiu a vontade para escrever?
Eu costumo dizer que antes mesmo de saber escrever eu sempre quis contar histórias. Foi algo natural ao aprender a ler e escrever transformar a escrita na forma de expressão!
8 – Agora, deixo o espaço para você deixar uma mensagem para leitores, familiares, animais de estimação, seres de outros planetas, enfim, lhe passo completamente a palavra.
Nunca sei bem o que fazer quando existem muitas opções! Agradeço à equipe do Leitor Cabuloso pelo apoio e carinho; aos leitores de Beijos & Batom (e aos futuros leitores também!).
Um beijo a todos =)
Abraços! Muito obrigado pela entrevista! Gostei de conhecer o seu livro, além de você, claro, e espero que você tenha muito sucesso em seus empreendimentos! O Leitor Cabuloso sempre estará com as portas abertas! Quando quiser, é só puxar uma cadeira e sentar…todo o apoio é por conta da casa.
Obrigada xD!!