[Resenha] A cidade de bronze – S. A. Chakraborty

0
Capa do livro. No fundo, um céu escuro, com alguns pontos luminosos no topo. Na base, uma perspectiva de horizonte com a silhueta de algumas construções em arquitetura árabe em dourado, e uma pessoa caminhando vista bem de longe. Do local dessa pessoa emana uma luz com labaredas amarelas que vão até o topo da capa avermelhando-se. No centro da capa uma mandala, e em primeiro plano o título do livro.
Capa do livro. No fundo, um céu escuro, com alguns pontos luminosos no topo. Na base, uma perspectiva de horizonte com a silhueta de algumas construções em arquitetura árabe em dourado, e uma pessoa caminhando vista bem de longe. Do local dessa pessoa emana uma luz com labaredas amarelas que vão até o topo da capa avermelhando-se. No centro da capa uma mandala, e em primeiro plano o título do livro.

A cidade de bronze é o primeiro livro da trilogia Daevabad. Baseado na mitologia árabe, este livro é o excelente início de uma história complexa, repleta de intrigas políticas, conflitos raciais e magia.

A narrativa se alterna entre os pontos de vista dos dois personagens principais: Nahri e Ali. Nahri mora sozinha no Cairo ocupado pelos Francos e sobrevive aplicando golpes em pessoas ricas. Embora tenha o dom de curar, a si mesma e outras pessoas, sua principal habilidade é roubar. Ela sonha em estudar medicina, um sonho impossível para uma pessoa pobre e ainda mais uma mulher.

O príncipe Ali vive em Daevabad. Ele é o segundo filho do rei dos djinns (seres criados do fogo) e passou a vida sendo treinado para ser o chefe militar de seu meio-irmão Muntadhir, o futuro rei. Ali tem um bom coração e procura ajudar os desprezados shafits (filhos de djinns com humanos), mas seu fanatismo religioso e sua criação privilegiada não o deixam perceber as muitas complexidades da sociedade em que vive.

O início da jornada

Nahri não acredita em magia ou sem seres que não sejam humanos, porém, para ganhar dinheiro, finge fazer um ritual para exorcizar um djinn de uma menina. Durante o processo, ela resolve usar palavras de uma língua que somente ela conhece. Com isso, Nahri invoca um guerreio djinn chamado Dara, o que dá início a uma jornada que a levará do Cairo até a lendária Daevabad, onde a moça vai aprender sobre suas origens, seus dons e enfrentar seres que ela nem sabia que existiam como ifrits e ghouls.

A grandeza leva tempo, Banu Nahida. Em geral, os mais poderosos tem os princípios mais humildes.

Novo mundo

A autora descreve o mundo imaginado por ela com riqueza de detalhes que permitem uma grande imersão no mesmo. As descrições dos lugares, decorações e vestuário dos personagens nos colocam dentro do ambiente sem serem excessivas.

A rica história dos povos que habitam Daevabab é explica aos poucos, usando principalmente a relação entre Nahri e Dava. Dessa forma, vamos absorvendo aos poucos as complexas relações entre as raças, a medida que as informações vão sendo necessárias, sem se sentirmos inundados com informações.

Os personagens são bem construídos e complexos, com nuances. Suas decisões são bem explicadas e embasadas em princípios e, por mais que não concordemos, entendemos os motivos de suas ações. Nenhum dos personagens tem a visão geral das situações e só conhece a história do seu ponto de vista, logo todos acham que estão certos em seus ideais. Como vemos tudo de fora, fica nítido que não existe resposta simples para os problemas que surgem.

Enfim, A Cidade de Bronze é um livro maravilhoso, que mostra uma cultura rica, personagens complexos e cativantes, e uma trama complexa com muitas intrigas políticas.

Nota

Cinco selos cabulosos. A maior nota do site.
Cinco selos cabulosos. A maior nota do site.

Garanta a sua cópia de “A cidade de bronze”!

Ficha Técnica

Título: A cidade de bronze
Autora: S. A. Chakraborty
Tradução: Mariana Kohnert
Editora: Morro Branco
Páginas: 608
Ano: 2018
ISBN: 978-8592795429
Sinopse: Nahri nunca acreditou em magia. Golpista de talento inigualável, sabe que a leitura de mãos, zars e curas são apenas truques, habilidades aprendidas para entreter nobres Otomanos e sobreviver nas ruas do Cairo. Mas quando acidentalmente convoca Dara, um poderoso guerreiro djinn, durante um de seus esquemas, precisa lidar com um mundo mágico que acreditava existir apenas em histórias: para além das areias quentes e rios repletos de criaturas de fogo e água, de ruínas de uma magnífica civilização e de montanhas onde os falcões não são o que parecem, esconde-se a lendária Cidade de Bronze, à qual Nahri está misteriosamente ligada.

Atrás de seus muros imponentes e dos seis portões das tribos djinns, fervilham ressentimentos antigos. E quando Nahri decide adentrar este mundo, sua chegada ameaça recomeçar uma antiga guerra. Ignorando advertências sobre pessoas traiçoeiras que a cercam, Nahri embarca em uma amizade hesitante com Alizayd, um príncipe idealista que sonha em revolucionar o regime corrupto de seu pai.

Cedo demais, ela aprende que o verdadeiro poder é feroz e brutal, que nem a magia poderá protegê-la da perigosa teia de intrigas da corte e que mesmo os esquemas mais inteligentes podem ter consequências mortais.