“What for do you yearn? Watch that Butcher burn!… Burn, Butcher, burn!”
Se você assistiu a segunda temporada de “The Witcher”, com certeza você reconheceu a música acima, cantada por Jaskier em uma cena dentro de uma taverna momentos antes de ele e Yennefer se reencontrarem. A tão prestigiada série da Netflix, como vocês já devem saber, têm livros nas quais ela se inspirou, e, finalmente, essa é a resenha do segundo livro da saga, “A Espada do Destino”.
“Amar não é apenas tomar para si, mas também saber renunciar, sacrificar-se!”
A Espada do Destino
Enquanto no livro um, “O Último Desejo”, fomos introduzidos a um Geralt mais introspectivo e metódico, no livro dois somos apresentado a um personagem já mais amadurecido e com menos medo de demonstrar os seus sentimentos, com falas mais acaloradas e trejeitos menos robóticos. Seu crescimento gradual, do começo ao fim do livro, é perceptível e feito de maneira primorosa, levando-nos a conhecer melhor o bruxo e sua vida.
A percepção de mundo nessa continuação é nova. Ela tem um toque do amor e da paixão desenfreada que Geralt aos poucos descobre sentir por Yennefer, e de seu lado mais rude e animalesco enquanto caçador de monstros. Mas, como descobrimos ao decorrer do livro, um bruxo não é apenas um caçador de monstros! Na verdade, Geralt demonstra muitas vezes se ofender com tal descrição, o que enfatiza sua humanidade, característica a qual é muito bem trabalhada e desenvolvida ao longo do livro.
Encontros e Desencontros
Alguns encontros marcantes que acontecem no livro dois deixam a obra ainda mais saborosa de se ler, como o encontro de Geralt e Jaskier com Essi Daven, amiga de infância do bardo, que tem um papel crucial na batalha do bruxo contra seres marinhos em nome do príncipe Agloval enquanto ele tentava convencer a amante do príncipe, a sereia Sh’eenaz, a abandonar o seu mundo marinho e viver com seu amado na terra, com pernas. Essi e Geralt desenvolvem um afeto um pelo outro que acaba sendo crucial para a resolução de um conflito com um possível fim catastrófico. Sh’eenaz também acaba sendo um personagem marcante, pois com seu jeito sedutor e altivo, faz, em poucas páginas, com que Geralt reflita sobre o que é ser humano e o que é ser um monstro.
Por último, mas não menos importante, temos o primeiro encontro entre Geralt e Ciri, que, no livro, é muito mais nova do que na série, com características clássicas de uma princesa mimada, porém muito destemida. O encontro é marcante e sombrio, e também muito diferente do primeiro encontro entre os dois na série da Netflix. Essa é a primeira vez que eles se veem e Geralt já salva sua vida, enfatizando o debate do livro acerca do destino. Por mais que Geralt tente, ele nunca conseguirá fugir de seu destino, e seu destino é Cirila, a princesa de Cintra.
Yennefer aparece no livro, porém sua presença acaba não sendo tão marcante, pois o foco do livro é desenvolver personagens como Jaskier, Geralt e Ciri, e, assim como não há presença marcante da feiticeira, também não há uma presença marcante de monstros e bestas. Entretanto, não ache que isso estragou o livro ou que o deixou menos primoroso, porque o desenvolvimento desses personagens citados acima precisava acontecer de maneira mais aprofundada, e isso foi feito de uma maneira tão brilhante que é impossível sentir falta desses elementos que precisaram serem deixados um pouco de lado para isso acontecer. Monstros aparecem, assim como Yennefer, mas o livro dois quer te passar apenas um recado: Ninguém escapará de seu destino, nem mesmo o poderoso Geralt de Rívia.
Biografia
Em 2012, o ministro da Cultura e do Patrimônio Nacional da Polônia Bogdan Zdrojewski concedeu-lhe a medalha de prata Gloria Artis.
Formando em economia, iniciou sua carreira literária no posto de tradutor, realizando para a revista mensal polonesa Fantastyka a tradução do conto The words of Guru, de Cyril Kornbluch, um renomado escritor americano de ficção científica. No entanto, a sua fama foi obtida com a série de contos e romances Wiedźmin, publicada originalmente em sete livros.
Sapkowski atualmente vive em Łódź, cidade da Polônia onde nasceu e da qual é cidadão honorário desde 9 de julho de 2008. Quando foi economista, trabalhou com o comércio exterior de peles, na empresa Skórimpex.
É casado e tem um filho.
Nota
Garanta a sua cópia de “A Espada do Destino”!
Ficha Técnica
Nome: A Espada do Destino – A saga do bruxo Geralt de Rívia – Livro 2
Autor: Andrzej Sapkowski
Editora: WMF Martins Fontes
Ano: 2015
Páginas: 380
ISBN: B013RCC9U6
Sinopse: No caminho para Brokilon, Geralt tropeça no corpo de um garoto, que provavelmente não tinha mais de quinze anos. O garoto foi morto por uma flecha, obviamente atirada com destreza, que ainda se vê cravada no seu crânio. Por experiência, o bruxo logo percebe o que aconteceu: certamente o garoto tinha se extraviado e entrado no território das dríades. Como para os outros que padeceram antes de igual sorte, provavelmente tinha acontecido o mesmo. Uma história triste, repetida com muita frequência.
‘A espada do destino’ é o segundo livro da saga do bruxo Geralt de Rívia, seguido por ‘O sangue dos elfos’, também publicado pela Editora WMF Martins Fontes.
Fenômeno literário que inspirou a criação do game The Witcher.
Mais de 2 milhões de exemplares vendidos.
Andrzej Sapkowski é um grande renovador da literatura fantástica de nossos tempos, um gênio da linguagem. Sua prosa enfeitiçou leitores no mundo todo – mais de dois milhões de exemplares foram vendidos na Europa e nos Estados Unidos.
Os livros contam a saga do bruxo Geralt de Rívia, um feiticeiro cheio de astúcia. Um matador impiedoso. Um assassino de sangue-frio, treinado desde a infância para caçar e eliminar monstros. Seu único objetivo: destruir as criaturas do mal que assolam o mundo. Um mundo fantástico criado por Sapkowski com claras influências da mitologia eslava. Um mundo em que nem todos os que parecem monstros são maus e nem todos os que parecem anjos são bons…
“Um livro de Sapkowski é como uma sofisticada fórmula mágica que mistura fantasia, rigor intelectual, humor inteligente e princípios de teoria econômica.” – Revista Time