Folhas Secas ao Chão – Diogo Andrade

Capa do livro. Um céu verde cobre metade da capa, no céu alguns semi-círculos vermelhos-alaranjados semelhantes a metade inferior da capa, onde um homem careta totalmente branco olha para o horizonte, ele se encontra sobre um chão rachado entre duas árvores. As folhas das árvores quanto as que estão no chão e que vão de encontro aos semi-círculos são vermelhas-alaranjadas. Em primeiro plano, o nome do autor e o título do livro.
Capa do livro. Um céu verde cobre metade da capa, no céu alguns semi-círculos vermelhos-alaranjados semelhantes a metade inferior da capa, onde um homem careta totalmente branco olha para o horizonte, ele se encontra sobre um chão rachado entre duas árvores. As folhas das árvores quanto as que estão no chão e que vão de encontro aos semi-círculos são vermelhas-alaranjadas. Em primeiro plano, o nome do autor e o título do livro.

A evolução e a expansão estão relacionados ao ato de fazer mais. Ao se falar de um livro, o primeiro pensamento está associado a um número maior de páginas. Em Folhas Secas ao Chão Diogo Andrade expande e evolui o universo mesmo sendo uma história de tamanho menor? Foi feito mais com menos? A narrativa inicia-se com um mistério:

Na cidade de Mura um monge do Templo da Montanha deseja saber o que aconteceu com Komar. Este discípulo de Heiwa desaparecido foi ao palácio de Shou Shindao para ter conhecimento dos pergaminhos de estudo de Chi do Mestre Fanshu. Uma premissa interessante inserida sem demora que intriga.

Histórias que brotam

O desaparecimento de Komar e a procura pelos pergaminhos leva o protagonista a diversos núcleos que surgem no bom ritmo narrativo. Enquanto cumpre a missão é envolvido em uma intriga palaciana. Aliás, o autor constrói um clima de nobreza e jogos de poder com poucos elementos. Da mesma forma que no primeiro livro, detalhes na descrição, nomes bem utilizados e um amor pela cultura referenciada dão originalidade a obra. É muito diferente de mais um jogo de poder em um reinado na era medieval.

Mistérios e descobertas

O mistério a respeito da identidade do monge que narra a história é intrigante. Por muito tempo fiquei pensando se ele era um novo personagem ou um do livro anterior. Sempre há algo para descobrir e o protagonista é sugado para os acontecimentos que surgem nos domínios de Shou Shindao.

Uma garota com máscara de raposa despertou curiosidade. A cada nova página queria saber mais informações sobre a força de Kaura (chefe da guarda). E, por que Zuma quis entrar no palácio? Mistérios formadores de núcleos que se encaixam de forma orgânica na história. É incrível como todos eles são trabalhados ao mesmo tempo e são bem desenvolvidos. Obra focada na trama sem nenhuma ponta solta.

O diferente, o crescer

O Chi e a Yantra são utilizados de forma diferente por Diogo Andrade em Folhas Secas ao Chão. Na primeira obra já havia uma base interessante e foi feito algo a mais. Fico ansioso para saber até onde será levado o sistema de magia do universo dos Shenlongs. Destaco uma cena de espionagem deslumbrante que existe em um momento chave do livro. Um trecho que me fez imaginar diversas possibilidades de uso da habilidade fantástica dos monges.

Mais um ponto a ressaltar é que antes de qualquer momento de ação com magia o autor gera respeito pelo Chi. É demonstrado como os pergaminhos são importantes para a cultura de Shanjin. Isso não é feito com a emanação de poder exagerado. Senti o peso dos estudos do Mestre Fanshu sobre o Chi porque o autor o relacionou a um grande trabalho. Foi fácil imaginar o antigo mestre preocupado com a perfeição de cada traço. Encarando a escrita no pergaminho como um registro e também como arte. Bela construção que fornece peso a trama central.

Outro vilões

Vilões também possuem diferenças em relação a primeira obra e geraram mais apego. Esta sensação surgiu porque senti que eles foram mais trabalhados. Na história pregressa deles nota-se uma construção gradual de poder feita com lentidão. Sendo assim, o carisma é algo natural e fiquei com vontade de ver toda a trajetória dos antagonistas.

As referências

Um ritmo narrativo que continua envolvente mesmo com diversos núcleos, a escrita com excelentes descrições e a construção cultural capaz de aguçar a imaginação. Falta algo a ser dito? Logo depois de terminar A Canção dos Shenlongs eu li Folhas Secas ao Chão. Como na obra anterior, a cultura oriental, principalmente os animes, são referências fortes. Porém, do começo ao fim, elas não saltaram na história. É ótimo ver uma evolução e as inspirações que conduzem Diogo Andrade, cada vez mais, a um caminho da total originalidade.

Nota

Cinco selos cabulosos. A maior nota do site.
Cinco selos cabulosos. A maior nota do site.

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Ficha Técnica

Título: Folhas Secas ao Chão
Autor: Diogo Andrade
Editora: Cuscuz Studio
Páginas: 70
Ano: 2021
ASIN: B0981GHFJW
Sinopse: Quando um monge de Shanjin, o Templo da Montanha, desaparece, um shenlong é enviado a um pequeno vilarejo nas montanhas para encontrá-lo. Ali, em meio aos bordos vermelhos do outono, ele se vê diante de algo muito maior do que esperava. Intrigas e segredos perturbadores para os quais não estava preparado.
Repleta de mistério, ação e magia, Folhas Secas ao Chão é uma nova novela no universo de A Canção dos Shenlongs, best-seller da Amazon.