O livro A Morte da sra. Westway inicia com a protagonista, Hal Westway, sozinha e endividada desde a morte da mãe, e a situação está piorando cada vez mais. É então que ela recebe uma carta informando sobre o falecimento de sua avó e o recebimento de uma herança, basta ela comparecer à mansão da família para tratar dos detalhes.
Imediatamente, Hal percebe que aquilo é um erro, mas, pressionada pelas circunstâncias, ela imagina se conseguiria se passar por essa herdeira e aplicar um golpe na família Westway. Mesmo tomada pela culpa, Hal parte para pôr seu plano em prática, mas não contava encontrar uma família envolta em segredos e mistérios e que estes podem dizer respeito a seu próprio passado.
Hal chega à propriedade da família e encontra três “tios”, irmãos da mulher que pensam ser sua mãe e que desapareceu há vinte anos atrás. Misturando com a própria história, Hal conta que sua mãe faleceu há três anos, mas ela precisa de dados para manter a mentira. Assim, passa a investigar o passado da família Westway e o que pode ter acontecido com a irmã desaparecida.
A Morte da sra. Westway é aquele thriller em que mais importante do que descobrir quem é o culpado, é descobrirmos todos os podres dos personagens. Se envolver uma família rica então, melhor ainda.
Elementos de um mistério raiz
A premissa desse livro me chamou atenção desde o início: temos uma morte, um desaparecimento, uma família rica em decadência, uma governanta bizarra e uma protagonista jogada nisso tudo sem fazer ideia do que a espera. São elementos que sempre me animam em histórias de mistério, desde os góticos até Agatha Christie.
A execução, entretanto, não ocorre às mil maravilhas. Meu maior problema foi justamente a protagonista. Hal é incrivelmente solitária e herdou da mãe o quiosque de leitura de tarô. A garota não acredita em sorte ou destino, mas se considera ótima em ler pessoas e situações, porém não é bem assim. Hal não demonstra essa esperteza toda ao lidar com a família Westway e deixa passar muita coisa que para o leitor está óbvia.
Além disso, a autora buscou criar uma empatia para com a personagem, mostrando ela se questionando o tempo todo sobre aplicar ou não o golpe para receber a herança e quando digo é tempo todo é literalmente até mais da metade do livro. Todo capítulo Hal se remoía em culpa, mas depois decidia que precisava sim aplicar o golpe, então decidia seguir em frente, só para recomeçar o lenga lenga no capítulo seguinte.
Se as tretas da família não fossem tão instigantes, provavelmente eu teria abandonado o livro por cansaço.
Um quebra-cabeça
Mas a treta é boa! Desde o início eu criei teorias do que poderia ter acontecido e como tudo se conectava. Intercalando com a narrativa de Hal no presente, o livro trás trechos de diário. sendo outro dos enigmas tentarmos adivinhar quem o escreveu.
A escrita da autora flui muito bem e os capítulos curtos ajudam a tornar a leitura dinâmica e rápida. Sobre o desfecho, consegui perceber relativamente rápido toda a situação das diversas perguntas, mas isso não tirou a graça de ver tudo sendo revelado.
Mas é bom?
A Morte da sra. Westway é um thriller de mistério para quem gosta de tramas envolvendo segredos de família e passado, é uma leitura agradável e instigante, ainda que não seja um livro extraordinário, vale a pena para quem procura esse tipo de história.
Nota
Garanta a sua cópia de “A Morte da Sra Westway”!
Ficha Técnica
Título: A Morte da sra. Westway
Autora: Ruth Ware
Editora: Rocco
Tradução: Alyada Sauer
Ano: 2021
Páginas: 320
ISBN: 9786555320534
Sinopse: As cartas não dizem nada que você não saiba.
Não podem revelar nenhum segredo nem ditar o futuro.
Elas só podem mostrar o que você já sabe.
Hal Westaway lê cartas de tarô no cais de Brighton e, desde a morte da mãe, luta diariamente para pagar suas contas e sobreviver. A notícia inesperada de uma herança pode mudar sua vida para sempre e, mesmo sabendo que tudo pode ser um enorme engano, ela decide acreditar… e jogar.
Quando Hal Westaway recebe uma carta inesperada anunciando que ela herdou uma soma substancial de sua avó da Cornualha, aquilo lhe parece uma resposta às suas preces. Ela deve dinheiro a um agiota e as ameaças do sujeito estão cada vez mais agressivas: ela precisa botar a mão em dinheiro vivo o mais breve possível.
Existe apenas um problema: as avós de Hal morreram há mais de vinte anos. A carta foi enviada à pessoa errada. Hal sabe, no entanto, que as técnicas que usa para “ler” as pessoas através do tarô podem ajudá-la a conseguir esse dinheiro. Se alguém tem habilidade para comparecer ao funeral de um estranho e reivindicar um espólio que não lhe pertence, é ela.
Ao chegar à cerimônia, porém, Hal percebe que há algo muito, muito errado a respeito de toda aquela situação, e a herança está no centro de tudo. Mas Hal Westaway fez sua escolha, e não pode voltar atrás. Ela precisa continuar ou arriscar perder tudo. Até mesmo a própria vida.
Uma velha casa, uma governanta assustadora, conflitos familiares e dilemas morais. Ingredientes clássicos que se tornam surpreendentes na voz de um dos grandes nomes contemporâneos do suspense, Ruth Ware.