Carol, eu tô com o texto da Coluna do LeiaNovosBR atrasado.
Vou tentar fazer hoje.
Precisa de ajuda com tema?
Tava pensando em fazer sobre a força do diálogo, já que eu elogio os diálogos dos livros do Guilherme Pimenta no último podcast.
Sim, é uma boa! E ele fala bem sobre isso.
Mas qual enfoque você pensa em dar?
Tô pensando ainda.
Talvez o diálogo como forma de aproximar o leitor dos personagens? Por ser a forma que ele se mostra de maneira mais genuína, sem a intermediação de narração.
Sei lá hahaha
Eu poderia falar como o diálogo pode fazer um livro ter uma leitura mais fluída. Como exemplo podia citar alguns microcontos que foram publicados pela newsletter Faísca que são todos em formato de diálogo, etc.
Algo assim.
Sim, pensei bem por aí mesmo!
Que tu acha de nessa linha de falar sobre a força do diálogo eu citar o João Grilo do Auto da Compadecida falando “Não sei, só sei que foi assim” como exemplo de uma caracterização marcante de personagem nas suas falas? Justamente por ser uma peça de teatro e não poder ter o narrador o tempo todo explicando, os diálogos dão todo o contexto dos personagens.
Acho super legal! Bem lembrado.
Você tem alguma HQ, livro ou conto nacional que te marcou por causa dos diálogos para adicionarmos no texto?
Humm, deixa eu pensar aqui…
Tem o Arlindo da @ilustralu, ela trabalha muito bem a linguagem jovem.
Geralmente quem trabalha com tirinha também escreve diálogos muito bons né?
Tipo o Paulo Moreira.
Sim! Ainda mais com pouco espaço e só tendo o diálogo pra mostrar tudo.
Em livros eu acho que o Auto da Maga Josefa da Paola Siviero também tem ótimos diálogos.
Ah, verdade!
No caso do Guilherme, no próprio Sempre a Oeste (que foi o último livro dele) é quando ele começa a escrever diálogos entre os personagens principais que a história ganha uma nova vida assim, se torna não só mais fluida, mas mais interessante.
Tanto que são as frases dessa conversa que ficam marcadas pro leitor depois que você termina de ler.
Não vou falar qual conversa é para não dar spoiler hehe.
Hahaha que legal!
Preciso ler
Já pegou o depoimento dele para a coluna?
Vou pedir para ele uma opinião sobre como bons diálogos tornam os livros mais agradáveis ao leitor e qual o segredo para escrever boas falas.
“Eu passei um bom tempo apegado ao conceito de “show, don’t tell” (mostre em vez de contar) quando fazia meus primeiros textos. Ainda é uma ideia bem válida para a literatura, mas ela não pode ser levada ao pé da letra do narrador para o personagem. Todos nós gostamos de ouvir e sermos ouvidos e os diálogos nas histórias convidam o leitor a entrar na roda, a conhecer e se importar com aquelas pessoas fictícias sem a intermediação constante do autor. Por isso, hoje, eu gosto de trabalhar em algo mais como “show them telling” (mostre eles contando), deixando que esses personagens por conta própria demonstrem um pouco do que eles são — no jeito de falar, no que escolhem contar, na hora que hesitam ou que se atropelam”.
Caio
Carol, tava pensando aqui, e se a gente publicasse essa coluna em formato de conversa entre nós dois?
Eita!
Seria Maravilhoso.
Adorei a ideia!!
Será que o Basso vai gostar?
Acho que vai!
E os leitores vão gostar também hahaha
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