[Resenha] Pequenas Realidades – Tabitha King

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Capa do livro. Fundo branco, no topo o título do livro, e logo abaixo, em fonte grande, o nome da autora. Mais abaixo, uma miniatura de um casal se abraçando e manchas de sangue no chão, ao lado.
Capa do livro. Fundo branco, no topo o título do livro, e logo abaixo, em fonte grande, o nome da autora. Mais abaixo, uma miniatura de um casal se abraçando e manchas de sangue no chão, ao lado.

Pequenas Realidades é o livro de estreia da romancista estadunidense Tabitha King. O livro foi lançado originalmente em 1981 e saiu aqui no Brasil pela Editora Francisco Alves com o título As miniaturas do terror. A editora Darkside relançou o livro em 2019 com novos título e tradução. Esta resenha faz parte do desafio Leia Mulheres 2021.

Pequenas obsessões

Dorothy Douglas é filha de um ex-presidente dos Estados Unidos. Durante sua infância na Casa Branca, a garota foi presenteada com uma casa de bonecas no formato da residência presidencial mas não se importou muito com o presente e o deixou de lado. Já adulta, após sofrer diversas perdas pessoais, reencontrou a casa de bonecas e começou a se dedicar a deixá-la perfeita. Nasceu assim sua obsessão pelo mundo das miniaturas.

A nora de Dorothy, Lucy, é uma das melhores artesãs na arte da criação de miniaturas. Lucy agora trabalha quase exclusivamente na criação de móveis e outros objetos para decoração da réplica da Casa Branca. Só que a relação entre as duas, principalmente após o falecimento do marido de Lucy, não é das melhores.

Roger Tinker é um cientista que trabalha para projetos secretos do governo. Durante anos, ele trabalhou em projeto que recentemente foi cancelado sem ter chegado ao fim. Solitário e obcecado com o trabalho, Roger consegue finalizar o projeto. Precisando de dinheiro, ele entra em contato com Dorothy, pois o resultado de sua pesquisa pode interessar a socialite. Dessa parceria inusitada, começa a desenrolar uma série de acontecimentos perturbadores.

Diante da vida, tudo parece pequeno

O livro é sobre a obsessão de Dorothy por controle. Ela manipula e usa as pessoas ao seu redor para que o mundo seja como ela quer, não importando o que seja destruído no processo. Ela é mesquinha e vingativa, e é inacreditável o que ela é capaz de fazer com uma pessoa simplesmente porque foi chamada pelo apelido que detesta.

A trama foca bastante nas relações e dramas entre os personagens, principalmente na relação bizarra e abusiva entre Dorothy e Roger. A maioria dos personagens são de famílias disfuncionais e com graves problemas não resolvidos. Eu gostei de ver como esses problemas influenciam suas ações e, principalmente, decisões que são muito difíceis de aceitar. Entretanto, achei que algumas discussões entre personagens ficaram um pouco enfadonhas.

A autora descreve bem o lado psicológico de seus personagens e, ao colocá-los em situações extremamente bizarras, ela nos coloca dentro da mente deles enquanto lidam com suas novas e terríveis realidades. Por outro lado, achei o início do livro um pouco arrastado, já que a parte interessante da trama demora um pouco para começar.

Nota

Três selos cabulosos. A nota mais alta são 5 selos cabulosos.
Três selos cabulosos. A nota mais alta são 5 selos cabulosos.

 Garanta a sua cópia de “Pequenas Realidades”!

Ficha Técnica

Título: Pequenas Realidades
Autora: Tabitha King
Tradutora: Regiane Winarski
Editora: Darkside Books
Ano: 2019
Páginas: 320
ISBN: 978-8594541567
Sinopse: Entusiasta de miniaturas, a socialite Dorothy Hardesty Douglas vive na redoma de seu legado de sucesso. Ela possui uma réplica da Casa Branca, perfeita em seus mínimos detalhes. Ao conhecer Roger Tinker, que trabalhou para o governo em um projeto secreto, ela descobre uma maneira fantástica, e um tanto perturbadora, de decorar sua casinha. Em uma trama que envolve relações familiares problemáticas e o mundo estranho e obsessivo das miniaturas, Tabitha King conduz o leitor por uma história grotesca e disfuncional. Não sabemos para onde os personagens vão nos levar com seus atos extremos, e a sensação fascina e aterroriza na mesma medida.