[Resenha] Trocas Macabras – Stephen King

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A capa do livro é toda verde, com imagens sobreadas de duas mãos de pessoas distintas, com fios de marionetes, cada mão levando para um boneco de marionete articulado. No topo, em branco o texto
A capa do livro é toda verde, com imagens sobreadas de duas mãos de pessoas distintas, com fios de marionetes, cada mão levando para um boneco de marionete articulado. No topo, em branco o texto "Biblioteca Stephen King". Na base, o título do livro.

Trocas Macabras foi lançado originalmente em 1991 e acabou de ganhar uma edição especial como parte da coleção Biblioteca Stephen King da editora Suma. A história se passa em Castle Rock, cidade que os leitores fiéis já conhecem de outros livros: Cujo, A zona mortaA metade sombria (leia a resenha aqui), A pequena caixa de Gwendy e Ascensão (resenha disponível aqui). A trama se inicia com a abertura da loja Artigos Indispensáveis, cujo dono é o misterioso Leland Gaunt.

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A loja logo desperta a curiosidade dos moradores da cidade pois é cheia de objetos curiosos e antiguidades. Todo mundo parece encontrar nela algo que gosta e sempre desejou muito, seja um card raro de baseball, seja um vaso de cristal.

Não existe preço fixado nos objetos à venda porque o sr. Gaunt gosta de negociar cada item pessoalmente. O preço é sempre baixo, às vezes meros centavos, mas você precisa fazer um favor ao dono da loja. Esses favores são peças “inofensivas” que o comprador precisa pregar em algum morador da cidade. Não demora para que as consequências dessas brincadeiras apareçam e sejam macabras.

Ela se perguntou distraidamente quanto o sr. Gaunt pediria pelo amuleto.  O que ele quiser, pensou ela, não será suficiente. Não vou, não posso pensar assim quando chegar a hora de negociar, mas é a simples verdade. O que ele quiser pelo amuleto será uma pechincha.

Castle Rock

A cidade de Castle Rock é um personagem recorrente nas obras de King e exala uma aura sombria devido aos vários acontecimentos macabros que já ocorreram nela. O policial Alan Pangborn mais uma vez se vê no meio de eventos sinistros, mas se em A metade sombria ele relutou muito em aceitar a existência do sobrenatural, agora ele já está mais preparado para enfrentar coisas que parecem impossíveis.

Os clientes

Eu torci muito pelos personagens deste livro. Torci para alguns irem para o colo do capeta, confesso, mas não me senti indiferente a nenhum deles.

King constrói muito bem seus personagens. O autor usa um tempo necessário para contar a história pregressa dos moradores de Castle Rock e, com isso, passamos a conhecer bem a personalidade e as motivações de cada um deles. Isso me fez sentir muito mais envolvida com os personagens e eu me importei com o destino deles, principalmente com Polly Chalmers. Essa personagem me cativou pela sua força e bondade, e suas dores físicas e psicológicas partiram meu coração.

O preço do que é indispensável

Neste livro se discute muito a ganância e o egoísmo das pessoas, e como esses sentimentos são destrutivos, tanto para as pessoas que os tem como para as pessoas próximas. Por mais que exista um fator sobrenatural envolvendo os acontecimentos, as pequenas brigas e intrigas entre os moradores, muitas vezes por coisas banais, são o combustível para os trágicos acontecimentos do livro.

Trocas Macabras proporciona um leitura envolvente, com personagens bem construídos e um vilão que assusta por sua capacidade de manipulação. Este livro é uma boa pedida para quem tem medo de assombração, pois não tem fantasmas. Entretanto, fica o aviso de que o livro contém cenas bastante violentas.

Nota

Cinco selos cabulosos. A maior nota do site.
Cinco selos cabulosos. A maior nota do site.

Ficha Técnica

Título: Trocas Macabras
Autor: Stephen King
Tradutora: Regiane Winarski
Editora: Suma
Páginas: 656
Ano: 2020
ISBN: 978-8556511003
Sinopse: Há uma nova loja na cidade. ARTIGOS INDISPENSÁVEIS, diz a placa. Um nome curioso, que se torna tema de rumores e especulações entre os moradores de Castle Rock.
Para cada cliente que entra na loja, Leland Gaunt tem algo perfeito ― um objeto há muito sonhado, desesperadamente desejado. O preço parece sempre razoável, mas vem acompanhado de pedidos estranhos.
O que começa como brincadeiras e pegadinhas inocentes aos poucos sai do controle, transformando a cidade em palco de disputas caóticas e brutais. Mas, quando você encontra um artigo indispensável, como saber se o custo para obtê-lo é alto demais?