[Resenha] Passarinha – Kathryn Erskine

Capa do livro. Uma menina encolhida dentro de um cesto, vista por cima. A foto está em tons marrons, enquanto a menina está em tons cinzas. No topo, em branco, o título
Capa do livro. Uma menina encolhida dentro de um cesto, vista por cima. A foto está em tons marrons, enquanto a menina está em tons cinzas. No topo, em branco, o título "Passarinha".

Se você nunca imaginou que seria possível criar uma história cativante, surpreendente e profunda envolvendo uma personagem com Síndrome de Asperger, a morte e crianças, talvez você devesse dar uma chance para Passarinha.

“Embora eu não achasse que iria gostar da empatia ela é uma coisa assim que chega sem avisar e faz você sentir um calorzinho gostoso no Coração. Acho que não quero voltar para a vida sem empatia.”

Passarinha

“Passarinha’ começa te dando uma notícia de cortar o coração: Devon morreu e Caitlin não entende que nunca mais poderá vê-lo. Entretanto, a estranheza em não ter mais a figura do irmão a deixa confusa e a faz buscar um Desfecho (sim, com letra maiúscula). Inicia-se então a longa jornada de Caitlin em busca do seu Desfecho: as etapas desse processo são lentas, a passos de tartaruga, mas é exatamente dessa lentidão que Cait precisa.

A Síndrome de Asperger, síndrome da qual Caitlin (a personagem principal) possui acometida é um dos estados do espectro autista, sendo este o que é considerado com mais chances de uma adaptabilidade funcional bem sucedida.

Aqueles que possuem Asperger têm uma grande capacidade de observação e percebem cores, sons, cheiros e sentimentos de maneira mais intensa, forte e brilhante, além de serem muito apegados a rotina. São introspectivos e possuem muita facilidade (muita mesmo) em fixar o seu interesse em uma coisa só.

Todos os sintomas acima citados também são os sintomas da personagem. Isso a torna muito mais palpável, o que faz com que rapidamente nos apeguemos a ela e desenvolvamos uma empatia quase que instantânea pela garotinha.

O Efeito Caitlin

Entretanto, não se engane pela simplicidade e a tamanho do livro, pois ele é tão profundo quanto qualquer livro da Clarice Lispector. Ao longo da história, você vai ter que se adaptar ao fluxo de pensamento de Cait para entender o que está escrito, pois o seu fluxo não tem vírgulas nem segue regras gramaticais, ele é livre, é a escrita do pensamento de Cait, e o pensamento dela tem uma característica própria.

Talvez, ao terminar o livro, você perceberá que quebrou alguns paradigmas, e que essa talvez tenha sido a experiência de leitura mais surpreendente da sua vida.

Esse é o efeito que a Caitlin causa na gente.

Biografia

Como residente do estado da Virgínia, KATHRYN ERSKINE ficou profundamente abalada com o massacre da Virginia Tech University, em 2007. Na esteira da tragédia, Kathryn imaginou como poderia entrelaçar o tema da violência na juventude, seu impacto sobre a comunidade e as famílias, e o mundo de uma criança com necessidades especiais, numa tentativa de avaliar o quanto nossas vidas poderiam ser diferentes se compreendêssemos melhor uns aos outros. Ao escrever Passarinha, que narra a história de uma menina autista, ela própria penetrou nesse delicado universo, para, como Caitlin, nos oferecer algo bom e forte e bonito.
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Nota

Cinco selos cabulosos. A maior nota do site.
Cinco selos cabulosos. A maior nota do site.

 

 

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Ficha Técnica

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Nome: Passarinha
Autor: Kathryn Erskine
Tradução: Heloisa Leal
Editora: Valentina
Edição:
Ano: 2013
Páginas: 224
ISBN-13: 9788565859134
ISBN-10: 8565859134
Sinopse: No mundo de Caitlin, tudo é preto e branco. Qualquer coisa entre um e outro dá uma baita sensação de recreio no estômago e a obriga a fazer bicho de pelúcia. É isso que seu irmão, Devon, sempre tentou explicar às pessoas. Mas agora, depois do dia em que a vida desmoronou, seu pai, devastado, chora muito sem saber ao certo como lidar com isso. Ela quer ajudar o pai – a si mesma e todos a sua volta -, mas, sendo uma menina de dez anos de idade, autista, portadora da Síndrome de Asperger, ela não sabe como captar o sentido.