Foi difícil sentar e escrever a resenha do Miles Davis, Inventor do Cool. Não foi algo relacionado a medo, insegurança… essas coisas. Levou um certo tempo para parar de ouvir Blue in Green do Kind of Blue e só me concentrar na escrita. Pera aí, a música não é inspiração, um facilitador? Obras contidas em um trabalho que define um gênero costumam ser ciumentas em relação a atenção. Ao ver a história deste gênio, a música, ou pelo menos o Jazz, deixou de ser ruído branco que afasta o barulho da cidade enquanto expulsa da cabeça os pensamentos menos produtivos. Ela tornou-se algo que exige toda a minha atenção, da mesma forma que um livro exige.

O Picasso do Jazz
O documentário Miles Davis, Inventor do Cool não é revolucionário em relação a estrutura narrativa. É mostrado a origem, a ascensão, a queda e a redenção deste ícone da cultura negra americana. Com esta primeira camada o assinante da Netflix acompanhará uma história interessante e também será presenteado com algumas curiosidades. Porém, o diretor deseja que você veja a importância do Miles para a história da música. Para começar, ele reinventou o Jazz.
Reinventar ou criar na arte não é algo simples. É como criar uma nova cor. E não me refiro a um novo tom de azul. É como criar uma nova cor nunca imaginada ou vista por alguém! O Jazz era encarado de uma forma diferente antes do Davis. No documentário não foi utilizado muito tempo para explicar este grande feito e preferiram mostrar como o garoto nascido Alton em 1926 era contundente em querer mostrar visões musicais diferentes.
Se impor e sempre ir em busca do novo era uma marca deste artista. Fiz uma breve pesquisa e foi fácil encontrar artigos informando que ele revolucionou o Jazz várias vezes. Fico imaginando como ele reagiria hoje em dia em que estúdios usam super produções para mostrar um velho novo várias e várias vezes. O trompetista era tão diferente. O criar não era parte do trabalho dele, era o trabalho.
Uma referência
Ver alguém tão ligado ao autoral é sinônimo de pouca popularidade? Davis gostava do sucesso, de ganhar dinheiro e de ter luxo. A vaidade estava sempre aliada a ter um estilo próprio ou simplesmente seguir a moda (lados antagônicos abraçados em épocas diferentes). Mais uma prova que esse artista não gostava de ser uma coisa só, mesmo que seu estilo fosse uma referência.
A música cria facetas. Alguns dizem que as facetas são personagens criados para agradar o público. Existe o músico estudioso; o gênio; o problemático; o arrogante; o eclético e o que está a frente do seu tempo. Davis passou por cada uma dessas facetas? Posso estar enfeitiçado pelo documentário, mas acredito que cada uma delas teve origem nele. Estou mesmo sendo exagerado? Assisti o documentário e Davis não se parecia em nada com um personagem. Qualquer personagem ou faceta é elaborado a partir de um objetivo e o ícone do Jazz era imprevisível. Quando pensei que estava vendo uma linha de um roteiro seguindo a vida dele, fui surpreendido.
A música de Miles Davis
Tá, e a música? Ele era bom mesmo? Só tendo um grande conhecimento musical para apreciar o Picasso do Jazz? O artista de quem eu falo era virtuoso em relação ao instrumento, entretanto, depois de assistir Miles Davis, Inventor do Cool acredito que ele odiaria qualquer visão elitizada de qualquer gênero musical. Então o que posso contar sobre a música? Só posso dizer que compreendi a largura e profundidade de tudo que havia dentro do meu peito depois que ouvi uma música de Miles Davis. O documentário é uma ótima maneira de conhecer uma delas.

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