[Resenha] Minha irmã, a serial killer – Oyinkan Braithwaite

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Capa do livro. Ilustração com um fundo rosa, e diversos itens repetidos e espalhados, como luvas amarelas de borracha, facas, spray de limpeza, tesoura, e um celular. No topo em amarelo, o título do livro, e logo abaixo, em branco o nome da autora.
Capa do livro. Ilustração com um fundo rosa, e diversos itens repetidos e espalhados, como luvas amarelas de borracha, facas, spray de limpeza, tesoura, e um celular. No topo em amarelo, o título do livro, e logo abaixo, em branco o nome da autora.

Minha irmã, a serial killer, da nigeriana Oyinkan Braithwaite, publicado pela editora Kapulana em 2019 (tradução de Carolina Kahn Facchin), conta a história de duas irmãs, Korede e Ayoola, que possuem temperamento e atitudes bem diferentes uma da outra, pois enquanto Korede é metódica e tem um senso de proteção com a irmã mais nova, Ayoola é um tanto “aérea”, de preocupando com diversão e aproveitar a vida.

Melhor de três?

Quando Korede recebe um telefonema da irmã dizendo “Korede, eu o matei”, ela tem certeza que:

  1. Ela precisa ajudar a irmã;
  2. Elas precisam se livrar do corpo e
  3. Ayoola é uma serial Killer.

Ayoola alega legítima defesa, entretanto ela também alegou nos dois homicídios anteriores. “Serial killer”, resulta a pesquisa do Google. Agora, cabe a Korede decidir qual lado vai escolher, final não dá pra ficar escondendo corpos pra sempre. Ou será que dá?

“Aposto que você não sabia que água sanitária apenas esconde o cheiro do sangue”

“É como se o amor fosse só para os belos”

Oyinkan utiliza de um humor ácido para contar a relação das duas irmãs, que apesar das personalidades distintas, tem uma aliança que, apesar de parecer inabalável, sofre ranhuras com o comportamento do Ayoola.

Mesclando os acontecimentos do presente e fatos do passado, ela vai construindo a dinâmica familiar das irmãs, testando até onde o laço fraternal pode chegar e questiona sobre a responsabilidade depositada sobre o irmão mais velho e o senso de fidelidade que a sociedade nigeriana espera de pessoas de uma mesma família. Além disso, a autora critica a futilidade de uma sociedade que por questões estéticas acaba optando por não enxergar algumas atrocidades. Afinal, está mais do que claro que “o bem é belo, e o mal é feio”, e criando uma diferença estética entre Korede e Ayoola, e a forma como ambas são tratadas pelas pessoas ao redor, a escritora trata questões como colorismo e padrões de beleza.

Nota

Quatro selos cabulosos e meio. A nota mais alta são 5 selos cabulosos.
Quatro selos cabulosos e meio. A nota mais alta são 5 selos cabulosos.

 

 

 

 

Garanta a sua cópia de Minha irmã, a serial killer e boa leitura!

Ficha Técnica

Nome: Minha irmã, a serial killer
Autor: Oyinkan Braithwaite
Edição: 1ª
Tradução: Carolina Kahn Facchin
Editora: Kapulana
Ano: 2019
Páginas: 184
ISBN: 9788568846490
Resumo: Em Minha irmã, a serial killer (My sister, the serial killer), a nigeriana Oyinkan Braithwaite conta uma história ao mesmo tempo bem-humorada e assustadora sobre duas irmãs com temperamentos e atitudes bem diferentes uma da outra: Korede e Ayoola.

Korede é amargurada, mas pragmática. Sua irmã mais nova, Ayoola, é a filha favorita, a mais bonita, e, possivelmente, com sérios distúrbios comportamentais. Seus três últimos namorados aparecem mortos. As duas irmãs desempenham papéis inusitados nessa trama de suspense e relações emocionais complexas.

Oyn conduz com maestria literária esse thriller psicológico que surpreende e encanta o leitor a cada página. Conta uma história cheia de suspense e mistério, com humor peculiar e ácido, sem deixar de lado a complexidade da mente de uma sociopata.