[Resenha] Uma Coisa Absolutamente Fantástica

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Capa do livro, um fundo azul, com diversas silhuetas humanas estilizadas. Em primeiro plano, o título em amarelo e letras grandes, junto ao nome do autor.
Capa do livro, um fundo azul, com diversas silhuetas humanas estilizadas. Em primeiro plano, o título em amarelo e letras grandes, junto ao nome do autor.

April May é uma jovem de seus 20 e poucos anos que vive em Nova York e trabalha como designer, levando uma vida novaiorquina completamente comum. Mas somente até o momento em que ela grava um vídeo mostrando uma escultura gigantesca, que ela achava ser uma intervenção artística na rua, que viraliza por todo o mundo. Em Uma Coisa Absolutamente Fantástica vamos acompanhar os erros e acertos de April ao tentar lidar com fama enquanto tenta resolver o mistério por trás desses robôs enormes.

Uma ficção científica com algo mais

Esse é um livro que consegue ser uma ficção científica sobre invasão alienígena, um mistério e uma análise interessante sobre a fama na nossa sociedade atual. Além de tratar de diversos temas pertinentes como a influência das redes sociais, radicalização e desinformação.

Hank descreve a invasão alienígena mais curiosa de todos os tempos. E, mesmo focando a ação nos EUA, ele não faz como em filmes de Hollywood que esquecem que o resto do mundo existe.

A medida que April vai descobrindo o que são os Carls (nome que recebem os robôs gigantes) e a trama vai se aprofundando, vai ficando cada vez mais impossível parar de ler. E ainda tem a questão de como a fama repentina vai afetando April e seus relacionamentos.

Uma história divertida, mas reflexiva

A narrativa em primeira pessoa é uma atração a parte, pois ver os acontecimentos através do ponto de vista da April deixa tudo mais interessante. Ela não é uma pessoa que nos encanta logo de cara, aliás em diversos momentos a raiva que a gente sente dela é enorme. Porém ela mesmo está ciente de suas falhas e em algumas ocasiões reconhece que suas atitudes não foram corretas.

E, mesmo sendo narrado em primeira pessoa, passamos a conhecer bem as pessoas que estão ao redor da April. São personagens bem construídos, com personalidades tridimensionais e muito interessantes. Além disso, a diversidade presente entre eles é muito bem colocada, sem parecer forçada.

Inclusive a discussão que a April faz sobre a questão da invisibilidade da bissexualidade é bastante interessante. Esse é daqueles livros que a gente termina de ler com vontade de reler, pois tantas questões relevantes podem ser levantadas que a cada leitura será possível perceber algo novo.

A continuação já está chegando

O final de Uma Coisa Absolutamente Fantástica é frustante, parece final de capítulo de novela que deixa aquele gacho gigante para o próximo. A vontade que dá ao terminar a leitura é bater na porta do autor pra perguntar o que acontece. Mas a luz no fim do túnel já está visível, pois a continuação já foi anunciada para 2020 nos EUA. A Beautifully Foolish Endeavor será o título em inglês, porém ainda não há informações sobre a tradução brasileira.

De qualquer maneira, esse livro é uma excelente opção para quem é fã de ficção científica e quer uma história que foge um pouco de alguns clichês do gênero. E também para quem não tem muita familiaridade com ele, uma vez que ele tem elementos de um bom mistério e de livros YA contemporâneos.

Nota

Cinco selos cabulosos. A maior nota do site.
Cinco selos cabulosos. A maior nota do site.

 

 

 

 

Garanta a sua cópia de Uma Coisa Absolutamente Fantástica e boa leitura!

Ficha técnica

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Nome: Uma coisa absolutamente fantástica
Autora: Hank Green
Tradução: Lígia Azevedo
Edição: 
Editora: Seguinte
Ano: 2018
Páginas: 384
ISBN: 8555340756
Sinopse: Em seu aguardado livro de estreia, Hank Green traz a história original e envolvente de uma jovem que se torna uma celebridade sem querer — mas logo se vê no centro de um mistério muito maior do que poderia imaginar.

Enquanto volta para casa depois de trabalhar até de madrugada, a jovem April May esbarra numa escultura gigante. Impressionada com sua aparência — uma espécie de robô de três metros de altura —, April chama seu amigo Andy para gravar um vídeo sobre a aparição e postar no YouTube. No dia seguinte, a garota acorda e descobre que há esculturas idênticas em dezenas de cidades pelo mundo, sem que ninguém saiba como foram parar lá. Por ter sido o primeiro registro, o vídeo de April viraliza e ela se vê sob os holofotes da mídia mundial.

Agora, April terá de lidar com os impactos da fama em seus relacionamentos, em sua segurança, e em sua própria identidade. Tudo isso enquanto tenta descobrir o que são essas esculturas — e o que querem de nós.
Divertida e envolvente, essa história trata de temas muito relevantes nos dias atuais: como lidamos com o medo e o desconhecido e, principalmente, como as redes sociais estão mudando conceitos como fama, retórica e radicalização.