Antes de falar de Sonetos de Amor & Desamor, permita-me, leitor, fazer uma digressão necessária.
Nem só de poesia vive o homem, mas vive de poesia também. Certa vez Jean-Paul Sartre escreveu: “O mundo pode passar muito bem sem a literatura. Mas pode passar ainda melhor sem o homem
A literatura e a poesia podem, de fato, não parecer importantes para algumas pessoas, mas a poética, a ficção, as histórias, essas coisas são parte da essência humana. Sem ela, talvez, sequer sejamos humanos.
O livro de poemas
Amor e desamor são dois dos temas mais caros à produção poética desde que ela existe, não à toa os jovens poetas começam escrevendo versos de (des)amor. Sonetos de Amor & Desamor, confesso, me interessou como introdução geral a essa vertente poética, quem sabe a mais (ou uma das) importante(s). O livro passeia por diversos autores de língua portuguesa, desde Camões e Florbela Espanca à Machado de Assis e Marta de Mesquita da Câmara.
A antologia é organizada por Ivan Pinheiro Machado, que já organizou outras para a L&PM, e também assina um curto texto de apresentação desta edição. Sonetos de Amor & Desamor é, justamente, um apanhado de alguns poemas presentes nos livros, anteriormente, organizados por Ivan Pinheiro Machado.
Para quem deseja conhecer muitos autores consagrados de uma só, descobrir com quais tem mais afinidade literária, este livro é uma ótima pedida. A partir de alguns poemas, que você (eu) acredita se destacar, vai acabar chegando em outros mais do mesmo autor, ao menos essa foi minha experiência.
A ressalva do método
Contudo, vale dizer (apesar dessa ser a proposta do livro): tenho uma ressalva quanto à repetição da forma soneto. Novamente, ressalto, é a proposta do livro, eu entendo, afinal é (talvez) a forma consagrada da poesia. De qualquer forma, é menos uma crítica e mais uma ressalva mesmo. O fato de ser uma série de sonetos enfileirados, pode ser exaustivo para alguns leitores. Se, assim como eu fiz inicialmente, você se propõe a lê-los de uma só vez, em uma sentada ou, ainda, se lê três, quatro (minha experiência) de uma só vez, acaba sendo uma leitura rasa, repetitiva, etc. O problema é que, graças à métrica, rimas, tudo se torna monótono, repetitivo, talvez enfadonho.
Argumento que, Sonetos de Amor & Desamor, seja um livro de consulta, ou daqueles que lemos aos poucos, em doses homeopáticas. Podemos ir marcando trechos e páginas e voltarmos, futuramente, seja depois de dias ou até mesmo semanas. Estendo esse método de leitura a todo livro de poemas, pois nos ajuda a refletir, relendo, reinterpretando, se atendo mais calmamente a cada palavra (talvez seja até mesmo um bom método para leitura de prosa, quem sabe?).
Quando terminei a primeira leitura, já fui relendo do início ao fim, fazendo marcações, pois não tive uma compreensão suficiente de diversos poemas do livro. Pela linguagem carregada, vários me soaram pesados na primeira leitura, mas, nesse segundo round, muita coisa se esclarece por si só, se apresenta de maneira menos hermética. É o tipo de leitura que considero ter um bom valor a todos os leitores (que estejam afim, pois o mais legal da literatura é sua liberdade quase irrestrita).
Nota
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Ficha Técnica
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Nome: Sonetos de Amor & Desamor