Quando nos deparamos com um livro infantil, esperamos sempre histórias que, geralmente, só terão sentido e graça para o público infantil. Entretanto, no conto O Elefante, escrito em 1907, Aleksandr Kuprin consegue criar uma história onde a magia da infância e da inocência cruzam com uma “doença” que nos lembra um transtorno real que acomete muitos atualmente: o “desânimo com a vida“, como dito logo no começo do livro.
O elefante na sala
Tudo o que Nádia, a menininha, mais deseja é um elefante. Nada mais lhe parece fazer tão feliz quanto ter um elefante e, como é receitado pelos médicos, é preciso fazer seus desejos para que ela melhore deste “desânimo“. Baseado neste desejo que começa uma bela e ávida busca de seu pai por realizar o sonho da menina, na esperança de vê-la finalmente como a criança alegre e animada que era antes.
Seu pai, já desesperado por não saber mais o que fazer para a filha melhorar, decide então realizar este fascinante e bizarro desejo, saindo numa busca que o leva a encontrar o inteligente elefante Tommy em um circo. O pai de Nádia logo decide que precisa levar Tommy até sua casa para que a filha o conheça e passe um dia com ele. E é no instante em que Nádia e o elefante Tommy se encontram que toda aquela magia da infância e da ingenuidade típica de uma criança começam e nos tocam profundamente.
Com uma narrativa descontraída, Kuprin consegue contar essa história tocante e ingênua de maneira original, cativando o leitor até a última página e nos proporcionando uma experiência rica em detalhes e emoção.
Sobre o autor
Aleksandr Kuprin (1870-1938) foi um grande autor russo, tendo seu primeiro trabalho, Estreia Derradeira, publicado ainda quando era criança, em 1889. Logo no começo da próxima década, 1890, começou a ter seus contos publicados em revistas de Petersburgo. Entre seus trabalhos, destacam-se Moloque (1896), O alferes armênio (1897), Olessia (1898), O duelo (1905), e os contos Doutor milagroso (1897), O poodle branco (1903), e O elefante (1907), sendo estes três últimos voltados ao público infantil.
Não raro suas obras tratam de temas relacionados às querelas sociais, pois Kuprin era simpatizante dos socialistas revolucionários, e após a vitória dos bolcheviques em 1917, ele radicou-se em Paris, regressando à Rússia somente em 1937, um ano antes de sua morte.
Não é à toa que suas obras são estudadas até hoje nas escolas russas.
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Nota

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Ficha Técnica
Nome: O Elefante
Autor: Aleksandr Kuprin
Tradução: Tatiana Larkina
Edição: 1ª
Editora: Kalinka
Ano: 2018
Páginas: 64
ISBN: 9788561096113
Sinopse: Além das narrativas que denunciavam mazelas e injustiças sociais, o renomado escritor russo Aleksandr Kuprin (1870-1938) deixou contos para jovens e crianças, ainda hoje lidos e reeditados, como O poodle branco, Doutor milagroso e O elefante.
Escrito em 1907, O elefante conta a tocante história de Nádia, uma menina de seis anos que adoece de tristeza e sonha conhecer um elefante, um de verdade… Eis que surge o brincalhão Tommy.
As descrições vivas e espirituosas de Tommy, habilidoso elefante de circo que fazia truques de todo tipo com sua tromba, vieram da vida aventurosa do escritor. Com porte de atleta, Kuprin serviu no regimento imperial e conhecia a Rússia como ninguém. Voava de balão e foi um dos primeiros homens a mergulhar com o escafandro. Adorava circos — dizem que chegou a entrar numa jaula de leões e por pouco não foi atacado — e tinha amigos pitorescos: lutadores, domadores, cantores. Conhecia profundamente a paisagem russa e os animais e escrevia aventuras sobre eles para as crianças.
Com um tom otimista e cativante, Kuprin mostra com seu Elefante que milagres podem acontecer, mas não no outro mundo, e sim no contato com a natureza.
![O Elefante [conto] - Aleksandr Kuprin](https://leitorcabuloso.com.br/wp-content/uploads/2019/04/IMG_20190406_173114-1068x1899.jpg)
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