Tenho acompanhado o trabalho de vários escritores iniciantes. A gente vê como eles lutam para poderem criar seu próprio estilo de escrita. Baseiam-se em seus autores favoritos de forma a emular um estilo para depois customizá-lo e dar sua própria personalidade. E é sempre muito bom presenciarmos o surgimento desses novos autores nacionais, especialmente no gênero da ficção científica/fantasia. E nesse caso se trata de uma obra de dark fantasy lançado em dezembro de 2018, Crônicas de Drakarian: Caos, do autor John J. Silveira pela Editora Viseu.
Sobre o porquê deste livro
Ao ler ou adquirir um livro, principalmente quando trata-se de um autor iniciante, fazemos uma breve leitura da sinopse e contracapa. Contudo, o que irá determinar se o levamos ou não para nossa estante, sem dúvida, são as duas primeiras páginas, ou seja, o prólogo. É nele que iremos sentir e decidir se nos atrai o enredo, ritmo e estilo do autor, e se o conteúdo se adéqua ao marketing da sinopse. No prólogo de Crônicas de Drakarian: Caos somos lançados no meio de uma batalha pelo controle do reino. Conhecemos um pouco do passado do reino de Drakarian, e alguns de seus segredos escondidos.
— Uma aranha sempre tece suas teias ritmadas de acordo com o que deseja, pois sempre sabe como será sua presa. — deu um passo à frente e seu corpo se transformou em brasas que voaram com uma pequena brisa proveniente do único lugar onde dava acesso ao exterior. — Eu sei quem irá me matar, mas um moribundo não detém de força suficiente para parar seu próprio assassino não é mesmo? — novamente tomou forma sentando em uma cadeira de chamas à sua frente.
Os personagens são mais adultos e mais interessantes. Os diálogos são interessantes. As cenas de ação são intensas e viscerais. Ao longo da leitura somos apresentados a vários personagens, com destaque para a protagonista Emerald a herdeira do trono, Ashe sua irmã e guerreira voraz, Wyrvern o mais mortal dos Drako e Varstet o rei de Drakarian.
O livro é excelente, a história se desenrola de modo agradável e a leitura é muito prazerosa e não tem trechos cansativos como o treinamento de Emerald, ensinada a dominar o Caos, para que se torne uma sábia e mortal rainha. A garota não é poupada do sofrimento imposto pelo seu tutor, Wyrven.
Sinopse?
Pode-se notar que não falei muito da história em si. Tudo bem, porque a sinopse oficial está aí pra isso. O universo criado pelo autor é muito bem construído e consolidado, possuindo suas histórias, geografia e mitologia. Tudo é construído de uma forma progressiva para que o leitor seja absorvido pouco a pouco pela narrativa e consiga se tornar empático com aquilo que está acontecendo no mundo. Nada é colocado por acaso entre os capítulos; tudo vai desembocar em algum momento posterior.
– Todos estão tão próximos à morte que se fechar os olhos e enxergar as coisas com a alma sentirá sua foice próximo ao seu pescoço. – Seus olhos vermelhos fitavam a face esbranquiçada da lua.
Ah sim, tem uma crítica: a revisão deixou passar algumas bobagens que podiam ser corrigidas. Probleminha de edição, mas nem chega a incomodar. Então é isso. Compre o livro e leia. Recomendo muito.
Nota
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Ficha Técnica
Nome: Crônicas de Drakarian: Caos
Autor: John J. Silveira
Edição: 1ª
Editora: Viseu
Ano: 2018
Páginas: 308
ISBN: 9788554547189
Sinopse:O primeiro livro da saga Crônicas de Drakarian conta a história após a consolidação do poderoso império, todos os reis indiretamente se curvavam a uma só coroa, a de Varstet. Entretanto a ambição tomava cada vez mais o coração dos homens, que então começaram a olhar para o rei com inveja. Atentados contra sua vida se tornaram frequentes, comidas e bebidas envenenadas, flechas perdidas jogadas pelo ar em direção ao seu coração, mas a única coisa que lhe importava era sua filha mais nova Emerald, pois ele sabia que no dia de sua partida, a criança reinaria suas terras, conquistaria novas e talvez fizesse acontecer uma longínqua profecia, a qual dizia que um monarca assumiria o trono da cidade dos deuses, e todos aqueles que se opusessem teriam um fim em seus punhos de aço.
“Um imperador para meu povo, um único imperador que reinará do dia de sua posse até quando os palácios se tornassem cinzas e o último homem deixasse escapar seu suspiro final”.