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Perdidos na Estante #001 – Chick-lit não é para mulherzinha #opodcastedelas

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Olá Cabulosos e… não, pera. Esse não é o CabulosoCast, esse é o piloto do Perdidos na Estante! Nosso primeiro contato com a podosfera está no ar! Então… Salve, salve podosfera! Domenica Mendes, Priscilla Rúbia e Lucas Ferraz convidam Janaína Muniz para discutir o gênero literário chick-lit. É um gênero só pra menininha? Livro de mulherzinha? Discutimos o porquê chick-lit não é para mulherzinha, além de citarmos filmes e séries que se baseiam no gênero e, é claro, livros que fazem parte do gênero.

Esse podcast faz parte da campanha #OPodcastÉDelas, iniciativa do Leitor Cabuloso com o Covil Geek que tem como objetivo gerar maior visibilidade e espaço para as mulheres na mídia e está rolando durante todo o mês de março. Para saber mais sobre a campanha procure a hashtag nas suas redes sociais e os programas que usam o selo da campanha na vitrine.

Agradecimentos ao Paulo Elache por nos emprestar sua voz para a abertura deste episódio.

Atenção!

Para ouvir basta apertar o botão PLAY acima ou clique em BAIXAR.

Citados durante o programa

[Netflix] Miss Simpatia
[Netflix] Gilmore Girls
[Link] Girls
[Netflix] Delírios de Consumo de Becky Bloom
[Netflix] Legalmente Loira
[Link] As Patricinhas de Beverly Hills
[Link] Sex and the City
[Link] The Carrie Diaries
[Netflix] Desperate Housewives

Compre

[Amazon] Orgulho e Preconceito de Jane Austen
[Amazon] O Diário da Princesa
[Amazon] Cidades de Papel
[Amazon] O Diabo veste Prada
[Amazon] Procura-se um marido
[Amazon] Mentira Perfeita
[Amazon] No mundo da Luna
[Amazon] Delírios de Consumo de Becky Bloom

 

Arte de logo e layout de vitrine: Rebecca Agra

Falha Crítica 198 – #OPodcastÉDelas Games!!!

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Bem Vindos ouvintes! E Sim, hoje nós abrimos as portas do Covil para elas as mulheres, pra participar dessa campanha supimpa “O Podcast É Delas” Edu, reuniu uma equipe invejável, ele juntou a Betina do Claquete 16, Bruna e a Kamilla, pra falar sobre as experiencias delas com os games, então, preparem-se pra altas jogatinas, debates e puxões de orelha nos nerdomachos de plantão! Divirtam-se!!!

Prestigiem o trabalho das nossas convidadas!

Betina: Twitter, FacebookClaquete 16
Bruna: Bruna Flor – Fotos

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Lançamentos de Fevereiro

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Olá novamente leitores cabulosos! Venho por meio desta trazer a vocês os lançamentos do mundo literário brasileiro deste fatídico mês de carnaval passado, vulgo fevereiro. Na verdade não tudo, pois é muita coisa. É mais pra se ter uma noção geral. Então vamos lá!

LIVROS

Galera Record

  • A Árvore no Quintal: Olhando Pela Janela de Anne Frank – Jeff Gottesfeld
  • Quando o futuro é o inimigo (Esqueça o Amanhã # 1) – Pintip Dunn
  • Nunca Jamais: Parte Dois – Colleen Hoover e Tarryn Fisher
  • A Inquisição (Conjurador # 2) – Taran Matharu
  • Contos da Academia dos Caçadores de Sombras – Cassandra Clare, Sarah Rees Brennan, Maureen Johnson e Robin Wasserman

Planeta

  • 50 Ideias de Matemática Que Você Precisa Saber – Tony Crilly
  • O Guardião Invisível (Trilogia Baztán # 1) – Dolores Redondo
  • Outros jeitos de usar a boca – Rupi Kaur
  • O Regresso do Catão (Catão # 2) – Matilde Asensi

Verus

  • O amuleto de ouro (Mapmakers # 2) – S.E. Grove
  • Algo Belo (Belo Desastre #2.6) – Jamie McGuire
  • A Tumba das Sombras (As Sete Maravilhas # 3) – Peter Lerangis
  • O Guia do Herói Para Ser Um Fora da Lei (Liga dos Príncipes # 3) – Christopher Healy

HarperCollins Brasil

  • Beije Minha Alma (Fool’s Gold #17) – Susan Mallery
  • Salva Por Um Cavalheiro (As Irmãs Cynster # 2) – Stephanie Laurens
  • Todos de Pé Para Perry Cook – Leslie Connor
  • O Segredo do Bambu: Uma história sobre sabedoria, equilíbrio e resiliência – Ismael Cala

Nova Fronteira

  • Retrato do artista quando jovem – James Joyce
  • Memórias de uma moça bem-comportada – Simone de Beauvoir
  • Como vejo o mundo – Albert Einstein
  • História do Pensamento Ocidental – Bertrand Russell

LeYa

  • Tá no ar, no livro – vários autores

Intrínseca

  • Pequenas Grandes Mentiras – Liane Moriarty
  • Às urnas, cidadãos! (Crônicas 2012 – 2016) – Thomas Piketty
  • Eu e você no fim do mundo – Siobhan Vivian
  • A verdade é teimosa: Diários da crise que adiou o futuro – Miriam Leitão
  • Matéria Escura – Blake Crouch
  • A Viúva – Fiona Barton

Rocco

  • A Caminho do Azul Sereno (Never Sky # 3) – Veronica Rossi
  • Melhores Amigas – Emily Gould
  • O Ruído do Tempo – Julian Barnes
  • Leitura Do Texto, Leitura Do Mundo – Domício Proença Filho
  • Vingança (Gladiador # 4) – Simon Scarrow
  • O Verão em Que Salvei o Mundo em 65 Dias – Michele Weber Hurwitz
  • A Roda da Eternidade (EntreMundos # 3) – Neil Gaiman, Michael Reaves e Mallory Reaves

Arqueiro

  • A Promessa (Myron Bolitar # 8) – Harlan Coben
  • A Rainha das Trevas (As Joias Negras # 3) – Anne Bishop
  • Diário de Uma Paixão – Nicholas Sparks
  • A Cruz de Fogo – Parte 1 (Outlander #5) – Diana Gabaldon
  • Quarteto Smythe-Smith de Julia Quinn completo
  • A Cabana – William P. Young (com a capa do filme)

Darkside Books

  • Edgar Allan Poe: Medo Clássico – Edgar Allan Poe
  • Frankenstein, ou o Prometeu Moderno – Mary Shelley
  • Twin Peaks [Arquivos e Memórias] – Brad Dukes

Sextante

  • A Cabana: Guia de Estudos – William P. Young e Brad Robison

Gutemberg

  • A Noiva do Capitão – Tessa Dare

Zahar

  • A Volta ao Mundo em 80 Dias (Edição Comentada e Ilustrada) – Jules Verne

Bertrand

  • Estranheza Mortal – J.D. Robb

Compainha das Letras

  • O Chiste e Sua Relação com o Inconsciente (Volume 7 da coeção Freud) – Sigmund Freud
  • O Túmulo de Lênin: Os Últimos Dias do Império Soviético – David Remnick

QUADRINHOS

Panini

  • Lendas do Universo DC: Mulher Maravilha: Volume 1 – George Pere
  • Gotham DPGC. Sob Suspeita – Ed Brubaker e Greg Nucka
  • Homem-Animal: Carne e Sangue – Jamie Delano
  • Thanos. Revelação Infinita – Jim Starlin
  • Infinito – Jonathan Hickman
  • Guardiões da Galáxia: Ângela – Brian Bendis
  • Star Wars: Skywalker Ataca – Jason Aaron
  • Vagabond #12 – Takehiko Inoue
  • Slam Dunk #03 – Takehiko Inoue
  • Bestiarius #02 – Masasumi Kakizaki
  • Quem é Sakamoto? #1 – Nami Sano
  • Pokémon: Red Green Blue #3 – Hidenori Kusaka e Mato
  • Berserk #16 e #76
  • Blood Lad #15
  • Fate/Stay Night #15

 

Abril

  • Pato Donald: A Cidade Fantasma – Carl Barks
  • Manual do Gastão – Vários autores

JBC

  • Fullmetal Alchemist #7 – Hiromu Arakawa
  • Cavaleiros do Zodíaco: Kanzenban #2 – Masami Kurumada
  • Blame! #2
  • Dragon’s Dogma: Progress #1
  • Fairy Tail #57
  • Magi #26
  • My Hero Academia #3
  • Terra Formars #16
  • To Love-Ru #10
  • Uq Holder! #6
  • Zetman #16

Draco

  • Space Opera em Quadrinhos – Vários autores

Quadrinhos na Cia.

  • Hilda e O Troll – Luke Pearson
  • MENSUR – Rafael Coutinho

100% Cristão

  • Jó – Jeff Slemons e Ben Avery
  • Lutero (ninguém fala quem é o autor ou os autores)

Eaglemoss

  • DC COMICS GRAPHIC NOVELS #33: Arqueiro Verde: O Espírito da Flecha (Parte 2)
  • DC COMICS GRAPHIC NOVELS #34: Batman: O Homem Que Ri & Asilo Arkham

HQM

  • The Walking Dead #47 e #48

Mythos

  • Meio mudo de Tex (#568, Almanaque #49, Coleção #422 e #423, Colorida #8, Platinum #6)
  • Zagor #170

Nemo

  • Não era você que eu esperava – Fabien Toulmé
  • Deslocamento: Um diário de viagem – Lucy Knisley

Newpop

  • Pinóquio
  • Suicide Club
  • Corpse Party: Another Child #2

Veneta

  • Caligari! – Alexandre Teles

Kiznaiver

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Abertura

No futuro encontraram uma maneira para a paz mundial: ela se baseia no experimento Kiznaiver. O experimento consiste em compartilhar a dor entre todas as pessoas e está sendo executado, ainda em fase de testes, em uma cidade onde são escolhidos seis jovens muito diferentes entre si para testar o sistema Kizuna.

Eles não gostam de serem escolhidos, claro, pois compartilhar a dor não é algo divertido… ou até pode ser, pois é a razão de algumas cenas cômicas do anime. A eles é prometido que o experimento tem duração até o fim do verão, então eles se veem sem alternativa a não ser se conhecerem e tentar não causar nenhum tipo de dor uns aos outros.

Só que, com o passar do tempo, o compartilhamento que de início só acontecia por meio da dor física, passa a ser também emocional. Eles são capazes de saber e sentir quando um colega está triste, com raiva e até apaixonado, o que ocasiona em muitos constrangimentos.

O ponto máximo

Essa é a grande questão tratada no andamento do anime: os laços que criamos ao compartilharmos nossas dores e sentimentos. No início, eles foram obrigados a se conhecerem e sentir o que o outro sentia, mas conforme os dias passavam e até depois que o experimento chega ao fim eles acabam preferindo sentir essa dor, já que o sistema divide a dor física/emocional que um deles sente entre todos, como dividir um fardo com amigos. A questão da amizade também é tratada: eles podem se considerar amigos já que foram obrigados a conviver e compartilhar seus sentimentos? Tudo isso em volta de personagens carismáticos, cada um a sua maneira.

Kiznaiver, depois de um início que não dá pra saber o que esperar, acabou me surpreendendo e me trazendo todos esses pensamentos. Pode ser que eu tenha pensado e extraído demais do anime, mas… assiste lá pra conversarmos.

Nota:

Nomes: Kiznaiver, キズナイーバー
Número de episódios: 12
Foi ao ar em: 09 de abril de 2016 ~ 25 de junho de 2016
Gêneros: Sci-fi, Drama
Myanimelist

Cérebro e coração

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Capa de Ademir Pascale

Max, meu irmão caçula, é obcecado por hábitos antigos. Muito antigos, devo dizer. Em seu simulador de experiências, costuma elaborar e participar de programas nos quais se disputam as chamadas Olimpíadas. Disse-me, com incompreensível orgulho, já ter obtido medalhas em algumas modalidades esportivas.

Ele utiliza com frequência uma palavra inexistente na Enciclopédia Galáctica para designar o resultado da forma voluptuosa que conferiu a seus músculos: sarado. Contou-me certa vez que esse termo é oriundo de uma subespécie vocabular conhecida como gíria e que estava ligado ao gosto que os habitantes de alguns séculos primitivos tinham por cultuar o condicionamento físico e a hipertrofia muscular.

Eu me diverti bastante quando Max explicou que aqueles trogloditas procuravam expandir sua musculatura aos extremos. Custo a acreditar que os antigos viam beleza naquilo: desfrutavam de uma fração mínima de seus intelectos e, ainda assim, estavam mais preocupados em desenvolver os músculos do que o potencial encefálico adormecido.

Bárbaros!

Dentre os esportes que meu irmão gosta de simular, o que mais lhe atrai é uma contenda coletiva conhecida pela designação futebol. Ele atribui elevada importância a este esporte. Chegou ao extremo de determinar a nosso materializador que produzisse um complexo mecanismo de treinamento — trata-se de estranhas geringonças com a ajuda das quais ele pratica uma ampla variedade de exercícios físicos e de apuração técnica.

Estou me preparando para a simulação de uma nova edição da Copa do Mundo de Futebol, confidenciou-me certa vez, sem que eu compreendesse muito bem o que significava aquilo.

A verdade é que a civilização do início do século XXVI não guarda registros dos comportamentos imaturos das antigas eras, apenas de suas atividades relevantes — obviamente, aquelas capitaneadas pelo cérebro. Para o bem da evolução da espécie, aqueles tempos de desperdício de energia foram sepultados por nossos historiadores. Somente em alguns nichos da antiga internet é que se consegue encontrar registros da verdadeira selvageria que os contemporâneos da Era Olímpica nomeavam atividades esportivas. Max é um dos chamados saudosistas — um pequeno grupo de desajustados que cultuam os hábitos antigos.

— Não é saudável que o corpo humano continue se atrofiando. A não utilização do potencial muscular está transformando os seres humanos em criaturas raquíticas — desabafou ele.

— E a “não utilização” de todo o potencial cerebral tornava os antigos prisioneiros de atividades patéticas e que nada acrescentavam ao saber — rebati, com o ar de autoridade que todo irmão mais velho deve possuir.

— Venha comigo! — disse-me ele, num repente emotivo. — Participe da simulação que preparei hoje: uma peleja entre a seleção da Sudamérica e uma esquadra de alienígenas cascudos.

Imaginei-nos, a princípio, em contendas corporais com répteis quelônios —  originários, provavelmente, do sistema estelar Alpha Centauri C. Entretanto, habituado com o linguajar maculado de meu irmão e com sua predileção por antiquadas práticas esportivas, soube questioná-lo de forma adequada:

— O tal futebol?

— Sim! — bradou ele, com empolgação.

— Não vou desperdiçar meu tempo com diversões acéfalas!

— Você atuará apenas como expectador. Não precisará entrar em campo. E… pense bem, mano: como você pode dizer que uma atividade é acéfala sem ao menos tê-la presenciado uma vez? Não seria inteligente, não é verdade? E fique sabendo que, embora as qualidades físicas sejam muito importantes num jogo de futebol, o raciocínio dos jogadores também o é. Isto sem contar toda a parte estratégica, previamente elaborada por especialistas.

Vi-me diante de argumentos invencíveis. Tive que ceder.

*

— Nova simulação! — ordenou Max ao seu brinquedo favorito, que se perfectibilizava em uma pequena circunferência prateada, capaz de simular realidades alternativas e projetá-las no centro de nossa sala de estar.

— Inserir coordenadas — solicitou o aparelho de tecnologia quadrimensional, com sua voz doce de meretriz apaixonada. Só mesmo Max para comutar a voz de um equipamento tão caro…

— Amistoso futebolístico entre a Sudamérica e os Battolls, de HD 40307g – respondeu prontamente o caçula da família.

Era de conhecimento comum, entretanto, que os Battolls não passam de hominídeos primitivos. Tangenciam o irracionalismo.

— Estes seres sabem jogar futebol? — objetei.

— É uma simulação. Entre no clima!

Entre no clima? Estranhei a expressão, mas apenas por uma fração de segundos. Por certo, mais uma vez meu jovem irmão imitava a linguagem coloquial dos séculos primitivos. E este não era o único vício que desenvolvera: habituara-se também a projetar imagens mentais de estranhos sinais, uma forma de comunicação não verbal constituída por caracteres tipográficos. Segundo Max, eles transmitiam emoções e eram muito utilizados em diálogos na antiga internet. Uma tolice. Eu jamais me expressaria utilizando tão pueril jargão.

A máquina interrompeu meus devaneios:

— Em qual estádio deseja jogar, simulante? — questionou ela, agora com voz descaradamente sensual. Parecia a anfitriã de um bordel virtual.

— Defensores del Chaco, na Província do Plata! — A voz de Max já estava acelerada pela ansiedade. — Meu irmão Guilherme será um expectador. Coloque-o na Tribuna de Honra do Estádio.

Intervim:

— Já que vou participar desta sandice, desejo ser alguém mais importante do que um mero expectador. Farei parte da equipe sudamericana também.

— Vai conseguir correr? — zombou Max.

— O condicionamento físico não está incluído na simulação?

— Em tese sim, mas eu jogo sempre no modo realístico. Se você quiser integrar a equipe, terá que contar em parte com o seu próprio preparo físico. — Ao final desta frase, pude ver um sorriso irônico sendo esboçado na face do adolescente brincalhão.

— Ora, é evidente que eu não tenho condições musculares adequadas para participar desta barbárie! Ainda mais contra os trogloditas dos Battolls!

— Eles terão sua força física reduzida em vinte por cento.

— Ainda assim serão mais fortes e mais altos. Sem contar o par de braços a mais.

— O futebol é jogado com os pés — gracejou Max. — Ei, espere aí!

Naquele momento, identifiquei um brilho nos olhos de meu irmão, típico das ocasiões em que lhe surgia uma ideia mirabolante, por óbvio alguma excentricidade da qual a inteligência aconselharia não participar.

— Simulador, meu irmão Guilherme será o treinador da equipe Sudamericana. Executar programa.

— O que é um treinador? — questionei, alvoroçado.

— É o mesmo que diretor técnico.

— E o que, pelas focas de Encéladus, significa diretor técnico? — berrei a plenos pulmões.

— Significa que você não vai precisar correr. Só ficar nervosinho e gritar. E você é bom nisso — foi sua sorridente resposta.

Tentei objetar, mas era tarde demais. A simulação já estava em andamento.

*

Um facho de luz branco-perolada formou-se a partir do chão, no centro da sala, chegando ao teto. Tinha cerca de um metro e meio de diâmetro. Max adiantou-se e, com um movimento de cabeça, convidou-me a também entrar. Hesitei, mas culminei por embarcar em seu sonho juvenil.

Nos primeiros segundos, nada aconteceu. Apenas estávamos dentro de um raio de luz, experimentando a sensação de que a temperatura lá dentro era um pouco mais alta do que o padrão para ambientes domésticos. Foi então que Max solicitou os controles à máquina:

— Fornecer estimulante número um. — Uma pequena névoa azul formou-se à frente de nossos olhos, adquirindo um estado próximo à solidez. Max tomou-a em suas mãos, moldou-a com os dedos e a acoplou na borda de uma orelha. — Fornecer estimulante número dois. — Seguiu-se o mesmo processo. — É com você, mano!

Apanhei o pequeno aparelho em minhas mãos, notando que sua consistência era gelatinosa. Imitei o procedimento adotado por meu irmão.

Em uma fração de segundos, uma nova realidade começou a ser formada ao nosso redor. O cenário holográfico expandiu-se com celeridade para produzir a encenação programada por meu irmão. Uma paisagem florida, típica do início do século vinte e dois, foi a primeira imagem produzida pelo simulador de experiências a ganhar vida. Uma admirável visão!

Confesso: estava começando a ficar impressionado com a magnitude daquela brincadeira.

*

Ingressamos em um hotel. Segundo Max, o melhor que existia na cidade de Assunção naquela época. Ao chegarmos ao local, um cidadão que se autodenominou coordenador aproximou-se às pressas e entregou-me um holovídeo. O homem estava agitado. Disse-me que aquele material continha filmagens de atuações esportivas de nossos antagonistas.

— Todos os jogadores estão recebendo cópias deste material, treinador — foi o que me disse, com visível dificuldade para conter sua tensão.

Assisti ao vídeo com os olhos arregalados. Minutos depois, chamei meu irmão no rudimentar aparelho de comunicação que nos foi fornecido. Assim que sua imagem holográfica apareceu em minha frente, falei em ritmo acelerado:

— Você viu o porte físico daqueles gigantes, Max? Além de serem mais altos do que os humanos, já lhe disse que eles possuem dois pares de braços! E notou a grossura das pernas deles? Como poderemos vencê-los?

— Não será uma luta livre, professor. Será futebol — respondeu, dando ênfase à palavra final.

Ele me chamara de professor, uma alcunha muito utilizada pelos chamados boleiros dos séculos XX a XXII. Aquela postura demonstrava que meu irmão já estava com todas as suas energias concentradas no jogo.

Decidi mergulhar de vez em sua fantasia. Com ressalvas, entretanto:

— Você pode sair machucado disto? — perguntei-lhe em separado um pouco mais tarde, num momento em que o veículo denominado aeróbus nos deixava às portas do Defensores Del Chaco.

— Não muito. Fique frio, mano. Lembre-se: é apenas uma simulação.

— Por que devo ficar com frio? Por que o inverno está chegando?

Meu irmão esforçou-se para conter o riso:

— Não, nada disso. É apenas mais uma gíria, só isso. Agora precisamos nos separar. Em alguns minutos você fará uma preleção.

— Mas eu nada sei sobre futebol! — protestei.

Um protesto vão.

*

Eu subestimara a capacidade de Max como programador de experiências. Ele soubera programar os estimulantes neurais com astúcia, inserindo em nossas mentes os conhecimentos necessários para um desempenho satisfatório como futebolistas. Eu fui um bom palestrante, demonstrando até certa segurança e desenvoltura perante os atletas de nossa equipe. No momento oportuno, as palavras adequadas acabaram surgindo em minha mente. Achei a experiência curiosa e interessante.

Estas foram as primeiras orientações que transmiti aos jogadores:

Quando no ataque, nem pensem em alçar bolas na área. Os zagueiros Battolls são mais altos e irão levar sempre a melhor nestas jogadas. Procurem confundi-los com tabelas rápidas e, ao realizarem jogadas pela linha de fundo, prefiram complementá-las com cruzamentos rasteiros.

Os atacantes do adversário são quase tão altos quanto seus zagueiros; portanto, quero que, quando estivermos na defesa, nossos meio-campistas auxiliem os alas na marcação. O objetivo é evitar que bolas sejam levantadas em direção à nossa área. Notem: é muito importante não lhes ceder escanteios!

Devo admitir: instruções óbvias, porém vocês hão de concordar que abordei tópicos importantes. Nada mal para um marinheiro de primeira viagem.

Perdemos aquele jogo por três gols a zero (dois gols originados nas malfadadas cobranças de escanteios), mas a experiência foi proveitosa. Nossa equipe conseguiu realizar bons ataques, mas não foi capaz de suplantar o goleiro Agnew, com seus dois metros e vinte centímetros de altura (e, claro, o tal par extra de membros superiores).

Fiquei tão intrigado com aquela simulação que decidi pedir a meu irmão que programasse outras semelhantes. Ele atendeu ao meu pedido. Juntos, nos divertimos como não fazíamos desde sua infância. Max simulava atletas habilidosos; eu, um eficiente treinador. Foi muito bom ter vivenciado aqueles momentos de harmonia com Max; aquilo fez como que eu me lembrasse do quanto somos amigos, apesar das repetidas discussões.

Ao final de uma das simulações, ele decidiu me fazer uma proposta:

— Mano, você ainda é jovem, tem vinte e sete anos apenas. Treinadores costumam ser mais velhos. Você tem idade para ser atleta. Não quer jogar a Copa Galáctica de 2502 ao meu lado?

— Dentro das quatro linhas? — exaltei-me.

— Hum… Vejo que você já está se adaptando ao linguajar futebolístico. Sim, dentro das quatro linhas! Já pensou como seria divertido jogarmos no mesmo time? Venha compor o quadrado mágico comigo!

— No meio de campo, onde jogam aqueles atletas que você nomina de craques? Perdeu o juízo, Max? Outra coisa: você disse que fará a simulação da Copa daqui a quinzes dias. Como eu conseguiria adquirir um bom condicionamento físico em tão pouco tempo?

— Darei um jeito. Vou preparar uma programação na qual você será o cérebro do time, aquele cara que não precisa correr muito, mas necessita ter boa visão de jogo. Será perfeito para você.

Senti uma pontada no peito; uma emoção que misturava medo e ansiedade. Mais tarde, procurei obter informações acerca de alguns atletas “cerebrais” que Max citara. Encontrei vídeos de algumas de suas atuações.

E fiquei encantado com o que vi.

*

Preparamos juntos as simulações para a Copa Galáctica de 2502. Max fez alguns ajustes na programação do simulador de experiências, buscando tornar o jogo mais dinâmico e as emoções ainda mais intensas.

A Copa teria a participação de cinco equipes da Terra e vinte e sete esquadrões alienígenas. O local escolhido para a competição foi uma planície marciana, região que o simulador de experiências soube transformar num imenso Estádio de Futebol. Em sua face exterior, o Monumental possuía aparência insectóide, com a predominância de uma tonalidade ferrugem um bocado assustadora. A cobertura, por outro lado, trazia motivos marítimos, com representações de feras marinhas semelhantes àquelas encontradas nas luas Europa e Titã.

Desta feita, ao invés dos antiquados aeróbus, as equipes chegariam ao local do evento em modernas naves-foguetes.

Perguntei a Max sobre o efeito que a baixa gravidade de Marte poderia exercer sobre os jogadores, mas ele disse ter programado o simulador de uma forma que todas as espécies sentir-se-iam plenamente adaptadas às condições atmosféricas do planeta vermelho, como se o habitassem. Uma sábia decisão.

Eu começava a sentir orgulho de meu irmão sonhador.

*

Meu coração disparou quando o árbitro (uma espécie de sapo gigante) soprou o apito pela primeira vez, determinando o início de nossa participação na Copa Galáctica. Na ocasião, enfrentamos o selecionado africano.

Com o decorrer dos primeiros minutos, os exercícios musculares começaram a fazer com que meu corpo liberasse endorfina, transformando em prazer a tensão que me dominava durante os instantes iniciais. A partir de então, passei a vivenciar todas as emoções de um verdadeiro jogador de futebol. Procurei aliar a meu débil condicionamento físico os conhecimentos técnicos que adquiri durante minhas simulações como treinador. Aos poucos, senti-me mais à vontade dentro de campo, conseguindo ser o jogador cerebral que meu irmão planejara que eu fosse. Não me movimentava muito em campo, mas era autor de passes certeiros e belos lançamentos em profundidade.

Durante este primeiro jogo, eu converti uma penalidade em gol. Vencemos por três gols a dois. E eu confesso ter me divertido muito com aquela disputa. Apesar de todo o cansaço pós-jogo, estava me sentindo bastante animado. Convenci-me de que aquele esporte estava no meu sangue; impregnado de alguma forma em meu DNA há gerações.

O torneio prosseguiu nos dias seguintes e eu me sentia cada vez melhor adaptado à minha função de cabeça pensante do meio de campo. Como nosso cansaço não era tão intenso quanto teria sido em um jogo real, pudemos simular uma nova partida a cada dois dias. Para minha surpresa, após uma derrota na primeira fase (para criaturas conhecidas como incas venusianos, “ressuscitadas” por Max de uma antiga série de ficção científica), nós vencemos todas as partidas seguintes, chegando por fim à disputa do título.

— Podemos nos sagrar Campeões Galácticos de Futebol, mano! Não é incrível? — comemorava Max.

Eu estava considerando tudo aquilo muito interessante e a maneira como meu irmão levava a competição a sério chegava a me emocionar. Eu pude ver o brilho da expectativa em seus olhos desde a véspera da simulação da Grande Final.

Decidi que faria tudo que estivesse ao meu alcance para ajudá-lo a conquistar o título que ele tanto desejava.

*

— Dê o melhor de si hoje, mano. Meu personagem sofreu uma contusão muscular, mas ficará à disposição do treinador no banco de reservas. Conto com sua habilidade e visão de jogo para vencermos este duelo! — disse-me ele pouco antes de ingressarmos no programa para darmos início à disputa derradeira.

Tive uma espécie de surto ao ouvir aquilo:

— Altere a programação, Max! Crie uma espécie de faz-de-conta, no qual seu personagem está em perfeitas condições físicas.

— Trapacear? De jeito nenhum. E eu não trapaceio nunca!

É claro que ele estava certo. Mais uma vez, senti orgulho de ser irmão de Max. Uma pena não poder contar com ele ao meu lado na Grande Final (por coincidência, um reencontro com a equipe dos Battolls).

— Prepare-se para emoções inesquecíveis — disse ele. — O simulador de experiências vai rodar o programa daqui a vinte minutos. A bola está com você agora. Lembre-se: estarei no banco de reservas, com os dedos cruzados. Não me decepcione, Guilherme.

Max me chamou pelo meu nome, o que era algo próximo de um milagre. Sinal de que estava realmente falando sério.

Muito sério.

*

Éramos considerados favoritos pelos jornalistas simulados, pois jogamos melhor durante toda a competição. Todavia, a seleção adversária também era forte. E não apenas no aspecto físico: alguns daqueles brutamontes eram habilidosos com a bola nos pés — e principalmente seu capitão, conhecido pelo codinome Dan.

Por volta dos dez minutos de jogo, o centroavante alienígena disparou um chute que passou muito perto da trave direita de nosso goleiro Darrel. Aquilo foi o que alguns cronistas esportivos da antiguidade chamariam de tirar tinta da trave. Logo vi que precisávamos encaixar um bom ataque. Somente assim imporíamos algum respeito nos gigantes de HD 40307g.

Concentrei-me ao extremo a partir de então e mergulhei de tal forma naquela encenação que algo afetou minha percepção daquele jogo para sempre. Hodiernamente, quando me recordo das jogadas mais marcantes da Grande Final, cada quark de meu corpo reage a elas como se tudo estivesse acontecendo neste exato momento. Meu coração acelera além de cem batidas por minuto, meus poros transpiram… É incrível!

Portanto, não se espantem com as alterações nos tempos verbais que se seguirão em meus relatos, com as idas e vindas entre presente e passado na minha percepção dos acontecimentos. Creio que este comportamento é consequente às emoções que ficaram impregnadas em minha mente.

Outro importante ponto a ser mencionado: perdoem-me, mas notarão que uso com frequência o pobre linguajar futebolístico quando estou sob o efeito desta patologia psíquica.

*

Pode ser agora! Manuel tem a bola pela direita do ataque. Aproximo-me para receber o passe, mas ele prefere fazer a jogada com Francesco. Noto uma desatenção na defesa alienígena e me desloco adiante, buscando as imediações da grande área. Francesco percebe minha movimentação e alça a bola em minha direção. Consigo dominá-la no peito com classe, impulsionando-a à minha esquerda. Tenho a visão do gol à minha frente e noto que a oportunidade é muito boa.

Vou arrematar; vou fazer o gol!

Desfiro um petardo de canhota, mas a bola explode na trave direita, dirigindo-se em seguida para o lado esquerdo do nosso ataque. Um zagueiro corre em direção a ela. Está mais próximo dela do que eu, mas consigo dar um bote e dominá-la, girando com rapidez minha cintura (por sorte, os Battolls são um pouco lentos) e buscando me posicionar adequadamente para efetuar um bom cruzamento. Vejo que todos os nossos atacantes estão sob marcação dos grandalhões, então tento um chute direto ao gol, mirando o ângulo superior esquerdo da cidadela inimiga, e…

Ah! Se não fosse a existência de um segundo par de membros superiores, Agnew não teria conseguido desviar aquele chute para escanteio!

Enquanto um lance termina em arremesso lateral, uso uma fração de segundos para refletir sobre o altíssimo nível do jogo. Os Battolls começaram melhor, porém, aos poucos, conseguimos equilibrar a disputa. E eu preciso fazer mais uma confissão aqui: aquela, sem dúvidas, era a mais realística e empolgante simulação que havíamos feito.

Que partida!

Temos mais uma jogada pelo lado direito agora. É o ala Gonçalo que está apoiando o ataque! Ele faz um passe para Francesco, na altura da intermediária alienígena. A jogada prossegue com uma tabela rápida entre Francesco e Villar (o substituto de meu irmão), até que Villar encontra Dos Santos bem posicionado, sem qualquer pressão do adversário. Ele adentra a grande área e Villar o aciona com precisão.

— Vai, Dos Santos! — grito a plenos pulmões.

GOL! Golaço de Dos Santos! Eu ergo as mãos aos céus, direciono os olhos para o lateral do campo e vejo Max pulando como um louco! Que sensação incrível esta — uma incomensurável felicidade!

*

Os gigantes de HD 40307g começam a exercer intensa pressão sobre nossa defesa. Na qualidade de capitão, grito com a equipe, dizendo que não podemos permanecer acuados. A admoestação parece dar resultado, pois Francesco dispara com a bola desde o meio de campo, dribla três adversários e desfere uma bomba, que explode na trave esquerda do guarda-meta Agnew.

Aproxima-se o final da primeira etapa e eu começo a respirar um pouco mais aliviado. Até que… o que é isso? Um vacilo no lado direito de nossa defesa! Urik pode fazer um cruzamento perigoso. Ele o faz! A bola desvia em alguém de nosso time. Ricocheteada, ela quica no interior da pequena área.

Darrel, por favor! Darrel!

Ele se atira com valentia aos pés do adversário, desviando a esfera de couro para a altura da meia-lua da grande área. Nosso cabeça-de-área tenta afastar o perigo, mas falha! A bola sobra para… Dan — justo para Dan! O craque alienígena faz um arremate certeiro, vencendo Darrel e celebrando com uma desajeitada cambalhota o gol de empate.

Uma ducha de água fria, para usar uma das expressões preferidas de Max.

Uma ducha gelada, para ser mais exato.

*

Quando o primeiro tempo terminou, um vendaval de emoções invadiu meu cérebro. Durante o intervalo, vivi a expectativa de que o treinador colocasse Max em campo, mesmo ele não estando em suas melhores condições físicas. Afinal, meu irmão era um dos craques do time. Entretanto, voltamos para o segundo tempo com a mesma formação.

O jogo seguiu equilibrado e repleto de oportunidades de gol para ambas as esquadras. Começava a ficar evidente que nosso maior adversário naquele dia seria o arqueiro Agnew. Parafraseando meu irmão mais uma vez, digo que Agnew estava defendendo até pensamento! Aliás, “Agnew, o Terrível” me parece uma boa designação.

Olho para o banco de reservas e vejo a tensão no rosto de Max. Ele parece não estar nada otimista com o resultado deste jogo. Assimilo seu pessimismo. Poucos minutos depois, todavia, ouço uma exaltação vinda das arquibancadas: gritavam por Max.

O treinador o chamara para entrar em campo!

*

É a primeira vez que Max toca na bola: um lindo passe em profundidade, que coloca o lateral Rocha naquilo que chamam de cara do gol adversário. Eu me preparo para gritar “gol” e dar um abraço apertado em meu irmão, mas nosso ala esquerdo titubeia com a bola nos pés. O gigante Agnew surge à sua frente e… derruba-o!

É pênalti!

À beira do gramado, o treinador ordena que eu faça a cobrança, mas vejo nos olhos de meu irmão que ele quer esta atribuição. Aponto-o para o mestre, como a lhe pedir autorização para abdicar da tarefa. A princípio, noto o professor apreensivo, mas no instante seguinte ele faz um gesto afirmativo com a cabeça: Max está autorizado a cobrar o pênalti e — oxalá — convertê-lo no gol da vitória!

Ele respira fundo e toma a bola em seus braços. Coloca-a na marca de cal, fecha os olhos e respira profundamente. Aproximo-me e lhe desejo boa sorte. Meu irmão esboça um sorriso; parece sentir o peso da responsabilidade. Pensei em lhe pedir a bola, mas aquele era seu jogo, sua simulação. Deixei-o então a sós, diante do Terrível.

Max parece disposto a disparar um torpedo, tamanha a distância que toma da bola. Ele corre em direção a ela de forma decidida, mas hesita no meio do caminho. Quase para. Os dois passos seguintes são lentos e vacilantes…

NÃO! Um chute rasteiro muito fraco, quase no meio da cidadela inimiga. Agnew nem precisa utilizar seus membros superiores; é capaz de defender a cobrança apenas esticando sua perna esquerda.

Meu irmão abaixa a cabeça, acusando o golpe.

*

Vivenciei uma tormenta durante os minutos seguintes, sobretudo por notar que Max tentava decidir o jogo sozinho, desperdiçando boas oportunidades de realizar jogadas em equipe. Ele parecia alucinado; dava a impressão de que vencer aquela partida era uma questão de vida ou morte.

Porém, não vencemos, ao menos durante o tempo regulamentar. Os dois times haviam se desgastado muito no primeiro tempo e não foram capazes de chegar ao gol de desempate durante a segunda etapa, apesar de várias oportunidades desperdiçadas.

Fim do tempo regulamentar. Agora teríamos que enfrentar trinta minutos de prorrogação.

Conversei com Max durante o curto intervalo. Ele confessou ter ajustado o grau de dificuldade do simulador de experiências para a Grande Final. Colocara-o no nível máximo.

— Quanto mais difícil a batalha, mais saborosa a vitória — disse-me ele.

Às vezes meu irmão parece insano. Mas, fazer o quê? Eu o amo mesmo assim!

*

Pressionamos a equipe alienígena durante todo o primeiro tempo da prorrogação. Foi nosso melhor momento durante toda aquela partida. Muitas situações de gol foram perdidas.

Durante o segundo período, no entanto, o jogo perdeu velocidade. Os jogadores de ambas as equipes, além de exaustos, mostravam certo receio de se aventurar ao campo inimigo e sofrer um rápido e fulminante contra-ataque.

*

A cobrança dos decisivos pênaltis estava a poucos minutos de nós. Precisávamos de um gol com urgência. Confiávamos em Darrel, mas sabíamos que a natureza havia sido mais benevolente com Agnew o Terrível para o exercício daquele ofício. Não bastasse isso, eu começava a perceber o aumento do peso de minhas pernas — era o cansaço que me dominava.

Foi então que vi Max conduzir a bola em direção à linha de fundo, no lado direito de nosso ataque, próximo à grande área dos Battolls. Pensei: é agora ou nunca! Eu ainda estava na intermediária, ofegante. Meu preparo físico sofrível estava a me dizer que eu não aguentaria mais um pique. Mas fui teimoso: impulsionei as pernas com a força de minha mente — é ela quem me comanda!

Aproximo-me da grande área em correria desenfreada, na direção da marca de pênalti. Torço para que Max faça o cruzamento; confio em sua habilidade e inteligência.

Antes que Max lance a bola em minha direção, posiciono-me à frente do gol, buscando aproximar-me da segunda trave. Meu irmão dá um corte no zagueiro, deixando-o estirado no chão. A bola quase ultrapassa a linha de fundo, todavia Max consegue alcançá-la e efetua um cruzamento forte e rente ao chão, fazendo com que a bola passe por baixo do corpanzil de Dan. Em seguida, grita com rouquidão:

— Guilherme, faça o gol!

“Guilherme”, ele disse. Max pronunciou meu nome mais uma vez!

Eu me atiro em direção à bola, como um adolescente no vigor dos quinze anos, pois sinto que é nossa última chance na partida. Por um momento, vivencio a impressão de ter apagado. Em seguida, ouço um grito vindo do banco de reservas. Parece-me ser a voz do treinador, que é seguida por um barulho ensurdecedor, oriundo de todas as partes do Estádio.

Dominado pela emoção, mal senti o choque da bola contra minhas canelas. Quando abro os olhos, vejo-me deitado, tendo a meu lado um tufo de grama que minhas chuteiras arrancaram. Um mero instante depois, todo o peso de Max está sobre mim, socando meu corpo contra o chão:

Gol, mano! Goool!

Ele chora; chora e ri com a alegria da criança que deixara de ser (não por completo) há cerca de oito anos. Como irmão mais velho e protetor, delicio-me com uma satisfação incomensurável ao vê-lo tão eufórico.

— O título será nosso! — é o que respondo no exato instante em que percebo que algumas lágrimas rolam também em meu rosto.

Os demais jogadores chegam quase que instantaneamente. A alegria é enorme. Contagia. Nas arquibancadas, os sudamericanos fazem uma festa muito bonita. É difícil acreditar que se trata de uma mera simulação. Tudo parece ser muito real, uma realidade magnífica, bastante diferente do que tem nos proporcionado o (agora vejo) entediante século XXVI.

*

Minha mente retorna ao instante atual.

Sim, eu estava emocionado. E fiquei ainda mais tomado pela emoção quando o árbitro apitou o final do jogo. Que comemoração magnífica nós fizemos!

Mas… Como compreender aquela minha excitação? Tal comportamento não era de meu feitio. Max disse-me hoje, com sua sabedoria juvenil, que as emoções dispensam explicações. E que podem ser muito intensas e agradáveis.

— É o coração quem me comanda! — exclamou ele, com a mão no peito.

Se deixasse a cargo de minha mente a interpretação do que vivenciamos nas simulações, ela definiria aquilo como algum tipo de patologia psíquica, motivada provavelmente pelo delírio coletivo do jogo. Todavia, sinto (sim, sinto!) que aquelas experiências foram deveras enriquecedoras para meu intelecto. Participei de um certame imaginário que agregou significado à minha existência.

Está bem, eu confesso: noto que já não é o cérebro quem me dirige. Ao menos, não ele sozinho. Meu irmão mostrou-me que sou mais que um ser pensante. Sou inteligência, mas também sou sentimento. Compreendo agora que é racional que eu tenha o desejo de extravasar minhas emoções. Quero continuar a fazer isto.

Experimento desde então uma sensação muito agradável. É algo intenso, que eu desconhecia por completo. Posso ver no reprodutor de imagens e sensações uma mudança até mesmo em minha aparência: estou a exibir, neste momento, um sorriso exultante. Há certo brilho em meus olhos.

Terei perdido o juízo, a sensatez, o senso do ridículo? Não, não creio. Segundo Max, esta é a tal felicidade.

Então é isto: eu estou feliz. E, pensando bem, não é para menos. Afinal, fiz o gol do título da Sudamérica!

Eu ergui a Taça de Campeões da Copa Galáctica de 2502!



Ricardo Guilherme dos Santos
é um canceriano fã de música, ficção científica e fantasia. Foi editor do fanzine Somnium, do CLFC, entre as edições 107 a 111. Nasceu na Terra, mas dizem que vive no mundo da Lua.

CabulosoCast #200 – Guerra do Velho

Olá Cabulosos e Cabulosas! Neste capítulo, falaremos sobre a obra Guerra do Velho escrita por John Scalzi um livro de ficção científica publicado no Brasil pela editora Aleph. Falaremos sobre a escrita do autor, sobre ficção científica militarista e vocês conhecerão um pouco dos demais livros da série Old Man’s War. Participaram deste programa: eu (Lucien o Bibliotecário), Lucas Ferraz, Igor Rodrigues e Vinícius Gomes.

Narração de Paulo Elache do PodEspecular

Spoilers: 42:55 (início) e 1h16 (fim)

Atenção!

Para ouvir basta apertar o botão PLAY abaixo ou clique em DOWNLOAD (clique com o botão direito do mouse no link e escolha a opção Salvar Destino Como para salvar o episódio no seu pc). Obrigado por ouvir o CabulosoCast!

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Você conhece o Momentum Saga?

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Apontando o dedo!

Aproveitando o clima da companha #OPodcastÉDelas, quero indicar o trabalho de mulheres que produzem um bom trabalho na sua área e/ou promovem uma luta pelos direitos das mulheres de viverem num mundo mais justo e igualitário. Vou trazer uma de cada vez ao longo desse mês de março.

Uma das primeiras produtoras de conteúdo que me veio a mente quando pensei nessa série de indicações foi a Lady Sybylla (@Sybylla_). Escritora, geógrafa, Capitã da Frota Estelar e responsável pelo blog MOMENTUM SAGA.

Quem escreve?

Sybylla (o que é pseudônimo, o nome real é um mistério…) é formada em geografia, mestra em Paleontologia e fascinada por Ficção Científica (FC). A paixão pela FC foi a motivação para começar a escrever para o blog 6 anos atrás, a qual foi mesclada com sua militância feminista resultou em focar (mas não limitar à) a produção de textos discutindo representatividade e diversidade em filmes, series, literatura etc. Se quiser saber mais sobre Lady Sybylla e o início do blog, acesse em:

Mas o que é o MOMENTUM SAGA?

A versão resumida: se você é mulher e gosta de Ficção Científica, o Momentum Saga (MS) é o seu lugar! A autora deixa bem claro seu posicionamento de luta em todos os seus textos, nos quais sempre se encontra algum tipo de questionamento sobre representatividade e diversidade, isto quando não é o foco da discussão em si. Então, se acha que é mimimi quando pedem mais protagonistas femininas nos games, se você é um daqueles que teve sua infância destruída com o novo filme Caça-Fantasmas ou acredita que o politicamente correto está deixando todo mundo muito “chato”, bem… este blog não é para você.

Mas se você quer ler resenhas de livros/séries/filmes, principalmente com a temática de FC, então visite o MS e seja feliz! Abaixo listamos algumas das postagens que a própria autoria destaca como suas preferidas. Dê uma olhada para ver melhor que tipo de discussão estamos falando:

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Incentivo aos escritores

Provavelmente a melhor parte do trabalho da Sybylla no MS é o incentivo e divulgação de novas escritoras. Aqui também cabe um aviso: o foco é nas escritorAs! Basicamente, os homens já tem bastante espaço na mídia e são bem reconhecidos pelo seu trabalho, então no MS vemos um espaço para as mulheres terem seus trabalhos divulgados. A própria Sybylla escreve contos de FC e fanfics (principalmente de Stargate Atlantis), além de ter organizado as coletâneas Universo Desconstruído I e II com contos escritos somente por mulheres.

Quem está atrás de conhecer histórias de FC independentes, o blog apresenta o trabalho de muitas escritoras e é um ótimo lugar para começar sua busca!

Para conferir um pouco disso tudo e apoiar o trabalho, acesse:

O Futuro no Presente

Espero que vocês tenham se interessado e visitem o Momentum Saga! Se gostarem, deixem um recado mencionando este post! Se não gostarem, por favor sejam educados nas críticas.

Bestiarius #1 de Masasumi Kakizaki

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Bestiarius se passa no Império Romano onde as famosas lutas de vida ou morte aconteciam. A diferença é que em Bestiarius os participantes não são somente humanos.

Não perca nenhum episódio do #OPodcastÉDelas

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A campanha #OPodcastÉDelas, organizada pelo CovilGeek e Leitor Cabuloso, está ganhando mais participantes e conta com mais de 30 programas envolvidos. Vários episódios já foram lançados e muitos ainda serão publicados durante todo o mês de março. Para você não perder nenhum, reunimos todos eles nesta postagem (a qual será atualizada devidamente). Procure o selo de nossa campanha para saber quem são os participantes!

Ouçam, comentem e compartilhem! Vamos ajudar a aumentar a participação das mulheres na podosfera!!!

 

FERMATA #18. Podcast sobre o papel da mulher na música e com diversas indicações das cantoras preferidas das convidadas!

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FEITO POR ELAS #18. Podcast focado em cinema que neste episódio entrevista a cineasta e atrzi Marina Person.

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PQP CAST #128. Um passeio pelos filmes Disney e como a representação das princesas neste filme mudaram a visão da mulher na sociedade. Ou seria o contrário???

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ALGUMA COISA CAST #168. Programa de variedades que neste episódio traz a vida e obra da escritora Agatha Christie.

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GRANDE COISA #108. Podcast de cultura pop (bom, mas não é lá grande coisa… kkkkk) que traz personalidades femininas reais e fictícias que marcaram o mundo.

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NA TRILHA #06. Um programa destinado aos esportes “outdoor” (ou ao ar livre) e neste episódio fala sobre o grupo de mulheres escaladora “Lagartixas de Rimel (sério, o melhor nome do mundo!).

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COVIL DE LIVROS #75. Sério? Esse não precisa de apresentações, certo?

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ALIAS #06. Programa quinzenal que trata das questões do universo feminino. Neste episódio as participantes trazem suas escritoras e personagens favoritas da literatura.

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LEITURA NEWS – EDIÇÃO EXTRA. Este episódio traz dicas de campanhas para apoiar e um super sorteio!

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CAIXA DE HISTÓRIAS #84. Um podcast de literatura semanal que conta com excelentes narrações. Neste episódio falam sobre Estrelas Além do Tempo, o livro que deu original ao filme.

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COACH CAST #260. Podcast destinado ao treinamento/aperfeiçoamento pessoal. Neste episódio fala sobre o exemplo da personagem bíblica Esther.

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ANIMESPHERE #62. Programa especializado em animes e mangas. Neste episódio fala sobre a mangaka (autora de manga) Rumiko Takahashi , famosa por diversas obras, como Ranma 1/2 e InuYasha.

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O QUE ASSISTIR S02E07. Um podcast curtinho que traz todas as semanas dicas de filmes. Neste episódio especial, as meninas trazem 5 indicações de filmes que estão na Netflix.

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PQP #129. Programa repleto de indicações de séries para vocês!!!

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NP CAST #41. Um podcast de variedades publicado quinzenalmente às terças-feiras. Neste programa especial são convidadas as podcasters Ana Eliza, Jujuba e Thais Bracho para falar sobre as mulheres que às inspiraram.

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SINUCA DE BICOS. Podcast destinado a discutir a maternidade. Neste episódio as mulheres falar sobre as expectativas, dúvidas e frustrações das tentativas de engravidar.

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COACHCAST #263. Hoje a coach Ediê Saldanha vem falar sobre a evolução feminina na vida financeira como trabalhadoras, esposas e independentes.

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FEITO POR ELAS #19. Neste episódio são abordados as mulheres que foram indicadas à premiações do Oscar 2017.

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GRANDE SALÃO #43. Um spin-off do PQP Cast, este episódio traz as mulheres para falar das iniciativas de gravar podcasts!

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AlgumaCoisaCast #169. Neste episódio as meninas trazem cenas clássicas de brigas de mulheres na mídia!!!

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Lobos, Dragões e Unicórnios #005. Podcast de variedades do mundo nerd. Neste episódio convida meninas para falar sobre como é ser nerd neste mundo de hoje.

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O QUE ASSISTIR S02E08. Desta vez nossa cinéfila traz 10 filmes empoderadores que você PRECISA assistir!

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VARACAST #24. Podcast de cultura pop, literatura, cinema, games e séries. Neste episódio traz livros com protagonistas mulheres que você precisa ler!

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[youtube id=”pYej9J6F3Ws” width=”600″ height=”350″]

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PLATAFORMADROPS #54. Programa voltado para indicações com uma lista muito bacana de mulheres que roubaram a cena, seja em filmes, séries, literatura e até mesmo na história real.

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PERDIDOS NA ESTANTE #001. Novo programa do Leitor Cabuloso. Neste episódio é explicado e exemplificado o gênero ChickLit!

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LIVROCAST ENTREVISTA #003. Formato especial do podcast Livrocast, onde entrevistam autores e autoras. Este episódio conta com Cecília Reis, a responsável pelo logo do campanha #OPodcastÉDelas.

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PAPO LENDÁRIO #157. Podcast abordando a Jornada da Heroína!

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DESPACHADOS #016. Podcast dedicado a viagens, tanto o desejo de viajar quanto a logística e dicas. Neste episódio abordam a temática de mulheres que viajam sozinhas.

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Esse vcs já conhecem, não é?

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ANIME SPHERE #63. Neste episódio é discutido o anime e prepara o ouvinte para o vindouro filme.

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PQPCAST #130. As participantes deste programa discutem a participação das mulheres na podosfera.

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Esse é prata da casa! E um programa destinado a falar de mulheres gamers!

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ACC #170. Contos Grimm originais e o que a Disney não nos contou!

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ACC #171. Conversa franca e sem pudor sobre as descobertas da sexualidade!

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Leituracast #20. Trazendo mulheres de séries de televisão que são fora de série!!!

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Grande Salão #44. E desta vez o spin-off traz um programa super amor para os ouvintes do podcast.

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PQP CAST #131. Mulheres discutindo o machismo e o racismo no filme Estrelas Além do Tempo.

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Trico de Pais #20. Um podcast dedicado a falar sobre a paternidade, mas neste episódio traz as mães para discutir como é a maternidade.

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Sinuca de Bicos #006. Leitura de e-mails e comentários sobre o episódio de tentativa de engravidar.

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PodTudoNoCast #45. Tram convidadas para falar sobre o lado bom e as dificuldades de ser mulher, mostrando a perspectiva feminina sobre o cotidiano e a cultura pop.

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X-Poilers #70. Neste episódio discutem duas novas séries chegaram: Punho de Ferro e Wynonna Earp!

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Wil Whocast #20. Tudo sobre o novo filme Fragmentado. Cuidado com os spoilers!!!

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Castionário #005. E o Castionário não podia ficar de fora, né? Por isso, ajeitaram a mesa e gastaram o verbo para ENALTECER as MULHERES INSPIRADORAS das suas vidas.

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Galley Cast #004. O pessoal reuniu mulheres para bater um papo e falar um pouco sobre o que passam no dia-a-dia na profissão de comissária de bordo de aviões que não costuma afetar os tripulantes do sexo masculino: machismo e assédio à bordo.

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BLOCO 1 PODCKET Extra 02. Hoje, Clemerson O Ruivo, recebe Jujuba do Podcast Miçangas para discutir o Cenário de Live Action’s da Disney! Você gosta? Qual quer ver?

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ENTRE FRALDAS #40. Desconstruindo o conto de fadas da Bela Adormecida.

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LOCUSPSICAST 013. Nise da Silveira. Conheça a história desta alagoana que enxergou a riqueza dos seres humanos que estavam “no meio do caminho”.

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ProsaTEOlogica #003 – O Podcast É Delas

Falha Crítica 197 – Classicos Disney!!!

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Bem vindos pequenos ouvintes, hoje, Edu, Basso, Ricardo e Harris bebem da fonte da juventude pra falar sobre os clássicos Disney que povoaram suas infâncias e falam do seu descaso com certa época e a empolgação com alguns filmes mais clássicos, então preparem-se pra muita nostalgia nesse episódio!!!

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Covil de Livros 75 – O Podcast É Delas!

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Bem-vindos, amigos, ao Covil de Livros! Aos desavisados de plantão, informamos que o programa hoje é DELAS! Nós do Covil estamos organizando com o Leitor Cabuloso a campanha #OPodcastÉDelas, que visa aumentar a participação das mulheres na podosfera e trazer mais temas femininos para os programas.

No programa de hoje Basso e Edu recebem as DIVAS Domenica Mendes, Beatriz Santos e Larissa Siriani para escutar quais formam as autoras e personagens que as marcaram no mundo da literatura. Sim, para aqueles e aquelas que vivem pedindo, esse é um programa de indicações!

Para escutar os episódios dos outros podcasts que fazem parte da campanha, procurem a hashtag #OPodcastÉDelas em suas redes sociais! É fácil identificar os programas participantes pelo selo:

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Sejamos Todos Feministas – Chimamanda Ngozi Adichie

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Em mais um Dia Internacional da Mulher é indiscutível a importância das conversas, debates e ações políticas em prol de nossos direitos. A luta pela igualdade de gênero é extensa e nos últimos anos vem se fortificando, mas ainda é pouco, ainda nos parece apenas o começo.

Quando se fala em feminismo, muitas pessoas ficam confusas e entendem o movimento como similar ao machismo. Em palavras simples, essas pessoas imaginam que ao se assumirem e lutarem pela causa feministas, estarão tirando o poder de autoridade e direito dos homens, excluindo-os da sociedade e dificultando o seu crescimento pessoal e profissional, concedendo esse espaço para as mulheres, em exclusividade. Não, não é disso que falamos e não, não é isso queremos.

A questão de gênero é importante em qualquer canto do mundo. É importante que comecemos a planejar e sonhar um mundo diferente. Um mundo mais justo. Um mundo de homens mais felizes e mulheres mais felizes, mais autênticos consigo mesmos. E é assim que devemos começar: precisamos criar nossas filhas de uma maneira diferente. Também precisamos criar nossos filhos de uma maneira diferente.

Chimamanda Ngozi Adichie é um nome forte dentro da luta pelo feminismo. Autora de obras como “Americanah” e “Hibisco Roxo”, Chimamanda fez uma palestra em 2002 no TEDxEuston, conferência anual com foco na África, e nos convidou a sermos como ela: a sermos todos feministas, independente de nosso gênero, independente de sermos mulheres ou homens. O material completo do discurso, você pode ler e reler no livro “Sejamos todos feministas”, lançado no Brasil pela Companhia das Letras.

A questão de gênero e como ela nos é limitante

As normas sociais nos limitam de acordo com nosso gênero. Somos educados de jeito diferente e com regras diferentes. Nos ensinam a forma certa de nos comportarmos e até mesmo de pensarmos. Nossos sonhos, objetivos de vida e até onde chegaremos no mundo também são definidos pelo gênero que temos quando nascemos. Isso é estúpido!

Ensinamos as meninas a se encolher, a se diminuir, dizendo-lhes: “Você pode ter ambição, mas não muita. Deve almejar o sucesso, mas não muito. Senão você ameaça o homem. Se você é a provedora da família, finja que não é, sobretudo em público. Senão você estará emasculando o homem.” Por que, então, não questionar essa premissa? Por que o sucesso da mulher ameaça o homem?

Em uma sociedade onde o sucesso de outro gênero pode deteriorar o seu, você está condenado a sofrer. Nessa mesma sociedade, quem é educada a ser o melhor que pode e dominar o mundo, mas nem tanto assim, também está condenada a sofrer. Porque? Porque fazemos isso? Por quem fazemos isso? O mais importante: até quando vamos fazer isso?

Análise Crítica e Importância da Obra

A cultura não faz as pessoas. As pessoas fazem a cultura. Se uma humanidade inteira de mulheres não faz parte da nossa cultura, então temos que mudar nossa cultura.

Sejamos todos feministas” é o livro que traz a palestra de Chimamanda Ngozi Adichie no TEDxEuston em 2002. Assim sendo, ele é um livro curto, direto, fluído e encantador. Mas não é isso que o destaca e torna a sua leitura convidativa.

O diferencial do livro é que Chimamanda nos explica como o feminismo é importante, necessário em nossa sociedade e em nossas vidas. Ela nos mostra que o machismo é um processo histórico que funcionou bem, mas hoje não funciona mais. Ela nos chama a atenção, nos convida, nos explica com calma e nos dá esperança de sermos o melhor, de irmos além. Com suas palavras, Chimamanda nos liberta.

O problema da questão de gênero é que ela prescreve como devemos ser em vez de reconhecer como somos. Seríamos bem mais felizes, mais livres para sermos quem realmente somos, se não tivéssemos o peso das expectativas do gênero.

O livro é importante. O conteúdo é importante e você deve lê-lo. Deve lê-lo mais de uma vez, deve lê-lo até que as palavras dela e o que ela nos mostra torne-se algo natural, faça parte de você.

Em um mundo onde existe feminismo, nenhum homem vai perder o poder. Minto. Perderão o poder de abuso, de violentar, de matar, de machucar, de humilhar, de mutilar. Perderão um poder que socialmente já é condenável, mas que na cultura nos foi ensinado como algo quase normal. Não é normal.

A Companhia das Letras fez um bom trabalho trazendo a tradução de “Sejamos todos feministas” para o Brasil. Convido você, leitor e leitora, para se permitir aprender com Chimamanda, a ir além dos seus preconceitos e teorias limitantes. Em uma sociedade igualitária, somos iguais. Não confunda igualdade com supressão de direitos, essa visão é errônea e o primeiro passo pra entender pode ser a leitura desse livro.

Decidi parar de me desculpar por ser feminina. E quero ser respeitada por minha feminilidade. Porque eu mereço. Gosto de política e história, e adoro uma conversa boa, produtiva. Sou feminina. Sou feliz por ser feminina. Gosto de salto alto e de variar os batons. É bom receber elogios, seja de homens, seja de mulheres (cá entre nós, prefiro ser elogiada por mulheres elegantes). Mas com frequência uso roupas que os homens não gostam ou não “entendem”. Uso essas roupas porque me sinto bem nelas. O “olhar masculino”, como determinante das escolhas da minha vida, não me interessa.

Nota

Ficou interessado(a)? Então compre o livro nos links abaixo:

Amazon (livro físico)
Submarino

Não esqueça de adicionar o livro no Skoob
Nome: Sejamos Todos Feministas
Autor: Chimamanda Ngozi Adichie
Edição: 1ª
Editora: Companhia das Letras
ISBN: 9788543801728
Ano: 2014
Páginas: 87
Sinopse: O que significa ser feminista no século XXI? Por que o feminismo é essencial para libertar homens e mulheres? Eis as questões que estão no cerne de Sejamos todos feministas, ensaio da premiada autora de Americanah e Meio sol amarelo.”A questão de gênero é importante em qualquer canto do mundo. É importante que comecemos a planejar e sonhar um mundo diferente. Um mundo mais justo. Um mundo de homens mais felizes e mulheres mais felizes, mais autênticos consigo mesmos. E é assim que devemos começar: precisamos criar nossas filhas de uma maneira diferente. Também precisamos criar nossos filhos de uma maneira diferente.”Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente da primeira vez em que a chamaram de feminista. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. Não era um elogio. Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: Você apoia o terrorismo!. Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e em resposta àqueles que lhe diziam que feministas são infelizes porque nunca se casaram, que são anti-africanas, que odeiam homens e maquiagem começou a se intitular uma feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens.Neste ensaio agudo, sagaz e revelador, Adichie parte de sua experiência pessoal de mulher e nigeriana para pensar o que ainda precisa ser feito de modo que as meninas não anulem mais sua personalidade para ser como esperam que sejam, e os meninos se sintam livres para crescer sem ter que se enquadrar nos estereótipos de masculinidade. Sejamos todos feministas é uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1 milhão de visualizações e foi musicado por Beyoncé.

Campanha #OPodcastÉDelas – PQP Cast #128 e ACC Cast #168

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Vocês podem ter estranhado aparecer um outra vitrine de um outro podcast aqui no Covil, mas não se assustem! Nós, em parceria com o Leitor Cabuloso, estamos organizando a campanha #OPodcastÉDelas, portanto durante todo o mês de março iremos publicar aqui os podcasts que estão participando conosco desta empreitada.

E dessa vez trazemos DOIS podcasts participantes de uma vez!  Primeiro, temos o PQP CAST, um programa semanal que variedades onde os temas são escolhidos (a maioria das vezes…) pelos próprios ouvintes. Para escutar o programa especial que eles fizeram para a campanha do #OPodcastÉDelas, clique no link abaixo:

OUVIR PQP CAST #128 – Por que as princesas Disney contam a história do feminismo?

No episódio de hoje você está convidado a entrar no Reino Encantado do Universo Disney como nunca viu antes. Venha entender como a história das princesas de contos de fadas é, ao mesmo tempo, produto e influência na sociedade. Então reúna seus poderes e determinação, pegue o arco e flecha e não esqueça da coroa, porque você está prestes a se aventurar com as mulheres destemidas do PQPCast!

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E nossa segunda indicação é o ALGUMA COISA PODCAST, um programa semanal de variedades que conta com uma equipe gigantesca de poscasters e possuem outros segmentos de podcasts em seu site.  Para escutar o programa especial que eles fizeram para a campanha do #OPodcastÉDelas, clique no link abaixo:

OUVIR ACC CAST #168 – AGATHA CHRISTIE

Nesse programa conheça o nascimento de uma escritora através de um desafio, mude o gênero literário, viaje pelo mundo mas não pare de escrever, publique mais de oitenta livros, escreva uma peça de teatro que dura cinquenta e dois anos, trabalhe no hospital de guerra e anote os nomes dos venenos do galpão. Com a participação dos AlgumaCoisaCasters: Marco Febrini, Rafaela Ravaiane (Podcast Alias), Pamela Domingues (Tofucast, e Laranja Radioativa), e nossa detetive particular, Kelleni Vaikuntha.

Campanha #OPOdcastÉDelas Rebecca Sugar

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Olá pessoal, e dando continuidade ao “Podcast é Delas” em forma de texto… realmente deveríamos chamar isso de “O Texto é Delas” mas, daria muito trabalho… Bom, eu venho falar pra vocês sobre a grande, poderosa, amada Rebecca Sugar.

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Que pra quem não conhece por nome, já viu, ouviu ou pelo menos passou o olho em algum dos seus trabalhos, ela é responsável por boa parte dos melhores episódios de Horada da Aventura

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E não sou só eu quem digo isso, a revista Forbes na lista “30 Under 30” (que fala sobre gente foda com menos de 30 anos) quem afirmou isso.
Além de trabalhar como artista de storyboard em “Hora da Aventura”, ela ainda dublou a mãe da Marcelina e fez a música “Tudo Permanece”.

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Mas eu não trouxe ela aqui pra falar sobre Hora da Aventura, mas sim, por sua obra prima Steven Universe (Ou Universo se preferir em português).

Ela foi a primeira mulher a criar séries independentes pro canal Cartoon Network. Um desenho fenomenal, onde ela dirige, escreve e compõe as músicas pra série, Steven Univere (segundo a própria autora) tem muita influencia sobre suas experiencias como bissexual e aborda vários temas como homossexualidade, relacionamentos abusivos (a história da Lapis Lazuli com a Jasper, se vocês fecharem os olhos e só escutarem, no episódio “Sozinhos no Mar” verão ma discussão muito real sobre como se livrar de uma relação assim).

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Outro temas listados são gordofobia, intolerância e tudo de uma maneira sutil, leve e divertida para um público infantil. Essa abordagem ajuda em uma geração mais desconstruída e vale ressaltar que S.U. é recheado de uma temática musical (o Pai do Steven é uma banda de um homem só e todos tocam ou cantam na série). Um destaque que merece ser feito é para essa parte musical, muitas delas compostas pela própria Rebecca e são maravilhosas, encaixando-se em muitas situações e enriquecendo o roteiro, sendo raras as vezes que não arrancam lágrimas ou sorrisos do público!

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E é por esse trabalho, que acho que essa mulher merece um destaque na nossa programação especial do mês das mulheres!

JPC Cast 042 – O Templo dos Ventos

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:: É recomendado o uso de fones para se ouvir este episódio ::

Sejam todos muito bem-vindos ao JPC Cast número quarenta e dois. No podcast de hoje, Sr. Basso (@covilgeekoficia),  Lucien o Bibliotecário (@lucienobiblio10), Nilda Alcarinque (@nildaalcarinque) e Bruno “O Frango” Assis (@ofrango) julgam pela capa o livro “Templo dos Ventos”, de Marcelo F. Zaniolo, primeiro volume da “Trilogia dos Pássaros”.

Tratamento e Decupagem dos Áudios: Sr. Basso.

Edição e Revisão: Sr. Basso.

Tempo de Duração: 41 minutos.

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Livro Julgado pela Capa

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Links Comentados no Episódio

Trilha Sonora do Episódio:

  • Antonio Vivaldi: Four Seasons – FallLa Tempesta Di Mare; e La Folia.
  • Carl Off: Carmina Burana.
  • Wolfgang Amadeus Mozart:  Symphony No  25 in G Minor.

Críticas, Sugestões e Dúvidas

  • E-mail: livrocast@lokotopia.com.br
  • Twitter: @LivroCast

LivroCast no Facebook:

Outros Links:

Informações Sobre o Episódio

Aperte o play no topo da página para ouvir o LivroCast ou clique com o botão direito em download e escolha a opção “Salvar Destino Como” para baixá-lo em seu computador.

Campanha #OPodcastÉDelas – Feito por Elas #18: Entrevista com Marina Person

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Vocês podem ter estranhado aparecer um outra vitrine de um outro podcast aqui no Covil, mas não se assustem! Nós, em parceria com o Leitor Cabuloso, estamos organizando a campanha #OPodcastÉDelas, portanto durante todo o mês de março iremos publicar aqui os podcasts que estão participando conosco desta empreitada.

Hoje trazemos uma das atrações da rede do ANTICAST, o FEITO POR ELAS, um programa quinzenal focado em apresentar diretoras de cinemaPara escutar o programa especial que eles fizeram para a campanha do #OPodcastÉDelas, clique no link abaixo:

OUVIR Feito Por Elas #18: Entrevista com Marina Person

 

Nesta edição do programa entrevistamos a cineasta e atriz brasileira Marina Person, que recentemente atuou em Canção da Volta (2016) e dirigiu Califórnia (2015). Além disso respondemos aos comentários enviados por ouvintes em edições anteriores. O programa é apresentado por Angélica Hellish do Masmorra CastIsabel Wittmann do Estante da Sala e Stephania Amaral do site homônimo e Instagram Discos da Ste.

Esse episódio faz parte da campanha #OPodcastÉDelas, criada pela Domenica Mendes, do Cabulosocast, que vai durar todo o mês de março, em função do mês das mulheres. Diversos podcasts estão participando, e a ideia é que dentro de seu tema específico abordem a vida ou a obra de uma mulher e tenham também, participantes mulheres, tudo isso sob a hashtag, fomentando a participação feminina na podosfera.

Nós queremos conhecer mais sobre você e seus gostos quando se trata de cinema e conteúdo na internet, para poder oferecer um Feito por Elas ainda melhor! Ajude-nos preenchendo esse questionário. É rapidinho, anônimo e pode possibilitar muita coisa boa pela frente. Acesse aqui!

Arte da Campanha: Cecília Reis

Edição: Angélica Hellish e Felipe Ayres

Feedback: cinemafeitoporelas@gmail.com

Arte da capa: Amanda Menezes

Vinheta: Mey Linhares

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Veja a arte de Marcos Noriega para o episódio acessando esse link.

[FILME] Person (2007), de Marina Person

[TELEVISÃO] Programa Magazine Arte 1

[VIDEOCLIPE] Segunda Chance – Johnny Hooker – direção de Marina Person.