Cidade de Deus Z – Julio Pecly

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É mais um dia na Cidade de Deus. Isso é o que todos os moradores pensavam até descobrirem que o morro tá fechado e cercado pela polícia, sem previsão de liberação. A ordem é clara: ninguém entra e ninguém sai. Porque? Ninguém sabe.

Enquanto a mídia tenta cobrir os principais acontecimentos do lado de fora, os moradores tentam sobreviver. A ameaça dessa vez é mais complicada e um risco iminente de morte: viciados em crack estão agindo de forma estranha, dominando a favela, matando sem medo e se arrastando pelas ruas. Algo deu muito errado: eles se tornaram verdadeiros zumbis.

Quem está lá dentro, quer sair. Quem está lá fora, quer tentar entrar. A TV está cobrindo tudo e a Secretaria da Segurança tem que resolver. Como? “Limpa tudo”.

Esse não é mais um dia qualquer na Cidade de Deus.

O convite para a Cidade de Deus Z

“Cidade de Deus Z” de Julio Pecly é um livro que nos convida a entrar em um mundo onde o simbolismo domina, exceto quando se fala na violência cotidiana, que já é tão conhecida no Rio de Janeiro.

Ao falar de uma droga que condena milhões de vidas, Julio coloca em sua estória tal poder que os usuários se tornam zumbis. Sim, aquelas criaturas que conhecemos em filmes e séries de terror que matam sem distinção com o objetivo de se alimentar.

O grupo seleto de personagens do livro nos aproxima da cultura local, infelizmente de forma esteriotipada. A fantasia domina a obra, porém sua mensagem crítica está lá, se estendendo por todas as páginas.

Análise Crítica

“Cidade de Deus Z” é um livro curto que traz uma reflexão importante: qual o real perigo das drogas dentro de uma favela? Indo além, Julio cria personagens que buscam por uma saída do problema que chegou até eles sem eles pedirem. São pessoas comuns, com vidas comuns, que nunca se envolveram com drogas. Mas o reflexo chega até eles, ameaçando suas vidas e a vida das pessoas que amam.

Do lado de fora da Cidade de Deus Z, o autor se volta para quem decide como funciona a vida dessas pessoas: o secretário de segurança do país, os policiais, o BOPE, a televisão. Tudo isso visto pela ótica de um morador de dentro da Cidade de Deus, nos trazendo uma visão bem diferente do que nos chega através da mídia.

A ideia do livro é boa, a promessa é excelente! Criar uma horda de zumbis que foram criados pelo sistema de corrupção e por serem usuários de drogas é uma tacada de mestre. Infelizmente, falta profundidade no livro. Todos os personagens são caricatos, todas as mulheres são mal trabalhadas e, apesar das cenas de ação serem simples e rápidas de se acompanhar, falta espaço para profundidade e criação de laço dos personagens para com os leitores.

O livro passa rápido, a leitura é simples. Fica a reflexão para depois.

Nota

 

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Nome:
 Cidade de Deus Z
Autor: Julio Pecly
Edição: 1ª
Editora: LeYa
Ano: 2015
Páginas: 160
ISBN: 9788577345861
Sinopse: Até onde pode ir o estrago causado pelo crack? Neste romance ao mesmo tempo cômico e provocador, Julio Pecly dá a resposta com uma história que traz o fantástico para o cotidiano da favela carioca. No lugar do convívio diário com o vício e o tráfico, nos deparamos com a luta desesperada de um grupo de moradores para fugir da favela invadida por zumbis contaminados pela droga. E onde esperaríamos o auxílio do Estado, vemos a perspectiva ainda mais assustadora de uma polícia que entra na favela para calar e matar. Com uma escrita leve e direta, acostumada aos becos e vielas da comunidade, e à experiência de quem passou uma vida inteira lá dentro, o autor alia fantasia e crítica social para construir um thriller inusitado e um dia comum na Cidade de Deus, os moradores se veem impedidos de entrar e sair da comunidade por policiais armados. Seria apenas mais uma das muitas operações a que já estão acostumados, não fosse o motivo inédito e assustador: uma invasão zumbi na favela. Ao se ver cercado, um grupo de moradores e traficantes decide fugir, mas para isso precisa enfrentar não apenas a ira dessas criaturas assustadoras, mas também as armas dos soldados enviados pelo Estado, dispostos a matar qualquer um – zumbi, traficante ou morador.