Estou comprando a coleção da Salvat (tanto a capa-preta como a capa-vermelha), mas não posso dizer que estou colecionando. Seleciono aquelas edições que mais gosto e se após a leitura se o enrendo não me agradou repasso. Porém, com a aproximação do filme Logan, decidi fazer a leitura de algumas edições que traziam o carcaju como tema. Abaixo você lerá minhas impressões, não como uma resenha, mais como uma indicação de porquê lê-las.
Eu, Wolverine
Com roteiro de Chris Claremont e arte de Frank Miller e Paul Smith, Wolverine acaba envolvido numa trama com o clã Yashida e uma das grandes paixões da vida de Logan, Mariko. O quadrinho é interessante e mostra o homem por traz da máscara. Vemos um Logan vulnerável e desorientado quanto as questões do coração. Além de uma trama de traições e assassinato envolvendo a máfia japonesa.
Fica clara a influência da HQ na adaptação Wolverine: Imortal. O arco principal é sugado do trabalho de Claremont, no entanto a essência acaba se perdendo através de subterfúgios para justificarmos a perda do adamantium no ato final do filme o que faz com que eu deteste ainda mais o que foi feito com o personagem nas telonas.
Ah! E uma última informação, é neste quadrinho que pela primeira fez aparece a famosa frase: “Eu sou Wolverine. Sou melhor no que faço, mas o que eu faço melhor não é nada agradável“.
Wolverine: Arma-X
Roteiro e arte de Barry Windsor-Smith. As garras de adamantium sem dúvida são um dos maiores apelos visuais de Wolverine, mas como ele as ganhou? Temos neste edição a resposta. Não só ficamos a par do terrível experimento ao qual ele foi submetido como vemos a desumanização do Logan para o nascimento do Wolverine.
O quadrinho é interessante em sua composição narrativa (há uma organização bem particular dos balões e sua ordem de leitura) e na forma como Windsor-Smith escolheu nos mostrar (já que ele também é o desenhista) o experimento em si. Dor, sofrimento e muito sangue nos acompanham ao longo das páginas que têm um dos finais mais espetaculares das HQ que li do carcaju.
Uma curiosidade: no momento estou lendo o romance Arma X que saiu aqui no Brasil pela editora Novo Século (como já tinha lido e gostado bastante da romantização de Guerra Civil; leia a resenha clicando aqui), fui cheio de expectativas para ler o livro. Estou a 30% e posso dizer que até agora tem sido uma leitura bem morosa. Assim que sair a resenha deixarei linkada aqui.
Wolverine: origem
Roteiro de Paul Jenkins e arte de Andy Kubert. Confesso que durante muito tempo amarguei uma raiva desta HQ. Na época de seu lançamento, havia todo um hype sobre ela afirmando que seria o quadrinho mais importante para o personagem depois de Arma-X. Não tinha lido Arma-X na época, contudo a expectativa de saber mais sobre o passado do Wolverine que fora me reapresentado através dos filmes dos X-Men fez com que eu comprasse as edições na banca mês a mês.
À medida que se aproximava do final (foram 4 edições), percebi que a história estava muito longe de chegarmos ao Logan como o conhecemos hoje. Mas, anos depois, ao relê-la, percebi que a proposta era contar sobre a infância e como Logan passou a se dar conta de seus poderes. Descobrimos que o animal que vive dentro dele não precisava de ossos de adamantium para nascer.
Se você, como eu, teve a infelicidade de assistir ao filme que recebe o mesmo título, saiba que na versão para o cinema eles copilaram tanto trechos desta HQ como de Arma-X e conseguiram fazer aquela “obra-prima” para ser esquecida. O material fonte é muito superior.
Wolverine: o velho Logan
Não vou me deter muito, pois fiz uma resenha recentemente sobre este quadrinho que você pode ser clicando aqui. No entanto, vale muito a pena ler. A arte de Steve McNiven é de tirar o fôlego e o mundo criado por Mark Millar é bastante rico, mesmo que ele explore pouco a possibilidades criadas.
Wolverine (edição capa-vermelha da Salvat)
O encadernado traz duas histórias. A primeira: “Entra em cena… o Wolverine”. Mostra a primeira aparição do carcaju enfrentando ninguém mais ninguém menos que o incrível Hulk. Além de vermos a concepção inicial para o personagem e no que ele veio a se tornar, já é possível vislumbrar algumas informações que seriam exploradas em quadrinhos futuros como os ossos de adamantium e o “projeto Arma-X”.
A segunda: “Procura-se Mística” precisa de um backgroud para ser degustada. A história se passa após os eventos do que ficou conhecido como Dia M no universo Marvel. Recomendo a leitura de Disnastia M e Dinastia M: o herdeiro para melhor apreciar os eventos ocorridos aqui.
Mística que até então fazia parte dos X-men traí seus aliados e cabe a Wolverine caçá-la e trazê-la de volta. A história não traz grandes reviravoltas, porém o texto consegue nos colocar na pele do Logan nos fazendo compreender como é conviver com o seu fator de cura e o esqueleto de adamantium. Talvez tenha sido uma das leituras que mais nos coloca dentro da cabeça do Wolverine.
Espero que tenham gostado. Não se esqueçam de colocar abaixo suas impressões sobre as HQs citadas e indicar outras.