Jerusalém, o segundo livro de Alan Moore, que é uma espécie de continuação de A Voz do Fogo, está a caminho, devendo ser publicado em setembro desse ano.
Enquanto ele não chega, dá uma olhada no blurb feito por Moore sobre a narrativa:
Em meia milha quadrada de decomposição e destruição estava a capital da Inglaterra Saxônica, a eternidade se arrastando entre as torres prestes a se incendiar. Incorporado no âmbar sujo da narrativa dos distritos, entre santos, reis, prostitutas e vagabundos, um tipo diferente de era humana está acontecendo, uma simultaneidade poluída que não diferencia entre poças cor de gasolina e os sonhos fraturados daqueles que a navegam. Bestas mencionadas no Livro de Tobit esperam em escadarias com cheiro de urina, os espectros delinquentes de crianças sem sorte escavam um século com túneis e nos salões do andar de cima, trabalhadores com sangue de ouro reduzem o destino a um torneio de sinuca.
Caminhos desaparecidos produzem suas próprias vozes, construídas de palavras perdidas e dialetos esquecidos, contam suas lendas falhas e recontam suas genealogias surpreendentes, histórias de família sobre vergonha, loucura e o maravilhoso. Há uma conversa no domo destruído por um raio na catedral de St. Paul, nascida nos paralelepípedos de Lambeth Walk, um casal distante sentado a noite toda nos degraus frios de uma igreja com fachada gótica e uma criança engasgada com uma gota tossindo por onze capítulos. Uma exibição de arte está em preparação e em cima do mundo um velho homem nu e um belo bebê morto correm ao longo dos Attics of the Bread em direção à morte quente do universo.
Uma mitologia opulente para aqueles sem um pote para mijar dentro, através das ruas labirínticas e das páginas de Jerusalém andam fantasmas que cantam sobre riqueza e pobreza; da África e de hinos e de nosso milênio puído. Eles discutem inglês como uma língua visionária de John Bunyan a James Joyce, discorrem sobre a ilusão da mortalidade pós-Einstein e insistem na favela mais malvada como a eterna cidade santa de Blake. Feroz em sua imaginação e extasiante em seu alcance, este é o conto sobre tudo, contado a partir de uma calha desaparecida.
Não li o primeiro livro, mas só por esse trecho acho que Alan Moore sabe como usar as palavras!
No Brasil, Jerusalém deve ser publicado pela editora Companhia da Letras, mas ainda não se sabe a data.
Via Gosh!