[COLUNA] Tenga miedo? – A trilha sonora da animação Festa no Céu

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Fala Galera.

O Halloween passou, o dia de todos os santos também, e chegou o Dia de Finados.  Dessa sequência de datas um pouco mais tétricas temos uma maior atenção no feriado de finados (no meu caso, basicamente, por ser feriado), no Halloween por conta de comemorações que emulam o tradicional feriado americano (vou todo ano a uma festa tradicional promovida por um amigo) e ufanistas defendendo o dia do Saci, o que causa muito menos impacto ao ser mencionado.  Diversas obras literárias (já mencionei antes o conto temático do Fábio Barreto nesse Era Uma Vez Rapidinho…), filmes e músicas.  Até pouco tempo atrás, minha representação favorita da época era o invejoso Jack e seu Natal monstruoso de Estranho Mundo de Jack.  Recentemente isso mudou e trouxe uma das minhas músicas favoritas atualmente.

É surpreendente como um período que deveria ser tão soturno me trouxe uma música empolgante, que me traz uma injeção de ânimo nas primeiras notas e junto um novo filme favorito para a época.

O mexicano Guillermo del Toro nos desvia o foco do popular Halloween em Festa no Céu (Book of Life, 2014) e nos traz a versão mexicana e festiva do Dia de Finados, el Dia de los Muertos. Recheado de referências visuais e culturais a essa celebração da vida em todos os planos, o filme mostra grande respeito as tradições e crenças do povo retratado.

 

Um capítulo a parte nessas festividades pode ser encontrada na original, surpreendente e belíssima trilha sonora que vai além de ambientar o filme, mas contribui ativamente para avançar a história a maioria das vezes.  Recomendo que as músicas sejam ouvidas na sua versão original a fim de aumentar o impacto e efeito quando se revelarem para o ouvinte.  Apesar da qualidade musical da obra como um todo, a música tema original composta pela dupla Us the Duo se destaca positivamente com boa composição, letra e clip como pode ser visto abaixo.

Tirando da Letra todo esse sentimento que mencionei a cima temos 4 estrofes basicamente que variam muito pouco em suas repetições.

Na abertura, o intérprete já deixa claro que apesar de não ser perfeito o relacionamento retratado é sólido e ele está determinado a lutar por ele.

I will stand by you even when we fall / I will be the rock that holds you up / And lifts you high so you stand tall / I won’t let you go / No one can take your place / Oh a couple fights and lonely nights / Don’t make it right to let it go to waste

Eu estarei ao seu lado mesmo quando cairmos / Serei a rocha que te sustenta / E te ergue a fim de que permaneça altiva / Não deixarei que se vá / Ninguém pode tomar seu lugar / Uma ou duas brigas e noites solitárias / Não fazem certo deixar que tudo se vá

 

Na segunda estrofe, percebam que pulei o refrão mas ainda volto a ele daqui a pouco, temos a reafirmação da disposição do intérprete em lutar pelo relacionamento e sua fé inabalável neste.

I will hold on to everything we’ve got / A quitter and regretter and forgetter is everything I’m not / I’ll take care of you, love you just because / You and I are better than forever / Nothing can stop us

Vou me firmar em tudo que temos / Um desistente, lamentador e esquecido é tudo que não sou / Vou cuidar de você, amar você por quê / Você e eu somos melhores que para sempre / Nada pode nos parar

Um interlúdio quebra toda estrutura harmônica e rítmica da música alterando sua pegada.  A mensagem expressa também se altera demonstrando uma esperança muito maior e não a disposição de luta pelo relacionamento mencionada nas estrofes mencionadas antes.

We could be the generation who learns how to love / Mistakes and empty promises will never be enough / So tear apart these giant hearts that beat inside us now / Lets concur the percentages, and rise above the crowd

Podemos ser a geração que aprende como amar / Erros e promessas vazias nunca serão suficientes / Então vamos rasgar esses enormes corações que batem dentro de nós agora / Vamos combinar a parte de cada um e nos erguermos sobre a multidão.

O trecho Let’s concur the percentages sempre me remete a uma frase silkada no 1º CD solo do Renato Russo que diz “If equal affection cannot be, let the more loving one be me” retirada de um poema de Auden.  Isso quer dizer, “Se  a afeição não puder ser igual, permita que eu seja sempre o mais apaixonado“.

O que nos traz a quarta e última estrofe distinta, o refrão:

And I won’t let you fall / I won’t let you go / No matter where you are / No matter where you are I’ll be there

E não vou deixar você cair / Não vou deixar que você se vá / Não importa onde você esteja / Não importa onde esteja também estarei lá.

O apoio incondicional apresentado no refrão como resultado de tudo que é apresentado ao longo da música é um reflexo do sentimento exposto na letra e música, na trama do filme e no relacionamento entre diversos personagens expressando esse vínculo entre casais, amigos, famílias e até entidades.  Tudo isso deixa uma mensagem muito positiva ao fim do filme que é retomada cada vez que ouço a música começar.

E se nada disso que eu contei acima convencer você pelo menos da importância da música para mim, deixo uma última nota:  Nunca vou esquecer as inúmeras vezes que voltei da escola da minha filha cantando o refrão junto com ela a plenos pulmões e voltando a música para o começo quando ela acabava a pedido dela. =D

De resto até semana que vem e

Always play from the Heart…

Rodrigo Fernandes