“Fragmentados” foi um dos livros da Editora Novo Conceito que mais ansiei por ler.
Antes mesmo da editora me oferecer a oportunidade de lê-lo, eles já me conquistaram pelo lançamento desse booktrailer. E não existe melhor forma de eu expressar o porquê de minha ansiedade e expectativas, então, assista:
Quem me conhece sabe que nos últimos tempos me dispus a enfrentar e conhecer novos autores e novos livros de distopia. E depois desse booktrailer eu só podia pensar: “Por favor, venha para mim!” Quando chegou, demorei meses para ter a coragem de lê-lo. E tudo o que eu pensei foi: “Por favor, me surpreenda, faça minha cabeça explodir!”
Pois bem, fazem exatos quinze minutos que terminei de ler esse livro. E tenho que dizer: Vocês PRECISAM conhecer esse autor e essa obra.
Então chega de apresentação e vamos ao que interessa!
Fragmentados – um livro que não se fragmenta em sua proposta
Fragmentados é o primeiro livro de uma série distópica escrita por Neal Shusterman, autor best-seller conhecido por outras obras além dessa.
O livro conta a história de sobrevivência de adolescentes que são destinados à fragmentação, uma prática legalizada pelo estado após a Segunda Guerra Civil.
A Lei da Vida, que pôs fim ao conflito, determina que o aborto é proibido na sociedade, contudo a partir do momento que a a criança completa 13 anos e até completar sua maioridade penal, ou seja, 18 anos, seus pais podem submetê-lo ao aborto retroativo.
O aborto retroativo acontece na forma de fragmentação, onde o fragmentário é exposto a vários procedimentos cirúrgicos que o desmembram, separam os órgãos e membros. Todo o procedimento precisa ser feito dentro dos campos de colheitas, pois as partes dos corpos fragmentados ficam à disposição das demais pessoas na sociedade.
” – Houve dias sombrios que levaram à guerra. Tudo o que achamos que define o certo e o errado estava sendo virado de cabeça para baixo. De um lado, as pessoas estavam assassinando médicos abortistas para proteger o direito à vida, enquanto do outro as pessoas estavam engravidando apenas para vender o tecido fetal. (…) A loucura era descomunal! Então o exército entrou em colapso, ambos os lados tomaram armas para a guerra e duas opiniões se tornaram dois exércitos determinados a destruir um ao outro. E entçao veio a Lei da Vida.” (p.208)
Como é de se imaginar, quanto melhor o órgão ou membro, maior seu valor no mercado. E quanto mais dinheiro o comprador tem, maiores são suas opções, que podem, inclusive, ser por desejo próprio como mudar a cor dos olhos (se submetendo a um transplante de olhos) ou para salvar sua vida (como transplante de cancerígenos ou pessoas que passam por qualquer tipo de acidente ou enfrentam qualquer tipo de acidente).
É nessa sociedade que conhecemos Connor, um adolescente de 16 anos cujas ações fizeram com que seus pais optassem por enviá-lo à fragmentação. Desesperado para manter sua vida, ele deserta e em sua fuga ele acaba se deparando com mais adolescentes: Risa, de 15 anos que é enviada para o mesmo destino por estar sob tutela do Estado e devido a cortes orçamentários e Lev, de 13 anos, que entra em fuga sem querer, pois vindo de uma família religiosa, ele é um dízimo, ou seja, desde sempre sabe que seu destino é a fragmentação, por forma de pagamento a Deus pela vida de seus familiares.
Lev é, de fato, uma das personagens mais marcantes no livro, por apresentar uma visão diferente dos demais fragmentários. Ele foi ensinado que sua vida é para isso, e como tal, a aceita de coração e alma. Até tudo mudar.
Juntos, os fragmentários desertores e os fugitivos têm apenas uma missão: sobreviver até completar 18 anos e portanto se manter a salvo.
Mas, para quem busca manter sua vida com a sociedade e a lei a seus pés, esses anos podem ser mais longos do que o esperado.
Análise Crítica
Fragmentados já ganha pontos por sua capa estonteante, sufocante, crítica e incrível.
Outro ponto vai para a sinopse e para o universo construído por Neal Shusterman, repleto de personagens marcantes, críticas e reflexões que nos fazem pensar sobre o verdadeiro valor da vida em si.
A escrita do autor é bem fluída, o que dá um toque a mais pois torna o livro mais fácil de ler. A própria narrativa é montada de uma forma que nos aproxima da obra como um todo, criando uma fidelidade passional muito atraente.
Apesar de ser o primeiro volume de uma saga, Neal ganhou ainda mais meu respeito ao escrever um livro fechado. Todas as amarras propostas e todos os personagens importantes têm seu destino certo nesse livro, portanto, ele não busca fidelizar seus leitores deixando o universo aberto e nos obrigando a continuar lendo, caso não o queiramos.
A edição da Novo Conceito está excelente: não encontrei erros ortográficos ou de gramática. As folhas são amareladas, como de costume, e são mais grossas (portanto não ficam tão visíveis os resquícios das palavras nas páginas anteriores ao virá-las). As letras também estão em um ótimo tamanho!
O livro é dividido em várias partes (seis ao todo) e cada uma delas tem seu nome e um pequeno epílogo que nos deixa ansiosos para entender o que vai ser trabalhado naquela parte, enquanto acompanhamos a luta pela sobrevivência dos personagens. Por fim, os capítulos são curtos, o que dá mais ritmo e facilita a leitura.
Se eu quero ler os outros? Por favor, Novo Conceito, os traga para o Brasil! Quero, preciso, necessito, espero, ansioso e aguardo!
Nota
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Nome: Fragmentados
Autor: Neal Shusterman
Edição: 1ª
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581635194
Ano: 2015
Páginas: 320
Sinopse: Fragmentados – Só porque a lei diz, não significa que é verdade.
Em uma sociedade em que os jovens rejeitados são destinados a terem seus corpos reduzidos a pedaços, três fugitivos lutam contra o sistema que os fragmentaria .
Unidos pelo acaso e pelo desespero, esses improváveis companheiros fazem uma alucinante viagem pelo país, conscientes de que suas vidas estão em jogo. Se conseguirem sobreviver até completarem 18 anos, estarão salvos. No entanto, quando cada parte de seus corpos desde as mãos até o coração é caçada por um mundo ensandecido, 18 anos parece muito, muito longe.
O vencedor do Boston Globe-Horn Book Award, Neal Shusterman, desafia as ideias dos leitores sobre a vida: não apenas sobre onde ela começa e termina, mas sobre o que realmente significa estar vivo.