Gostaria nesse post, antes de falar dos meus amores, agradecer ao Manuel Sena, pois graças a ele caiu nas minhas mãos um certo Capítulo 3 incrível que estou em suma, compartilhando com vocês hoje…
Pensemos….
O amor em si possui sua forma e conteúdo.
Ele é um signo linguístico dotado de todas as dualidades estruturalistas de Saussure e a escola estruturalista.
Porém, esse ramo de teóricos, diz que devemos interpretar as coisas pela sua FORMA (estrutura) sem levar em conta nessa interpretação o conhecimento de mundo do leitor ou as possíveis externalidades.
O que fazemos com o amor ?
O que justifica querer entender até as entranhas, ir além… ?
Extravasar as barreiras literais e enchê-lo de expectativas e possibilidades…?
Já temos o conhecimento de que podemos interpretar as coisas das mais diversas maneiras…
O Amor pode ter as mais diversas leituras, mas temos a tendência errada de jogar nossa interpretação do mundo em cima dele, sem deixar que ele se mostre por si…. COITADO!
Não vemos, nem à priore, o que ele nos traz em suas forma ou conteúdo, o que ele revela ou esconde pela sua forma…
Aí, todo mundo briga comigo falando que todos os amores são IGUAIS, ou possuem o mesmo formato… Como se começassem e terminassem de uma mesma maneira com o mesmo motivo… sem nada que o preenchesse!
Eu vou dizer, – Ah! Que brilhante conclusão a sua! Você tem plena consciência da FORMA das coisas!
O estruturalismo nos mostra exatamente isso!
Porém o que faz com que elas tenham possibilidades diferentes, ou LEITURAS diferentes são as externalidades – que serão inclusas na interpretação literária a partir da outra escola: New Criticism ou Nova Crítica.
Assim como não devemos comparar os amores, as teorias também não devem ser comparadas, visto que elas se completam, convivem… nunca se sobrepõem…
São como pessoas que se completam não tentando sobressair umas às outras…. (e talvez isso seja uma chave pra ler o amor…)
Podemos sempre fazer opção de ler os textos com esta ou aquela teoria, assim como podemos escolher viver ou não um amor…
E para fechar esses pensamentos em demasia formais e regrados, deixo um poema…. que tem tudo para ser o que não é… Para todo mundo ler e apreciar sem moderação nenhuma e deixar os achados nos comentários!
1
Ensaio sobre “Maçã”
(do sublime ao oculto)Por um lado te vejo como um seio murcho
Pelo outro como um ventre de cujo umbigo pende ainda o cordão placentárioÉs vermelha como o amor divino
Dentro de ti pequenas pevides
Palpita a vida prodigiosa
infinitamente
E quedas tão simples
Ao lado de um talher
num quarto pobre de hotel
(Manuel Bandeira – Petrópolis, 25/02/1938)
E para uma interpretação, que ainda não a minha, acessa esse link para ler Davi Arriguci Jr.