[Coluna] E a arte está por aí (e os direitos autorais também)

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Fala Galera,

estou aqui para continuar falando sobre a temática infantil iniciada na semana passada.  E o Era uma vez rapidinho traz hoje aquele que deve ser o mais famoso livro infantil da história, e aspectos relacionados à sua publicação e direitos.  É claro que estamos falando de O Pequeno Príncipe.

Mas antes vamos, rapidamente, aos aspectos editoriais que eu quero abordar.

A lei de direito autoral é algo razoavelmente nebuloso, em especial no atual mundo globalizado.  Posso exemplificar: no início do século, os direitos sobre o personagem Mickey esteve em risco.  Atualmente apenas a versão original do famoso rato está em domínio público, mas graças a uma extensão da lei de copyright, que ficou conhecida como Lei Mickey em 2001 – votada nos Estados Unidos, ela teve uma extensão de 20 anos.  O Brasil executou a mesma extensão e, em ambos os países, o tempo para uma obra cair em domínio público passou de 50 para 70 anos.  Isso levou a situações ainda mais etéreas como o caso de raros discos de bossa nova (se você lê a Tirando da Letra sabe o quanto gosto do estilo) que estão sendo relançados na Inglaterra, que manteve os 50 anos, enquanto estão trancados em cofres e são objetos de disputas intermináveis aqui no país.  Mais detalhes sobre o caso podem ser encontrados nessa matéria.

Mas o que isso tudo tem a ver com o jovem de cabelos de trigo?

O livro do Pequeno Príncipe de Antoine Saint-Exupéry entrou recentemente em domínio público aqui no Brasil pelos 70 anos da morte do autor (outro critério existente na lei).  Com isso, uma enxurrada de publicações, um novo filme e todo tipo de merchandise tomaram as lojas.

Ainda vinculado ao filme, a nova animação traz um grande frescor à obra, mencionando o tempo todo a história original, mas construindo toda uma nova mitologia sobre tão bons fundamentos.  O espírito ainda é o mesmo.  Juventude não é uma questão de idade e o lirismo no mundo é acessível a quem sonha.

Sobre as obras sendo publicadas, uma procura simples na Amazon pode mostrar o quão completa foi a invasão do mercado.  Essa resultou em nada menos que 150 produtos ligados ao personagem. Dá só uma olhada!

São livros de colorir, versões completas, de luxo, tradicionais…  Todo um novo mercado para o personagem se abriu novamente com a queda dos direitos autorais.  Eu não me lembro de ter visto uma corrida assim antes por nenhum outro personagem (mas 2018 tá chegando e com ele a entrada do Mickey como o conhecemos).

Com isso torço para encontrar vocês sempre aí, jovens de espírito e sonhando com novos mundos. Pode ser um asteróide com uma rosa, ou um enorme deserto.

Falo com vocês semana que vem no PocketEspecular misterioso.

Abraços rapidinhos,

Rodrigo Fernandes

“É o espírito que conduz o mundo e não a inteligência.”
Antoine de Saint-Exupéry