Como você sobreviveria após a morte do seu melhor amigo? O que você faria? Como canalizaria a dor da perda, do luto e da raiva?
E se a morte foi por suicídio? E se a última lembrança que tem com ele foi a última briga de vocês?
E agora?! Como você canalizaria a sua culpa?
Um livro com tema pesado escrito de forma leve
Alguns temas são difíceis de serem trabalhados em nossa vida e na literatura e sem dúvidas um deles é a morte. Especialmente o suicídio. E esse foi um dos principais temas que a escritora Michelle Falkoff resolveu trabalhar em seu primeiro livro, “A Playlist de Hayden”.
O livro é tocante, inquietante e apesar de trabalhar assuntos pesados, ele é escrito de forma leve. Nada surpreendente que ele é um dos lançamentos do ano da Editora Novo Conceito, uma editora que tem como foco imortalizar e distribuir histórias escritas para o público jovem.
Mas se você acredita que esse é o único tema denso trabalhado na história, você vai se surpreender: além do suicídio, Michelle apresenta uma história repleta de experiências que causam dor como bullying, perseguição, medo, culpa, raiva, solidão e até mesmo as primeiras paixões e novas amizades da vida de um adolescente.
Um pouco da história
O ponto de partida de “A Playlist de Hayden” é o suicídio de Hayden, o melhor amigo de Sam, o protagonista.
Os dois são grandes e melhores amigos, desde sempre. Após uma festa, uma briga e outros acontecimentos, Sam encontra o corpo de Hayden já falecido. Ao lado do corpo encontra-se um bilhete e um pen drive.
No pen drive, Hayden deixou uma playlist com diversas músicas para Sam. Para ele, essa talvez seja a única chance de entender o que levou o amigo a essa medida extrema.
No desenrolar dos dias, presenciamos a vida e entendemos o significado da amizade entre os dois. Eles não possuem outros amigos, os dois são nerds, adoram jogar, ler HQ’s e conversar sobre tudo, inclusive sobre música.
Durante o velório de Hayden, Sam enfrenta a trifeta do bullying, composta pelo irmão mais velho de Hayden e dois amigos. Os três costumavam humilhar Hayden em público, pelos diversos motivos. Esse é uma das razões que ele era um adolescente fechado, além de extremamente tímido.
A sua família também não era das melhores: ele sofria de dislexia e portanto suas notas não eram boas. Seus pais o pressionavam, pois ele tinha que ser o melhor.
Estranhos acontecimentos relacionados à uma possível vingança pelo sofrimento de Hayden começam a acontecer com a trifeta. Sam começa a ficar confuso, pois não sabe até que ponto sua exaustão, bem como seu luto pode estar relacionado a isso.
A única parte boa de sua vida é a aproximação com outras pessoas. Após fugir do velório do amigo, Sam conhece Astrid, uma garota descolada que parece estar disposta a se tornar sua amiga e aparentemente também conhecia Hayden. Mas porque, então, Sam nunca ouviu falar dela? Qualis partes mais da vida de Hayden ele não conhece?
Análise Crítica
A temática trabalhada em todo o livro é densa, pesada e nos faz pensar em nós mesmos e em muitas pessoas que já conhecemos. Por outro lado, a escritora escreveu de forma natural e tão simples, chegando a ser leve.
Um dos fatores positivos da obra é que a cada novo capítulo é apresentada uma música da playlist de Hayden. Tem músicas de diversos gêneros, para todos os gostos e estilos.
Confesso que fiquei muito empolgada quando vi a referência à música “Mad World” original de Tears for Fears e no livro relacionada à versão de Gary Jules, da trilha sonora do filme “Donnie Darko”, meu filme favorito.
Se você está curioso para saber quais outras músicas estão lá, você pode conferir toda a playlist no site oficial.
Agora vamos falar sobre o livro físico: ele tem uma bela capa, toda azul, com duas orelhas. As folhas são amareladas e bem grossas, o que é excelente pois não aparecem as linhas anteriores quando vira a página. A fonte é de um tamanho excelente e todo capítulo começa em uma folha nova.
A Editora Novo Conceito teve uma ideia genial em mimar os parceiros e leitores enviando junto ao livro um fone de ouvido e uma caixinha personalizada. É simplesmente uma graça!!!
Por fim, o livro segue bem, prende a atenção, mas no meio as coisas parecem ficar confusas e perder o foco. Se considerarmos que se trata de um livro juvenil e da história e mente de um adolescente, tudo se encaixa e se torna mais gostoso, mas não entrou no meu top por isso.
Michelle Falkoff foi corajosa e bato palmas por decidir trabalhar temas que fazem parte da vida de muitas pessoas. Pessoas essas que se sentem sozinhas na multidão e muitas vezes não sabem o que fazer. Não gosto nem de pensar em quantas vezes elas (ou nós, porque mentir?!) já não pensaram em botar um ponto final em tudo como Hayden. Mas, com uma playlist ninguém mais fica sozinho e, de fato, nós nunca conhecemos alguém até ouvir tudo o que ela gosta.
Nota
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Nome: A Playlist de Hayden
Autor: Michelle Falkoff
Edição: 1ª
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581637044
Ano: 2015
Páginas: 288
Sinopse: A Playlist de Hayden
Depois da morte de seu amigo, Sam parece um fantasma vagando pelos corredores da escola, o que não é muito diferente de antes. Ele sabe que tem que aceitar o que Hayden fez, mas se culpa pelo que aconteceu e não consegue mudar o que sente. Enquanto ouve música por música da lista deixada por Hayden, Sam tenta descobrir o que exatamente aconteceu naquela noite. E, quanto mais ele ouve e reflete sobre o passado, mais segredos descobre sobre seu amigo e sobre a vida que ele levava. A PLAYLIST DE HAYDEN é uma história inquietante sobre perda, raiva, superação e bullying. Acima de tudo, sobre encontrar esperança quando essa parte parece ser a mais difícil.