O que chamou minha atenção de imediato foi o nome de autor, claramente japonês. Nunca li nada de um autor japonês, tirando os mangás claro e tenho muita curiosidade, mas não foi dessa vez. Kazuo Ishiguro nasceu no Japão, mas com cinco anos de idade se mudou para Londres, então ele é praticamente inglês. Mas não se engane! Não estou dizendo que isso foi uma decepção ou que o livro é só mais um livro inglês. Ishiguro narra uma fantasia que se passa na Grã-Bretanha, mas uma Grã-Bretanha arrasada e muito diferente do que estamos acostumados a ver.
Somos apresentados a um casal de velhinhos, Axl e sua esposa Beatrice que vivem em uma vila localizada embaixo da terra, para fugir de impropérios do tempo, como também de criaturas como ogros e demônios. O livro começa nos deixando confusos com relação a lembrança das pessoas, que é praticamente inexistente, por exemplo Axl e sua esposa lembram que tem um filho, mas não lembram por que o filho não vive mais com eles ou o nome e rosto do próprio filho. E isso não se restringe ao casal, todos na vila se esquecem muito rápido de coisas muito importantes. Axl lembra de coisas do passado que parecem ter uma grande importância, mas ninguém mais se lembra. O casal decide sair para visitar o filho e assim talvez reaver suas lembranças e aqui descobrimos que a “névoa” como Beatrice a chama, não vale somente para a vila, todos na Grã-Bretanha são encobertos pela falha na lembrança.
Axl e Beatrice encontram outras pessoas que acabam tendo o mesmo objetivo: acabar com a névoa. Mas será que a falta de lembrança é mesmo uma maldição? A falta de memórias incomoda muito Beatrice, por exemplo, que não se lembra dos bons momentos com o marido, mas e os momentos ruins, valem a pena ser recordados?
A conclusão do livro me deixou um pouco confusa. A explicação sobre a névoa foi plausível e o livro conta com grandes nomes como o Rei Arthur e Merlin, mas algumas coisas ficaram sem explicação ou pode ser que não consegui entender. Quando terminei a leitura, fiquei com a sensação de ter lido algo muito bom, mas que me escapou algumas coisas. Se você já leu, por favor me avise para que possamos discutir e assim tirar minhas dúvidas.
Uma coisa que não poderia deixar de citar é o livro em si, que tem a capa e lombadas azuis. Isso já chama uma baita atenção para o livro e é meio impossível de vê-lo em uma livraria e não pegar para ver do que se trata.
Recomendo “O Gigante Enterrado” para quem gosta de uma boa fantasia, mas aquelas que possuem um significado oculto, uma lição nas entrelinhas.
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NOTA:
Autor: Kazuo Ishiguro
Origem: Estrangeira
Título original: The Buried Giant
Edição: 1ª
Editora: Cia. das Letras
Ano: 2015
Páginas: 396
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