Verdade seja dita: John Green realmente sabe o que está fazendo!
Prestes a completar 38 anos, o nerd já possui seis livros lançados mundialmente sendo que desses, quatro tiveram seus direitos autorais adquiridos para o cinema. O primeiro foi um grande sucesso: impossível não se emocionar com o filme ou, ao menos, se encantar com a trilha sonora de “A Culpa é das Estrelas“. Para o ano que vem já é garantido mais dois: “Quem é você, Alasca?” e “Deixe a Never Cair“, e, por fim, 2015 foi o ano de “Cidades de Papel” chegar com tudo.
E é dele que vamos falar!
Um livro de papel para leitores de carne, osso, coração e mente
Cidades de Papel conta a história de Quentin, um adolescente que está no último ano do Ensino Médio e prestes a sair da casa dos pais para morar em outra cidade, indo para a universidade.
Introvertido, de mente aguçada e extremamente responsável, o jovem Q vê sua vida virar de cabeça para baixo após sua vizinha, Margo Roth Spielgelman sumir misteriosamente, após fugir de casa.
Q é apaixonado por sua amiga Margo desde sua infância. Eles eram bem próximos quando crianças, mas se distanciaram quando chegaram na adolescência: Q seguiu sua vida geek tranquila e Margo se tornou a queridinha do colégio e alvo de observação e desejo de todos ao seu redor.
E se não fosse por uma reviravolta na vida de Margo, que se descobriu ser traída pelo namorado, a vida de Quentin talvez nunca tivesse mudado.
Em uma noite, Quentin estava no computador quando Margo pulou sua janela, pedindo para que ele pegasse a minivan de sua mãe. E um pouco mais…
“(…) Então, como eu disse, preciso de um carro. E também preciso que você dirija, porque tenho que fazer onze coisas hoje à noite e pelo menos para umas cinco delas é necessário um piloto de fuga.”
Quentin tenta resistir, mas por fim cede. Ele tem a primeira das melhores aventuras de sua vida. O problema é o que acontece depois: Margo simplesmente some, seus pais não tem esperança de encontrá-la e apenas Quentin, apoiado por seus dois grandes amigos Ben e Radar consegue manter o foco e encontrar pistas que podem leva-los até ela.
O que esperar da Cidade de Papel onde Margo, Q, Ben e Radar vivem
O título do livro é baseado, assim como “A Culpa é das Estrelas” (ao menos em minha interpretação pessoal) em uma frase, um trecho do livro.
Nessa parte da história, Margo e Quentin estão observando a cidade onde moram do alto de um prédio. Ele diz que gosta das luzes a noite, que a cidade fica bela. Margo o observa e afirma que é apenas uma cidade de papel, com pessoas de papel vivendo suas vidas de papel.
Enquanto Q se esforça para encontrar sua amiga, os laços de amizade entre ele, Ben e Radar, bem como a Angela e Lacey (amiga que Margo, que aparentemente jamais se aproximaria de um deles) vão se espreitando, se afunilando, se fortalecendo.
Acho que esse é um dos pontos mais positivos da obra, demonstrar como a verdadeira amizade envolve respeito e em alguns momentos dedicação e também cessão ao outro.
Margo pode ser o milagre de Quentin, mas o milagre de todos é a cumplicidade.
E o meu milagre especial foi ler essa obra que John Green escreveu com maestria, que hora emociona, hora revolta e hora nos faz gargalhar, mostrando que pessoas de papel precisam se libertar de suas amarras para prender seus fios e viver intensamente.
“Estou indo embora, e o ato de ir embora é tão empolgante que sei que nunca mais vou voltar. Mas e depois? Você continua simplesmente indo embora dos lugares, abandonando-os, vadiando uma jornada perpétua?”
Nota
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Sobre o filme
Como eu disse lá em cima o livro foi adaptado para os cinemas.
Depois de ter lido o livro, visto o trailer, gravado o CabulosoCast #135 sobre o tema, lá fui eu para a sala do cinema ver o que finalmente deu.
Uma das coisas que gosto muito das adaptações dos livros do Green é que são bastante fiéis, ao menos na construção dos personagens. Impossível não se divertir (e muito!) com Ben e Radar. Eu simplesmente adoro aqueles dois!!!
A aventura épica de Quentin e Margo, naturalmente, foi alterada. Dá para se entender, tem lugares e coisas que aconteceram naquela noite que eu adoraria ver na tela, mas por motivos óbvios não davam para ser filmados.
O filme mantém bem a fidelidade, até chegar na procura da última pista de Margo, com suaves alterações. Além disso, o livro acaba em determinado ponto e o filme vai além. Nesse ir além, ele altera alguns acontecimentos, contudo gostei tanto quanto do final do livro. Ficou na medida certa.
John Green é um autor que sabe o que faz e faz bem, principalmente para seu público. Os filmes já buscam atender ao público em geral, são divertidos e valem a pena para ser assistidos com toda a família.
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Nome: Cidades de Papel
Autor: John Green
Edição: 1ª
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580573749
Ano: 2013
Páginas: 368
Sinopse: Cidades de Papel
Em Cidades de papel, Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um dos nerds de sua turma.
Certa noite, Margo invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte.
Quando descobre que o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava que conhecia.