Que fã dos quadrinhos não conhece a emblemática e controversa A Piada Mortal? Uma “história do Batman” cujo personagem principal é o Coringa. Ou seria a relação problemática dos dois a protagonista aqui? Alan Moore e Brian Bolland viriam definir nessa história o que hoje nós já sabemos e conhecemos muito bem, sejam pelas HQ’s posteriores ou pelos filmes do Homem Morcego (vide o segundo filme da trilogia Nolan que bebeu muito da fonte dessa graphic novel), que Batman e Coringa são mais parecidos do que imaginamos, e que a loucura de ambos têm a mesma origem, o mesmo embrião: Um dia ruim.
A graphic novel se inicia com um Batman cansado chegando ao Asilo Arkham, com a intenção de “pôr as cartas na mesa” e ter uma conversa definitiva com seu rival. Entretanto, é pego por mais uma “travessura” do Coringa e se vê irado com o próprio.
A história se propõe a trazer mais uma possível origem para o Coringa e muitos fãs, inclusive, chegam a reivindicar essa origem como a definitiva para o Palhaço do Crime. Sua verdadeira origem, entretanto, seja ela qual for, é obscura mesmo para o próprio Coringa. Muitas histórias já foram contadas a respeito da aurora do bandido e um exemplo disso é o próprio The Dark Knight, de Christopher Nolan, onde o Coringa conta muitas versões diferentes para o nascimento da sua personalidade psicótica. E ainda nessa graphic novel ele ainda chega a declarar:
“Às vezes eu lembro que uma maneira, ora outro… se eu vou ter um passado, prefiro que seja de múltipla escolha Ha! ha ha!”
No fim das contas, talvez a origem do Coringa seja mesmo um mistério, e talvez seja por conta disso que sua figura seja tão atraente para os fãs de quadrinhos. O que teria acontecido a um homem para que ele se tornasse tão sádico e insano desse jeito?
A história alterna entre duas linhas temporais: O possível passado do Coringa e o presente, onde o Palhaço do Crime bola mais um plano macabro e o Batman mais uma vez corre para tentar frustrá-lo. O final dessa graphic novel, contudo, é simplesmente sensacional. Algo merecedor de palmas, mesmo. Algo que só uma mente como a de Alan Moore conseguiria arquitetar tão minuciosamente. Algo que todos os fãs do Coringa, Batman, merecem… Algo a altura de uma história sobre insanidade. Ambíguo, desconfortável e misterioso.
Confesso que a primeiríssima vez que li essa narrativa, me arrepiei com seu final. A segunda vez não foi diferente.
NOTA:
Título: Batman: A Piada Mortal
Título Original: Batman: The Killing Joke
Autor: Alan Moore (Roteiro), Brian Bolland (Arte e Colorista), Richard Starkings (Letrista), John Higgins (Colorista original)
Editora: Panini
Ano: 2011
Páginas: 79
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