Sinopse:
“A mancha alastrava-se para os lados, em alguns pontos esticando-se verticalmente feito chifres. Em outros concentrava-se em formas ovais como cabeças. São sete cabeças e dez chifres.”
A VIDA PODE SER APENAS UM BORRÃO DE TINTA
Um corpo inerte no chão do banheiro de um restaurante intrigam experiente detetive Anton Levey. A cena não é nova para ele. Ainda assim, algo parece não fazer sentido quando estranhos sinais começam a surgir. Para solucionar o mistério, o detetive precisará enfrentar pesadelos que jamais imaginou.
NUM FRIGORÍFICO, REFÉNS LUTAM PARA SOBREVIVER
Três desconhecidos – um professor, um açougueiro e um detetive – despertam num lugar estranho, sem saber como chegaram ali. Para encontrarem uma saída, precisam resolver enigmas, muitas vezes mortais. Cada etapa passada revela mais sobre a verdadeira natureza do jogo e de seus participantes.
Conseguirão sobreviver? O que há em comum entre Anton Levey e os três desconhecidos? Sangue inocente foi derramado e agora não há mais volta. Seguir em frente é a única opção, mas qual caminho seguir? A Luz? As Trevas? Aceitar as consequências das decisões tomadas é o que resta para os personagens desse suspense de tirar o fôlego.
Imagine um livro policial envolvendo a investigação de uma seita demoníaca. É isso que temos em Sete Cabeças, de Bruno Godoi, livro da Editora Empíreo, onde investigador Anton Levey e outro personagens se vêem envolvidos cada vez mais profundamente numa macabra e aterrorizante série de acontecimentos envolvendo a seita Sete Cabeças.
O livro é dividido em duas partes. Na primeira vemos Anton perseguindo um homem de capa vermelha pela cidade. Nessa perseguição, acontecem vários momentos de tensão e acontecimentos que geram dúvidas e confusão no leitor, como o homem encontrando a família de Anton, que só observa à distância. Algo que me incomodou no decorrer dessa primeira parte, que representa um terço do livro, é o modo como Anton é passivo aos acontecimentos, mas isso foi explicado ao final de uma maneira que me surpreendeu demais.
A segunda parte do livro se relaciona diretamente com a primeira, e trata da continuação da história do investigador Levey, sob um ponto de vista diferente da primeira parte. Intercalada com a essa história, temos o desenrolar de outra ainda mais misteriosa e intrigante.
Nela três homens, outro investigador, um professor e um açougueiro acordam num local abandonado e sujo, e precisam passar por uma série de situações difíceis para sair desse local, envolvendo corpos, montagens de macabros quebra-cabeças e rituais que os levam aos limites de sua sanidade.
Essa parte do frigorífico é muito interessante e causa muita curiosidade por saber o que vai acontecer e quem está por trás de todos os jogos doentios e mortais que são apresentados aos participantes. Apenas no final do livro temos a revelação de quem fez tudo isso, e a ligação com a outra narrativa do livro.
Enquanto os homens do frigorífico tentam sair do local vivos, Anton Levey se envolve com uma mulher que o leva a trilhar um caminho de depravação, loucura e crimes. Tudo isso passa pelo mistério das sete cabeças e dez chifres, num livro recheado de referências bíblicas e acontecimento grotescos. Para mim, Sete Cabeças é um livro de mistério e horror. Eu não chamaria de terror, pois o terror é mais psicológico, já nessa obra temos com muito mais força a presença do susto na forma de choque por situações de mortes brutais, jogos perigosos e rituais satânicos.
A primeira parte do livro foi mais difícil de ler, sendo que na segunda consegui desenvolver um ritmo muito melhor e me sentir realmente envolvido com a história. Algumas escolhas estilísticas do autor me incomodaram, como o texto muito descritivo e o uso excessivo de adjetivos e metáforas, que acabam diminuindo o ritmo de leitura e deixando pouco espaço para a imaginação. Mas é o tipo de coisa que pode não incomodar outros leitores.
Horror não é exatamente minha praia, então falho em dizer se o autor pesa a mão nas cenas chocantes ou não, mas foram muitas as que apareceram no decorrer do livro. A finalização é satisfatória, ainda que não de todo imprevisível, mas oferece uma explicação para quem estava causando todas as situações do livro. Enfim, uma leitura intrigante e, com certeza, intensa.
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Editora: Empíreo
Autor: Bruno Godoi
Origem: Nacional
Ano: 2014
Número de páginas: 304
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