[Resenha] Amor e Memória | Ayelet Waldman | Editora LeYa

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leitor-cabuloso-parceria-leya-2015E a Editora LeYa chegou com mais um lançamento apaixonante e que surpreende: é o novo romance de Ayelet Waldman, chamado “Amor e Memória”, um verdadeiro convite a viajar pela história e se embriagar na vida e experiências de personagens muito bem desenvolvidos.

Demorei uma quantidade significativa de tempo para ter coragem de ler esse livro. O fato não é devido a seu tamanho (398 páginas, não é um “livrãozão”), mas sim por meu amor e grande paixão: a História, a sedução da memória e a curiosidade sobre as teorias do que é o tal amor. Eu sabia que assim que começasse esse livro, não conseguiria dividir meu coração e minha mente com outro e, sim, eu estava certa! Esse é um dos motivos que, no fim das contas, esse é um sim um “livrãozão” e, na minha humilde opinião, você deveria lê-lo.

Vou falar mais sobre ele

20150701_114033[1]“Amor e Memória” conta a história de Jack, ex soldado e a forma como ama sua neta, Natalie, a qual presenteou com um medalhão de pavão e uma missão: encontrar o verdadeiro dono da joia e devolvê-la.

Natalie acaba de abandonar seu emprego, é recém divorciada e está um tanto quanto perdida de si mesma. Para seu avô, essa é a melhor forma de mostrar a ela a importância de pequenas coisas que fazem o mundo ser melhor: o amor e a memória.

Após o falecimento de Jack, Natalie aceita a missão deixada por seu avô e se dedica a descobrir quem é a misteriosa pessoa dona do medalhão. O mais fascinante disso é que o medalhão foi parar nas mãos de Jack por vias desonestas: foi uma joia roubada. Como tudo isso aconteceu, cabe a você descobrir leitor e não vou contar mais (embora meus dedos estejam tendo verdadeiros comichões).

Além de Jack e Natalie, conhecemos Ilona, uma sobrevivente de guerra que é a segunda mulher forte que aparece na história, contada logo na primeira parte do livro.

A história de Ilona e Jack nos remete a 1945-1946, em Salzburg, época que Jack foi soldado. Sobre a primeira impressão de Ilona, Ayelet nos descreve

A moça possuía o aspecto inconfundível dos sobreviventes dos campos. Mesmo alguns meses depois da libertação, eles eram mais magros do que os outros refugiados, mais ainda se comparados aos austríacos, que a partir de então começavam a experimentar a escassez de comida que o resto da Europa ocupada vivera ao longo da guerra. O rosto dela estava abatido e sombrio, sua expressão era séria, mas o cabelo tinha voltado a crescer na forma de cachos vermelhos, luminosos e desordenados.”

Pag. 39

A história dos dois avança até que a escritora nos traz para Budapeste – Israel em 2013, onde Natalie conhece Amitai, um israelense negociador de obras de arte roubadas pelos nazistas, um verdadeiro trambiqueiro, porém sua inteligência me seduziu totalmente. Amitai está em busca de um quadro perdido há anos e junto com Natalie eles formam uma aliança em busca do quadro e da identidade do dono do medalhão.

É essa aventura que Natalie se descobre e mostra a todos nós e, principalmente, a si mesma quem ela realmente é e como é uma mulher forte e independente.

Ao final, uma outra grande surpresa: na terceira parte do livro voltamos no tempo, parando em Budapeste em 1913.

Essa parte do livro é realmente fascinante, um presente a todos que se interessam ou já ouviram falar sobre o feminismo.

As estrelas da vez são Nina, descendente de uma família poderosa, cujo pai ordena que faça acompanhamento psiquiátrico uma vez que ela sonha em ser médica e não aceita as ordens machistas do pai e familiares e, sua amiga, a anã Gizella que a apresenta ao mundo feministas.

Esse trecho do livro é contado em forma de depoimento do médico de Nina e é fascinante e ao final, surpreendente.

Como extra, quando você pensa que a história já acabou, a autora finaliza o Epílogo do livro com um episódio em Nova York em 1948, a última peça do quebra cabeça.

Despertei sua curiosidade?

E se eu só dar um pitaco e dizer que o medalhão é de um pavão, símbolo de mau agouro?

Análise Crítica

Como disse acima, o livro possui uma história fechada, dividido em cinco partes, sendo que cada parte nos remete a um cenário social, histórico, cultural e temporal divergente.

As folhas são amarelas, a capa é linda, sendo que na ilustração, alguns detalhes são sensíveis ao toque (basta passar o tempo e sentir).

As letras tem um bom tamanho, são escuras e, portanto, agradáveis de se ler.

A narrativa é viciante, Ayelet usa e abusa das emoções dos personagens, fazendo com que nos sintamos presentes na vida deles, amigos inseparáveis que torcem pelo desenrolar da história, sem coragem de interferir.

Simplesmente, amei!

Nota

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AMOR_E_MEMORIANome: 
Amor e Memória
Autor: Ayelet Waldman
Edição:

Editora:
Intrínseca
ISBN: 9788577344963
Ano: 2014
Páginas: 400
Sinopse: Amor e Memória

Um deslumbrante medalhão e três homens: um capitão de infantaria americano, um israelense negociador de obras de arte roubadas pelos nazistas; um psiquiatra pioneiro de Budapeste do fim do século XIX. Suas vidas pacatas são viradas de cabeça para baixo por três mulheres fortes e independentes.

Em 1945, na Áustria, os vitoriosos soldados americanos capturam um trem repleto de riquezas indescritíveis – objetos que haviam sido confiscados dos judeus pelos nazistas. Entre os tesouros estão pilhas de relógios de ouro; montanhas de casacos de pele; caixas cheias de alianças de casamento; porta-retratos de prata; castiçais de Shabat e heranças de família repassadas por gerações.
Jack, um inteligente nova-iorquino judeu, é o oficial encarregado de guardar o trem, uma responsabilidade que fica ainda mais complicada quando conhece Ilona, uma bela húngara que perdeu tudo em meio às devastações do Holocausto. Setenta anos depois, Natalie recebe de Jack, seu avô, um lindo colar com o desenho de um pavão com penas de pedras preciosas, que fora achado no trem. Dentro do medalhão, está a fotografia de uma mulher desconhecida. Encarregada de devolver a joia à mulher da foto, Natalie deve mergulhar num submundo sombrio de negociantes de arte para descobrir a história por trás do medalhão. Mas se surpreende ao aprender sobre a vida fascinante de uma mulher feminista que lutou pelo direito de voto no final do século XIX em Budapeste.
Uma história de personagens brilhantes, Amor e memória é o melhor romance de Ayelet Waldman: uma obra ricamente detalhada que levanta questões difíceis sobre o valor das coisas preciosas em um momento em que a própria vida parece sem valor, e sobre as correntes invisíveis que nos prendem aos sofrimentos e às paixões do passado.