[Coluna] Ousar um novo estilo

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Anne Rice. Stephen King. Neil Gaiman. JK Rowling. George Martin. Sylvia Day.

Se você conhece os autores acima, é bem provável que tenha lembrado de um estilo específico ao ler cada nome. É difícil pensar em Rice sem pensar em vampiros ou em Rowling sem pensar em fantasia infanto-juvenil. King é o nome do terror. Martin da fantasia medieval. Gaiman traz seu estilo fantástico muito único e Day sua literatura erótica.

Um estilo. Um autor.

É normal que, enquanto escritor, você se identifique mais com um estilo e desbrave as águas ao redor desse contexto. É mais fácil para conquistar o público e mantê-lo fiel. É mais fácil para elaborar novas histórias.

É mais fácil.

Mas nem sempre é o melhor.

Principalmente no início de carreira.

Peço licença para dar um exemplo pessoal: Eu amo horror! Tem algo nas histórias de Lovecraft, Poe e Le Fanu que parecem cutucar uma parte muito especial da minha alma.

Sou absolutamente apaixonada pelo estilo, mas… não sei escrever.

Já tentei escrever horror, mas simplesmente não dá certo.

Muitas vezes, enquanto autores, somos levados – por ninguém além de nós mesmos – a escrever o estilo com o qual mais nos identificamos como leitores. No entanto, ser leitor e ser escritor são duas atividades curiosamente opostas.

Não se atrele de forma definitiva a um único estilo antes de começar a escrever. E arrisque! Aproveite o começo da carreira para tentar novos gêneros, atreva-se com pseudônimo caso não queira confundir o público já conquistado. Mas inove.

Inove seu gênero, seu estilo… inove a si mesmo.

Escrita é um caminho. E no percurso você pode acabar descobrindo que quer ir para um lugar diferente do que imaginou antes de começar a jornada.

Você pode se descobrir um excelente leitor de realismo psicológico e um escritor ainda melhor de ficção científica. Não se rotule. Ouse.